Gabriel
Bastos
Internacionalista
pela Universidade da Amazônia
O sistema internacional
atravessou constantes transformações ao longo dos séculos, em decorrência do
processo de globalização. Com o fim da Guerra Fria que orientou as Relações
Internacionais por quase meio século e, além disso, a multipolaridade como novo
modelo configurado, abriu-se um espaço de oportunidades para a atuação de
entidades federativas, estados e municípios, tanto nos países desenvolvidos
quanto nos emergentes. Nesse contexto de transformações, surge a paradiplomacia
enquanto fenômeno político-econômico-social sendo um tema em ascensão no âmbito
acadêmico e perceptível o crescimento as relações entre os Estados e novos
atores.
Na contemporaneidade não há
como ignorar a aptidão das unidades federadas para se arquitetarem para além
das fronteiras nacionais obtendo maior participação no cenário internacional
exercendo suas atividades almejando alcançar seus próprios interesses. Essa
capacidade atribuída aos novos atores, especificamente aos entes federativos, é
explicada por Keohane e Nye (2001, p. 7) com a teoria da interdependência
complexa elaborada na década de 70 argumentando que há dependência entre os
atores que estão interconectados. A ansiedade dos governos federativos tem
aumentado principalmente em razão dos novos temas inseridos na agenda
internacional como educação, cultura, meio ambiente, integração econômica e
etc.
A teoria do Jogo de Dois
Níveis complementa com os argumentos acerca do entrelaçamento entre a política
doméstica e a internacional atuando de forma conjunta dando destaque a
participação das instituições políticas, Grupos de Interesses, sindicatos,
eleitores nas decisões internacionais dos Estados. Assim, ambas as teorias
visam justificar a atuação em conjunto das duas esferas políticas evidenciando
os efeitos da paradiplomacia.
O Brasil em seu aspecto
jurídico apresenta a impossibilidade de atuação de seus entes subnacionais,
porém na prática não impede que os mesmos de agirem de acordo com seus
interesses regionais ou locais. O ponto principal do trabalho envolve a região
amazônica que advém de um dinamismo de uma região detentora de recursos
naturais evidenciando os Grandes Projetos, mas que na atualidade sofre com
escassez de infraestrutura e distanciamento em relação às outras regiões mais
desenvolvidas.
Por meio da cooperação
técnica internacional, o Estado do Pará estabeleceu um acordo com a Agência
Internacional de Cooperação do Japão (JICA) em 2012, o objetivo do acordo está
relacionado a busca por soluções ao problema relacionado ao setor de transporte
da Região Metropolitana de Belém.
No âmbito global, a
concretização deste acordo possibilitou ao estado do Pará maior ampliação da
sua imagem na política internacional oportunizando também o intercâmbio
comercial e principalmente o aumento de investimento
estrangeiro direto.
À esquerda, o Governador do Estado do Pará, Simão Jatene, e à direita, o Vice Presidente Sênior da JICA, Hideaki Domichi. |
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