Gabriella Nunes
Acadêmica do 6º semestre
No último dia 28 de Agosto,
tomou posse o novo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo
Machado, assumido o lugar até então ocupado por Antônio de Aguiar Patriota.
Figueiredo, considerado um dos grandes nomes da diplomacia brasileira da
atualidade, é especialista em temas ambientais e, antes da nomeação para
ministro, ocupava o cargo de representante permanente do Brasil na Organização
das Nações Unidas (ONU). Ganhou maior notoriedade ao chefiar as negociações da
Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20,
realizada no Rio de Janeiro, em 2012.
O
novo chanceler assume a pasta das Relações Exteriores em meio a um momento delicado
da política externa brasileira. Terá de resolver o caso dos diplomatas Eduardo
Saboia e Marcel Biato, envolvidos na fuga para do senador boliviano Roger
Molina para o Brasil, o que gerou mal-estar entre o governo brasileiro e o
governo boliviano, e provocou a saída do ex-ministro Antônio Patriota. Mais
ainda, terá como grande desafio conduzir uma política externa que vem sendo
alvo de críticas pela falta de firmeza nas respostas a casos mais complicados,
como a detenção do brasileiro David Miranda por policiais britânicos no aeroporto
de Londres e as recentes denúncias de espionagem por parte do governo dos
Estados Unidos ao governo brasileiro, incluindo conversas da presidente Dilma Rousseff
com seus assessores.
No
âmbito regional, deverá dar continuidade às políticas de aproximação com os vizinhos
sul-americanos, porém, em especial, terá a difícil missão de restaurar as
relações com o Paraguai, que foi afastado do MERCOSUL em Junho do ano passado,
após a destituição do ex-presidente Fernando Lugo e hoje, mesmo tendo o
afastamento revogado pelos outros membros, ainda resiste em retornar ao bloco
por rechaçar a admissão da Venezuela no grupo – admissão esta, aprovada
enquanto o país estava afastado.
Assim sendo, espera-se que a gestão
do novo ministro das Relações Exteriores recupere o fôlego de uma diplomacia caracterizada
nos últimos anos pelo comportamento participativo, contestador de desigualdades
em fóruns multilaterais, e de liderança regional, que garantiu ao país maior
visibilidade no cenário internacional e conquistou o respeito e a admiração das
demais nações.
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