segunda-feira, 21 de julho de 2014

Teoria Crítica

Ana Carolinne Barata
Acadêmica do 7º semestre de Relações Internacionais da Unama
Usada pela primeira vez pelo filósofo Max Horkheimer, em 1937, o termo Teoria Crítica, ligava-se à reunificação do conhecimento e da ética, campos que passaram a ser a base de estudos da Escola de Frankfurt, onde a teoria ganhou força e se aprofundou nos estudos de Jurgen Habermas, Herbert Marcuse e Walter Benjamin. O principal foco de análise destes filósofos estava diretamente ligado a um projeto de emancipação das camadas dominadas.
Amplamente influenciados pelas ideias de emancipação de Kant e Marx, os filósofos buscavam uma visão normativa da teoria baseada em modelos de conhecimento, como defende Habermas, ao definir três diferentes modelos - de conhecimento - que questionam o produto de valores emanados do poder do Estado, especialmente o modelo de ciências críticas, que analisa a liberdade das estruturas sociais oprimidas. O filósofo também defende que a ação comunicativa gera a reciprocidade entre os indivíduos, descrito no seu conceito de “ação dialógica”, termo que serve de referência para os atuais teóricos de Teoria Critica, especialmente na análise cosmopolita das Relações Internacionais.


No campo das Relações Internacionais, a Teoria Crítica vem como uma perspectiva pós-positivista da área, baseadas nos preceitos dos já citados filósofos, cuja ideia principal é a busca da liberdade das sociedades, que sofrem com diversos tipos de dominação. Esta emancipação da sociedade é tida como produto do conhecimento, o que leva a crer que a mesma seja vista como uma teoria pós-marxista, como defendem alguns autores.
Os principais defensores da teoria dentro das Relações Internacionais são Robert Cox e Andrew Linklater que buscam a superação da dominação do Estado a partir do entrelaçamento entre a sociedade (investigação das estruturas sociais) e o conhecimento (construção da história).
Para Cox, a Teoria Critica é tida como um projeto metateorético, pois ao defender o declínio das ordens dominantes, deve-se partir da critica política e social que estão inseridas no processo histórico da humanidade. O teórico também sustenta que há caminhos alternativos que podem levar a emancipação social. 


Já Linklater, seguidor de Habermas, trás também a ideia de construção social a partir do conhecimento e da ética universal, os quais levam os excluídos sociais a alcançarem o status quo. Esta ideia caracteriza seu projeto de extensão da comunidade para além do Estado-Nação, a qual acredita-se funcionar quando hajam normas que sejam imparciais e universais.
Desta forma, uma importante aplicabilidade da teoria no estudo das Relações Internacionais é sobre as Organizações Internacionais, onde nações se juntam para chegarem a acordos a partir de normas universais, mas que, no entanto, as sociedades de menor poder político-econômico, passam a ser excluídas pelas hegemonias. Um exemplo claro disto, é o que vem ocorrendo na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Assim, a Teoria Crítica busca defender o aumento da autodeterminação dessas sociedades, validando a ética universal e, consequente emancipação das sociedades socialmente excluídas.


REFERÊNCIAS

SARFATI, Gilberto. Teorias das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.
SILVA, Guilherme A.; GONÇALVES, Williams. Dicionário de relações internacionais. Barueri, SP: Manole, 2010.
 CASTRO, Thales. Teorias das Relações Internacionais. Brasília. Ed. FUNAG, 2012.



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