Marcelo Silva Filho
Acadêmico do 5º Semestre.
Analisando o potencial
exportador do Brasil, frente a um aumento de 4,1% nas exportações no mês de
junho de 2013 em comparação ao mesmo mês do ano passado, sustentado pelo
crescimento das commodities, segundo o Geraldo Eustáquio de Oliveira, o processo de
qualificação e promoção das exportações brasileiras encontram-se, ainda,
bastante prejudicadas, tanto por fatores políticos institucionais, levando em
consideração as tributações, as ideologias partidárias e as limitações da
política regional do MERCOSUL, quanto de ordem estrutural, existem as
deficiências em logísticas e transporte.
Devemos
ter em mente, primeiramente, que a abertura do mercado brasileiro ao fluxo de
investimentos externos diretos e às importações de bens de consumo e de capital,
acarretando a falência inevitável de inúmeras indústrias nacionais, foi
bastante recente, ainda na década de 1990, entretanto, não podemos simplesmente
culpar esse processo tão benéfico para a trajetória de inserção da economia
brasileira na economia internacional globalizada e no incentivo às indústrias
para aumentarem sua competitividade interna e externa, apesar de ter sido
introduzido muito rápido, ignorando o processo de adaptação das empresas à nova
conjuntura.
Veja
os exemplos das potências emergentes asiáticas, mais especificamente a Coréia
do Sul nos anos 1970, 80 e 90, no qual a proteção às indústrias foi sendo
retiradas paulatinamente até que elas estivessem preparas para enfrentar o
mercado internacional, postura que a política industrial brasileira prefere
distorcer, fornecendo subsídios durante décadas sem implicar em ganhos
relativos para a indústria nacional em termos de competitividade.
A
administração de Mantega tem tentado reverter essa conjuntura industrial, que
vem apresentando índices de baixo crescimento, com medidas de incentivo ao
consumo através da desoneração da folha de pagamento, redução dos juros para
algumas indústrias e setores, além da desoneração de alguns impostos do PIS,
IPI e Confins, porém não é o suficiente para alavancar um crescimento estável
na indústria quando ainda temos uma das cargas tributárias mais pesadas do
mundo, além de que a infraestrutura de escoamento da produção encontra-se
insuficiente e incapaz de atender as necessidades de crescimento do País e das
demandas internacionais.
Por último é importante destacar que na era
Lula o Brasil pouco avançou em termos de integração regional, em especial com os
integrantes do MERCOSUL, apesar de elevar a imagem do País no exterior, a
começar pela implantação do IBAS, BRICS e G-20. Entretanto, mesmo com toda essa
representatividade, quais foram os ganhos econômicos concretos que resultaram
desses encontros?
Segundo o presidente da CNI Robson Braga de
Andrade, "Hoje o Mercosul representa para
nós muitos mais um empecilho do que avanço, ou estrutura organizada que possa
ter peso nas decisões internacionais", de fato o Bloco está deixando de
representar um diferencial na inserção brasileira na economia internacional em
termos de competitivos com outros blocos regionais, dado aos recentes atritos
políticos-ideológicos internos.
Essa
realidade, portanto, deve ser revertida com o intuito principal de agregar valor
ao produto nacional, aumentando a complexidade industrial da região amazônica
e, acima de tudo, de toda a nação, incrementando o número empresas que possam
participar dentro dos vários setores produtivos e de melhorias na
infraestrutura econômica e de escoamento, a fim de alcançar certo nível de
segurança econômica e, concomitantemente, alterar o modelo de inserção na
economia globalizada.
Além
desses aspectos internos é extremamente relevante observar quais são as
limitações externas, em matéria de cooperação econômica, que estão prejudicando
a expansão e o aprofundamento da produção brasileira, isto é, o pragmatismo
comercial deve estar presente durante as negociações diplomáticas,
especialmente dentro do âmbito do MERCOSUL.
Bibliografia:
JÚNIOR, Humberto Maia. Choque de
Concorrência. Exame, ed. 1036, ano
47, n°.4, pg. 48-51. Março 2013.
O Liberal. Indústria extrativista deixa produção vulnerável. Disponível em <<
http://www.orm.com.br/ >>. Acesso em 22/06/2013.
È impressionante a propaganda política q temos do que os governos petistas fizeram pelas exportações e no entanto há uma realidade oposta a isso.Interessante seu texto!
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