Ana Beatriz Nascimento - Acadêmica do 4º Semestre
Bruna Ferreira Pinheiro - Acadêmica do 2º Semestre
Fernando Moreira - Acadêmico do 2º Semestre
Gisela Astrid Gomes - Acadêmica do 8º Semestre
Bruna Ferreira Pinheiro - Acadêmica do 2º Semestre
Fernando Moreira - Acadêmico do 2º Semestre
Gisela Astrid Gomes - Acadêmica do 8º Semestre
Para Silva e Gonçalves (2005), a Política Internacional é
largamente utilizada quando tratamos de outros temas como as relações
internacionais, política externa e mundial. Geralmente, usa-se este termo para
agregar assuntos de valores internacionais tendo a ver ou não com o tema
propriamente dito. Além disso, tem seu conteúdo político específico a ser tratado
entre os atores estatais, que podem fazer isso apenas por governantes diretos
ou representantes. (GRAHAM; NEWNHAM, 2005)
Por isso, Política Internacional é a adoção de uma política com
abrangência internacional que utiliza diversas práticas, mediante força ou não
para adotá-la, necessitando de governantes diretos para tratarem dos assuntos
em comum. É uma prática comum e sem autoridades específicas sobre ela, prática
entre entidades. Sendo também comum adicioná-la como categoria das relações
internacionais, o que trás aproximação ao estudo, mesmo estes sendo distintos.
(CASTRO, 2005)
Como exemplo para ilustrar a dinâmica da política internacional,
convém abordar brevemente a atual questão da Síria, que passa por um contexto
de guerra civil desde janeiro de 2011, que já acumula um total de mais de 16
mil mortes oficiais, em ambos os lados, e a crescente reação internacional
sobre o assunto levanta polêmicas. Liberais defendem que
a influência da ONU deveria aumentar no território, já os mais radicais falam
em controle do conflito pelas grandes potências, assim, deveriam os países do
conselho de segurança fazer uma invenção armada no país? Ou seu apoio deveria
ser restrito ao auxílio humanitário dos civis?
Sendo uma reminiscência realista dentro de um órgão neo-liberal,
o Conselho de Segurança conta com cinco
das principais potências do mundo, cada uma com interesses econômicos e geopolíticos na região síria. Os
principais interessados, Rússia, China e EUA possuem interesses distintos
quanto à Síria. Segundo Michael Malouf, ex-analista do Pentágono, a Rússia, que
durante a guerra fria possuía postos militares e grande influência sobre a
Síria, tem estado em alerta sobre as rebeliões no oriente médio, até mesmo
preparando suas bases militares na Armênia, visando a explosão e alastramento
dos conflitos, tornando sua prioridade na segurança nacional proteger-se dos
possíveis ataques islâmicos.
A China, por sua vez, é contra uma intervenção armada na Síria, alegando que o diálogo e a mediação internacionais são os melhores meios para cessar o conflito. Ademais, tem como principais interesses questões geopolíticas, onde a China ainda apóia o regime de Bashar Al-Assad, considerando-o legítimo e vetando ações a favor da liderança rebelde no conflito. Já os EUA, com seu poderio militar, e seguindo a linha neo-realista, defendem que a melhor solução seria através de uma investida ofensiva em favor dos rebeldes, para tornar a Síria um país democrático e fazer com que este fosse um ponto estratégico no Oriente Médio além de Israel para monitorar as atividades militares do Irã, tendo acesso ao mercado sírio, totalmente novo e com boas perspectivas.
A China, por sua vez, é contra uma intervenção armada na Síria, alegando que o diálogo e a mediação internacionais são os melhores meios para cessar o conflito. Ademais, tem como principais interesses questões geopolíticas, onde a China ainda apóia o regime de Bashar Al-Assad, considerando-o legítimo e vetando ações a favor da liderança rebelde no conflito. Já os EUA, com seu poderio militar, e seguindo a linha neo-realista, defendem que a melhor solução seria através de uma investida ofensiva em favor dos rebeldes, para tornar a Síria um país democrático e fazer com que este fosse um ponto estratégico no Oriente Médio além de Israel para monitorar as atividades militares do Irã, tendo acesso ao mercado sírio, totalmente novo e com boas perspectivas.
Em comparação ao caso da Líbia, as circunstâncias foram
diferentes tanto para o posicionamento da Rússia quanto o da China, que não
concordavam com a intervenção, porém, não se preocuparam tanto assim. Já no
caso da Síria estão claros e convictos: o veto para a intervenção na Síria, o
que impossibilita aos países-membros da ONU de agirem, uma vez que a decisão de
veto de algum país membro permanente do Conselho de Segurança descarta qualquer
possibilidade de levar adiante uma decisão. Dando prosseguimento à comparação,
ainda havia a vantagem da Líbia de ser mais isolada geograficamente, o que
diferencia do caso da Síria, que o conflito poderia expandir-se para o
Líbano, a Palestina, e assim por diante.
Desta forma, analisar a
forma de como a política internacional é conduzida é uma tarefa que exige
enxergar além do ôntico, pois só assim haverá como saber o que ocorre realmente
nas relações internacionais, quais são os interesses dos Estados e, acima
disso, quais são os meios que estes utilizam para alcançar seus objetivos.
A solução mais provável para este impasse na Síria talvez seja
sob a ótica realista, uma alusão a partilha da África; uma vez terminado o
conflito, áreas estratégicas para cada país ficariam sob a gerência de um grupo
de países, assim como os postos de governos locais, subordinados a seus
‘gerentes’ sob o pretexto de ‘assegurar o implemento de uma democracia’ ou ‘garantir
paz para a população’, desta forma, haveria um balanço de poder entre as
potências interessadas na Síria. Outra possibilidade é que com a influência
internacional, o novo governo seja reconhecido por seu ‘patrono’ internacional
a partir de uma coalizão de interesses, estreitando laços com um país forte,
mas sujeito a embargos econômicos e outras punições por parte dos países que
não firmarão um acordo político-estratégico com a Síria.
Fontes de Pesquisa:
WIGHT,
Martin. Política do Poder. Título
Original: Power Politics. Tradução de Carlos Sérgio Duarte. São
Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2002.
CASTRO,
Marcus Faro de. Política e Relações
Internacionais. Brasília, DF: Editora UNB, (cap. 5), 2005.
SILVA, Guilherme A.; GONÇALVES, Williams. Dicionário de Relações Internacionais. Barueri, SP: Manole, p. 192-194,
2005.
GRAHAM, Evans; NEWNHAM, Jeffrey. Dictionary of International Relations. Penguin Books, p. 272-273,
2005.
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