Prof. MSc. Mário Tito
Almeida.

Vários foram os eventos de
relevância, alguns, inclusive, em horários coincidentes. Destaco pelo menos
quatro: a Reunião de Coordenadores de Cursos de RI de todo o Brasil, a Mesa
Redonda sobre o Ensino em Relações Internacionais no Brasil, a Mesa Redonda
sobre Teoria e Epistemologia nas Relações Internacionais hoje e o Painel sobre
a Amazônia, no qual apresentei meu trabalho.
A reunião dos coordenadores foi
altamente proveitosa. Além dos contatos e da troca de experiências, foi
comunicado que as Diretrizes
Curriculares Nacionais (documento que balizará daqui pra frente o
direcionamento comuns das disciplinas e dos componentes curriculares de RI e
que garantirá a definição da especificidade de cada curso no Brasil) já estão
sob análise do MEC e há boas perspectivas para sua aprovação. Além disso, um
fato importante foi a criação do Fórum
de Coordenadores de Graduação de RI para a institucionalização dos
procedimentos e do enriquecimento mútuo, de modo a fortalecer a área.
Durante as duas mesas redondas
(Ensino de RI e Teorias de RI), ficou claro que, na Unama, estamos no caminho
certo. Além dos desafios da área de RI, que cresce em todo mundo e no Brasil, e
das perspectivas do campo em nível profissional, destacou-se a necessidade de
cada Curso atender às demandas da própria região com sólida formação acadêmica.
Para nós, trata-se de reforçar o contato com empresas para apresentar nossa
oferta qualificada de profissionais, consoante com as perspectivas de nossa
região amazônica.
No que se refere à Teoria das RI,
fiquei profundamente satisfeito por ver que estamos, de fato, sintonizados com
o que as outras Universidades estão discutindo. Os autores citados, as
discussões teóricas, os debates (Realismo X liberalismo; NEO X NEO,
positivistas X pós-positivista, entre outros), os comentadores e os novos temas
de RI vêm sendo discutidos em nossa Universidade. Fiz uma intervenção sobre a
necessidade da filosofia, antropologia e sociologia dentro desta realidade.
Sublinhou-se, entre outras coisas, a necessidade de acompanhamento dos debates
teóricos e que “a análise da realidade passa pela séria fundamentação teórica”.
Há que se pensar em produzir mais em termos de teoria a partir do olhar da
América Latina.
Destaco o Painel sobre Amazônia
referido acima por ter sido algo relevante no Encontro. O artigo que apresentei
e o que o Prof. Paulo Roberto Júnior (orientado pelo Prof. Alberto Teixeira) da
UFPa sobre o SIVAM/SIPAM serviram de referencial para a participação de vários
pesquisadores de universidades do sul/sudeste que compartilharam informações,
pesquisas e projetos, bem como discutiram a centralidade da região nas
principais questões contemporâneas de RI. Ao final, como prova da disposição em
continuar o debate, foi formada uma rede
de discussão entre os pesquisadores presentes, vislumbrando a troca de
experiências e, mais importante, a possibilidade de atividades comuns entre os
pesquisadores e discentes dos cursos de RI envolvidos.
Voltei de BH muito mais animado,
empolgado e certo de minha escolha profissional. Estou consciente de que muito
há que ser feito, mas tenho a consciência de algumas coisas fundamentais:
1. Estamos muito bem sintonizados com o que acontece no
Brasil em termos de RI;
2. Precisamos produzir conhecimento cada vez mais profundo e
fundamentado teoricamente;
3. Precisamos produzir artigos científicos e mostrar ao
resto do Brasil o bem que fazemos aqui e a profundidade de nossa produção;
4. Espaços como este Blog, o Programa Globalizando, as
atividades fortes do curso (como Fórum, FARI e SOEA) e os grupos de
estudo/pesquisa são de grande relevância para exercitar esta análise
teoricamente fundamentada;
5. Precisamos avançar intra-curso
em termos de pesquisa e extensão e extra-curso
em termos de dar a conhecer ao mercado nosso potencial.
Quis fazer este relato de minha experiência por entender
que estamos juntos no mesmo barco e que precisamos de todos puxando para o
mesmo lado. Não há espaço para “puxar pra baixo ou para trás”. Afinal de
contas, estamos buscando a mesma coisa: mostrar como nós pensamos a Amazônia
para o mundo e como queremos ser valorizados pelo mundo por sermos amazônidas.
Um abraço!
Excelente programa, com extrema relevância para a comunidade acadêmica e para todos que almejam informações de qualidade.
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