quarta-feira, 29 de maio de 2013

Entrevista com Miguel Marques (MDIC/SECEX) - XI FIPA

   Na última quinta-feira, 23, ocorreu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a XI Feira das Indústrias do Pará. Paralelo a esse evento aconteceu o Workshop sobre exportação (curso básico de comércio exterior), ministrado pelo Analista de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC/SECEX, Miguel Marques. Sabendo da importância deste Workshop para os profissionais de Relações Internacionais, visto que uma das competências do Internacionalista está justamente ligada à área de Comércio Exterior, fizemos uma breve entrevista com o palestrante, destacando os pontos mais importantes sobre exportação e internacionalização de empresas.

1- Quais as maiores dificuldades enfrentadas por quem pretende internacionalizar sua empresa atualmente?
    Creio que, quando nos referimos às micro e pequenas empresas, as maiores dificuldades enfrentadas para a internacionalização são relativas à gestão. A ausência de planejamento formal, desconhecimento das políticas de promoção às exportações, falta de pessoal capacitado, falta de informações sobre o mercado externo, etc. são fatores que, aliados à escassez de recursos financeiros, constituem nos principais obstáculos para inserção das MPE's no mercado externo.
Com referência às médias e grandes empresas, as maiores dificuldades são relativas à competitividade. Defasagem tecnológica, processos de produção ultrapassados, elevada carga tributária, elevados custos de logística, etc. são os principais obstáculos enfrentados por essas empresas na competição internacional.

2-  O Senhor acredita que o mercado mais propicio para se direcionar as exportações hoje sejam os países em desenvolvimento, em especial os Africanos e Árabes?
    De fato, esses países oferecem grandes oportunidades para os produtos brasileiros devido principalmente à complementariedade que oferecemos às suas pautas de consumo. As exigências menos rigorosas quanto a qualidade e especificações técnicas também favorecem as exportações brasileiras para esses países.
Entretanto, os países desenvolvidos oferecem grande variedade de nichos de mercado que podem ser aproveitados pelas nossas empresas – inclusive pelas micro e pequenas.

3-   Na sua opinião, o empresário brasileiro recebe apoio do governo para internacionalizar sua empresa?
   Existem vários programas e ações governamentais – federais, estaduais e municipais – que apoiam e incentivam a internacionalização das nossas empresas. Dada a falta de “cultura exportadora”, principalmente entre as micro e pequenas empresas, essas iniciativas nem sempre são aproveitadas em toda potencialidade. Por exemplo, os cursos de capacitação em comércio exterior promovidos pela SECEX em parceria com as Secretarias Estaduais, muitas vezes têm dificuldade em completar o quórum mínimo em razão, basicamente, do desinteresse dos micro e pequenos empresários para quem são direcionados. Desta forma, há a necessidade de intensificar as ações voltadas para a conscientização dos pequenos empresários em relação às vantagens do mercado externo.

4- O panorama das exportações brasileiras têm em seu horizonte previsões de crescimento significativos em âmbito global, visto que atualmente o Brasil não está entre os 15 maiores exportadores mundiais?
   Sem dúvida, a tendência é que a participação brasileira no mercado mundial cresça significativamente nos próximos anos. Como já vem ocorrendo, o Brasil deve continuar aumentando sua participação no comércio mundial dado principalmente às políticas governamentais nesse sentido, bem como a outros fatores como: o aumento no grau de desenvolvimento do país, a grandiosidade dos nossos recursos naturais, etc.


Obs.: Os comentários acima refletem a opinião pessoal de Miguel Marques – não representando necessariamente a posição do Órgão onde trabalha (MDIC / SECEX).



segunda-feira, 27 de maio de 2013

25 de Maio: Dia da Libertação da África.

Subina dos Santos da Cruz Ramos
Acadêmica do Primeiro Semestre

Foram anos de exploração, fragilidade a qualquer tipo de dominação por falta de segurança, e garantia de uma soberania Estatal, na ausência do reconhecimento à autodeterminação. Os países Africanos pela abundância de riquezas naturais que possuem, despertaram atenção dos países Europeus, que procuravam mão de obra a baixo custo, e um mercado em que podiam escoar seus produtos, fruto da Revolução Industrial. Podemos assim dizer que o primeiro contato com o esse povo não fora apenas dominação, mas também comercial.
No entanto, as duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX deixaram aqueles países colonizadores sem condições para manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, na Indonésia, com a prestimosa presença de 6 chefes Estados Africanos, e 27 Estados asiáticos, levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colônias. Apesar dos movimentos revolucionários que se fazia crescer no continente, alguns países como a Argélia e a República Democrática do Congo, somente foi alcançada a independência após desgastantes conflitos que se estenderam por até anos de guerra.
Em resposta a isso os países independentes, reuniram no dia 25 de Maio de 1963 em Adis Ababa, Etiópia, com participação de 32 Governos de países africanos, a fim de criar uma organização cujo princípio básico seria união de toda a África.
Assim foi instituída a OUA- Organização de União Africana, depois substituída pela UA- União Africana em 2002, tendo como objetividade a promoção de solidariedade entre os Estados membros, coordenar e intensificar a cooperação econômica e cultural, na garantia de oferecer uma vida melhor para seus povos, uma organização que caberia a função, defender a soberania, integridade territorial erradicando assim, todas as formas de colonialismo na África.
Constituída por 52 membros, cobrindo quase todo o continente. Tendo como suspenso 4 países entre eles: Guiné-Bissau, Madagáscar, Nigéria e Mali, pela ocorrência constante de instabilidade política. A União Africana, um exemplo da União Europeia, possui vários órgãos para regular o funcionamento das entidades e as relações entre seus membros.  
Considerando que, desde a sua criação, a Organização da Unidade Africana desempenhou um papel determinante e valioso na libertação do Continente, na afirmação de uma identidade comum e na realização da unidade africana, e que forneceu um quadro único para uma ação coletiva na África, como nas relações com o resto do mundo.
Atualmente, face aos acontecimentos dilacerados entre conflitos étnicos, a UA, tem desenvolvido mecanismo de forma a fazer face aos multifacetados desafios com que o Continente e os povos se confrontam, face às mudanças sociais, econômicas e políticas que se operam na África e no mundo.
Neste âmbito, reconhecem a necessidade de acelerar o processo de implementação do Tratado de criação da Comunidade Econômica Africana, com vista a promover o desenvolvimento socioeconômico da África e enfrentar, de forma mais efetiva, os desafios da mundialização, guiados pelo desejo comum de uma África unida e forte, e pela necessidade de construir uma parceria entre os governos em todos os segmentos da sociedade civil, em particular as mulheres, os jovens e o setor privado, a fim de consolidar a solidariedade e coesão entre seus povos.
A situação do flagelo de conflitos na África constitui um importante impedimento para o desenvolvimento socioeconômico do continente. Contudo não estão sendo medidos os esforços no estabelecimento de medidas necessárias para reforçar as instituições comuns e dotá-las dos poderes e recursos necessários para lhes permitir desempenharem efetivamente as suas missões em prol do povo africano.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os Desafios da OMC

Ana Carolinne Barata de Lima
Acadêmica do 4º Semestre



            No dia 07 de maio deste ano, o diplomata brasileiro Roberto Azevedo foi eleito Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio – OMC. O mandato só será assumido em Setembro, mas os questionamentos sobre sua gestão já começaram desde cedo e, por isso, vê-se que o novo diretor-geral terá uma gama de desafios a superar. O principal deles é devolver à organização a sua essência cooperativista, baseada nos princípios liberais.
            A OMC tem como principais objetivos regulamentar e liberalizar o comércio internacional, além de formalizar acordos comerciais para resolução de conflitos dos países-membros ou entre eles. Esses objetivos foram postos em negociação a partir da Rodada Uruguai (1986 – 1994) e posteriormente, na Rodada Doha, iniciada em 2001, mas que está paralisada desde 2008, quando ocorreu a Crise Econômica Mundial, cujas consequências caracterizam a base dos desafios a serem superados pela Organização. Durante a Crise, os países-membros da OMC deixaram de lado questões como o multilateralismo e começaram a usar diferentes políticas comerciais, além de adotar medidas protecionistas que, prejudicam o andamento do comércio mundial e vão contra os princípios da Organização.
            Sendo assim, Roberto Azevedo tem entre seus objetivos, atualizar o funcionamento da Organização que se encontra defasado, a fim de solucionar os problemas econômicos atuais, como por exemplo, fazer com que os países-membros retomem os acordos multilaterais e evitem o protecionismo, e liberalizar o comércio mundial. Para isso, o novo diretor-geral da OMC, deverá manter-se nas negociações como mediador e facilitador de conflitos, visto que é muito mais fácil atender as exigências de dois países em discussão do que de mais de 150, como é o caso da OMC. O princípio das pretensões de Roberto Azevedo pode ser identificado nas ideias neoliberais sobre as Organizações Internacionais, tal como defende Keohane (1989) quando diz que as OIs diminuem o grau de incerteza entre os atores por meio de conexões (linkage) que aumentam a disposição destes em fazer acordos cooperativos. E também Mônica Herz (2004) ao evidenciar que a cooperação internacional no âmbito multilateral é compreendida no contexto da cooperação funcional, ou seja, na esfera social, política e, principalmente, econômica.
            Portanto, as ambições da Rodada Doha e a Crise de 2008 acentuaram as dificuldades da OMC, fazendo com que ela seguisse um caminho contrário ao de seus princípios básicos, que seria a cooperação e a multilateralização entre seus países-membros. Este fato configura os principais desafios do novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevedo.
Em Setembro acontecerá a primeira reunião sobre a Rodada Doha, no qual será discutido o que se pode salvar da Organização e não o que se pretende sobre ela. Na verdade, fazer com que uma organização de cunho cooperativista não perca sua essência, é um desafio não só para a OMC, mas também para outras como OMS, OIT, etc.


REFERÊNCIAS

HERZ, Mônica. HOFFMANN, Andrea Ribeiro. Organizações Internacionais: Histórias e Práticas. Rio de Janeiro. Elsevier. 2004.



http://globotv.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/v/roberto-azevedo-novo-diretor-geral-da-omc-da-primeira-entrevista-coletiva/2581096/


terça-feira, 21 de maio de 2013

Importância de Kenneth Waltz para as Relações Internacionais.



Por Ana Beatriz Nascimento
Acadêmica do 5° semestre de RI


  Em 12 de maio deste ano, infelizmente, perdemos Kenneth Waltz, um dos grandes teóricos que contribuiu para o desenvolvimento das teorias de relações internacionais, em especial ao neorrealismo, a qual é uma das mais utilizadas para analisar as ações de países. Waltz enriqueceu e aperfeiçoou a teoria realista, apresentando uma teoria mais forte e dinâmica, que possuía maior abrangência e poder de explicação dos fatos internacionais, suprindo as carências teóricas existentes no realismo e realismo moderno.
  Em 1979, seu livro intitulado Theory of International Politics, trazia considerações sobre o padrão de comportamento e ações de um Estado baseado nas leis de conduta internacionais – a socialização ou competição entre os atores do sistema internacional de acordo com os objetivos e necessidades de cada Estado – utilizando bases do dilema do prisioneiro. Apesar de reconhecer atores não estatais na política mundial, Waltz retoma a característica realista ao defender que apenas os Estados possuem o direito à força e legitimação de interesses por este meio.
   Em sua abordagem do neorrealismo, podemos destacar principalmente os fenômenos de balança de poder, nêmese da segurança coletiva que consiste no medo de ameaças externas, onde Estados irão se contrapor até que exista um equilíbrio entre potências, como no caso da guerra fria; como o objetivo principal de um Estado é manter sua soberania e segurança, a balança de poder é o principal meio para se alcançar estes objetivos. Como corolário deste conceito aparece o fenômeno do bandwagon, a junção de Estados mais fracos em torno de um Estado-líder forte que caracteriza um ganhador no jogo político mundial. Desta forma, os Estados mais fracos possuem chances de se proteger e estarem aliados a um Estado poderoso que terá condições de defender outros Estados que se aliaram a ele. Outro ponto importante analisado por Waltz foi existência da anarquia dentro da própria estrutura do sistema internacional, para que pudesse haver estabilidade, sem possuir muitos pólos de poder, por isto defendia a bipolaridade como o sistema mais estável internacionalmente.
   Obviamente, como qualquer outra teoria, o neorrealismo sofreu críticas, principalmente pela questão de não explicar como é possível haver os longos períodos de paz entre Estados e como a URSS teve um fim pacífico, submetendo-se ao sistema capitalista mundial. Nenhuma teoria é perfeita, nenhuma será capaz de explicar e analisar todos os fatos intrínsecos a um determinado objeto de estudo. Cabe principalmente aos internacionalistas saber utilizar as diversas teorias e ferramentas de estudo para melhor analisar as mudanças e fatos do sistema internacional.
  Apesar de sua morte, o legado teórico de Waltz para o estudo das relações internacionais não será esquecido, não só pela questão de ter elevado o realismo a um patamar sólido de principal teoria internacional, tornando-a o mainstream, mesmo apesar de críticas, mas também por explicar e registrar a natureza anárquica estatal onde os Estados se adaptam para continuar a fazer parte do jogo de poder mundial.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Conflito na Síria: Uma análise a partir do Construtivismo


Kellimeire Xavier Granja Campos
Acadêmica do 4º semestre

O paradigma construtivista foi desenvolvido principalmente na década de 90, porém continua sendo um dos mais discutidos na atualidade da área das Relações Internacionais, apesar de possuir um vasto número de teóricos, nesse texto será utilizado a perspectiva adotada por Alexander Wendt.
O Construtivismo é uma corrente teórica pós-positivista a qual critica o racionalismo das teorias tradicionais que levam o título de mainstream. Considerada como Via Media das teorias, estabelece até certo ponto um diálogo entre estas, um exemplo disso é a aceitação do Estado como principal unidade de análise e principal agente do Sistema Internacional, premissa realista amplamente aceita pelos teóricos. Nesse paradigma não é utilizado o termo “ator” e em seu lugar é empregado à expressão “agente” (Estado) por denotar sentido de ação, próprio do construtivismo. Outro termo utilizado para o macroambiente onde o agente esta inserido é “estrutura”. Essa teoria é baseada na ideia de co-construção entre estrutura e agente, onde se deve considerar que Estados são construídos socialmente e que seus interesses são determinados por sua identidade, essa é constituída de acordo com um processo social, nesse caso, o relacionamento entre os Estados, ao interno do qual irá se estabelecer as relações de cooperação e conflito. Logo, essa identidade não será estática e dependerá de fatores sociais e históricos.
A guerra civil da Síria já acontece há mais de dois anos e começou junto com os outros movimentos da Primavera Árabe para a retirada dos governos autoritários. No caso particular da Síria, a família que esta no poder é da minoria Alauíta, mas não se deve argumentar que esse seja o único motivo que levou a esse conflito, pois também existe uma insatisfação geral sob o governo. A situação na Síria vem se agravando não só pelo grande número de civis mortos, que já somam cerca de oitenta mil pessoas e pelo estado de guerra dentro do país, mas também pelo envolvimento de outros países nessa questão criando um temor de que o conflito se transforme em uma guerra regional.
Nos últimos dias o que mais se noticiou foram os ataques de Israel ao território sírio, no qual o exercito israelense alegou que o alvo era um carregamento de mísseis cujo destino seria o grupo libanês Hezbollah, e os atentados que ocorreram na Turquia no qual o ministro da Informação da Síria, Omran Al-Zoubi, já se pronunciou negando a autoria. Acrescente-se a isso a possível utilização de armas biológicas que podem ter sido usadas pelo governo sírio. Todos esses acontecimentos tem pressionado o Conselho de Segurança por uma resposta a esses ataques, e nesse caso o governo norte americano esta tomando uma posição mais cuidadosa no que diz respeito de uma intervenção direta.
  Segundo a perspectiva construtivista a dificuldade desse Agente na construção de sua própria identidade, afeta diretamente sua relação com todos os seus vizinhos árabes, o que dificulta uma identificação positiva entre eles. Apesar de existirem alianças, essas são baseadas no “egoísmo estatal”. Um exemplo é a Líbia, que apoia o governo sírio por temer as mudanças que podem ocorrer com a tomada de poder dos rebeldes. Uma dessas alianças é a chamada Liga Árabe da qual a Síria está suspensa desde 2011, e mesmo assim não se nota nenhuma atitude eficaz. A região do país Sírio é mais complexa do que um pequeno texto possa explicar, e vai além de variedade religiosa, existindo também questões históricas e políticas envolvidas.
Muitos analistas internacionais são pessimistas quanto a questão da Síria, porém de acordo com a teoria construtivista é difícil se pensar em uma solução através de intervenções externas, mas sim por meio de acordos construídos internamente respeitando as culturas encontradas nessa região que nós ocidentais algumas vezes não entendemos e até pior não respeitamos.


Referências Bibliográficas

SARFATI, Giberto. Teorias de Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. Brasília: FUNAG, 2012.
Síria: EUA avaliam novas opções de intervenção. Disponível em<<http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130504_siria_ataque_ru.shtml>>. Acesso em: 11/05

Egito e Liga Árabe condenam ataques de Israel na Síria. Disponível em << http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2013/05/liga-arabe-condena-ataques-de-israel-na-siria.html>>. Acesso em: 11/05
                                                     
Síria nega ser responsável por ataques na Turquia. Disponível em <<http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,siria-nega-ser-responsavel-por-ataques-na-turquia,1031154,0.htm>>. Acesso em: 12/05

domingo, 12 de maio de 2013

15 de Abril de 2013


Paulo Victor Rodrigues

Acadêmico do 4º semestre.

 
            Após o dia 11 de setembro de 2001 o terrorismo internacional tornou-se um dos assuntos mais abordados. Um Dia que marcou definitivamente o abalo da hegemonia americana e colocou em evidência um novo ator no sistema internacional, o terrorista. Os Estados Unidos tiveram uma reformulação drástica em sua política interna, além de, declararem ‘’guerra ao terror’’. Posterior aos atentados surgiu um temor entre os cidadãos norte-americanos – e de outras nações -, o medo de pessoas de origem árabe e muçulmana – ou ‘’Islãmofobia’’.
            Mais de 10 anos após da data e muitas mudanças na segurança dos EUA ocorre outro abalo dentro do país, causado por um atentado na cidade de Boston, Massachusetts, durante uma tradicional maratona, onde dois irmãos, Tamerlan Tsarnaev, 26, e Djokhar Tsarnaev, 19, de origem Chechena e há alguns anos vivendo legalmente nos Estados Unidos, produziram bombas de forma caseira, com ajuda de um site ligado a uma organização terrorista. Tais artefatos foram detonados próximos à linha de chegada da prova, matando três pessoas e ferindo mais de 170. Investigações apontam que a motivação seria Extremismo Islâmico.
Tal atentado expõem o ‘’buraco’’ na segurança norte-americana e também o quanto o terrorismo é, praticamente, impossível de ser combatido, já que quem o pratica é um combatente ‘’sem rosto’’, isto é, qualquer um pode ser um terrorista; e ‘’sem pátria’’, isto é, age por seus próprios princípios e objetivos. Levantam-se questões, como: Será que existem mais, potenciais, terroristas dentro dos EUA? Surgirá um temor em relação às pessoas Chechenas? Como combater o terrorismo? Qual será o cenário internacional pós 15/04? Sem dúvidas, o terrorismo é um assunto pertinente a ser debatido por todos, em especial por nós internacionalistas, sendo ele um instrumento capaz de mudar a estrutura do sistema internacional e as relações de poder.