Gisela
Astrid Bello Gomes
Bacharel
em Relações Internacionais pela UNAMA.
As
religiões foram responsáveis por muitas das maiores instituições de poder político,
social e econômico durante séculos. Todavia, nos últimos tempos observa-se um
enfraquecimento na sua influência desde o século XVII com a Paz de Vestfália,
quando o embrião da diplomacia moderna é formado, bem como os conceitos de
Estado-nação e soberania. Ainda assim, no século XXI é possível abordar diversos
temas envolvendo as religiões e sua importância nos mais variados aspectos da
sociedade, inclusive nas Relações Internacionais.
Cada
religião possui as suas próprias peculiaridades, mas o que se pode concluir
sobre elas é que todas exercem um papel relevante na sociedade, sobretudo o
Cristianismo, o Islamismo e o Judaísmo. Apesar
de se diferenciarem em diversos pontos, as três religiões mais predominantes do
mundo possuem características em comum, tais como suas origens abraâmicas e o
monoteísmo.
Discutem-se
bastante o objetivo, as leis e as ideias religiosas, porém, não há um consenso
acerca disso. Isso é, possivelmente, a principal razão que possibilita interpretações
diversas sobre estes assuntos, fazendo com que uns estejam motivados a praticar
atos de bondade em nome de sua religião, enquanto outros estejam motivados a
cometer uma série de atentados que ameaçam a integridade física e emocional intencionalmente
de inúmeras pessoas em nome da mesma religião. Muitos estudiosos optam por chamar
estes atos de “ataques terroristas religiosos”, que pode ser uma forma
equivocada e ofensiva de expressão, uma vez que se faria possível deduzir que a
religião propaga o terrorismo.
Desde
os atentados do 11/09 as religiões, sobretudo o Islamismo, vêm se destacando no
meio acadêmico devido aos ataques terroristas de teor supostamente religioso. É
viável lembrar que o Terrorismo se encaixa no high politics, uma vez que ameaça a segurança de diversos países. O
“efeito religioso” ganha inúmeros aspectos diferenciais nas atitudes terroristas,
tal como ter de “sacrificar-se no mundo” com o pensamento de que a vida após a
morte compensará isso, por exemplo.
Nas
Relações Internacionais, é possível perceber inúmeros pontos de vista em
relação a isso, em que alguns teóricos como Samuel Huntington priorizam as
ideologias e religiões, sobretudo após a Guerra-Fria, e alguns ativistas
políticos como Chomsky priorizam a sociedade e a economia.
Vale
lembrar que, embora muito se tenha abordado o Islamismo nas Relações Internacionais,
o Cristianismo ainda é o que mais tem seguidores no mundo; e não só isso: o
Protestantismo, que é uma vertente do Cristianismo, é a religião predominante
do hegemon, Estados Unidos da
América, e possui papel crucial em diversas questões culturais, sociais, econômicas
e políticas.
É
bem possível que esta religião esteja bem enraizada neste país a ponto de
influenciar os pensamentos e costumes dos estadunidenses cotidianamente, até
mesmo dos que não são seguidores. Parece, então, que a política dos Estados Unidos
pode estar bastante voltada para ideais cristãos. Assim sendo, parece viável
afirmar que a importância da religião não se limita a apenas uma área
demográfica específica, e sim a nível mundial.
Com
um tema tão rico como esse, talvez considerar apenas um único fator de forma
isolada não seja a opção mais apropriada. Portanto, refletir é um exercício a
ser feito para que se possa enxergar de forma crítica um assunto que está mais
presente na sociedade do que se imagina. Pergunta: o quão presente estão as religiões nas relações internacionais?
Texto forte e bem pertinente em certos pontos ao que se diz que os ataques terroristas não são fontes de uma religião. Ha um preconceito tremendo em relação a ataques terroristas hoje que são noticiados pela mídia para a massa. Há pessoas que associam logo a organizações como al Qaeda e etc pelo fato desta estar tão em voga desde os ataques durante o 11/09, quando na verdade existe outros motivos que levaram a isso. Posso estar falando besteira, mas religião e politica estão fortemente ligados e ao mesmo tempo é uma ligação frágil que se deve ter muito cuidado a liga-las.
ResponderExcluirMuito bom o texto. Claro, preciso e abordando um tema cada vez mais presente no cotidiano de todos nós. Parabéns à autora.
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