sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Globalizando: FAO lança livro que analisa uso de máquinas agrícolas para promover o desenvolvimento sustentável

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou o livro “A mecanização para o desenvolvimento rural: estudo de modelos e evolução no mundo”, que apresenta iniciativas que conseguiram utilizar a maquinaria agrícola para promover o desenvolvimento sustentável e colocar a tecnologia a serviço da agricultura familiar. A publicação oferece estudos profundos da mecanização em países e regiões da África, Oriente Médio, América do Sul, com um capítulo dedicado exclusivamente ao Brasil, e leste da Europa. As práticas sugeridas pela FAO ajudariam a eliminar a pobreza, promover a segurança alimentar, o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente. 



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Globalizando: OIT diz que desemprego global atingiu 202 milhões em 2013

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, afirmou que o desemprego global atingiu 202 milhões de pessoas no ano passado. Segundo o relatório "Tendências do Emprego Global 2014", o resultado indica que a criação de novos empregos não está expandindo rápido o suficiente para acompanhar o crescimento do mercado de trabalho. Segundo o documento, os jovens vão continuar sendo particularmente atingidos pela fraca recuperação econômica mundial. O relatório alerta que se a situação atual continuar, o desemprego global deve passar dos 215 milhões até 2018.





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Pensamentos Internacionalistas: As necessidades básicas para resolução de conflitos

John Wear Burton (1915 – 2010) australiano, doutor pela London School of Economics, no final da Segunda Guerra Mundial desempenhou papel importante na diplomacia australiana. Na área acadêmica foi responsável pelo estabelecimento do Centro para Análises de conflitos, na Universidade de Kent em Canterbury.
Crítico do modelo tradicional das Relações Internacionais utilizou o modelo de sistemas como base de sua contraposição. No livro “Systems, States, diplomacy and rules” argumenta que o conflito entre os Estados normalmente nasce de uma tomada de decisões disfuncional dentro deles. A estrutura de analise da sociedade mundial de Burton tem uma forma triangular, no qual no ângulo superior fica a proposição central de que a conduta dos Estados é pré-condicionada por suas necessidades. Em 1990 publicou “Conflict: resolution and provention” estabelecendo oito necessidades básicas para resolução de conflitos:


“Uma necessidade de resposta, necessidade de segurança, necessidade de reconhecimento, necessidade de estímulo, necessidade de justiça redistributiva, necessidade de significado. Necessidade de ser visto como racional [...] e necessidade de controle”.

John Burton, Frank Dukes e George Mason, Conflict: resolution and provention, Basingstoke, Macmilian, 1990, pág. 95.

Globalizando: Organização Mundial de Meteorologia quer atrair atenção dos jovens

A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, criou um site para atrair a atenção dos jovens sobre assuntos relacionados ao tempo e ao clima. A chamada "Esquina do Jovem" foi reformulada para celebrar o tema deste ano do Dia Mundial da Meteorologia em 23 de março, "Tempo e Clima: Engajando a Juventude". A página na internet da OMM tem como objetivo explicar numa linguagem simples as questões-chave relacionadas não só ao tempo e ao clima, mas também à água. A meta é engajar os jovens no debate sobre o clima. 



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Globalizando: ONU lança Ano Internacional da Solidariedade com Povo Palestino

A Organização das Nações Unidas lançou o Ano Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino. O ano de 2014 será essencial para o alcance de uma solução dos dois Estados da região. É importante garantir um Estado da Palestina "independente e soberano", que viva em segurança ao lado do Estado de Israel, com reconhecimento mútuo de seus direitos legítimos. Espera-se que o ano promova um apoio aos palestinos, ressaltando que Israel e Palestina devem entrar num acordo sobre as condições para que ambos vivam lado a lado, em paz e segurança. 



segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Homenagem ao dia Mundial da Hanseníase

Ana Gabriela de Souza e Silva
Acadêmica do 5º Semestre de Relações Internacionais da UNAMA


A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. Pode, também, causar deformidades físicas que podem ser evitadas com o diagnostico no inicio da doença, para um tratamento eficaz. O tempo de incubação da hanseníase é longo, pode ser de 2 ou até mais de 10 anos.
Segundo o boletim sobre epidemias da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2010, 16 países do mundo notificaram 1000 ou mais casos do mal de Hansen em 2009. Entre as regiões avaliadas, o continente Asiático apresenta a maior taxa de detecção, logo atrás está o continente Americano. Os países que contribuem para isso são a Índia, com o maior número de casos, e o Brasil que dos casos novos registrados nas Américas 93% são dele.
O Programa Nacional de doenças conseguiu reduzir o grau de gravidade da epidemia

no Brasil. Os novos casos de hanseníase em pessoas menores de 15 anos baixaram no período de 2008 para 2009. A meta do Brasil foi reduzir em 10% até 2011, sendo que a baixa já apresentada, foi de 7,8%.
Segundo Letícia Maria Eidt (2000), um dos motivos para o agravamento da hanseníase é o diagnostico tardio, e por não saberem quem começou a espalhar a doença naquele local especifico. Quando são filhos de mães infectadas, as crianças vivem com a família biológica ou uma adotiva, quando isso acontece, toda a família é examinada.
A falta de cuidado e atenção, os longos períodos de incubação da doença, fazem com que se agravem os problemas, por negligenciarem alguns sintomas estranhos pelo corpo, e quando resolvem tratar torna-se complicado.
A hanseníase é uma doença desconhecida da maioria e também de alguns profissionais da saúde, por ainda ser lembrada como uma doença bíblica. O despreparo dos serviços e dos profissionais da saúde, questões administrativas e dificuldade de transporte para locais de atendimento, também a falta de divulgação nas clinicas e hospitais, contribuem para não se encontrar a doença no período certo. (EIDT, 2004)
Outro aspecto importante é o tempo de incubação, muitas pessoas passam anos sem apresentar nada e de repente aparecem com a doença. Claro que, depende muito do contato que essa pessoa já teve com hansenianos, a partir disso fazer exames de tempos em tempos, como prevenção. (EIDT, 2004)
Os Programas Nacionais de controle da Hanseníase, nas regiões da OMS, implantaram com sucesso a “Estratégia Global de 2006 – 2010” para a detecção precoce dos casos. Em colaboração desses programas com outros parceiros a OMS desenvolveu a “Estratégia Global Aprimorada 2011 – 2015”, pondo ênfase na atenção a saúde, redução da carga da hanseníase, na detecção precoce e reduzindo a incapacidade, o estigma e a discriminação, reabilitando social e economicamente as pessoas afetadas.


Globalizando: Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

A Organização das Nações Unidas, rejeitando qualquer negação do Holocausto como um acontecimento histórico, adotou por consenso na Assembleia Geral, em 2005, a resolução na qual condena todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação, assédio ou violência contra pessoas e comunidades com base na origem étnica ou crença religiosa, onde quer que ocorram. A data também é uma forma da ONU solicitar aos Estados que desenvolvam programas educacionais para que a tragédia não seja esquecida pelas gerações futuras com o objetivo de evitar que atos de genocídios voltem a acontecer.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Dicas de filmes

AVAETÉ – SEMENTE DE VINGANÇA (1985):

Direção: Zelito Viana
Roteiro: José Joffily; Zelito Viana
Elenco: Hugo Carvana; José Dumont; Macsuara Kadiweu;
Cláudio Mamberti; Sérgio Mamberti
Género: Drama
Idioma original: Português


Baseado em fatos reais, este drama conta a história dos índios Cinta-Larga, vítimas de um massacre ocorrido em 1963 no Mato Grosso, retratando a extinção da aldeia indígena Avaeté em função dos interesses de uma madeireira. O único sobrevivente, Avá, um menino com 8 anos, se vinga anos depois, matando o responsável pelo extermínio de seu povo.


OURO AZUL: GUERRAS MUNDIAIS DA ÁGUA (2008):

Título: Blue Gold: World Water Wars (Original)
Ano produção: 2008
Estréia: 2008 ( Brasil )
Duração: 90 minutos
Gênero: Documentário
Países de Origem: Canadá



Durante séculos, as guerras foram travadas sobre produtos agrícolas preciosos de todo o mundo, entretanto, até agora, a água não foi um deles. Mas de acordo com “Ouro Azul: Guerras Mundiais da Água”, está tudo prestes a mudar. O filme leva os espectadores através das causas da crise de mineração, poluição, destruição de zonas de pântano e enquadra os efeitos potenciais de uma escassez de água. Examina as implicações ambientais e políticas de diminuição do fornecimento de água do planeta, e postula que as guerras do futuro serão travadas sobre a água.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Globalizando: OMS: álcool mata 80 mil pessoas todos os anos nos países americanos

Pelo menos 80 mil pessoas morrem todos os anos em países latino-americanos e da América do Norte por causa do consumo exagerado de álcool. A constatação é parte de um estudo da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, e da Organização Mundial da Saúde, OMS.  O estudo da OMS revela ainda que 84% das mortes são de homens e que a maioria dos países nas Américas têm políticas fracas para lidar com a questão. 


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Globalizando: OIT diz que desemprego de longo prazo é desafio para países

A Organização Internacional do Trabalho afirmou que o maior desafio de vários países será enfrentar o desemprego de longo prazo. A conclusão está no relatório de Indicadores-Chave do Mercado de Trabalho, divulgado pela agência da Organização das Nações Unidas. A OIT afirma que os países, em todos os níveis de desenvolvimento, constataram que uma educação adequada e as habilidades das pessoas fazem a diferença entre um crescimento inclusivo e um crescimento que deixa grandes segmentos da sociedade para trás. 


Pensamentos Internacionalistas: As Civitas de Marsílio de Pádua

Marsílio de Pádua (1280-1343) pensador medieval, filósofo italiano, teólogo, jurista, precursor da política moderna. Em 1324 escreveu a obra “Defensor Pacis”, na qual tentou elucidar como se estabelece e se mantém a paz. Marsílio de Pádua considerava que o homem possuía a essência pura, de origem divina, despido de preconceitos, sendo, portanto, de natureza pacífica. Inspirou-se nas seis partes da cidade de “Política” de Aristóteles, e conclama a criação de uma comunidade perfeita como forma de alcançar a paz: a Civitas.


 “Porém, à medida que as comunidades foram crescendo, as experiências dos homens foram aumentando. As habilidades e as regras ou maneiras de viver foram sendo consolidadas, de forma que os diversos grupos sociais existentes na cidade passaram a ser mais claramente distintos uns dos outros. Enfim, a razão e a experiência humanas gradualmente foram descobrindo o que é necessário para viver e viver bem a fim de poder se realizar. Foi assim que surgiu comunidade perfeita denominada cidade”

DE PÁDUA. Marsílio. O Defensor da Paz.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um olhar introdutório sobre o conflito do Sudão do Sul




Kellimeire Campos
Acadêmica do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

A crise no Sudão do Sul se agravou desde o dia 15 de dezembro, quando o presidente Salva Kiir (do grupo Dinka) afirmou que soldados leais ao ex-vice-presidente Riek Machar (do grupo Lou Nuer), demitido em julho, teriam promovido uma tentativa de golpe de Estado.
Mas atual situação humanitária do país não se resume a esta situação. Por isso, para podermos entender um pouco melhor o que acontece no país, é preciso  voltarmos a história do Sudão.
O Sudão do Sul é o país mais novo do Sistema Internacional. Sua independência foi conquistada em 2011. O antigo território do Sudão possuía uma grande diversidade de etnias (19 grandes etnias no total), sendo no norte a região de maior concentração da população de religião islâmica, que almejavam a adoção da sharia (“lei islâmica”), e uma minoria cristã ao sul.

Em 2005 houve a assinatura de um acordo de paz entre o grupo separatista Movimento/Armada de Libertação do Povo Sudanês (SPLM/A) e o governo do Partido do Congresso Nacional (NCP), para por fim à Segunda Guerra Civil do Sudão (1983-2005).  Mas em julho de 2011 essa aliança foi desfeita com a independência do Sudão do Sul, quando os conflitos retornam, agora, para a demarcação de fronteira entre os dois países.
Porém, não foram só as motivações étnicas que fizeram surgir os grupos separatistas no sul. A falta de investimento na região e a concentração de recursos no norte do antigo país aumentaram a insatisfação. A exemplo disso existem questões que mesmo após a independência não conseguiram ser resolvidas, como a falta de saneamento básico, o escasso acesso a água tratada, a existência de apenas três hospitais e o índice de um médico para cada 500 mil habitantes.
Além disso, após longos períodos de guerra, a população possui grande descrédito com os governos locais. E mesmo com menor frequência, os enfrentamentos com grupos aliados, dos países vizinhos e internos, continuaram a acontecer, até sua intensificação no final do ano passado.
Atualmente com forte presença da ONU, através da missão de paz UNMISS (United Nations Mission IN South Sudan) da força armada e da ajuda humanitária enviada ao país, o número de pessoas fugindo das áreas de conflito tem aumentado, totalizando mais de 400 mil deslocados.
Por causa desse grande deslocamento de pessoas, principalmente por ser em período de colheita, o conflito ameaça a agricultura do país, que já era fragilizada desde a independência. Isso resulta no alerta sobre o agravamento da insegurança alimentar e desnutrição feita pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Segundo o Secretário-geral assistente da ONU para Direitos Humanos, Ivan Šimonović, o conflito começou político e se tornou de etnias, com denúncias de: assassinatos em massa, execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, violência sexual, destruição generalizada de propriedades e uso de crianças nos combates.
Todas as denúncias violam os direitos humanos, e perante esta grave crise humanitária, a ONU tem coordenado as negociações entre os grupos Dinka e Lou Nuer para que se chegue ao fim das hostilidades, e com isso, o país e seus civis possam se recuperar e se estabelecer em suas casas.

No âmbito das Relações Internacionais é relevante analisarmos a crise no Sudão do sul através do estudo da negociação e arbitragem internacional, pois é a disciplina que nos dá base para o reconhecimento da situação, possibilitando a construção de meios de solução de conflitos.  
Ao acompanhar a evolução desse conflito é possível notar todos os níveis de conflito: as generalizações; os padrões de comportamento; a falta de confiança entre os dois grupos; a criação de imagens fixas, decorrentes dos anos de luta; o loss of face (lutar até o fim) que resulta na continuidade do conflito; a falta de humanidade, exposta nas denúncias que violam os direitos humanos; a necessidade de se autopreservar; e o que chamamos como último nível de conflito “ataques generalizados”, quando a única alternativa é a retirada pela força de um dos dois grupos.
A solução de um conflito complexo como esse, envolve todos os setores da sociedade, desde os militares, que asseguram a vida dos civis, aos humanitários para resguardar os direitos básicos destas pessoas. Mas principalmente a necessidade de conciliação entre os dois grupos responsáveis pelo combate armado.
A questão do conflito no Sudão do sul é mais complexa do que um pequeno texto possa explicar, e perpassa pela variedade étnica, por questões políticas e históricas envolvidas. Mas é necessário chamar a atenção para a grave situação humanitária do país e acompanhar as ações da ONU nas negociações da paz.




Referência Bibliográfica

Globalizando: Crianças poderão denunciar à ONU violação de seus direitos

A partir de abril, crianças que tiverem seus direitos violados poderão fazer denúncias ao Comitê sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. Um novo instrumento legal sobre o tema precisava ser ratificado por 10 países e a Costa Rica foi a décima nação a ratificar o documento. Com isso, será permitido que crianças apresentem denúncias e caso seja encontrada alguma violação, o órgão irá recomendar ao país de origem do menor a tomar medidas sobre o caso. A ONU destaca que com a ratificação do protocolo, as crianças poderão exercer seus direitos e ter acesso a órgãos internacionais dos direitos humanos, da mesma maneira que os adultos. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Globalizando: Brasil participará de Conferência Genebra II sobre paz na Síria

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, foi convidado para participar da Conferência Genebra II, que busca uma solução de paz para o conflito na Síria. A reunião será realizada no dia 22 na cidade de Montreux, na Suíça. Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 30 países receberam convites para a conferência, que deve reunir representantes do governo sírio e de grupos rebeldes à mesma mesa.

  

Pensamentos Internacionalistas: O idealismo e a Utopia

Thomas More (1478 – 1535) idealista clássico, embaixador inglês, autor da obra “Sobre a Melhor das Repúblicas e a Ilha de Utopia” (1516). Maior parte desse livro foi escrito no período de pausa de negociações diplomáticas entre o monarca inglês, Henrique VIII, representado por More, e o príncipe de Castela, futuro rei Carlos V, que havia herdado os Países Baixos.
“A Utopia” é uma ilha perfeita, criada no livro por More. A república utópica se assemelha a uma espécie de regime presidencialista, pois o príncipe era eleito pelos legisladores e só saía ao morrer. Em nível de comparação com a Europa, a obra pode ser considerada uma crítica não só a moral aos Estados como também as relações internacionais praticadas no período. Thomas More considera a guerra um acontecimento brutal e selvagem, portanto, abomina a busca de glória nos campos de batalha e a ânsia desmesurada de conquistar novos territórios.


"Um governante que vive solitariamente no luxo e nos prazeres, enquanto à sua volta todos vivem em meio ao sofrimento e lamentações, estará atuando antes como carcereiro do que como um rei. Tal como um médico incapaz, que não sabe tratar de um mal senão por um mal maior, o soberano que só sabe governar seus súditos privando-os de todas as comodidades da existência, reconhece abertamente que é incapaz de comandar homens livres."


MORE. Thomas. A Utopia.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Paradiplomacia de Entidades Não centrais: Experiência do Estado do Pará nas Relações Internacionais

Gabriel Bastos
Internacionalista pela Universidade da Amazônia

O sistema internacional atravessou constantes transformações ao longo dos séculos, em decorrência do processo de globalização. Com o fim da Guerra Fria que orientou as Relações Internacionais por quase meio século e, além disso, a multipolaridade como novo modelo configurado, abriu-se um espaço de oportunidades para a atuação de entidades federativas, estados e municípios, tanto nos países desenvolvidos quanto nos emergentes. Nesse contexto de transformações, surge a paradiplomacia enquanto fenômeno político-econômico-social sendo um tema em ascensão no âmbito acadêmico e perceptível o crescimento as relações entre os Estados e novos atores.
Na contemporaneidade não há como ignorar a aptidão das unidades federadas para se arquitetarem para além das fronteiras nacionais obtendo maior participação no cenário internacional exercendo suas atividades almejando alcançar seus próprios interesses. Essa capacidade atribuída aos novos atores, especificamente aos entes federativos, é explicada por Keohane e Nye (2001, p. 7) com a teoria da interdependência complexa elaborada na década de 70 argumentando que há dependência entre os atores que estão interconectados. A ansiedade dos governos federativos tem aumentado principalmente em razão dos novos temas inseridos na agenda internacional como educação, cultura, meio ambiente, integração econômica e etc.
A teoria do Jogo de Dois Níveis complementa com os argumentos acerca do entrelaçamento entre a política doméstica e a internacional atuando de forma conjunta dando destaque a participação das instituições políticas, Grupos de Interesses, sindicatos, eleitores nas decisões internacionais dos Estados. Assim, ambas as teorias visam justificar a atuação em conjunto das duas esferas políticas evidenciando os efeitos da paradiplomacia.
O Brasil em seu aspecto jurídico apresenta a impossibilidade de atuação de seus entes subnacionais, porém na prática não impede que os mesmos de agirem de acordo com seus interesses regionais ou locais. O ponto principal do trabalho envolve a região amazônica que advém de um dinamismo de uma região detentora de recursos naturais evidenciando os Grandes Projetos, mas que na atualidade sofre com escassez de infraestrutura e distanciamento em relação às outras regiões mais desenvolvidas.
Por meio da cooperação técnica internacional, o Estado do Pará estabeleceu um acordo com a Agência Internacional de Cooperação do Japão (JICA) em 2012, o objetivo do acordo está relacionado a busca por soluções ao problema relacionado ao setor de transporte da Região Metropolitana de Belém.
No âmbito global, a concretização deste acordo possibilitou ao estado do Pará maior ampliação da sua imagem na política internacional oportunizando também o intercâmbio comercial e principalmente o aumento de investimento estrangeiro direto.
À esquerda, o Governador do Estado do Pará, Simão Jatene, e à direita, o Vice Presidente Sênior da JICA, Hideaki Domichi.


Globalizando: Índia celebra três anos sem nenhum caso de poliomielite

A Iniciativa Global para a Erradicação da Poliomielite comemorou a conquista da Índia de não registrar nenhum caso da doença pelo terceiro ano consecutivo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o sucesso na Índia é resultado de um compromisso geral em todos os níveis, e com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, a Índia já foi considerada o maior desafio para acabar com a doença. Isso prova, segundo a OMS, que o vírus pode ser eliminado mesmo sob as circunstâncias mais complexas. 


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dicas de filmes

THE COMPANY MEN (2010):

Direção: John Wells
Elenco: Tommy Lee Jones, Ben Affleck, Chris Cooper
Gênero: Drama
Nacionalidade: Reino Unido, EUA.



Filme dirigido por John Wells e estrelado por Ben Affleck, Kevin Costner e Tommy Lee Jones. A narrativa se concentra na vida de três executivos de uma empresa afetada pelos efeitos da crise. Eles tentam se adaptar a uma série de mudanças corporativas e ao constante temor de demissões inesperadas.

NETTO PERDE SUA ALMA (2001):

Direção: Beto Souza, Tabajara Ruas
Elenco: Nelson Diniz, Werner Schünemann, Sirmar Antunes
Gênero: Drama
Nacionalidade: Brasil.



O filme conta a história do general brasileiro Antonio de Souza Netto que, junto com seu amigo o Sargento Caldeira, relembram o passado comum da guerra do Paraguai.

CRASH, NO LIMITE (2005):

Direção: Paul Haggis
Elenco: Sandra Bullock, Don Cheadle, Matt Dillon
Gênero: Drama, Suspense
Nacionalidade: EUA.




O filme reúne várias histórias de vida, expondo as fragilidades e dificuldades das relações sociais. Assim como trata da violação dos direitos humanos, da construção da cidadania, das migrações, entre outros.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A trajetória de Ariel Sharon no Oriente Médio

Renato Macedo

Acadêmico do 7º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.


A morte de Ariel Sharon, no último sábado (11/01), foi capaz de instigar reações emotivas e acalorar debates sobre a política e seus meandros. O líder israelense construiu uma reputação política bastante controversa, reflexo da complexidade que é falar sobre política, relações internacionais ou até mesmo sobre moralidade no Oriente Médio.
A repercussão sobre a morte do ex-primeiro-ministro de Israel, acima de tudo, reforça a percepção da influência que os indivíduos podem representar para a política internacional e para a história. Isso porque quando o tema é política em Israel, e de forma mais abrangente, no Oriente Médio, o raciocínio predominante é estadocêntrico, com ênfase no aspecto da sobrevivência estatal, do paradigma Realista.
Israel Sharon foi responsável pela retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza, em 2005. O então primeiro-ministro, extremamente pragmático, teve a sabedoria de reconhecer que a presença dos 8,5 mil colonos judeus em Gaza eram um foco muito grande de tensão com os 1,3 milhões de palestinos que ali viviam. Este ato, fez com que Sharon perdesse o apoio do partido Likud (tradicionalmente menos propenso a concessões aos palestinos) e fundasse o Kadima, partido de centro.
A invasão ao Líbano, em 1982, (que ainda estava em uma situação de Guerra Civil) objetivou ser um duro golpe à Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O papel de Ariel Sharon, então Ministro da Defesa de Israel, foi extremamente controverso nesse cenário: o apoio de Israel à facção cristã neste conflito permitiu que estes entrassem nos campos de Sabra e Shatila e perpetrassem o massacre de cerca de 2.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Estes dois campos eram controlados por Israel, e deveriam, portanto, ser protegidos.
Não é exagero dizer que a trajetória política de Ariel Sharon refletiu todas as nuances possíveis da política no Oriente Médio, assim como representou também a vida de muitos outros homens e mulheres daquela terra, ilustres ou comuns, que carregam no cotidiano e em suas decisões o peso de séculos e séculos de uma intrincada história.
Este é um tema, aliás, que merece maiores aprofundamentos para todos aqueles que se ocupam da análise de temas internacionais, mas também para os que se interessam pelo futuro de nosso mundo.