Bruna
Pinheiro, acadêmica do 4º semestre.
No dia 9 de agosto,
comemora-se o dia Internacional dos Povos Indígenas, instituído pela ONU
(Organização das Nações Unidas) no ano de 1995. Devido esta data, proclamou-se,
alguns anos depois, a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, da qual o
Brasil e muitos outros países membros da ONU são signatários. Esta introdução
demonstra, em âmbito internacional, a relevância que os povos indígenas possuem
através das suas culturas, tradições e identidades singulares. Contudo, não
percebemos isto no nosso dia-a-dia.
Ao analisarmos a declaração,
percebemos uma grande preocupação em conceder a liberdade dos povos indígenas
dentro de seus respectivos Estados, a preservação de suas estruturas
econômicas, políticas e jurídicas bem como seus territórios, como é dito nos
artigos 5 ao 10, 20, 21, 26, 31 e 33. Ou seja, há uma visível notoriedade da
importância destes povos.
Huntington (1997) fala sobre
a “indigenização”, que não é tratado como algo vindo do indígena, mas sim vindo
da tradição, da essência do Estado, do início da cultura. Segundo este autor, a
distribuição de culturas pelo mundo significa distribuição de poder. Nota-se
que com a expansão de uma civilização, o seu padrão cultural também é expandido
para as demais civilizações como um modelo para todos. Isto significa dizer que
devemos, atualmente, nos voltar para as tradições dos povos antes que ocorram
problemas na dialética entre a civilização “branca” e a civilização indígena.
Estamos deixando nossas
raízes essenciais de lado quando não tratamos com rigor sobre os assuntos como
Belo Monte, desapropriação de terras indígenas, exclusão social indígena,
demais grandes projetos e etc. Com isso, damos margem à insatisfação
generalizada, e, acima de tudo, desrespeitamos o direito daqueles povos. Mesmo
sendo signatário da ONU quanto aos direitos dos Povos Indígenas, muito pouco o
Brasil faz por esta pequena parcela da população que vive a mercê dos problemas
na periferia da região. As tribos indígenas são as maiores afetadas com o
desmatamento, o crescimento da produção agrícola e outros casos de danos que o
Brasil passa pelo crescimento da economia.
Felizmente, revoltas e
conflitos graves, como as Guerras Civis e outros, ainda não ocorreram no Brasil
em relação aos índios, ou seja, ainda há como reverter esta situação precária
da condição de vida, de direitos não garantidos e de conflitos agrícolas antes
que aconteçam revoltas mais graves. Devemos então, aproveitar as chances que
temos de preservar a identidade indígena brasileira, mas, infelizmente, ainda
não o fazemos.
Referências:
HUNTINGTON, Samuel P. O choque de civilizações e a recomposição
da ordem mundial. Rio de Janeiro - RJ: Objetiva, 1997.
ONU. Declaração do Direito dos Povos Indígenas. Acessado em: 06/06/2013.
Disponível em:http://www.un.org/esa/socdev/unpfii/documents/DRIPS_pt.pdf
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