Alessandra Viviane
Vasconcelos*
Que o Brasil tem galgado posições
dentro das Relações Internacionais na atual conjuntura, ocupando sua 7ª posição
na economia mundial é até indiscutível, mas quando isso não reflete em sua
economia doméstica chega a ser preocupante.
Analisando o atual cenário da
Amazônia, como um palco de inúmeros conflitos sociais, a exemplo dos eternos
conflitos agrários insolúveis, observam-se suas lentas formas de traçar
políticas públicas domésticas as quais de fato mudarão o quadro atual do Brasil
em longo prazo, pois há um contraste exorbitante em ser a 7ª economia, mas em
85ª em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) como mostra relatório da Organização
das Nações Unidas (ONU) De 2012.
O
governo brasileiro traçou para a Amazônia suas metas domésticas para a redução
do desmatamento até 2020, o equivalente a 564 milhões de toneladas de carbono.
O Pará vem tomando iniciativas a respeito, com projetos como o Programa
Municípios Verdes, como acontece em Paragominas, que conseguiu grandes
progressos com a parceria da Operação Arco de Fogo, realizada pela Polícia
Federal, Força Nacional e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Estas entidades fiscalizaram o desmatamento, trazendo
resultados satisfatórios.
Em contrapartida, o Secretário
Extraordinário para Coordenação do Programa Municípios Verdes, Justiniano
Netto, em entrevista a "Pará Industrial" de junho de 2012(Revista do
Sistema FIEPA), afirmou: ”Nós nunca vamos conseguir desenvolver o Pará se
tivermos um estado marcado pelo desmatamento, pela falta de regularização
fundiária, por conflitos sociais...”.
A verdade é que o Brasil necessita resolver
seus problemas internos, principalmente os que concernem à Amazônia, como a
Reforma Agrária contendo ineficiência em sua
implementação, gerando inúmeras consequências para as minorias (agricultores,
indígenas e ambientalistas) trazendo mais agravantes aos conflitos na região
Amazônica, deixando uma população local sem qualidade de vida, sem Segurança
Alimentar, sem maiores perspectivas, colocando o IDH do Brasil no ranking
internacional como um dos piores. O Brasil que tem a 2ª mulher mais poderosa do
mundo como sua presidenta, um brasileiro na OMC, e um líder a frente da FAO,
ainda não corrigiu seus problemas domésticos históricos.
É interessante observar até que ponto a
política internacional está influenciando a doméstica e vice-versa, não seria
esse o momento do Brasil (governo e sociedade) acordar, levantar de berços
esplendidos, arregaçar as mangas, e reconstruir a história do Brasil, de um
povo de uma identidade amazônida tão peculiar?
Referências
Bibliográficas:
NETTO, Justiniano.
Pará: Meta de Reduzir em 80% o Desmatamento. Revista Pará Industrial: Do
Sistema FIEPA, Belém, Ano 5, n. 20, p. 10-13, junho. 2012.
http://www.agenciapara.com.br/video.asp?id_video=593
http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/03/brasil-melhora-idh-mas-mantem-85-posicao-no-ranking-mundial.html
Quer melhorar a imagem do Pará e acabar com as mazelas sociais do desmatamento, trabalho escravo, violéncia no campo etc e etc? Faz o que Paragominas fez
ResponderExcluirEsse blog tá legal, só falta uma arrumadinha nesse layout
ResponderExcluirCom certeza Anônimo, são dessas iniciativas que iremos sim acabar com conflitos e inúmeros problemas sociais, tb coma participação da sociedade em parceria com o governo.
ResponderExcluirEssa incompatibilidade das realidades interna e externa reflete não só nos problemas sociais pela qual a Amazônia atravessa ao longo de décadas de ocupação irregular - especialmente as políticas do governo militar -, mas na estrutura industrial precária que sufoca o crescimento econômico nacional e dificulta um maior destaque no sistema internacional. Concordo com a autora do texto! O governo de Luis Inácio representa essa dicotomia, buscando um assento no conselho de segurança da ONU, em vez de tratar dos aspectos econômicos, sociais e políticos internos mais frágeis.
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