quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Alemanha Sobre Todos?

Lucas Silva Almeida
Acadêmico do 2º semestre


De acordo o jornal alemão Zeit Online e uma pesquisa da Forbes, a Alemanha, e, por conseguinte, a União Européia, passa por uma crise que não é comparável a nenhuma outra de todos os blocos econômicos no mundo. Aparentemente, o problema não se dá apenas pela moeda, mas pela administração dos bancos europeus.

Tem se notado que o crescimento recíproco dos países europeus nos últimos 20 anos tem sido baseado a política econômica alemã, e que de fato, ela seria a “incentivadora” do desenvolvimento, mas, ultimamente, tem falhado. Suas últimas ações contra países em crise estão comprometendo a base de todo um continente. Pode-se afirmar que, se a Alemanha cair, todos caem em um efeito dominó que pode atingir proporções mundiais.

De fato, pode-se dizer que a responsabilidade é enorme. Mas, por quanto tempo mais será que podem agüentar? Dentro da nação germânica, a saída da Grécia, um dos países em crise avançada, é vista com bastante entusiasmo dentro da administração econômica. Infelizmente, a crise tende a continuar, e talvez dure mais do que se esperava. A verdade é que está havendo um contágio dentro dos bancos, um contágio de falta de recursos.

Mas a quem devem culpar? Os países que se deixaram levar para a crise, ou a Alemanha, por assumir uma responsabilidade que agora não está cumprindo? Como podem estilos de vidas tão diferentes viverem em harmonia? Ou melhor, como equiparar alemães a gregos, italianos, espanhóis e portugueses?

Historicamente, ela veio tentando dominar por diversas vezes o posto de Militärisch Europäische Führer, mas viu que na economia era mais fácil se impor. Imposição essa que gerou membros parlamentares neonazistas na Grécia, o desdém dos franceses e o medo de uma idéia de supranacionalidade estar errada. O próprio conceito de supranacionalidade na língua alemã é visto como uma hierarquia, na palavra überstaatlich, algo como “sobre-estatal”.


           A supranacionalidade, na íntegra, visa a “perda” de um pouco da soberania em detrimento de um bem comum, algo muito diferente do que acontece na atual UE. As grandes diferenças administrativas entre os países dificilmente são convergidas para um ponto em comum, o que dificulta a superação da crise, e a Alemanha, a terra de grandes pensadores, tem tomado medidas pouco efetivas, como pensar que todos podem se adequar ao seu estilo, o que não deixa de ser, de certa forma, um meio de imperialismo. O que se vê hoje, nitidamente, é o velho lema Deutschland über Alles. Mais uma vez, über.

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