quarta-feira, 31 de julho de 2013

Globalizando: Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ao longo da história as trocas comerciais foram se intensificando, o que gerou a necessidade uma organização para supervisionar e liberalizar o comércio internacional, assim surgiu a Organização Mundial do Comércio (OMC). A organização lida com a regulamentação do comércio entre os seus países-membros; fornece uma estrutura para negociação e formalização de acordos comerciais, outra função muito importante é o sistema de resolução de controvérsias, o que a destaca entre outras instituições internacionais. Este ano, o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi escolhido como o próximo diretor-geral da Organização Mundial do Comercio e irá assumir a liderança da organização em setembro de 2013.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Globalizando: UNESCO.

A Organização das Nações Unidas, preocupada com a educação no mundo, criou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com o objetivo de contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, a ciência, a cultura e as comunicações. As atividades culturais procuram garantir o patrimônio cultural através do estímulo a preservação das entidades culturais e tradições orais. Em matéria de informação, a UNESCO promove a livre circulação de ideias, fomenta a liberdade de imprensa, e a diversidade dos meios de informação. Na área de ciência e tecnologia, promove pesquisas para orientar a exploração dos recursos naturais. No entanto o principal objetivo da agência da ONU ainda é reduzir o analfabetismo no mundo.

Sede da Organização em Paris, França.

Curso de Relações Internacionais da UNAMA no 4º Encontro Nacional da ABRI.

Prof. MSc. Mário Tito Almeida.

                Nos dias 23 a 26 de julho participei do 4º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais, principal entidade da área no Brasil, do qual sou Membro Pleno por ser pesquisador de temas de RI. Minha participação deu-se nessa condição, além na de Coordenador do Curso de RI da Unama e de Assessor de Relações Internacionais da Instituição. Além disso, tive um artigo aprovado para apresentação no Painel “Amazônia: Governança, segurança e democracia”, intitulado “As Organizações Internacionais e a segurança humana na Amazônia: desafios e perspectivas”.
            Vários foram os eventos de relevância, alguns, inclusive, em horários coincidentes. Destaco pelo menos quatro: a Reunião de Coordenadores de Cursos de RI de todo o Brasil, a Mesa Redonda sobre o Ensino em Relações Internacionais no Brasil, a Mesa Redonda sobre Teoria e Epistemologia nas Relações Internacionais hoje e o Painel sobre a Amazônia, no qual apresentei meu trabalho.
            A reunião dos coordenadores foi altamente proveitosa. Além dos contatos e da troca de experiências, foi comunicado que as Diretrizes Curriculares Nacionais (documento que balizará daqui pra frente o direcionamento comuns das disciplinas e dos componentes curriculares de RI e que garantirá a definição da especificidade de cada curso no Brasil) já estão sob análise do MEC e há boas perspectivas para sua aprovação. Além disso, um fato importante foi a criação do Fórum de Coordenadores de Graduação de RI para a institucionalização dos procedimentos e do enriquecimento mútuo, de modo a fortalecer a área.
            Durante as duas mesas redondas (Ensino de RI e Teorias de RI), ficou claro que, na Unama, estamos no caminho certo. Além dos desafios da área de RI, que cresce em todo mundo e no Brasil, e das perspectivas do campo em nível profissional, destacou-se a necessidade de cada Curso atender às demandas da própria região com sólida formação acadêmica. Para nós, trata-se de reforçar o contato com empresas para apresentar nossa oferta qualificada de profissionais, consoante com as perspectivas de nossa região amazônica.
            No que se refere à Teoria das RI, fiquei profundamente satisfeito por ver que estamos, de fato, sintonizados com o que as outras Universidades estão discutindo. Os autores citados, as discussões teóricas, os debates (Realismo X liberalismo; NEO X NEO, positivistas X pós-positivista, entre outros), os comentadores e os novos temas de RI vêm sendo discutidos em nossa Universidade. Fiz uma intervenção sobre a necessidade da filosofia, antropologia e sociologia dentro desta realidade. Sublinhou-se, entre outras coisas, a necessidade de acompanhamento dos debates teóricos e que “a análise da realidade passa pela séria fundamentação teórica”. Há que se pensar em produzir mais em termos de teoria a partir do olhar da América Latina.
            Destaco o Painel sobre Amazônia referido acima por ter sido algo relevante no Encontro. O artigo que apresentei e o que o Prof. Paulo Roberto Júnior (orientado pelo Prof. Alberto Teixeira) da UFPa sobre o SIVAM/SIPAM serviram de referencial para a participação de vários pesquisadores de universidades do sul/sudeste que compartilharam informações, pesquisas e projetos, bem como discutiram a centralidade da região nas principais questões contemporâneas de RI. Ao final, como prova da disposição em continuar o debate, foi formada uma rede de discussão entre os pesquisadores presentes, vislumbrando a troca de experiências e, mais importante, a possibilidade de atividades comuns entre os pesquisadores e discentes dos cursos de RI envolvidos.
            Voltei de BH muito mais animado, empolgado e certo de minha escolha profissional. Estou consciente de que muito há que ser feito, mas tenho a consciência de algumas coisas fundamentais:
1.    Estamos muito bem sintonizados com o que acontece no Brasil em termos de RI;
2.    Precisamos produzir conhecimento cada vez mais profundo e fundamentado teoricamente;
3.    Precisamos produzir artigos científicos e mostrar ao resto do Brasil o bem que fazemos aqui e a profundidade de nossa produção;
4.    Espaços como este Blog, o Programa Globalizando, as atividades fortes do curso (como Fórum, FARI e SOEA) e os grupos de estudo/pesquisa são de grande relevância para exercitar esta análise teoricamente fundamentada;
5.    Precisamos avançar intra-curso em termos de pesquisa e extensão e extra-curso em termos de dar a conhecer ao mercado nosso potencial.
Quis fazer este relato de minha experiência por entender que estamos juntos no mesmo barco e que precisamos de todos puxando para o mesmo lado. Não há espaço para “puxar pra baixo ou para trás”. Afinal de contas, estamos buscando a mesma coisa: mostrar como nós pensamos a Amazônia para o mundo e como queremos ser valorizados pelo mundo por sermos amazônidas.

Um abraço!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Globalizando: OIT e o trabalho infantil.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas, especializada nas questões do trabalho com o objetivo de buscar soluções que permitam a melhoria das condições de trabalho no mundo. De acordo com a OIT, 16 milhões de crianças em todo o mundo estão envolvidas em atividades profissionais em residências, remuneradas ou não, em casa de terceiros. O trabalho infantil doméstico é um fenômeno presente em todas as regiões do mundo, sem exceção, e em 2013 o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho, pediu reformas legislativas e políticas para assegurar a eliminação do trabalho infantil doméstico em todo o mundo. 



sexta-feira, 26 de julho de 2013

As Querelas entre Paraguai e Mercosul

Marina Araújo            
Acadêmica do 7º semestre

Com a eleição do novo presidente paraguaio, Horacio Cartes, em abril deste ano, o MERCOSUL decidiu, no dia 12 de julho, pela reincorporação plena do Paraguai ao bloco no dia 15 de agosto deste ano, quando o novo presidente tomará posse. O entrave agora gira em torno da não aceitação do governo paraguaio à entrada da Venezuela no bloco, e sua recusa em participar de toda e qualquer reunião e/ou assinatura de acordos até o início de 2014, quando acaba o período de presidência da Venezuela dentro do bloco.
O MERCOSUL, que nos últimos tempos havia perdido espaço nos noticiários, recuperou sua posição na mídia nacional brasileira e internacional no ano passado, após a reunião entre Brasil, Argentina e Uruguai em Mendonça, aonde foi decidida a suspensão do Paraguai e a adesão da Venezuela ao bloco.


A decisão de suspender o Paraguai tem como argumento fundamentador o processo de impeachment imposto ao ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, onde a rapidez do julgamento e da condenação do político geraram suspeitas quanto à validade da decisão em termos democráticos. A suspensão do país do bloco, no entanto, não foi antecedida por nenhuma avaliação por parte dos demais países membros e foi sucedida quase que imediatamente pela entrada da Venezuela, país associado cujo pedido de adesão já durava seis anos e cujo único entrave era justamente a ratificação por parte do Senado paraguaio.
A discussão deixou de girar então em torno da validade do novo governo paraguaio e passou a questionar a legitimidade da entrada de Caracas, uma vez que o Tratado de Assunção prevê que a entrada de novos membros só poderá ocorrer caso a mesma seja ratificada por todos os quatro países fundadores. O Paraguai, uma parte do corpo político uruguaio e uma parcela significativa da opinião pública brasileira e internacional considera que esta foi uma medida arbitrária que comprometeu gravemente a constitucionalidade do bloco.
No Paraguai, cresce o número de políticos que argumentam pela saída total do país do MERCOSUL e a opinião pública paraguaia tende para um nacionalismo exacerbado fundamentado, principalmente, no histórico de conflitos entre os países envolvidos. No país, já é comum referir-se aos três demais membros como a “Tríplice Aliança”, em alusão à Guerra do Paraguai.


O Paraguai tem uma importância política e econômica fundamental para o MERCOSUL, e em especial para o Brasil, e a saída do país não seria interessante para nenhum dos envolvidos. A energia da usina de Itaipu representa 19% da energia utilizada no Brasil, enquanto que a Argentina enfrenta uma séria crise energética desde 2006 e a energia comprada do Paraguai é fundamental para a manutenção da indústria do país.
Desta forma, se faz imperativo uma reavaliação da entrada de Caracas, de forma a atender a característica democrática do bloco, atentando para a importância do posicionamento paraguaio, e de seu direito de voto, e de veto, se for o caso, para a legitimidade da ampliação. Até lá, convém ao governo da Venezuela, buscar uma relação mais agradável com o governo do Paraguai, independente de quem esteja no poder, uma vez que o processo de integração da qual a mesma deseja fazer parte se constitui em uma política de Estado e não de governo.
É importante ressaltar, que a entrada da Venezuela, dada a situação atual da mesma com o bloco, de agora em diante deve ser incentivada, para evitar maiores desavenças diplomáticas entre países vizinhos, expandir a integração, restaurar a importância do MERCOSUL dentro dos países membros e com relação aos seus vizinhos, e em especial, no que tange o Brasil, reforçar sua posição como líder regional.


REFERÊNCIAS

CERVONE, Fábio. Paraguai se torna o maior obstáculo para o Mercosul. R7. 19/07/2013. Disponível em: <http://noticias.r7.com/internacional/paraguai-se-torna-o-maior-obstaculo-para-o-mercosul-19072013> Acesso em: 25/07/2013

MACHADO, Juliano. Paraguai boicotará reuniões do Mercosul com Venezuela na presidência. Folha de São Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/07/1310815-paraguai-boicotara-reunioes-do-mercosul-com-venezuela-na-presidencia.shtml> Acesso em: 25/07/2013

PALÁCIOS, Ariel. Paraguai deve voltar ao Mercosul em agosto, diz chanceler uruguaio. Estadão. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,paraguai-deve-voltar-ao-mercosul-em-agosto-diz-chanceler-uruguaio,1052447,0.htm> Acesso em: 25/07/2013

PEREIRA, Edson. Mercosul: o erro da suspensão do Paraguai. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/mercosul-o-erro-da-suspensao-do-paraguai/71738/> Acesso em: 25/07/2013


SION, Vitor. Política interna do Paraguai dificulta volta do país ao Mercosul. Opera Mundi. Disponível em: <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/30124/politica+interna+do+paraguai+dificulta+volta+do+pais+ao+mercosul.shtml> Acesso em: 25/07/2013

Globalizando: OMS e a questão das doenças na África.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) é a agência da Organização das Nações Unidas especializada nas questões da saúde, em nível mundial. Tendo por objetivo desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos.  O Brasil tem participação fundamental na história da organização, pois de criação da OMS foi de autoria dos delegados brasileiro, que propuseram o estabelecimento de um organismo internacional de saúde pública de alcance mundial. A OMS possui seis escritórios regionais, um deles localizado na Região Africana, cuja missão principal é tentar reduzir o número de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS, levando em conta que a região ainda é a mais afetada no mundo.


quinta-feira, 25 de julho de 2013

Globalizando: FAO e o relatório sobre a fome no mundo de 2013

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) é uma organização das Nações Unidas cujo objetivo é garantir a segurança alimentar. A ideia é aumentar a capacidade da comunidade internacional para promover a alimentação da sociedade de maneira nutritiva. Em 2013, através de um relatório, a FAO destacou o número de pessoas que passam fome no mundo, assim como aquelas que possuem deficiência de nutrientes e ainda o número de obesos no mundo. Recomenda-se que os líderes mundiais intensifiquem os esforços para a garantia da alimentação adequada para todos, desde o cultivo até a distribuição do alimento.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entrevista: JMJ - Jornada Mundial da Juventude

Como todos sabem, nesta semana está ocorrendo no Brasil a Jornada Mundial da Juventude, com a presença do Papa Francisco. Como o nome já diz, este é um evento mundial, por isso é relevante para as Relações Internacionais e são de suma importância a todos, principalmente para os estudantes do curso de Relações Internacionais. Sendo assim, hoje, teremos uma pequena entrevista com o prof. Mário Tito Almeida que também é filósofo e teólogo, logo, está apto a responder algumas perguntas que envolvem religião, economia, relações internacionais, a fim de enriquecer o conhecimento dos acadêmicos de R.I.

1. O que é a jornada mundial da juventude?

É um encontro de jovens católicos do mundo inteiro. Foi idealizado pelo Papa João Paulo II que, em 1984, celebrou na Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude. Na ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ, conhecida como a Cruz da Jornada.
Como o ano de 1985 foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações Unidas, o Papa anunciou a instituição da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu pela primeira vez em 1986 em Roma.


2. O que a vinda do papa Francisco ao Brasil representa para o país e como isso pode influenciar nas R.I.?

A Igreja católica, por ser uma instituição disseminada mundialmente e sustentada por princípios e valores de defesa do ser humano, possui forte influência na cultura e na construção da sociedade ocidental e contribui para a mediação de conflitos entre povos. O Papa, do ponto de vista, das RI é o chefe de um Estado e, como tal, é recebido no Brasil pelas autoridades. No caso da sua vinda ao país, no contexto das manifestações populares, é muito significativo que ele traga mensagens de mudanças e ao mesmo tempo palavras de estímulo e conforto para os que sofrem.


3. A vinda do papa Francisco, chefe de Estado, pode afetar as relações do Brasil com o Vaticano e até mesmo a Itália? Se sim, como?

Com a Itália, não, pois mesmo o Vaticano estar dentro do território italiano, são dois atores internacionais independentes. O Brasil possui uma série de acordos e tratados com o Vaticano, muitos são mediados pelo Núncio Apostólico no Brasil, uma espécie de diplomata que representa o Papa em um país. Mas, quando este visita um Estado Nacional, em geral, trata de assuntos de interesses do catolicismo, como questões relativas às igrejas e aos locais de culto, com as autoridades políticas.


4. Há algum tipo de legado que pode-se esperar da JMJ no Brasil, já que há participantes estrangeiros não só na cidade sede (Rio de Janeiro), mas também em outras cidades, inclusive Belém?

Do ponto de vista da Igreja católica, uma renovação a partir dos jovens e ma maior busca de simplicidade na vida dos religiosos e de sintonia com os novos desafios contemporâneos. Para o país em si, é sempre uma oportunidade de movimentação da economia e de maior conhecimento mundial, apesar dos problemas do país.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Globalizando: Jornada Mundial da Juventude.

Hoje, se inicia no Rio de Janeiro, a Jornada Mundial da Juventude, um encontro que reúne milhares de jovens do mundo todo, com o objetivo principal de transmitir ao mundo, a mensagem de Cristo. Em 1984 foi celebrado na Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude com o Papa João Paulo II. Na ocasião, o Papa entregou aos jovens a Cruz que se tornaria um dos principais símbolos da Jornada. Este ano, a Jornada conta com a presença do recém-escolhido Papa Francisco, com o tema "Ide e fazei discípulos entre todas as nações".


sábado, 20 de julho de 2013

Globalizando: Diplomacia Cidadã.

Na área de relações internacionais, a diplomacia tradicional existe para guiar o relacionamento entre os países de maneira pacífica, sendo exercida pelo Ministério das Relações Exteriores. Porém, com o surgimento de outros atores internacionais, novos tipos de diplomacia foram identificados. Um deles é a diplomacia cidadã, definida como o envolvimento ativo e pacífico de atores não-estatais na gestão da sua atuação em nível global. Esse modelo de diplomacia considera também as organizações internacionais e não-governamentais, empresas e a sociedade civil, relevantes para o sistema internacional. 


sexta-feira, 19 de julho de 2013

As possibilidades para o Egito pós-Morsi?

Caio Rebelo
Acadêmico do 6º semestre

            A situação no Egito ilustra bem os problemas enfrentados por diversos países que, depois de deporem governos autoritários ou ditatoriais, agora buscam a redemocratização. Após a deposição de Mubarak, os vários segmentos que cooperaram para derrubar o antigo regime (liberais de esquerda, islamitas conservadores, cristãos cooptas etc.) passaram a disputar o poder entre si, e o fato de que nenhum dos principais segmentos – a esquerda liberal e os conservadores muçulmanos – representa a maioria incontestável da população apenas agravou a situação.
            A recusa do governo Morsi, alinhado com a Irmandade Muçulmana e os demais segmentos tradicionalistas, de incluir efetivamente a oposição no processo decisório acabou deflagrando uma crise de governabilidade no país, o que levou a uma nova onda de protestos que culminou no ultimato das Forças Armadas e a sua deposição, seguida pela nomeação de um governo provisório, que conta com o antigo chefe da Suprema Corte Constitucional do Egito, Adly Mansour como presidente e o Nobel da Paz em 2005, Mohamed ElBaradei como vice.
            A intervenção dos militares no cenário político egípcio, infelizmente algo recorrente na história recente do país, pode, sob uma justificativa qualquer, abrir um precedente perigoso no país e na região, pois ao colocar o processo constitucional em segundo plano e excluir a sociedade civil do campo decisório cria-se a possibilidade – caso o impasse entre laicos e fundamentalistas se agrave – de uma nova era de governos autocráticos, usando a manutenção da ordem como forma de justificar sua legitimidade.
            Por outro lado, as manifestações que reuniram milhares de simpatizantes do presidente deposto nesta sexta-feira (19/07), bem como demonstrações de apoio em outros países da região, particularmente na Faixa de Gaza, podem sinalizar uma nova onda de protestos em resposta ao golpe, desta vez movida pelos grupos fundamentalistas, que pode ser uma bomba em vias de ser armada, motivo pelo qual os países laicos da região, como a Turquia ou potências militares como Israel, assim como potências como os Estados Unidos olham para a questão com receio e cautela, especialmente levando em conta o peso geopolítico que o Egito tem na região, tanto como potência regional e aliado norte-americano quanto como rota de acesso marítimo via Suez, muito embora a presença de ElBaradei como encarregado da política externa do país tenha sido vista com otimismo internacionalmente.
            A necessidade ou não de um golpe no governo Morsi é uma questão complexa e que requer uma profunda análise por parte das Relações Internacionais. Seus impactos ainda são difíceis de serem previstos com exatidão. O governo de transição terá de lidar com muitas variáveis de difícil controle, de forma que até o momento só é possível dizer que o futuro do governo provisório e do próprio Egito é ambíguo como o gato de Schrodinger: tanto a possibilidade de um governo democrático e mais representativo (que deverá tentar incluir mesmo os segmentos mais radicais do islamismo, tanto quanto os moderados) quanto a de um retrocesso em termos democráticos coexistem simultaneamente, de forma que apenas com as eleições legislativas e a formulação de uma nova constituição marcadas para no máximo 2014 será possível saber o que metaforicamente sairá da caixa.

REFERÊNCIAS



Globalizando: Arábia Saudita ameaça expulsar estrangeiro que desrespeitar Ramadã.

Na última semana as autoridades sauditas ameaçaram expulsar os estrangeiros não-muçulmanos que beberem, comerem ou fumarem em público durante o Ramadã, o mês de jejum muçulmano. A Arábia Saudita, um país rico em petróleo que aplica uma versão mais rigorosa do Islã, conta com cerca de 8 milhões de estrangeiros, a maioria de origem asiática. E como forma de respeito pelo Ramadã, sagrado para os muçulmanos porque é o mês durante o qual o Alcorão, de acordo com a tradição, foi revelado ao profeta Maomé, os estrangeiros devem respeitar os sentimentos dos muçulmanos.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Globalizando: Dia Internacional Nelson Mandela.

Hoje é celebrado o Dia Internacional Nelson Mandela, uma comemoração internacional pela liberdade, pela justiça e pela democracia. A data foi instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em novembro de 2009, a ser comemorado em todos os dias 18 de julho, dia do nascimento do líder sul-africano Nelson Mandela. Através da data, a ONU busca homenagear a dedicação de Mandela a serviço da humanidade, na promoção e proteção dos direitos humanos, e outros serviços que lhe renderam inclusive o Prêmio Nobel da Paz de 1993. Com a celebração os países-membros reconhecem sua contribuição pela democracia internacional e a promoção da cultura da paz através do mundo.


quarta-feira, 17 de julho de 2013

Globalizando: Formação do CSONU.

No âmbito da Organização as Nações Unidas, cinco são os órgãos principais, a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social (ECOSOC), o Secretariado e o Tribunal Internacional de Justiça, cada um com uma função definida. O Conselho de Segurança é responsável por manter a paz e a segurança entre os países do mundo, e tem o poder de tomar decisões, conhecidas como resoluções. Esse é o único órgão do sistema internacional capaz de adotar decisões obrigatórias para todos os Estados-membros da ONU, podendo inclusive autorizar intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções.


Motivos da inexistência de Tratados Internacionais sobre Terrorismo Internacional

Ana Carolinne Barata.
Acadêmica do 5º semestre.

            Em termos gerais, terrorismo é o ato de ameaçar ou ferir pessoas através do uso da força e da pressão psicológica, instaurando o medo e abalando mentalmente seu alvo. Essas ações podem ser causadas por diversos fatores como causas sociais, religião, insatisfação com o poder vigente, etc.
            O terrorismo passa a ser considerado internacional quando essa pessoa ou, como na maioria das vezes, um grupo de pessoas passa a atacar fora de seu território nacional outros Estados, ferindo não só pessoas, mas também atingindo o sistema interno do mesmo, no qual políticas e práticas de defesa nacional começam a ser questionadas pela própria população, afetando assim, o Sistema Internacional. O maior exemplo disso é o ataque ao World Trade Center em 2001, onde os terroristas não destruíram apenas dois grandes prédios, mas atacaram também a soberania de uma nação hegemônica que, até então, pensava-se ser inabalável, inatingível.
            Após o ataque, inúmeras conferências feitas por Organizações Internacionais e, principalmente, pelo Conselho de Segurança da ONU passaram a ter como pauta o Terrorismo – agora considerado internacional – a fim de tentar preveni-lo e combatê-lo. Porém, chegou-se a conclusão de que é quase impossível fazer isso, pois não existe ao certo uma definição conceitual sobre o mesmo, dado que, não se sabe de onde ele vem, onde ele vai atacar e muito menos quando vai fazê-lo. O terrorista internacional, segundo (CRETELLA. 2008) é um “Inimigo sem rosto e um combatente sem pátria”.
            Além disso, a ONU e seu Conselho de Segurança não podem agir contra os Terroristas, pelo fato de, ela não ter legitimidade para agir contra um ator internacional que não seja o Estado (CRETELLA. 2008), haja vista seu papel de mediadora de conflitos somente entre Estados.
            Esses e outros fatores fazem com que exista uma carência em Tratados Internacionais que possam evitar ataques terroristas. Logo, não há uma legislação que aja sobre o terrorismo internacional.



REFERÊNCIAS

CRETELLA NETO, José. Terrorismo internacional – inimigo sem rosto, combatente sem pátria. São Paulo: Millennium, 2008.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Globalizando: Organização das Nações Unidas.

A Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas, é uma organização internacional cujo objetivo principal é facilitar a cooperação entre os países e manter da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945, como uma segunda tentativa para a Liga das Nações que fracassou no seu objetivo de evitar guerras, após a Primeira Guerra Mundial, com a ocorrência da Segunda Guerra Mundial. A organização foi um marco para as relações internacionais, pois identificou a necessidade de uma cooperação entre os países na área da segurança internacional, em todas as ameaças ao indivíduo.

Edifício-sede da Organização das Nações Unidas em New York City.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Globalizando: Sob polêmica da espionagem, EUA e UE abrem discussão de livre comércio.

Os Estados Unidos e a União Europeia começaram a discutir um importante acordo bilateral de livre comércio, apesar das preocupações da UE sobre os programas norte-americanos de espionagem, que ameaçaram retardar o início do processo. A chamada Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento será, se concretizada, o maior acordo de livre comércio do mundo, cobrindo cerca de 50 por cento da produção econômica global, 30 por cento do comércio global e 20 por cento dos investimentos estrangeiros diretos. Os benefícios econômicos que o acordo acarretaria não se concentram apenas para os Estados Unidos e a Europa, mas para todo o sistema comercial global.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

As dificuldades do Comércio Exterior Brasileiro.

Marcelo Silva Filho
Acadêmico do 5º Semestre.

            Analisando o potencial exportador do Brasil, frente a um aumento de 4,1% nas exportações no mês de junho de 2013 em comparação ao mesmo mês do ano passado, sustentado pelo crescimento das commodities, segundo o Geraldo Eustáquio de Oliveira, o processo de qualificação e promoção das exportações brasileiras encontram-se, ainda, bastante prejudicadas, tanto por fatores políticos institucionais, levando em consideração as tributações, as ideologias partidárias e as limitações da política regional do MERCOSUL, quanto de ordem estrutural, existem as deficiências em logísticas e transporte.
Devemos ter em mente, primeiramente, que a abertura do mercado brasileiro ao fluxo de investimentos externos diretos e às importações de bens de consumo e de capital, acarretando a falência inevitável de inúmeras indústrias nacionais, foi bastante recente, ainda na década de 1990, entretanto, não podemos simplesmente culpar esse processo tão benéfico para a trajetória de inserção da economia brasileira na economia internacional globalizada e no incentivo às indústrias para aumentarem sua competitividade interna e externa, apesar de ter sido introduzido muito rápido, ignorando o processo de adaptação das empresas à nova conjuntura.
Veja os exemplos das potências emergentes asiáticas, mais especificamente a Coréia do Sul nos anos 1970, 80 e 90, no qual a proteção às indústrias foi sendo retiradas paulatinamente até que elas estivessem preparas para enfrentar o mercado internacional, postura que a política industrial brasileira prefere distorcer, fornecendo subsídios durante décadas sem implicar em ganhos relativos para a indústria nacional em termos de competitividade.
A administração de Mantega tem tentado reverter essa conjuntura industrial, que vem apresentando índices de baixo crescimento, com medidas de incentivo ao consumo através da desoneração da folha de pagamento, redução dos juros para algumas indústrias e setores, além da desoneração de alguns impostos do PIS, IPI e Confins, porém não é o suficiente para alavancar um crescimento estável na indústria quando ainda temos uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, além de que a infraestrutura de escoamento da produção encontra-se insuficiente e incapaz de atender as necessidades de crescimento do País e das demandas internacionais.
Por último é importante destacar que na era Lula o Brasil pouco avançou em termos de integração regional, em especial com os integrantes do MERCOSUL, apesar de elevar a imagem do País no exterior, a começar pela implantação do IBAS, BRICS e G-20. Entretanto, mesmo com toda essa representatividade, quais foram os ganhos econômicos concretos que resultaram desses encontros?
Segundo o presidente da CNI Robson Braga de Andrade, "Hoje o Mercosul representa para nós muitos mais um empecilho do que avanço, ou estrutura organizada que possa ter peso nas decisões internacionais", de fato o Bloco está deixando de representar um diferencial na inserção brasileira na economia internacional em termos de competitivos com outros blocos regionais, dado aos recentes atritos políticos-ideológicos internos.
Essa realidade, portanto, deve ser revertida com o intuito principal de agregar valor ao produto nacional, aumentando a complexidade industrial da região amazônica e, acima de tudo, de toda a nação, incrementando o número empresas que possam participar dentro dos vários setores produtivos e de melhorias na infraestrutura econômica e de escoamento, a fim de alcançar certo nível de segurança econômica e, concomitantemente, alterar o modelo de inserção na economia globalizada.

Além desses aspectos internos é extremamente relevante observar quais são as limitações externas, em matéria de cooperação econômica, que estão prejudicando a expansão e o aprofundamento da produção brasileira, isto é, o pragmatismo comercial deve estar presente durante as negociações diplomáticas, especialmente dentro do âmbito do MERCOSUL.

Bibliografia:
JÚNIOR, Humberto Maia. Choque de Concorrência. Exame, ed. 1036, ano 47, n°.4, pg. 48-51. Março 2013.
O Liberal. Indústria extrativista deixa produção vulnerável. Disponível em << http://www.orm.com.br/ >>. Acesso em 22/06/2013.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

North-South Inversion? European Exodus.

Paulo Victor Silva Rodrigues
Acadêmico do 5º semestre.

     The economy crisis that started in 2007/8 hit strongly the European countries, in special the Eurozone Members. Deficits of national bills, growing of unemployment figures, austerity measures, those and other issues are easily found currently and deeply debated into countries which are facing the crisis. Nevertheless, over the last century, those countries which are suffering financial difficulties were desired destinies by the citizens from the South countries – non-geographic, in other words, from the countries considered underdeveloped – who sought better opportunities of job, high level of education and improvement in life quality. 
      However, what it is happening recently is an inversion. It’s notorious the actual development experienced by the emergent countries, many of them are growing up above the global average, like China. Meanwhile, the developed countries which have a high degree of industrialization – highlighting to European Union Members – are rising either below of average or stagnant. Notice the immigration growth of people from the North countries – developed – to the South countries, mainly to the emergent ones, for instance: BRICS (Formed by Brazil, Russia, India, China and South Africa).
        Previously considered backward countries, they are nowadays providing a lot of opportunities of job in many sectors, and the european people – most of them qualified – are getting job into the emergent countries. Brazil has been receiving in the last three years many orders job visas and Portugal represents a considerable percentage of them, for example.

       Yet, the nations which are receiving those foreign people consequently are losing to the immigrants employment positions which would be occupied for its citizens, because even with the economy ‘boom’ that they are living, social rates, like HDI, does not evolved in same proportions. In other words, the rates of education quality and the income distribution are not close of the countries which are facing the crisis, causing this way a lack of qualified demand to occupy good jobs, forcing so the businessmen ‘’to import’’ qualified manpower that ally to unemployment in Europe have been helping those foreign people to get job.

      What to do in front of this scenario, affected by the economy crisis in Europe and by the progressive development of South countries?

terça-feira, 2 de julho de 2013

O Perfil do Acadêmico de Relações Internacionais: Um personagem-observador dos eventos históricos de sua época.

Alessandra Viviane Vasconcelos
Acadêmico do 5º semestre.

         Muitos se perguntam qual o perfil do estudante de relações internacionais?  Diria que ele é um observador profundamente crítico que procura analisar todo o contexto, procurando diferenciar os fenômenos sociológicos, que permeiam o processo histórico, e o que geram para as dinâmicas do Sistema Internacional.
       Tagliari e Araújo (2009) são enfáticos em dizer que quem não aprecia a política, seja ela doméstica ou internacional, está no curso errado. Dessa forma, pode-se dizer que os alunos de RI são atores políticos, estudam para serem agentes da política à luz do que o grego Aristóteles, em sua obra A Política, disse: ”O homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade”.
Esse mesmo acadêmico em se tratando dos protestos em todo Brasil hoje, deve olhar com uma visão mais profunda (além do ôntico), traçando um paralelo com os eventos da primavera árabe, doOcuppy Wall Street”, da Praça Taksim na Turquia, e das ruas da Espanha e Portugal. São movimentos concomitantes nos quais cidadãos que estão lutando por direitos básicos e fundamentais.
Fomos influenciados pelos cidadãos que protestam ao redor do mundo? O que temos em comum? Manifestantes em Belém tinham em sua faixa: “Não é Turquia nem Grécia é o Brasil que saiu da inércia” Embora com causas diferentes os princípios sejam os mesmo.

       O Impeachment de Collor teria sido um evento histórico para nossa democracia, feito pelos movimentos estudantis, que chegou a proporções de depor um presidente. Apoiados ou não pelo processo midiático que os envolvia, os brasileiros foram as ruas, impulsionados por uma indignação, e hoje, após mais de 20 anos, os estudantes foram as ruas dentro de um contexto de repercussões de extrema corrupção. O estudante, antes muito criticado, por ser a geração shopping center e das redes sociais, não estava alienado, pois com a tecnologia teria mais informações do que qualquer outra geração, depois da valorização do real, e de relativa “prosperidade”.
Isso nos teria deixado em uma inércia política? Não, já estariam politicamente conscientizados, que se enfrentavam entraves sociais históricos e em meio aos descasos dos governantes surge a indignação, o desejo de mudar. Observam-se também todas as faixas etárias inserida nesse processo, o que não tira a legitimidade da ação, se tem ou não representatividade. Algo ocorreu, houve mobilidade, mostrando que é necessário amadurecer para se conquistar muito mais.
Há uma construção em todo esse processo. Tal como o nome indica, o foco da teoria construtivista está na construção social da política internacional. Vivemos em um mundo que construímos, nos quais somos os principais protagonistas, que é produtos de nossas escolhas. Este mundo em permanente construção é constituído pelos que os construtivista chamam de agentes. Isto significa que estamos em um mundo que não nos é imposto ou que é pré-determinado, mas num mundo que podemos mudar, transformar, pois ele é socialmente construído (Wendt ,1992).

Referências bibliográficas
Tagliari, Vanessa; Araújo, Marcos. Relações Internacionais: Uma abordagem Multidisciplinar. Sá Guimarães, Feliciano. Um internacionalista no Brasil (1998-2008): Algumas ideias para alunos ‘desesperados’ acerca do que fazer com o diploma.Curitiba.Juruá.2009.Cap. 1.
Jackson, Robert; Sorensen, Georg. Introdução às Relações Internacionais. Ed Zahar.RJ.2007.445p.

www.inct-ineu.org.br/homolog/filipe/06-teoriadasris.pdf‎