Danilo
Ebúrneo
Acadêmico do 5º Semestre.
Sinopse: Ron Kovic (Tom Cruise) é um rapaz idealista e cheio de sonhos, que deixa a namorada (Kyra Sedgwick) e a família para ir lutar no Vietnã. Já na guerra, ele é ferido e fica paraplégico. Ao voltar aos Estados Unidos é recebido como herói, mas logo se vê confrontando com a realidade do preconceito aos deficientes físicos, mesmo aqueles considerados heróis de guerra. Ron decide então se juntar a outros para lutar pelos seus direitos, agora negados pelo país que os enviara para a guerra.
Acadêmico do 5º Semestre.
Nome original: Born on the Fourth of July
Lançamento: 1989 (145min)
Dirigido por: Oliver Stone
Com: Tom Cruise, Willem Dafoe
Gênero:
Guerra/Drama
Nacionalidade: EUA
Sinopse: Ron Kovic (Tom Cruise) é um rapaz idealista e cheio de sonhos, que deixa a namorada (Kyra Sedgwick) e a família para ir lutar no Vietnã. Já na guerra, ele é ferido e fica paraplégico. Ao voltar aos Estados Unidos é recebido como herói, mas logo se vê confrontando com a realidade do preconceito aos deficientes físicos, mesmo aqueles considerados heróis de guerra. Ron decide então se juntar a outros para lutar pelos seus direitos, agora negados pelo país que os enviara para a guerra.
Ao pensar no filme que encerraria a trilogia
sobre filmes da Guerra do Vietnam, tinha certeza que iria escolher alguma obra
do diretor Oliver Stone, que filmou
o famoso Platoon, considerado por
alguns o melhor filme de guerra já feito. Apesar de não concordar com isso (Há
filmes mais competentes, como O Resgate
do Soldado Ryan de Steven Spielberg,
e claro, os dois filmes anteriores Apocalypse
Now e Nascido Para Matar que
foram analisados dos posts passados) eu acredito que Platoon é um grande filme
filme, mas penso que a melhor forma de fechar o ciclo é com a outra obra menos
conhecida do diretor: Nascido em 4 de
Julho.
Podemos perceber que nos filmes anteriores sobre
a Guerra do Vietnam, os realizadores tratam do assunto de forma semelhante, mas
com abordagens diferentes. Em Apocalypse
Now vimos a falta de humanidade fazendo parte da alma dos personagens como
uma doença, sempre presente nas mais diferentes formas. Em Nascido Para Matar, Stanley Kubrick nos mostrou o processo da
desumanização, desde o treinamento (falho em todos os sentidos) dos novos
soldados até quando chegam no front, exibindo comportamentos totalmente
reprováveis. Apesar disso, ambos os filmes tratam de mostrar que essa guerra
não era popular nos EUA, e que as informações sobre quem estava vencendo eram
constantemente manipuladas para a batalha cair nas graças da população. Mesmo
citando essas partes importantes, nenhum deles chega a se aprofundar nessas
questões, até que Nascido em 4 de Julho foi lançado...
O roteiro, que é baseado no livro do verdadeiro Ron Kovic e escrito por e Judy L. Ruskin trabalha na
transformação do jovem protagonista de maneira um pouco lenta, mas extremamente
sútil. No início do filme, Ron Kovic (Tom
Cruise) se mostra um rapaz bem tradicional, que ao acompanhar as notícias
da guerra se sente obrigado a ajudar a sua amada nação. Nesse contexto, Ron se
alista no exército, deixando a namorada e a família para trás.
No decorrer do filme, podemos acompanhar a
mudança da mentalidade do protagonista de um jeito que qualquer um de nós pode
se identificar, pois ao contrário dos personagens de outros filmes, Ron era
idealista de uma forma relativamente inocente, mas que aos poucos caiu em uma
realidade devastadora que nenhum ser humano desejaria passar. O roteiro tratou
de fazer com que acontecimentos fizessem com que o rapaz desabasse tanto
fisicamente quanto emocionalmente...
Na segunda parte do filme podemos ver Ron voltando
para casa. Dessa vez, o protagonista está com outro pensamento, um que é
diferente do que era quando foi embora. Ao fazer ele cria expectativas sobre a
sua nova ‘’ vida de herói’’ o filme realmente mostra ao que veio, e Oliver Stone dessa vez, aponta o dedo
no rosto dos governantes Norte Americanos dizendo que essa guerra foi um erro,
um que não irá ser consertado de nenhuma forma.
A atuação de William
Dafoe no filme é pequena, mas muito marcante. Do mesmo jeito, a
interpretação de Tom Cruise é muito
intensa, mostrando que ele se entregou totalmente ao papel. Do rapaz idealista
ao futuro ativista, ele se mostrou muito competente, e não é de se estranhar
que esse foi o papel que lançou o jovem ator ao mundo do estrelato.
Já a direção de fotografia de Richard L. Johnson é competente ao acompanhar
as diversas etapas dos acontecimentos. No início do filme as cores são vivas e
limpas, mostrando a vida tranquila que Ron levava. Já no Vietnam, o visual se
torna amarelado, o que nos remete ao árido campo de batalha. Na volta de Ron, o
seu quarto está mais escuro, e toda vez que mostram um personagem que voltou da
guerra, o cenário está mais escuro do que o normal (Cena do prostíbulo)
mostrando que aqueles homens perderam mais do que uma perna na Guerra.
Todos os acontecimentos do longa me fizeram
refletir de uma forma diferente. Na época que vi esse filme pela primeira vez
eu ainda estava no segundo ano do ensino médio e eu não tinha todo o
conhecimento que o curso de Relações
Internacionais me proporcionou e continua me proporcionando. Todos os dias
estudamos conflitos internacionais das mais variadas formas, seja entre estados
ou grandes empresas, todos eles são baseados em teorias e legislações que serão
importantes para quando formos colocar em prática nossos conhecimentos. Mas ao
nos focar totalmente em defender os interesses dos países que representamos,
esquecemos que quem faz a Guerra (seja ela qual for) são trabalhadores, filhos
e pais de família, e que ao começar uma guerra armada nos tornamos de certa
forma inúteis, pois antes que acordos possam parar um combate, muitas vidas já
se perderam e os que voltam pra casa deixaram parte de si na guerra. O
personagem de Ron é uma representação disso. Mesmo que apenas ele tivesse
voltado do Vietnam daquela forma, já teria sido uma grande perda. O ideal seria
que nós, como futuros representantes de estados pudéssemos deixar as vezes o
interesse do próprio estado de lado e pensássemos em um bem maior. E como diria
a famosa frase: ‘’ A guerra é a escolha dos que não irão lutar’’.
Mesmo que o filme de Oliver Stone apontasse tanta
hipocrisia no discurso de patriotismo Norte Americano, o seu final mostra uma
fé na humanidade. Mas é claro, que nem todos os representantes de estado pensam
assim, mas ao refletirmos sobre esse assunto nós podemos ser melhores, e ao
sermos melhores podemos evitar que uma nova guerra aconteça e que milhares de
vidas sejam destruídas.
Assim eu fecho a Trilogia do Vietnam. Espero que
tenham assistido e gostado dos filmes e dos textos.
Depois de tanta guerra, eu me pergunto: O que
está fazendo a ONU?
Bem...iremos descobrir no próximo filme...
Até a Próxima!
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