Como todos sabem, nesta semana está ocorrendo no Brasil a Jornada
Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco. Como o nome já
diz, este é um evento mundial, por isso é relevante para as Relações
Internacionais e são de suma importância a todos, principalmente para os
estudantes do curso de Relações Internacionais. Sendo assim, hoje, teremos uma
pequena entrevista com o prof. Mário Tito Almeida que também é filósofo e
teólogo, logo, está apto a responder algumas perguntas que envolvem religião, economia,
relações internacionais, a fim de enriquecer o conhecimento dos acadêmicos de
R.I.
1. O que é a jornada mundial da juventude?
É um encontro de jovens católicos do mundo inteiro. Foi
idealizado pelo Papa João Paulo II que, em 1984, celebrou na
Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude. Na
ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais
símbolos da JMJ, conhecida como a Cruz da Jornada.
Como o ano de 1985 foi declarado Ano Internacional da
Juventude pelas Nações Unidas, o Papa anunciou a instituição da Jornada Mundial
da Juventude, que aconteceu pela primeira vez em 1986 em Roma.
2. O que a vinda do papa Francisco ao Brasil
representa para o país e como isso pode influenciar nas R.I.?
A Igreja católica, por ser uma instituição disseminada
mundialmente e sustentada por princípios e valores de defesa do ser humano,
possui forte influência na cultura e na construção da sociedade ocidental e
contribui para a mediação de conflitos entre povos. O Papa, do ponto de vista,
das RI é o chefe de um Estado e, como tal, é recebido no Brasil pelas
autoridades. No caso da sua vinda ao país, no contexto das manifestações
populares, é muito significativo que ele traga mensagens de mudanças e ao mesmo
tempo palavras de estímulo e conforto para os que sofrem.
3. A vinda do papa Francisco, chefe de Estado,
pode afetar as relações do Brasil com o Vaticano e até mesmo a Itália? Se sim,
como?
Com a Itália, não, pois mesmo o Vaticano estar dentro do
território italiano, são dois atores internacionais independentes. O Brasil
possui uma série de acordos e tratados com o Vaticano, muitos são mediados pelo
Núncio Apostólico no Brasil, uma espécie de diplomata que representa o Papa em
um país. Mas, quando este visita um Estado Nacional, em geral, trata de
assuntos de interesses do catolicismo, como questões relativas às igrejas e aos
locais de culto, com as autoridades políticas.
4. Há algum tipo de legado que pode-se esperar
da JMJ no Brasil, já que há participantes estrangeiros não só na cidade sede
(Rio de Janeiro), mas também em outras cidades, inclusive Belém?
Do ponto de vista da Igreja católica, uma renovação a
partir dos jovens e ma maior busca de simplicidade na vida dos religiosos e de
sintonia com os novos desafios contemporâneos. Para o país em si, é sempre uma
oportunidade de movimentação da economia e de maior conhecimento mundial,
apesar dos problemas do país.
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