quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Globalizando: Mudança climática é a maior ameaça ao desenvolvimento sustentável.


O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou que a mudança climática é a maior ameaça ao desenvolvimento sustentável. Ban afirmou que será necessário um esforço conjunto para se alcançar energia limpa para todos. Ele fez a declaração em discurso no Fórum Global para o Crescimento Verde, que foi realizado em Copenhague, na Dinamarca. Ele lembrou que o mundo se aproxima do prazo final para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2015 e a criação de um novo plano de desenvolvimento sustentável para depois dessa data. 


Pensamentos Internacionalistas: Hugo Grotius e o Direito Internacional

       Hugo Grotius (1583 – 1645) jurista holandês, considerado fundador do Direito Internacional, com influência no pensamento racionalista e iluminista. Segundo ele o homem possui um desejo de viver em sociedade, mas em uma sociedade pacífica e ordenada. Através disso é que se constrói um Direito Internacional para promover a sociabilidade entre os Estados mesmo sem se alcançar à paz. Pois mesmo ao defender o direito natural, ele também defendia o auto-interesse, criando regras mínimas, que ao serem violadas, resultariam em uma “guerra justa”.


“Assim como as leis de cada Estado dizem respeito à sua utilidade própria, assim também certas leis podem ter surgido, entre todos os Estados ou entre parte deles, em virtude de seu consenso. Parece mesmo que regras semelhantes surgiram tendendo à utilidade não de cada associação de homens em particular, mas do vasto conjunto de todas essas associações. Esse é o direito chamado de direito das gentes, porquanto distinguimos este termo do direito natural.”

O Direito da Guerra e da Paz. Hugo Grotius.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Globalizando: Estudo da OIT elogia aumento de salário mínimo no Brasil desde 2004.


A Organização Internacional do Trabalho, OIT, voltou a defender a criação de postos de trabalho decentes para promover crescimento econômico. A afirmação é o tema de uma publicação da OIT que analisa as tendências do mercado de trabalho em vários países emergentes. O Brasil foi citado no estudo com o Bolsa Família e pelos efeitos sobre a redução da pobreza assim como as políticas que elevaram os níveis do salário mínimo. Uma das preocupações dos especialistas é que a maioria dos postos de trabalho criados nos países emergentes não está relacionada a empregos formais com direitos e benefícios. 


Espionagem entre Nações amigas.



Camila de Souza
Acadêmica do 6º semestre.

            A prática de espionagem entre Estados esteve presente praticamente em todos os períodos da historia, entretanto o seu ápice aconteceu durante a Guerra Fria entre Estados Unidos (CIA) e URSS (KGB). Em um cenário onde as duas potências não entravam diretamente em um conflito a espionagem foi essencial para a coleta de informações sobre as condições do inimigo.
            Com a derrocada do bloco socialista, o grande inimigo do capitalismo, a prática da espionagem e o espião não seriam assim tão necessários já que os Estados entraram em um regime de “amizades” coletivas, mas sem deixar de lado os seus interesses nacionais, principalmente os norte-americanos. Longe dos filmes de Hollywood e da figura dos espiões ala James Bond a espionagem tradicional deu lugar a espionagem virtual com aparatos de alta tecnologia.
            O ditado “mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais ainda” nunca foi tão verdadeiro nos dias atuais, principalmente quando se trata dos EUA. Com os recentes vazamentos de que a Agencia de Segurança Nacional (NSA) do “grande irmão” norte-americano espiona os governos do Brasil e México colocou em cheque os dois peões-chave da diplomacia norte-americana na América Latina. Documentos contendo informações sigilosas do Brasil foram expostos mundialmente pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden. Segundo ele, esses documentos revelam a espionagem a cidadãos e a empresas brasileiras que usam a rede mundial de internet. A Petrobras, o Ministério de Minas e Energia e o e-mail da presidente Dilma também estão no pacote de espionagem.
(Esquerda) Enrique Peña e Felipe Calderón (Direita)
            Estas notícias deixaram o governo brasileiro atordoado e levaram a presidente a cancelar uma visita oficial que faria aos EUA e a “atacar” o governo norte-americano em seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Segundo ela, esta prática fere a soberania de qualquer país. No México, o ex-presidente Felipe Calderón e o atual presidente Enrique Peña Neto, durante sua campanha eleitoral, tiveram suas contas de e-mail monitoradas pela NSA. Além disso, a agência norte-americana classificou o escritório do presidente mexicano como uma “fonte lucrativa”.
            De fato, enquanto o assunto estava localizado somente na América Latina os danos diplomáticos dos EUA eram limitados (não quer dizer que eram pequenos), mas com o envolvimento no escândalo de França e Alemanha as explicações se tornaram maiores já que o que está em cheque são interesses da Aliança Atlântica, que é de extrema importância para a geopolítica ocidental. Considerado um traidor pela sua pátria, Snowden, hoje asilado na Rússia, de fato só tornou publicas as práticas que todos os grandes governos mundiais fazem: operações de vigilância contra outros países cujas atividades os interessem sejam eles amigos, inimigos ou estarem estrategicamente em locais de interesse ou manter relações com países que possam ser de interesse nacional.
            Os governos podem até expressar surpresa quando tais atividades são expostas. Todos sabem que a maioria dos países não possui hoje uma política de proteção para a espionagem e muito menos uma governança eficiente para a preservação interna do ambiente estatal. Nações amigas ou não, o interesse nacional se sobrepõe às “amizades”. Em se tratando de EUA, a guerra contra o terrorismo e a busca por informações de seus concorrentes nos parece que todas as práticas são validas, sejam elas legais ou não.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Globalizando: FAO quer que mundo monitore desperdício de alimentos.


A Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, afirmou que o combate à fome só pode ser feito com a reversão do desperdício de comida no mundo. O alerta foi feito durante a realização do Fórum Global para o Crescimento Verde, em Copenhague, capital da Dinamarca. Para o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, o mundo tem que começar a mensurar e a cortar a perda de comida na cadeia alimentícia. Para a FAO, é preciso adotar um pensamento inovador para evitar que a comida seja jogada fora por lares e pelo mercado. 


Pensamentos Internacionalistas: Kratochwil e o Construtivismo

Friedrich Kratochwil (1944) cientista político alemão e teórico construtivista.  Esta corrente teórica, assim como outras, possui uma amplitude de proposições, ocasionando algumas divergências entre os teóricos. Kratochwil é considerado um dos teóricos mais influentes, concordando com a explicação de que as ações dos atores no Sistema Internacional são determinadas pelo contexto em que estão inseridos. Porém, ele se detém mais ao estudo das regras e normas (como elas representam a principal influência nas ações humanas) e da retórica, onde o discurso torna possível a avaliação de ações e eventos em termos de valores comuns por meio da memória e da comparação. Kratochwil, ainda afirma que o desenvolvimento da filosofia da linguagem forneceu “a ligação conceitual decisiva entre a teoria social e o Direito”.


“O Mundo ao qual nos referimos é produto dos discursos que nos permitem nos referir a ele”

Practical and Legal Reasoning in International Relations and Domestic Society. Kratochwil.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Síria e o Desarmamento Químico

Amanda Elgrably
Acadêmica do 5º Semestre



Aos olhos da grande maioria, a atual cooperação da Síria quanto a destruição de seus armamentos químicos é motivo de comemoração apenas. No entanto, esquecem-se que as preocupações devem permanecer. A questão é o porquê. Por que motivo Damasco estaria entregando todos seus pontos de produção e armas químicas para a destruição?
Com certeza não por sua boa vontade, mas sim pela pressão sofrida e os impactos já causados e os que ainda estariam por vir com mais embargos, sanções e outros. As Relações Internacionais têm diversas áreas de estudos e Segurança Internacional com certeza é uma delas. Neste caso da Síria não se pode “afrouxar as rédeas” apenas por ter se vencido uma “batalha”, mas sim estar com os olhos bem atentos ao resto da problemática. A comunidade internacional deverá ficar com o pé atrás, pois em um país como a Síria, onde o regime adotado não é o democrático, como acreditar que estão sendo mesmo entregues todos os pontos de maior poder do governo Assad?

Não há mesmo como. Nestes casos as aplicações das mais variadas Teorias de RI nos farão pensar nas possibilidades, como em uma Teoria dos Jogos quase infinita. Cabe a cada governo uma postura que desencadeia outras sobre a questão, a Síria já esta movimentando sua peça no tabuleiro, assim como outros, estratégias são formadas, passos dados, mas ao se olhar pra trás, o pé de apoio com certeza vai estar lá, independente da Teoria adotada.



sábado, 26 de outubro de 2013

Resenha: Nascido em 4 de Julho

Danilo Ebúrneo
Acadêmico do 5º Semestre.




Nome original: Born on the Fourth of July
Lançamento: 1989 (145min) 
Dirigido por: Oliver Stone 
Com: Tom Cruise, Willem Dafoe
Gênero: Guerra/Drama 
Nacionalidade: EUA



Sinopse: Ron Kovic (Tom Cruise) é um rapaz idealista e cheio de sonhos, que deixa a namorada (Kyra Sedgwick) e a família para ir lutar no Vietnã. Já na guerra, ele é ferido e fica paraplégico. Ao voltar aos Estados Unidos é recebido como herói, mas logo se vê confrontando com a realidade do preconceito aos deficientes físicos, mesmo aqueles considerados heróis de guerra. Ron decide então se juntar a outros para lutar pelos seus direitos, agora negados pelo país que os enviara para a guerra.

Ao pensar no filme que encerraria a trilogia sobre filmes da Guerra do Vietnam, tinha certeza que iria escolher alguma obra do diretor Oliver Stone, que filmou o famoso Platoon, considerado por alguns o melhor filme de guerra já feito. Apesar de não concordar com isso (Há filmes mais competentes, como O Resgate do Soldado Ryan de Steven Spielberg, e claro, os dois filmes anteriores Apocalypse Now e Nascido Para Matar que foram analisados dos posts passados) eu acredito que Platoon é um grande filme filme, mas penso que a melhor forma de fechar o ciclo é com a outra obra menos conhecida do diretor: Nascido em 4 de Julho.
Podemos perceber que nos filmes anteriores sobre a Guerra do Vietnam, os realizadores tratam do assunto de forma semelhante, mas com abordagens diferentes. Em Apocalypse Now vimos a falta de humanidade fazendo parte da alma dos personagens como uma doença, sempre presente nas mais diferentes formas. Em Nascido Para Matar, Stanley Kubrick nos mostrou o processo da desumanização, desde o treinamento (falho em todos os sentidos) dos novos soldados até quando chegam no front, exibindo comportamentos totalmente reprováveis. Apesar disso, ambos os filmes tratam de mostrar que essa guerra não era popular nos EUA, e que as informações sobre quem estava vencendo eram constantemente manipuladas para a batalha cair nas graças da população. Mesmo citando essas partes importantes, nenhum deles chega a se aprofundar nessas questões, até que Nascido em 4 de Julho foi lançado...
O roteiro, que é baseado no livro do verdadeiro Ron Kovic e escrito por e Judy L. Ruskin trabalha na transformação do jovem protagonista de maneira um pouco lenta, mas extremamente sútil. No início do filme, Ron Kovic (Tom Cruise) se mostra um rapaz bem tradicional, que ao acompanhar as notícias da guerra se sente obrigado a ajudar a sua amada nação. Nesse contexto, Ron se alista no exército, deixando a namorada e a família para trás.

No decorrer do filme, podemos acompanhar a mudança da mentalidade do protagonista de um jeito que qualquer um de nós pode se identificar, pois ao contrário dos personagens de outros filmes, Ron era idealista de uma forma relativamente inocente, mas que aos poucos caiu em uma realidade devastadora que nenhum ser humano desejaria passar. O roteiro tratou de fazer com que acontecimentos fizessem com que o rapaz desabasse tanto fisicamente quanto emocionalmente...
Na segunda parte do filme podemos ver Ron voltando para casa. Dessa vez, o protagonista está com outro pensamento, um que é diferente do que era quando foi embora. Ao fazer ele cria expectativas sobre a sua nova ‘’ vida de herói’’ o filme realmente mostra ao que veio, e Oliver Stone dessa vez, aponta o dedo no rosto dos governantes Norte Americanos dizendo que essa guerra foi um erro, um que não irá ser consertado de nenhuma forma.
A atuação de William Dafoe no filme é pequena, mas muito marcante. Do mesmo jeito, a interpretação de Tom Cruise é muito intensa, mostrando que ele se entregou totalmente ao papel. Do rapaz idealista ao futuro ativista, ele se mostrou muito competente, e não é de se estranhar que esse foi o papel que lançou o jovem ator ao mundo do estrelato. 




Já a direção de fotografia de Richard L. Johnson é competente ao acompanhar as diversas etapas dos acontecimentos. No início do filme as cores são vivas e limpas, mostrando a vida tranquila que Ron levava. Já no Vietnam, o visual se torna amarelado, o que nos remete ao árido campo de batalha. Na volta de Ron, o seu quarto está mais escuro, e toda vez que mostram um personagem que voltou da guerra, o cenário está mais escuro do que o normal (Cena do prostíbulo) mostrando que aqueles homens perderam mais do que uma perna na Guerra.
Todos os acontecimentos do longa me fizeram refletir de uma forma diferente. Na época que vi esse filme pela primeira vez eu ainda estava no segundo ano do ensino médio e eu não tinha todo o conhecimento que o curso de Relações Internacionais me proporcionou e continua me proporcionando. Todos os dias estudamos conflitos internacionais das mais variadas formas, seja entre estados ou grandes empresas, todos eles são baseados em teorias e legislações que serão importantes para quando formos colocar em prática nossos conhecimentos. Mas ao nos focar totalmente em defender os interesses dos países que representamos, esquecemos que quem faz a Guerra (seja ela qual for) são trabalhadores, filhos e pais de família, e que ao começar uma guerra armada nos tornamos de certa forma inúteis, pois antes que acordos possam parar um combate, muitas vidas já se perderam e os que voltam pra casa deixaram parte de si na guerra. O personagem de Ron é uma representação disso. Mesmo que apenas ele tivesse voltado do Vietnam daquela forma, já teria sido uma grande perda. O ideal seria que nós, como futuros representantes de estados pudéssemos deixar as vezes o interesse do próprio estado de lado e pensássemos em um bem maior. E como diria a famosa frase: ‘’ A guerra é a escolha dos que não irão lutar’’.

Mesmo que o filme de Oliver Stone apontasse tanta hipocrisia no discurso de patriotismo Norte Americano, o seu final mostra uma fé na humanidade. Mas é claro, que nem todos os representantes de estado pensam assim, mas ao refletirmos sobre esse assunto nós podemos ser melhores, e ao sermos melhores podemos evitar que uma nova guerra aconteça e que milhares de vidas sejam destruídas.

Assim eu fecho a Trilogia do Vietnam. Espero que tenham assistido e gostado dos filmes e dos textos.
Depois de tanta guerra, eu me pergunto: O que está fazendo a ONU? 
Bem...iremos descobrir no próximo filme...
Até a Próxima!