sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O Soft Power do Estado Islâmico

João Neves Neto
Internacionalista graduado pela Unama

Em Relações Internacionais se fala muito no Soft Power dos Estados Unidos, que fazem as pessoas a viverem o “american dream”. Mas nos últimos meses passamos a conviver com notícias dos atos violentos do Estado Islâmico. E mesmo com esses atos, o grupo jihadista consegue recrutar vários soldados pelo mundo. O Estado Islâmico estaria fazendo o Estado estadunidense provarem do seu próprio “veneno”?
O Estado Islâmico usa como mecanismo de promoção da sua causa, a utilização massiva de redes sociais, onde vídeos muito bem editados vêm mostrar a força e o crescimento do grupo, ao longo do tempo. Estima-se que com essa abordagem na internet, eles vêm recrutando quase dois mil ocidentais.
Outros grupos jihadistas tentaram usar a internet como meio de divulgação, mas nenhum chegou tão longe quanto o Estado Islâmico. O grupo usa programas, como o SoundCloud, para divulgar relatórios de combate, além de usar grupos no Whatsapp e contas no Instagram, para divulgação de vídeos e imagens.
Mesmo toda pessoa interessada na causa do grupo sendo aceita, o foco principal é voltado para os muçulmanos, para quem o Estado Islâmico aborda o califado como um dever e uma honra. A mensagem transmitida é glorificante e explana sobre abdicar das regalias do mundo ocidental em troca do trabalho divino. Em outras palavras, abandonar uma vida indigna por algo valoroso e grandioso. 
Percebendo todo esse poder de usar mecanismos de recrutamento de soldados, segundo o jornal estadunidense The New York Times, o governo dos Estados Unidos vem tentando combatê-lo. Uma única vez que uma conta em uma rede social, relacionada ao Departamento de Estado Estadunidense, respondeu a um militante do EI. Turaab, membro do Estado Islâmico, postou que sabia das dificuldades que muita gente está enfrentando para chegar ao grupo, mas pede que as pessoas que compactuam com sua luta mantenham o desejo pela Jihad vivo em seus corações. A resposta da conta usada pelo Departamento foi em tom de ameaça: “Os recrutas têm duas escolhas: cometer atrocidades e morrer como criminosos, ou serem presos e passarem a vida na prisão”.

A partir disto, podemos ver que o poder do Estado Islâmico está cada vez maior, cuja dinamização da tecnologia está sendo usada diretamente a seu favor e contra a hegemonia estadunidense que, como dito no inicio, está provando do seu próprio “veneno” e parecendo perder o poder sobre os países do Oriente Médio. 

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