segunda-feira, 10 de junho de 2013

Entrevista: A importância do estudo de Línguas Estrangeiras na formação do Internacionalista.


    O Blog Internacional da Amazônia traz uma entrevista com a atual Professora de Inglês (I e II) do curso de Relações Internacionais, Lia Barile Carvalho da Silva. Com esta entrevista esperamos tirar dúvidas dos acadêmicos acerca do estudo de Línguas Estrangeiras no Curso de R.I. da Universidade da Amazônia.
A Professora Lia Carvalho é graduada em Letras com habilitação em Português/ Inglês pela Universidade da Amazônia (2002), especialista em Língua Portuguesa e Estudos Literários pela Universidade do Estado do Pará (2004) e Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura, Unama (2011). É professora de Língua Portuguesa e Produção Textual no Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, no Santa Catarina de Sena e no Colégio Moderno (Ensino Médio), concursada da Rede Pública de Ensino (Educação Especial) e professora da Universidade da Amazônia. Integra o programa de Formação de Professores do Governo Federal - Parfor e UAB pela Universidade do Estado do Pará.
Abaixo seguem as perguntas que fizemos à Professora Lia Carvalho.

1. Qual(is) a(s) maior(es) diferença(s) ou até mesmo dificuldade(s) que a Senhora    encontrou entre as suas aulas ministradas no curso de Relações Internacionais da UNAMA para as suas fora do curso?
Dar aulas de Inglês como Língua Estrangeira é sempre um desafio. Quando se trata de Ensino Superior não é diferente. É preciso adequar currículo, ou seja, direcionar as aulas para cada curso. No caso de Relações Internacionais, em especial, a configuração é ainda mais desafiadora, haja vista que o material deve ser atualizado a cada momento, acompanhando as movimentações globais. Talvez essa seja a maior diferença com relação aos outros cursos. Já a maior dificuldade é recorrente em qualquer situação: a heterogeneidade das turmas, ou seja, a convivência entre alunos com níveis diferentes de conhecimento da Língua Estrangeira.

2. No atual contexto em que vivemos, os acadêmicos que visam o mercado de trabalho, em especial os futuros internacionalistas, precisam saber ao menos uma língua estrangeira? Se sim, qual em sua opinião seria a imprescindível?
O processo de globalização, sob determinado ponto de vista, veio dissipar as fronteiras, reduzir as distâncias e romper obstáculos. E muito disso começa pela possibilidade de aproximação entre as pessoas, o que está diretamente relacionado à comunicação. É nesse aspecto que penso ser essencial o domínio de língua ou línguas estrangeiras. Numa escala de prioridade o inglês passa a ser tão importante quanto outras línguas, dependendo exclusivamente dos objetivos e necessidades de cada aluno.

3. Do seu ponto de vista, os alunos de Relações Internacionais tem um bom conhecimento em línguas estrangeiras, em especial o Inglês? E quais dicas a Senhora deixaria para os alunos que querem melhorar sua fluência e conhecimento nesta língua?
De modo geral, os alunos de Relações Internacionais DEVEM TER bom conhecimento sobre o inglês. A realidade, entretanto, ainda é bastante diversificada. Contudo, penso que é fundamental a procura por um Curso Livre de Línguas para buscar a proficiência nas Línguas Estrangeiras. Para aqueles que já concluíram um curso regular, há muitas escolas em Belém que oferecem cursos específicos de conversação ou aprofundamento na Língua. Além disso, há ainda profissionais liberais que formam grupos com interesses afins e montam aulas direcionadas para eles. É sempre muito bom.

4. Conhecer ou até mesmo vivenciar outra cultura, através de intercâmbio para os países de língua estrangeira falada pelo acadêmico de R.I. também é importante em sua formação?
O processo de “imersão” como se diz, é fundamental para o aluno internacionalista, em vários aspectos, inclusive linguístico. É uma nova maneira de apreender as questões relacionadas à cultura, à política, à história e, claro, à língua. É, sem dúvida, um aprofundamento diferente, já que a teoria se confronta com a prática, proporcionando um aprendizado crítico e reflexivo.

5. Qual é sua avaliação quanto à importância dessas aulas (Espanhol, Inglês e Francês) na formação do Internacionalista, haja vista que são aulas diferenciadas, voltadas para o curso de Relações Internacionais?
Não consigo imaginar o curso de Relações Internacionais sem aulas de Língua Estrangeira (preciso garantir meu emprego!!!). Na verdade, as aulas devem proporcionar ao aluno a oportunidade de ler e compreender textos relacionados à área, os termos mais específicos, as tipologias textuais mais comuns, só que tudo isso em língua estrangeira, pensando nisso como um “ensaio” para o mercado de trabalho, na certeza de que eventualmente o Internacionalista irá se deparar com situações comunicativas que lhe exigirão tais habilidades linguísticas. Além disso, as aulas de LE devem apresentar técnicas de leitura e tradução que facilitem todo esse processo.

6. Hoje comemoramos o Dia da Língua Portuguesa (10 de junho), a Senhora acredita que além de buscar aprender e conhecer mais sobre línguas estrangeiras, o universitário brasileiro também deveria estar em constante aprendizagem, aperfeiçoando cada vez mais sua língua materna?
Conhecer a Língua Materna é importante para todas as pessoas que habitam solo brasileiro, haja vista que conhecer o português significa ler, interpretar e produzir qualquer tipo de texto em qualquer situação. Isso está relacionado à compreensão do mundo e das coisas que nos cercam, à capacidade de entender as situações com criticidade e analisar os problemas com destreza. O cidadão que não conhece a sua língua com proficiência, não consegue experienciar o mundo com autonomia e autenticidade.

3 comentários:

  1. É impressionante como a LE é fundamental para o internacionalista, e ele deve buscar tb esse recurso para além da salas de aulas, minha experiência com a lingua inglesa foi em um estágio na PARATUR, quando me vi falando inglês, e mesmo assim pude perceber que ainda preciso me aprofundar ainda mais, nunca se sabemos tudo em se tratando de inglês, pois aprendi com a Prof. Silvia Bahia que tb quem lê em inglês sabe mais e primeiro.

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  2. Estudar um idioma não é somente algo mecânico. É, acima de tudo, entrar em uma nova cultura e abrir-se às riquezas do diferente. Parabéns, Profa. Lia!

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