Bruna Pinheiro.
Acadêmica do 3º semestre.
Indignação, descontentamento, raiva e repúdio são alguns dos sentimentos
que estão presentes há anos entre o povo brasileiro. Neste mês, em meio a
comemorações da Copa das Confederações aqui no Brasil, os brasileiros
revoltaram-se diante dos abusos do governo com os gastos colossais para a
construção de estádios e, o estopim, o aumento do preço da passagem de ônibus e
metrô em São Paulo.
Chamada de “Revolução dos 20 centavos”, “Primavera dos Ônibus” entre
outros, o momento em que vivemos é, sem dúvidas, de revolução. Iniciada nas
redes sociais e convidando todos os brasileiros para a “luta”, os manifestantes
valeram-se de placas com frases de efeito contra o aumento da passagem de
ônibus, contra a corrupção, contra a falta de investimentos em educação e saúde
e muitos outros, milhares de pessoas das mais diversas faixas etárias estão
tomando as ruas das principais capitais do país para serem vistos e valerem
seus direitos.
Iniciada em São Paulo, as manifestações espalharam-se pelo país e pelo
mundo, reivindicando melhorias reais no Brasil. Infelizmente, alguns poucos
manifestantes utilizaram do vandalismo para se manifestar o que é totalmente
contra o foco principal dos protestos. O foco é que os direitos dos cidadãos
brasileiros sejam válidos, sem violência, sem vandalismo e de forma pacífica. A mídia utilizou de seu poder de manipulação, mostrava
- em uma primeira etapa - apenas o vandalismo. Em seguida, devido a repercussão
dos protestos, se diz agora aliada aos mesmos. Mas, esta mudança de postura
não está apenas com a mídia, os políticos fizeram o mesmo, como o caso de
Geraldo Alckmin, que em um primeiro momento chamou os manifestantes de vândalos
e baderneiros e agora os elogia e se diz amplamente aberto para diálogos.
Em meio aos protestos, atos de vandalismos, represálias por parte da
polícia e as mudanças de postura, em Belém, na última segunda-feira, dia 17 de
junho, ocorreu o “Manifesto BRT – Belém”, contando com cerca de 13 mil pessoas.
Esta passeata foi superior a apenas um grito
contra o BRT (que, aliás, retomou as atividades na última quinta-feira,
13 de junho), foi um manifesto contra todas as
impunidades existentes hoje no nosso pais. Bandeiras contra a construção
da Usina de Belo Monte, Marcha das Mulheres, melhorias na educação, contra
corrupção, contra o vandalismo e a violência foram hasteadas em uma das ruas
mais movimentadas de Belém, a Avenida Almirante Barroso. A manifestação fora
altamente pacífica, com o apoio da Polícia Militar do Pará, demonstrando que é
possível reivindicar sem que aja violência e com respeito. Os manifestantes
clamavam por justiça e por melhorias no país, chamavam os transeuntes próximos
para se manifestar, calaram-se em frente a hospitais (mostrando o respeito ao
próximo), e mostravam-se contrários as bandeiras políticas hasteadas.
Nestes últimos dias, é notável a deturpação dos ideais do movimento. Infelizmente muitas pessoas vão às ruas com a finalidade de depredar a cidade, contrariando o que os organizadores visavam no início dos protestos. Percebe-se que estes protestos espalhados pelo Brasil estão perdendo o foco e a unicidade, e que, pelo rumo destes manifestos, eles irão acabar pelo cansaço e não pelo ganho real dos direitos nas mais diversas esferas da sociedade.
Torço para que dessa mobilização, nasça a cidadania plena que se expressará para além das passeatas e chegará até nas urnas! Ótima discussão, Bruna.
ResponderExcluirConcordo com vc o sentimento é de indignação e repúdio devemos ir às ruas sem perder o foco no que queremos reivindicar!Mas é legítimo por mostrar q nós cansamos...Quermos mudança!
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