Arantxa Santos
Acadêmica
do 8º semestre.
A noção de que era necessária uma organização
internacional capaz de manter a paz era forte no sistema internacional no
início no século XX, especialmente após o fracasso da Liga das Nações, criada
após a Primeira Guerra Mundial.
Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, criou-se Organização
das Nações Unidas (ONU), com o objetivo básico de evitar a guerra entre países incentivar
um sentimento de solidariedade e cooperação entre as nações.
Era uma segunda tentativa de uma organização
internacional para orientar o relacionamento entre os Estados e proteger de todas
as ameaças à segurança internacional, com a característica de “ser um centro
destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos
comuns” (Carta das Nações Unidas, 1945, Artigo 1, Capítulo I.).
A Organização das Nações Unidas é composta por seis
órgãos principais: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho
Econômico e Social (ECOSOC), o Secretariado, a Corte Internacional de Justiça e
o Conselho de Tutela.
A Assembleia Geral é o órgão central e pleno da ONU, se
reunindo anualmente ou em sessões extraordinárias, onde cada Estado é
representado e decisões são tomados através de votação, sobre temas importantes
para o sistema internacional, envolvendo especialmente as ameaças à paz.
O Conselho de Segurança, composto por quinze membros dos
quais cinco são permanentes, é o órgão que define e executa sanções militares
contra Estados ao identificar casos de ameaça à paz.
Com o objetivo de administrar a Organização das Nações
Unidas em todos os seus órgãos e agências, existe o Secretariado, que “atuará
neste caráter em todas as reuniões da Assembleia Geral, do Conselho de
Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela e
desempenhará outras funções que lhe forem atribuídas por estes órgãos.” (Carta
das Nações Unidas, 1945, Capítulo XV, Artigo 98).
A Organização das Nações Unidas possui na sua estrutura
um órgão equivalente ao poder judiciário no modelo estatal, se trata da Corte
Internacional de Justiça, que julga casos internacionais, porém não tem o poder
de impor as sentenças.
Na carta constitutiva foi criado ainda o Conselho de
Tutela, se tratando da “autoridade um sistema internacional de tutela para a
administração e fiscalização dos territórios que possam ser colocados sob tal
sistema em consequência de futuros acordos individuais. Esses territórios
serão, daqui em diante, mencionados como territórios tutelados.” (Carta das
Nações Unidas, 1945, Capítulo XII, Artigo 75).
No entanto, após o encerramento do acordo de tutela sobre
Palau, último território do mundo que ainda era tutelado pela ONU, o órgão foi
extinto em 1994.
Um dos órgãos mais importantes, no que se refere às novas
ameaças à segurança internacional é o Conselho Econômico e Social (ECOSOC) que
“fará ou iniciará estudos e relatórios a respeito de assuntos internacionais de
caráter econômico, social, cultural, educacional, sanitário e conexos e poderá
fazer recomendações a respeito de tais assuntos à Assembleia Geral, aos Membros
das Nações Unidas e às entidades especializadas interessadas.” (Carta das
Nações Unidas, 1945, Capítulo XX, Artigo 62).
O sistema da Organização das Nações Unidas ainda é
formado por quinze agências e diversos programas específicos, ligados aos
principais problemas que atingem a sociedade internacional. Cada um com
mandato, regras e orçamento exclusivo, porém atuando em conjunto, para a
garantia da segurança internacional em todas as suas ameaças.
Apesar de um sistema muito bem definido em sua carta
constitutiva, muito mudou na estrutura da ONU ao longo do tempo, a exemplo do
Conselho de Tutela extinto em 1994, pois sua existência não era mais relevante
de acordo com os seus objetivos.
Além disso, novas agências especializadas e programa
foram criados nas mais diversas áreas, a medida que o sistema internacional
mostrou essas necessidades, a exemplo do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), criado em 1972 no momento em que se identificou a questão
ambiental como tema de debate internacional por se tratar de uma ameaça à
segurança.
Hoje, mais de 60 anos após a sua criação, a Organização
das Nações Unidas se depara como um mundo completamente diferente daquele no
período em que foi criada, e com um sistema internacional totalmente redefinido
e multipolar, onde os países estão cada vez mais interdependentes.
Essas alterações geram um fervoroso debate sobre a
necessidade de uma reforma na ONU e no seu principal órgão, o Conselho de
Segurança, de modo que represente a atual dinâmica do sistema internacional e
suas exigências.
Debate-se inclusive sobre a possibilidade de reformas em
órgãos que não mais representam os interesses e necessidades da humanidade, ou
ainda a criação de novos órgãos, em face das novas ameaças à segurança
internacional, como a preservação ambiental, o terrorismo e o cyber terrorismo.
A ONU possui um papel importante para o mundo
especialmente por atuar em diversas áreas que buscam o desenvolvimento nos
aspectos econômicos, sociais e ambientais. No entanto, uma transformação é
primordial para assegurar a atualidade e relevância da organização internacional.
Pensar a Organização das Nações Unidas é refletir sobre o
seu passado e história, analisar o presente e planejar o futuro, com todas as oportunidades
encontrada, no que se refere aos novos desafios, novos países, novas ideias,
novos conceitos, novas formas de luta e novos tipos de guerra, este último
ainda sendo o principal objetivo na ONU em evitá-las.
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