Na última quinta-feira, 23, ocorreu no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a XI Feira das Indústrias do Pará. Paralelo a esse evento aconteceu o Workshop sobre exportação (curso básico de comércio exterior), ministrado pelo Analista de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC/SECEX, Miguel Marques. Sabendo da importância deste Workshop para os profissionais de Relações Internacionais, visto que uma das competências do Internacionalista está justamente ligada à área de Comércio Exterior, fizemos uma breve entrevista com o palestrante, destacando os pontos mais importantes sobre exportação e internacionalização de empresas.
1- Quais as maiores dificuldades enfrentadas por quem pretende internacionalizar sua empresa atualmente?
Creio que, quando nos referimos às micro e pequenas empresas, as maiores dificuldades enfrentadas para a internacionalização são relativas à gestão. A ausência de planejamento formal, desconhecimento das políticas de promoção às exportações, falta de pessoal capacitado, falta de informações sobre o mercado externo, etc. são fatores que, aliados à escassez de recursos financeiros, constituem nos principais obstáculos para inserção das MPE's no mercado externo.
Com referência às médias e grandes empresas, as maiores dificuldades são relativas à competitividade. Defasagem tecnológica, processos de produção ultrapassados, elevada carga tributária, elevados custos de logística, etc. são os principais obstáculos enfrentados por essas empresas na competição internacional.
2- O Senhor acredita que o mercado mais propicio para se direcionar as exportações hoje sejam os países em desenvolvimento, em especial os Africanos e Árabes?
De fato, esses países oferecem grandes oportunidades para os produtos brasileiros devido principalmente à complementariedade que oferecemos às suas pautas de consumo. As exigências menos rigorosas quanto a qualidade e especificações técnicas também favorecem as exportações brasileiras para esses países.
Entretanto, os países desenvolvidos oferecem grande variedade de nichos de mercado que podem ser aproveitados pelas nossas empresas – inclusive pelas micro e pequenas.
3- Na sua opinião, o empresário brasileiro recebe apoio do governo para internacionalizar sua empresa?
Existem vários programas e ações governamentais – federais, estaduais e municipais – que apoiam e incentivam a internacionalização das nossas empresas. Dada a falta de “cultura exportadora”, principalmente entre as micro e pequenas empresas, essas iniciativas nem sempre são aproveitadas em toda potencialidade. Por exemplo, os cursos de capacitação em comércio exterior promovidos pela SECEX em parceria com as Secretarias Estaduais, muitas vezes têm dificuldade em completar o quórum mínimo em razão, basicamente, do desinteresse dos micro e pequenos empresários para quem são direcionados. Desta forma, há a necessidade de intensificar as ações voltadas para a conscientização dos pequenos empresários em relação às vantagens do mercado externo.
4- O panorama das exportações brasileiras têm em seu horizonte previsões de crescimento significativos em âmbito global, visto que atualmente o Brasil não está entre os 15 maiores exportadores mundiais?
Sem dúvida, a tendência é que a participação brasileira no mercado mundial cresça significativamente nos próximos anos. Como já vem ocorrendo, o Brasil deve continuar aumentando sua participação no comércio mundial dado principalmente às políticas governamentais nesse sentido, bem como a outros fatores como: o aumento no grau de desenvolvimento do país, a grandiosidade dos nossos recursos naturais, etc.
O Brasil tem grande potencial para estar entre os maiores exportadores mundiais, porém também se faz necessário o investimento em tecnologia, e não ficar apenas focado no setor primário de commodities.
ResponderExcluirConcordo com você,
ExcluirAs exportações de commodities representam grande parte do que é exportado atualmente pelo Brasil, isso levantou a economia brasileira, mas é claro que não podemos ficar presos à apenas esse setor primário, sem dúvidas precisamos de investimentos tecnológicos para produzir bens de maior valor agregado e diversificar a produção nacional.
Boa discussão: sem investimento forte em tecnologia e capital humano, o Brasil será sempre primário-exportador.
ResponderExcluir