sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Luiz Alberto Figueiredo: Os Desafios da Nova Gestão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil

Gabriella Nunes
Acadêmica do 6º semestre

No último dia 28 de Agosto, tomou posse o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, assumido o lugar até então ocupado por Antônio de Aguiar Patriota. Figueiredo, considerado um dos grandes nomes da diplomacia brasileira da atualidade, é especialista em temas ambientais e, antes da nomeação para ministro, ocupava o cargo de representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Ganhou maior notoriedade ao chefiar as negociações da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, realizada no Rio de Janeiro, em 2012.
O novo chanceler assume a pasta das Relações Exteriores em meio a um momento delicado da política externa brasileira. Terá de resolver o caso dos diplomatas Eduardo Saboia e Marcel Biato, envolvidos na fuga para do senador boliviano Roger Molina para o Brasil, o que gerou mal-estar entre o governo brasileiro e o governo boliviano, e provocou a saída do ex-ministro Antônio Patriota. Mais ainda, terá como grande desafio conduzir uma política externa que vem sendo alvo de críticas pela falta de firmeza nas respostas a casos mais complicados, como a detenção do brasileiro David Miranda por policiais britânicos no aeroporto de Londres e as recentes denúncias de espionagem por parte do governo dos Estados Unidos ao governo brasileiro, incluindo conversas da presidente Dilma Rousseff com seus assessores.
No âmbito regional, deverá dar continuidade às políticas de aproximação com os vizinhos sul-americanos, porém, em especial, terá a difícil missão de restaurar as relações com o Paraguai, que foi afastado do MERCOSUL em Junho do ano passado, após a destituição do ex-presidente Fernando Lugo e hoje, mesmo tendo o afastamento revogado pelos outros membros, ainda resiste em retornar ao bloco por rechaçar a admissão da Venezuela no grupo – admissão esta, aprovada enquanto o país estava afastado.

            Assim sendo, espera-se que a gestão do novo ministro das Relações Exteriores recupere o fôlego de uma diplomacia caracterizada nos últimos anos pelo comportamento participativo, contestador de desigualdades em fóruns multilaterais, e de liderança regional, que garantiu ao país maior visibilidade no cenário internacional e conquistou o respeito e a admiração das demais nações. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário