Emilli Gouvêa
Academica do 4º Semestre de RI
Academica do 4º Semestre de RI
Quem
não conhece o famoso açaí ou nunca tomou, não sabe o que esta perdendo, pois
além de saboroso e nutritivo é de grande importância para a economia do Estado
do Pará, que lidera a produção com 90% na região Amazônica. Este pequeno fruto
ganhou seu espaço no mundo, sendo apreciado principalmente em quiosques de Los
Angeles e Nova Iorque (EUA) e até em Paris (França). Conhecido por ter uma
polpa com grande poder nutritivo, a fruta é consumida no mundo todo em bebidas,
mix de frutas, sorvetes e cápsulas que são bastante utilizadas pelos atletas e
praticantes de esportes. Nas regiões Sul e Sudeste a fruta é consumida, porém
bem diferente dos Paraenses.
O
açaí é de importância incalculável para a região amazônica em virtude de sua
utilização constante por grande parte da população, tornando-se impossível, nas
condições atuais de produção e mercado, a obtenção de dados exatos sobre sua
comercialização. A falta de controle nas vendas, bem como a inexistência de uma
produção racionalizada, uma vez que a matéria-prima consumida apoia-se no puro
e simples extrativismo e na comercialização direta, também impedem a constituição
de números exatos.
Segundo
João Carlos Magalhães a popularização do açaí no mundo está elitizando o
consumo da fruta em sua terra natal, a Amazônia. Números divulgados
recentemente mostram que, nos últimos 16 anos, o fruto se tornou um alimento
caro e isso pode indicar uma mudança profunda na identidade regional, diz uma
estudiosa. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos), o litro do açaí no Pará, que custava R$ 1,50 em 1994,
subiu 650%. Hoje, chega a custar mais de R$ 11, se tivesse aumentado no ritmo
da inflação, estaria só em R$ 5,50 e o preço pesa, por dois motivos; primeiro,
porque o consumo é alto: tradicionalmente, o açaí era servido no café da manhã,
almoço e jantar; segundo, porque os que mais dependiam da fruta eram os mais
pobres. No Pará, 1,2 milhões de pessoas ganham menos do que um salário mínimo.
Resultado: cada vez mais os paraenses comem menos açaí. Apesar de não existirem
dados estatísticos, a tendência não deve arrefecer, afirma Roberto Sena, do
Dieese. "Podemos dizer com tranquilidade: o açaí não é mais o arroz com
feijão do paraense”, diz, lembrando que até o vermelho da bandeira do Pará é
associado à fruta.
Segundo
este se observa que não só com o açaí, e também não só no Pará, quando se
começa a exportar o produto internamente se torna mais caro, pelo
reconhecimento no mercado externo, mas não deveria ser o contrário? Em vez de
encarecer internamente dever-se-ia manter o valor para o consumo interno, e
encarecer para o externo, pois são as outras regiões que não possuem a
matéria-prima. Contudo, os paraenses não deixam de consumir o fruto, que faz
parte da história do Estado. Assim, conclui-se que o Estado tem grandes
possibilidades de obter o equilíbrio na balança comercial, pois não é só o açaí
que se tem como fonte de riqueza.
Ótimo Artigo! Uma dica de leitura sobre o assunto tb: http://jornal.ceiri.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3084:banco-mundial-desenvolvera-no-para-projeto-piloto-de-fruticultura-com-o-acai&catid=94:notas-analiticas&Itemid=656
ResponderExcluirOtimo mesmo muito bom
ResponderExcluirDe fato é um tanto injusto o superfaturamento do preço do açaí no comercio interno, o que eu vejo é que o produto tem se tornado popular e internacionalizado porém os benefícios desse comércio são desiguais, uma vez que apenas empresários recebem esse lucro e os trabalhadores extrativistas, ribeirinhos sofrem com a retirada do, talvez mais rico, alimento do seu dia-a-dia. Do que adiante o Açaí ter saído das voadeiras e cuias para os restaurantes franceses se a região não se beneficia de fato com isso?
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