O Blog Internacional da Amazônia traz
uma entrevista com a atual Professora de Inglês (I e II) do curso de Relações
Internacionais, Lia Barile Carvalho da Silva. Com esta entrevista esperamos
tirar dúvidas dos acadêmicos acerca do estudo de Línguas Estrangeiras no Curso
de R.I. da Universidade da Amazônia.
A Professora Lia Carvalho é graduada em Letras com habilitação em
Português/ Inglês pela Universidade da Amazônia (2002), especialista em Língua
Portuguesa e Estudos Literários pela Universidade do Estado do Pará (2004) e
Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura, Unama (2011). É professora de
Língua Portuguesa e Produção Textual no Colégio Marista Nossa Senhora de
Nazaré, no Santa Catarina de Sena e no Colégio Moderno (Ensino Médio),
concursada da Rede Pública de Ensino (Educação Especial) e professora da
Universidade da Amazônia. Integra o programa de Formação de Professores do
Governo Federal - Parfor e UAB pela Universidade do Estado do Pará.
Abaixo seguem as perguntas que fizemos
à Professora Lia Carvalho.
1. Qual(is) a(s) maior(es) diferença(s) ou até mesmo dificuldade(s) que
a Senhora encontrou entre as suas aulas ministradas no curso de
Relações Internacionais da UNAMA para as suas fora do curso?
Dar aulas de Inglês como Língua Estrangeira é sempre um desafio. Quando
se trata de Ensino Superior não é diferente. É preciso adequar currículo, ou
seja, direcionar as aulas para cada curso. No caso de Relações Internacionais,
em especial, a configuração é ainda mais desafiadora, haja vista que o material
deve ser atualizado a cada momento, acompanhando as movimentações globais.
Talvez essa seja a maior diferença com relação aos outros cursos. Já a maior
dificuldade é recorrente em qualquer situação: a heterogeneidade das turmas, ou
seja, a convivência entre alunos com níveis diferentes de conhecimento da
Língua Estrangeira.
2. No atual contexto em que vivemos, os acadêmicos que visam o mercado
de trabalho, em especial os futuros internacionalistas, precisam saber ao menos
uma língua estrangeira? Se sim, qual em sua opinião seria a imprescindível?
O processo de globalização, sob determinado ponto de vista, veio
dissipar as fronteiras, reduzir as distâncias e romper obstáculos. E muito
disso começa pela possibilidade de aproximação entre as pessoas, o que está
diretamente relacionado à comunicação. É nesse aspecto que penso ser essencial
o domínio de língua ou línguas estrangeiras. Numa escala de prioridade o inglês
passa a ser tão importante quanto outras línguas, dependendo exclusivamente dos
objetivos e necessidades de cada aluno.
3. Do seu ponto de vista, os alunos de Relações Internacionais tem um
bom conhecimento em línguas estrangeiras, em especial o Inglês? E quais dicas a
Senhora deixaria para os alunos que querem melhorar sua fluência e conhecimento
nesta língua?
De modo geral, os alunos de Relações Internacionais DEVEM TER bom
conhecimento sobre o inglês. A realidade, entretanto, ainda é bastante
diversificada. Contudo, penso que é fundamental a procura por um Curso Livre de
Línguas para buscar a proficiência nas Línguas Estrangeiras. Para aqueles que
já concluíram um curso regular, há muitas escolas em Belém que oferecem cursos
específicos de conversação ou aprofundamento na Língua. Além disso, há ainda
profissionais liberais que formam grupos com interesses afins e montam aulas
direcionadas para eles. É sempre muito bom.
4. Conhecer ou até mesmo vivenciar outra cultura, através de intercâmbio
para os países de língua estrangeira falada pelo acadêmico de R.I. também é
importante em sua formação?
O processo de “imersão” como se diz, é fundamental para o aluno
internacionalista, em vários aspectos, inclusive linguístico. É uma nova
maneira de apreender as questões relacionadas à cultura, à política, à história
e, claro, à língua. É, sem dúvida, um aprofundamento diferente, já que a teoria
se confronta com a prática, proporcionando um aprendizado crítico e reflexivo.
5. Qual é sua avaliação quanto à importância dessas aulas (Espanhol, Inglês
e Francês) na formação do Internacionalista, haja vista que são aulas
diferenciadas, voltadas para o curso de Relações Internacionais?
Não consigo imaginar o curso de Relações Internacionais sem aulas de
Língua Estrangeira (preciso garantir meu emprego!!!). Na verdade, as aulas
devem proporcionar ao aluno a oportunidade de ler e compreender textos
relacionados à área, os termos mais específicos, as tipologias textuais mais
comuns, só que tudo isso em língua estrangeira, pensando nisso como um “ensaio”
para o mercado de trabalho, na certeza de que eventualmente o Internacionalista
irá se deparar com situações comunicativas que lhe exigirão tais habilidades linguísticas.
Além disso, as aulas de LE devem apresentar técnicas de leitura e tradução que
facilitem todo esse processo.
6. Hoje comemoramos o Dia da Língua Portuguesa (10 de junho), a Senhora
acredita que além de buscar aprender e conhecer mais sobre línguas
estrangeiras, o universitário brasileiro também deveria estar em constante
aprendizagem, aperfeiçoando cada vez mais sua língua materna?
Conhecer a Língua Materna é importante para todas as pessoas que habitam
solo brasileiro, haja vista que conhecer o português significa ler, interpretar
e produzir qualquer tipo de texto em qualquer situação. Isso está relacionado à
compreensão do mundo e das coisas que nos cercam, à capacidade de entender as
situações com criticidade e analisar os problemas com destreza. O cidadão que
não conhece a sua língua com proficiência, não consegue experienciar o mundo
com autonomia e autenticidade.
É impressionante como a LE é fundamental para o internacionalista, e ele deve buscar tb esse recurso para além da salas de aulas, minha experiência com a lingua inglesa foi em um estágio na PARATUR, quando me vi falando inglês, e mesmo assim pude perceber que ainda preciso me aprofundar ainda mais, nunca se sabemos tudo em se tratando de inglês, pois aprendi com a Prof. Silvia Bahia que tb quem lê em inglês sabe mais e primeiro.
ResponderExcluirEstudar um idioma não é somente algo mecânico. É, acima de tudo, entrar em uma nova cultura e abrir-se às riquezas do diferente. Parabéns, Profa. Lia!
ResponderExcluirMuito boa a entrevista!
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