Thainá Penha Baima Viana Nunes
Acadêmica do 2º semestre.
Desde 2011, o ditador Bashar Al-Assad, que comanda o país desde 2000,não
está agradando o povo sírio. Este último iniciou uma série de protestos
pacíficos que em menos de dois meses depois de seu começo passou a ser uma
revolta violenta e, logo, dramática. Por isso, cerca de seis milhões de pessoas
saíram de suas casas e destes, mais de dois milhões se refugiaram em países
como Jordânia, Iraque, Líbano e Turquia.
Há alguns dias, a situação se agravou devido a afirmação por parte dos Estados
Unidos e da França de que o Estado sírio utilizou armas químicas em Damasco,
proibidas pelo Conselho de Segurança da ONU, contra os civis. Por isso, o Reino
Unido entrou com um projeto de resolução para usar a força contra a Síria, mas
este foi vetado por China e Rússia, as quais defendem que não foram utilizadas
armas químicas.
Acontece que, por mais que o conselho de segurança da ONU tenha vetado tal
intervenção, os EUA ainda assim insistem em atacar o território sírio, pois
mesmo que a ONU não tenha dado resposta sobre a utilização de tais armas devido
a dependência de testes de laboratório, os próprios inspetores americanos já
afirmaram a utilização destas e, inclusive, no último dia 4, o senado americano
autorizou os EUA a utilizarem a força contra a Síria, com dez votos a favor e
sete contra, última barreira encontrada pelos EUA para poderem atacar.
Nota-se certa convergência com a invasão do Iraque em 2003, pois os EUA agiram
com a desculpa da existência de armas químicas e, utilizando os ideais
realistas, quando um Estado se arma sem uma necessidade aparente, os outros
sentem-se pressionados a fazer o mesmo por questão de segurança. Podendo
somar-se a isso, ainda existe a proibição do uso de armas químicas pelo
conselho de segurança da ONU, como foi citado acima. Porém, sabe-se que a
história dos EUA foi apenas uma desculpa para entrar no território iraquiano,
ao passo que seu verdadeiro interesse era o petróleo, o qual não foi encontrado
até hoje. A divergência da invasão iraquiana com a possível invasão da Síria
está no fato de anteriormente não haver um país como a Rússia para intervir
como esta intervém agora, chegando até a fazer ameaças de atacar a Arábia
Saudita caso os EUA ataquem a Síria.
É nessa hora que paramos para pensar: será que os EUA estão indo para uma ação
humanitária em favor dos civis sírios ou há algum outro interesse ainda oculto?
Há os que argumentam que esses estariam entrando nesta missão para agradar a
“gregos e troianos”, ou seja, pessoas de partidos divergentes do governo
americano, fazendo assim que os Democratas ganhem força para ganhar as próximas
eleições; ou será que este seria econômico devido ao futuro alcance do teto da
dívida, já que assim, a guerra seria justificada pelo pedido de crédito
suplementar?
Infelizmente, ainda não temos como afirmar o real
interesse estadunidense, porém, considerando que os Estados interventores visam
sempre algum benefício, ainda há muito a ser desvendado.
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