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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Os métodos internacionais de preservação da água e as aplicabilidades no caso de São Paulo

Arantxa Santos
    Internacionalista formada pela UNAMA e pós-graduanda em Gestão Ambiental pela Faculdade Ideal
         
                                                                                      
A água é um recurso natural essencial para o homem. No entanto, o mundo enfrenta hoje uma crise hídrica e grande parcela da população global sofre as consequências socioeconômicas deste problema.
Ao analisar a superfície terrestre, é possível observar que a maior parte do planeta é constituída por água, totalizando cerca de 70% de toda a área do Planeta. Porém, apenas 3% é de água doce, ou seja, ideal para o consumo e, aproximadamente 12% da água doce do mundo encontra-se no território brasileiro. Entretanto, ainda assim, a crise vem afetando o Brasil, em especial os Estados do sudeste, o que incentivou debates locais sobre o consumo, distribuição, tratamento e preservação da água.
A fim de combater a escassez hídrica, muitos países investem na preservação, incentivam a redução no consumo e fazem uso da tecnologia para criar métodos de tratamento da água, impulsionando a análise sobre a aplicabilidade destes métodos no caso brasileiro. Muitas cidades ao redor do mundo enfrentam ou enfrentaram crises hídricas, provocadas pela seca, desperdício ou consumo desenfreado, que, por sua vez, criaram medidas para reverter a situação. Especialistas agora estudam a possibilidade de aplicar tais medidas em outros casos de falta de água, a exemplo de São Paulo.
Um exemplo é o que foi aplicado na China, que está entre os países listados pela Organização das Nações Unidas (ONU) com grave falta de recursos hídricos. O país possui 6% da água potável do planeta e enfrenta obstáculos de abastecimento em 400 cidades, inclusive a capital, Pequim, que consume mais água do que disponibilizada em seus reservatórios. Para reverter a situação, a companhia de água de Pequim apostou em um projeto para redirecionar os rios. O Projeto “Desvio de Água Sul-Norte” moverá bilhões de metros cúbicos de água e exigirá a construção de aproximadamente 3 mil quilômetros de canais. O custo deve superar 60 bilhões de dólares.
Outro exemplo é Nova York, nos Estados Unidos, que desde os anos 1990 aplicou um programa de proteção dos mananciais, com o intuito de prevenir a poluição e evitar gastos com o tratamento ou na busca por novas fontes de água potável. O projeto também inclui a aquisição, por parte do governo, de terras com nascentes de água com o objetivo de protegê-las. Ao mesmo tempo, o governo lançou campanhas para a redução do consumo e, com isto, a cidade alcançou o crescimento na vida útil dos recursos hídricos disponíveis na região.
Na cidade de Zaragoza, na Espanha, o principal problema é o desperdício de água, então para reverter o comportamento da população, o governo elaborou uma campanha de conscientização pelo uso eficiente da água e a criação de metas de redução do consumo. O projeto se tornou referência ao lidar com a falta de água em um ambiente urbano de forma rápida, ecológica e sem muitos gastos.
A realidade do Brasil é completamente diferente dos três exemplos, uma vez que o país detém grande parte da água doce existente na Terra, apesar da distribuição desigual. Um exemplo é São Paulo, a maior cidade brasileira, que possui poucos recursos hídricos e vive, atualmente, em uma severa crise que coloca em risco o bem-estar de mais de 8 milhões de pessoas.
A história de São Paulo é marcada por impactos negativos aos rios. Isto pode ajudar a esclarecer os motivos para a atual crise hídrica no Estado. Alguns exemplos do descaso com a água em São Paulo podem ser citados: não são tratados mais da metade dos esgotos, o que aumenta os gastos em tratamentos e polui a água que é consumida. Neste contexto, a região do Sistema Cantareira, formado por seis represas que abastecem São Paulo, teve quase 80% de sua vegetação nativa desmatada, provocando impacto direto nos mananciais, uma vez que a floresta possui um papel crucial na prevenção das secas, ao impedir a erosão do solo e o assoreamento dos rios.
Ainda analisando a maneira como a água é tratada em São Paulo, é importante ressaltar a situação do Rio Tietê, que apesar de ser o mais importante do estado é o mais poluído do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa maneira, é clara a necessidade de elaborar medidas que solucionem a crise hídrica, o que leva a reflexão sobre a possibilidade de usar métodos com base na experiência dos países que vivem ou viveram a mesma situação.
E, o mais importante, é considerar a realidade do Estado tanto na questão ambiental, no que se refere aos recursos hídricos, como no investimento financeiro que se faz necessário, além da tecnologia envolvida e da valorização da igualdade no que diz respeito à distribuição de água, tão importante para a sobrevivência de todos.
     

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Interesses particulares por detrás do caso de corrupção da Petrobras

Neila Sousa
Acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Ultimamente, o nome da empresa estatal brasileira, Petrobras, tem sido alvo dos principais setores midiáticos no Brasil e no mundo em decorrência da atual situação de corrupção que vem enfrentando, espalhando um ar de decepção, e, de certa forma, gerando dúvidas na população sobre a permanência do atual governo. A eclosão do caso Petrobras chegou ao ponto de partidos opositores, junto às grandes mídias nacionais, se aliarem com o interesse de mobilizar o povo para pedir o impeachment da atual presidente, Dilma Rousseff.
Durante a pesquisa para escrever este texto, considerei necessário realizar uma análise histórica da empresa junto ao mandato de alguns governos que a administrara para refletirmos sobre a conjuntura que envolve a maior empresa brasileira, pois há muitos anos a maior empresa petrolífera do país vem sendo visada por grandes multinacionais. E, diante da visão da teoria construtivista, vivemos uma realidade socialmente construída. Portanto, vivemos em um sistema cujas leis impedem que uma única pessoa, ou seja, a presidente dite as regras, assim como responda pelos erros cometidos diretamente pelos envolvidos no escândalo da corrupção.
A disputa pela gerência da Petrobras teve início quando ainda se pensava na construção da empresa. O Brasil é um país rico em minérios e petróleo, por isso, os olhos estrangeiros direcionam-se sobre as terras e recursos naturais nacionais. Dois grupos surgiram: um defendia a privatização, e o outro a monopolização estatal do petróleo.
No ano de 1948, houve alguns projetos encaminhados ao congresso nacional pelo então presidente Gaspar Dutra, os quais tinham a intenção de permitir a participação da iniciativa privada na indústria, porém muitos nacionalistas se posicionaram contra a ideia de entregá-la às multinacionais estrangeiras. Além disso, na época já havia um domínio do comércio de petróleo em âmbito mundial pelas maiores companhias do setor, conhecidas como “Sete Irmãs”, sendo cinco delas norte-americanas. Para impedir a ação da iniciativa privada, foram feitas algumas mobilizações para que o projeto não fosse aprovado e ficasse sob o domínio do Estado, e tiveram apoio de intelectuais como Monteiro Lobato. Deste modo, diante da necessidade de explorar os recursos petrolíferos, juntamente com o receio de intervenções estrangeiras nas ações da unidade nacional, surgiu a Petrobras.
No decorrer do tempo, a indústria cresceu, e os olhares estrangeiros acompanharam este desenvolvimento. Em 1997, o governo de FHC sancionou uma lei que permitia à União a contratação de empresas estrangeiras para supervisionar e até planejar políticas públicas de energia, surgindo então a ANP (Agencia Nacional do Petróleo). Mas, ainda assim, o Estado tem o petróleo sob o monopólio de exploração.
A Petrobras é símbolo de soberania e democracia brasileira. Assim, a operação Lava Jato, é um meio de investigação sobre a corrupção que se mostra presente na política interna, e auxilia para o projeto de construção um país que preza pela política de transparência. Contudo, a mídia utiliza o fator corrupção como um meio de alcançar interesses particulares.  Uma crise como esta que a Petrobras vem enfrentando pode gerar resultados positivos, por exemplo, a maior transparência política e a pressão cada vez mais aos líderes para que levem em frente o projeto de reforma política nos país.
O grande foco distorcido que a mídia está dando para os problemas de corrupção alimentam a ideia de que um Estado não consegue ter controle de uma grande indústria como esta. Isto causa a impressão de que atitudes contraditórias de grupos de interesse são permitidas e até aceitas pela mídia quando se trata de uma das maiores riquezas do mundo, como o petróleo, inclusive generalizar e/ou ocultar os verdadeiros fatos. E por falta da cultura da busca pela verdadeira informação, acaba-se acreditando na primeira em que é oferecida. Mas, como disse o general Horta Barbosa durante a célebre conferência no Clube Militar, no início da “Campanha do Petróleo”, em 30 de julho de 1947: “O petróleo pertence à Nação, que há de dividi-lo, igualmente, por todos os seus filhos. A Petrobrás e o petróleo do Brasil não pertencem aos ‘acionistas’ ou aos ‘investidores’, mas pertencem a todos os brasileiros, sem exceção”. 



REFERÊNCIAS:


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Desafios do Ministério das Relações Exteriores para 2015: um primeiro olhar

Breno Damasceno
Acadêmico do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


O novo ministro das Relações Exteriores, o Embaixador Mauro Vieira, terá de enfrentar grandes desafios quanto a política externa brasileira. O Chanceler defendeu um ministério mais atuante e uma “diplomacia de resultados”, principalmente diante do momento desfavorável que a economia Brasileira vem enfrentando. Além disso, terá a tarefa de influenciar, de certo modo, as preferências da presidente Dilma Rousseff, com o intuito de direcioná-la a um desempenho mais profundo para os assuntos internacionais.
Nesse sentido, vale ressaltar que o papel do líder, proposto por Adler (1999), na agenda de novas pesquisas e conceitos construtivistas, é um importante fator de análise da política internacional. A presidente Dilma é constantemente criticada por não dar a atenção devida às relações exteriores brasileira, portanto, esta é uma esfera que o novo ministro terá de recompor.
Diante dos acontecimentos internacionais contemporâneos, como a execução de Marco Archer, na Indonésia, até desafios mais amplos, por exemplo, o desejo brasileiro de uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil precisa retomar a credibilidade do interesse pelas relações exteriores que, aparentemente, tem se perdido ao longo dos últimos anos
O novo ministro também deve saber driblar os conflitos existentes entre agentes e estrutura, hoje muito evidentes perante as ações do Estado Islâmico. Esse novo ator internacional tem mostrado o quanto a teoria construtivista tem tido êxito ao levar em consideração as novas “comunidades epistêmicas” que acabam sendo um veículo de premissas teóricas, interpretações e significados coletivos, e que contribuem para o processo de construção da realidade social, criando novas identidades sociais, que segundo Alexander Wendt e Emanuel Adler, são adaptadas e transformadas, juntamente com os processos e com as necessidades da política internacional.
Neste novo ambiente conflituoso, seja por questões internas – por conta dos poucos investimentos nos setores do Itamaraty – ou por assuntos complexos envolvendo nosso país – diretamente ou não – percebemos que o Embaixador, Mauro Vieira terá muitas questões a resolver, porém deve manter um olhar cauteloso, pois sabe que as necessidades de um novo ordenamento na imagem da diplomacia brasileira é necessário.
Em uma indicação do que será feito na diplomacia brasileira no segundo mandato da atual presidente, o Chanceler proferiu que o tom será “comercial”, ou seja, a prioridade do Itamaraty será ampliar o mercado e captar mais investimentos para o Brasil.

REFERÊNCIAS
ADLER, Emanuel. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova [online], n.47, pp. 201-246. 1999.
NOGUEIRA, João Pontes; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro, Elsevier. 2005.
PASSARINHO, Nathalia. Ministro das Relações Exteriores prega ‘diplomacia de resultados’. Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/01/ministro-das-relacoes-exteriores-prega-diplomacia-de-resultados.html. Acesso em: 07 de fev. 2015.

SCHREIBER, Mariana. Novo ministro terá difícil missão de recuperar prestígio do Itamaraty. Disponível em: <http://www.bbc.uk/portuguese/noticias/2014/12/141231_novo_chanceler_mauro_vieira_ms_lgb>. Acesso em: 07 de fev. 2015.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

20 de Novembro: Dia Nacional da Consciência Negra

Subina Ramos
Acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


Pelas marcas do expansionismo europeu, por volta do século XV, iniciou-se um desmoronamento do eticismo da raça humana, com a destruição das moralidades das populações africanas que viram seus territórios serem invadidos, sendo forçados a se desvincular dos seus costumes nativos. O Brasil foi palco e presidiu uma das trajetórias da desvalorização dos príncipios regentes da humanidade, onde os traços culturais foram substituídos pelos aspectos “civilizados” dos europeus. Trago Tzvetan Todorov, filósofo e pensador contemporâneo, para nos esclarecer a importância da celebração da Consciência Negra no Brasil.
A era da Colonização expôs a tendência sobre a produção do saber sobre aquilo que deveria corresponder à normalidade, e como adequado ao modo de viver nas sociedades e, consequentemente, a condenação de valores considerados impróprios e selvagens, passando, deste modo, à categoria de exclusão, inseridos no mais baixo degrau da esfera social.
Durante anos incalculáveis, seres humanos foram reduzidos a uma posição de subjugação, com os direitos alienados à outrem. Foram submetidos no Brasil – e em outras partes do mundo – à categoria de escravos, sob o alicerce de privações de direitos fundamentais, assim, reduzido ao estágio de “desumano”.
Com o passar do tempo, e com o advento da libertação dos escravos, afirmados pela Lei Áurea, os negros foram, de forma imprudente, sendo incorporados à sociedade brasileira, tornando-se, deste modo, uma das três matrizes importantes da formação do povo brasileiro. O reconhecimento da liberdade, deveria estar sob o refúgio da aceitação social e pautado na elaboração de pressupostos que deveriam conduzir as relações entre ex-escravos e sociedade hegemônica, por via da expressão da justiça.
Antes mesmo de 13 de Maio 1888, esses indivíduos privados da liberdade, por meio das perigosas fugas, formavam comunidades, designadas de “quilombos”, no qual vigorava as aspirações para posicionamento contra os padrões dominantes que estavam obrigados a proclamar. A histórica formação dos quilombos teria proporcionado o desenvolvimento de um valor contra-hegemônico em um meio desfavorável, uma renascença para o ser afro-brasileiro em busca do caminho da inclusão social.
À luz do pensamento do Todorov, aquele que nega a humanidade dos outros e condena seu igual ao estatuto de explorado é possuidor da plena barbárie, por outro lado, quem sabe reconhecer por completo a essência humana dos outros tende à classificação de civilizado. Pois nenhuma cultura traz em seu bojo a marca da bárbarie, e nenhum povo é definitivamente civilizado, todos podem tornar-se bárbaros ou civilizados.
Ora, a abolição da escravatura no Brasil carecia de um preparo estrutural em nível cultural, cívico e com respostas contitutivas das políticas públicas. Da mesma maneira em que é imposta a congregação de identidade brasileira no pluralismo, deve ser perpetuada a onda da normalidade das múltiplas facetas das manifestações culturais.
Seria dia 20 de Novembro o símbolo da luta dos negros ou a imagem precisa para exortar a participação de um grupo social diferenciado?
 Do ponto de vista externo, a imagem a ser retida é a de que, na sociedade brasileira, o zelo político emana na distinção da raça e não dos valores agregados dessa miscigenação, sendo assim, é inevitável a luta para conquistar direitos e igualdade de oportunidades. Todavia, seria também imprudente afirmar que como herança do “efeito passado”, esse grupo social patenteou o dia 20 de Novembro como um fundamento positivo, quando se sabe que essas “festividades” remontam ao pensar opressivo num seio no qual os mesmos participam e, de certa forma, relembram a opressão.
A opinião pública deve ter atenção à amplitude das vozes e de pontos perceptivos de todos os membros constituintes desta nação, sem a existência da classificação da raça, com o uso da diferenciação religiosa, da cor, até mesmo da linguagem, que só faz denegrir o aspecto da humanidade.
Respeitável os anseios da data comemorativa, sabe-se que se trata de uma caminhada pela liberdade e pela consciência da riqueza da diversidade racial, a busca por uma maior participação e cidadania e o grito à não discriminação e ao preconceito racial.
Não existe negros, nem brancos. As expressões carregam preconceito e levam limitação para um e abrangência para outro. A solução seria destruir a cortina de ferro no aparato da sociedade, fazer dela una e sólida para todos, isto sem distinção de cor. Essa situação acaba sendo enraizada e dificulta as relações e o resultado terminará sempre na desigualdade social.  

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A proclamação da Republica e a Inserção do Brasil no Sistema Internacional a Partir do Contexto da Época

Lucas Cunha de Senna
Acadêmico do 2º semestre de Relações Internacionais da Unama


A Política Externa Brasileira na Primeira República é marcada principalmente pelo processo de alinhamento com os Estados Unidos. Tal processo é expresso pela gestão do Barão do Rio Branco e pelos esforços de Joaquim Nabuco como embaixador brasileiro nos EUA. A necessidade de dissuadir a expansão da política imperialista Europeia na América Latina e assim garantir a soberania brasileira, força a República a buscar aproximação diplomática em âmbito continental.
O cenário internacional no inicio do século XIX tem os Estados Unidos como uma das potências mundiais. E, nesse sentido, uma das razões para a aproximação do Brasil com os EUA é que o continente americano passava a ser visto como sua área logica de expansão política e comercial, garantindo espaço na corrida imperialista presente na época.
No quadro interno temos uma República recém formada, pautada no princípio de solidariedade a partir da similaridade institucional a fim de, no âmbito nacional, se distanciar do império e vincular-se a imagem de República enquanto “evolução do novo mundo”. Além disso, era primordial para o Brasil associar a imagem do império a Velha Europa devido ao fato de, mesmo após a independência, ainda haver fortes oposições à República e a favor do retorno da Monarquia. A grande questão interna da época era a propaganda republicana que se estende até a Política Externa.
A primeira tendência brasileira de Política Externa foi atenuada a medida em que a politica de interesses com seus vizinhos crescia, porém foi retomada principalmente após as reformas ministeriais do Barão do Rio Branco em 1902. Rio Branco já tinha o terreno fértil de cooperação com os EUA, levado por diversos atos que estreitaram a relação dos dois países, e a cooperação com os vizinhos era ainda mais favorável para sua posição no SI.
Nessa conjuntura a Politica Externa brasileira vai pautar-se em três objetivos: Consolidar as fronteiras nacionais, diminuir a influência europeia e aumentar o poder de barganha brasileiro. Na perspectiva do ministro, o Brasil necessitava de apoio dos EUA para resolver desavenças fronteiriças.
Com isso o Brasil legitimaria o interesse à ação estadunidense no continente americano. Assim, o redirecionamento da política brasileira do eixo Londres para o eixo Washington possibilitava a inserção do Brasil no Sistema Internacional, pois equilibrava a politica de poder na América Latina, dissuadindo as ações das potências europeias.
O alinhamento Brasil - EUA não só cumpriu com os objetivos como aumentou o poder brasileiro em toda a América Latina, criando um cenário de inserção com seus vizinhos através do poder de barganha. Foi nesse contexto que o Brasil aumentou também as relações bilaterais com o Chile, afim de dissuadir a influência argentina na região.
Em tese o alinhamento brasileiro com os Estados Unidos traz diversos benefícios bilaterais. O Brasil expande a diplomacia das canhoneiras europeias, frequentemente aplicada na América Latina, ganha maior projeção regional, e determina suas questões fronteiriças, inclusive a aquisição do Acre. Além disso, através de alguns tratados de arbitragem, consegue com maior êxito, equilibrar seu poder com as grandes potências e trazer um reequipamento militar para o país, através da cooperação com os EUA, possibilitando assim, maior capacidade de manutenção dos interesses nacionais da época.

REFERÊNCIAS
Garcia, Eugenio. Cronologia das Relações Internacionais do Brasil. 2.ed. ver., ampl. e atualizada. Rio de Janeiro: Contraponto; Brasília, DF: Fundação Alexandre Gusmão, 2005. 336p.

Altemani, Enrique. Politica Externa Brasileira. São Paulo: saraiva, 2005, 291p.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A Construção do Português Falado no Brasil

Thiago Correa
Acadêmico do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


Neste 05 de novembro celebra-se o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Para nós brasileiros, uma data como esta serve para lembrar a diversidade cultural brasileira, que se reflete na linguagem a qual nos exprimimos: o chamado “português brasileiro”.
Não que haja uma distância intransponível entre as variadas formas de português falado pelos mais de 240 milhões de pessoas que se comunicam através da Língua Portuguesa ao redor do mundo. Porém, a variante construída no Brasil – que também é a mais falada dentre todas – é o reflexo das influências que nosso povo recebeu desde a colonização até os dias atuais e certamente possui suas particularidades.
A princípio, com a chegada dos colonizadores europeus, o idioma falado por eles – o Luso-Português – se encontrou com os mais de mil dialetos utilizados pelos índios que habitavam o território em suas mais variadas tribos. Ainda que tais povos nativos tenham sido praticamente dizimados, muitas palavras de origem indígena foram incorporadas ao vocabulário do brasileiro.

Como exemplo, pode-se utilizar as palavras abacaxi e ananás para o mesmo fim: denominar uma fruta. A diferença só existe no nome, mas significam a mesma coisa, sem mudança semântica. “Ananás” é um termo proveniente do nome científico da fruta – Ananas comosus – o qual é usado em Portugal e “abacaxi” é um termo proveniente do Tupi Guarani, que é usado no Brasil. Há muitos outros exemplos do tipo - pitanga, que significa vermelho, dentre outros – É a diversidade que transforma a “Língua de Camões” em um idioma tão rico.
Por que a Língua Portuguesa se tornou um idioma rico no Brasil? Bem, principalmente porque é muito difícil, encontrar dificuldades em expressar ideias ou pensamentos por meio dela, visto que o pensamento dominante de que haja uma forma certa de expressá-la há muito foi quebrada pelos linguistas. Sendo assim, cada região do país acrescenta características culturais e linguísticas que tornam o idioma mais popular, subjetivo e único.
Há uma grande diversidade de vocábulos e muitas possibilidades de se construir um discurso em Português. Versatilidade essa que também se deve à contribuição dos escravos africanos trazidos para o país a fim de trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar e lavouras de café. Eles nos trouxeram palavras como “cachimbo”, “moleque”, “quiabo” e até mesmo o nosso tão famoso “samba”, símbolo cultural da nação.
Por ser um idioma de tamanha amplitude e até mesmo por ter recebido várias influências – não só no Brasil, como também nas outras ex-colônias portuguesas – a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) trabalha para manter entre as comunidades lusófonas o diálogo e a cooperação a fim de incentivar uma coesão entre os falantes dessa língua. O órgão foi o responsável pelo acordo ortográfico que vigora desde o fim de 2012 entre membros, o qual padronizou, de certo modo, a escrita da nossa língua.
Até o fim deste século, segundo pesquisas, a língua portuguesa será falada por cerca de 350 milhões de pessoas, afirmando-se na posição de terceira língua mais falada no mundo ocidental, atrás apenas do Inglês e do Espanhol. Isso explica – juntamente com o aumento da relevância do Brasil no Sistema Internacional e as crescentes relações entre as nações do planeta – a grande procura por cursos de Língua Portuguesa nos rankings de cursos de idiomas estrangeiros ofertados nos Estados Unidos, na China e na América Latina.
Ao saber de tudo isso, fica bem claro que esta data é importante e a comemoração é merecida, seja pela importância do nosso idioma ou pela beleza que ele possui, pela força que hoje representa no cenário mundial ou por sua história repleta de colaborações indígenas, africanas e europeias, tanto de portugueses que colonizaram o Brasil no século XV, quanto dos que imigraram para o sul no final do século XIX, tais como italianos, poloneses, alemães, dentre outros.
A Língua Portuguesa continua a evoluir, sendo apreciada por gerações de novos portugueses, brasileiros, angolanos, moçambicanos e etc. Esse grande legado está aí, vamos valorizá-lo. Tchau! – ou, como diriam nossos amigos ítalo-brasileiros, um sonoro ciao

domingo, 12 de outubro de 2014

Círio e a Cultura Paraense

Jean Diego
Acadêmico do 3º semestre de Relações Internacionais da  Unama



Pará, um Estado com aproximadamente 1.250.000 km² cercados de uma imensa diversidade cultural. Sejam elas danças folclóricas, folguedos populares, lendas, mitos, pratos típicos, frutas regionais, cultura indígena, entre outros. Porém, a festa que move grande parte da população paraense, brasileira e mundial, realizada em Belém do Pará há mais de dois séculos, não pode ser esquecida. O Círio de Nazaré.
A festa é uma das maiores procissões católicas realizadas no Brasil e no mundo, a qual reúne por volta de 2 milhões de pessoas, denominadas de romeiros, que são grupos religiosos que peregrinam a uma determinada igreja ou local considerado santo, a fim de pagar promessas, agradecer, pedir graças ou por devoção.
Ou seja, mais de meio milhão de turistas de outros Estados e países se reúnem na capital paraense, uma vez que o Pará possui cerca de 1,4 milhão de habitantes. Os mesmos, na celebração da festa, caminham pelas ruas da capital do Estado em homenagem à Senhora de Nazaré, mãe de Jesus. Tal caminhada é denominada pelos católicos de “caminhada da fé”. Mas antes de qualquer afirmação, é importante relembrar a “lenda-história” do Círio de Nazaré.
Nos confins do ano 1700, Plácido José de Souza, que era um caboclo paraense, saiu pra caçar nos arredores do igarapé Murutucu e ao refrescar-se nas margens do igarapé, viu a imagem da Senhora de Nazaré entre as pedras, coberta por lodo.

Imediatamente o caboclo levou a mesma para sua casa e a pôs num altar para que pudesse venerá-la. No dia seguinte, no entanto, a imagem não se encontrava mais no local onde havia sido posta. Então, Plácido, sem saber o que estava acontecendo, procurou-a nas margens do igarapé e, para sua surpresa, lá estava ela, novamente entre as pedras.
O acontecimento ocorreu diversas outras vezes e com isso chegou ao conhecimento do governador da época, que decidiu pôr a imagem no palácio sob rígida vigilância. Entretanto, a mesma voltou a sumir e reaparecer às margens do Murutucu.
Os religiosos concluíram que a imagem queria ficar no igarapé, então, decidiram erguer ali a primeira capela. Foi assim, que nasceu e evoluiu o culto de adoração à Senhora de Nazaré.
Porém, há uma grande divergência entre os estudiosos da área.
Uns dizem que Plácido realmente existiu e foi o criador do culto em Belém, afirmam também que Plácido não era um caboclo humilde como relatado na lenda e sim um grande caçador e agricultor que possuía grandes pedaços de terra, como diz a escritora paraense Mízar Bonna: “Ele não era um simples caboclo como muitos dizem por aí. Plácido fazia parte de uma das primeiras famílias colonizadoras do Pará”.
A escritora afirma que Plácido nasceu no município de Vigia, era filho do português Manoel Ayres de Souza e sobrinho de um dos primeiros capitães-mores do Grão Pará, Ayres de Souza Chichorro. Sua esposa era uma paraense, chamada Ana Maria de Jesus, filha do português Fernão Pinto da Guia. Estrada do Maranhão, hoje bairro de Nazaré, era a região onde o casal morava, em terras que lhes foram doadas pelo tio, em 1673.
Em um artigo sobre a festa popular, publicado em uma edição do Diário do Pará, um engenheiro chamado Waldemir Jorge João relatou que a veneração à Senhora de Nazaré foi introduzida no Pará por padres jesuítas portugueses antes de Plácido ter achado a imagem às margens do igarapé Murutucu.
O autor também diz que Plácido viveu em Vigia, mas se mudou para Belém e que era um homem simples e religioso, que provavelmente conhecia os jesuítas portugueses. Tal ideia faz com que o engenheiro ache que a imagem não foi encontrada de forma tão casual como é descrita na lenda.
Outros dizem que o caboclo nunca existiu, como afirma o professor de História da Universidade Federal do Pará (UFPA), Geraldo Mártires Coelho, em um de seus discursos, definindo Plácido como “uma figura mitológica”.
O historiador diz que não existe nenhum documento que comprove a existência do “homem que encontrou a imagem”, como é conhecido o caboclo. “Ninguém sabe quem ele era. Não há prova, não há documento. O que existe é uma tradição”, declarou o professor.

De qualquer forma, é preciso reconhecer que o Círio, além de ser de grande importância para a cultura paraense, é, também, uma grande estratégia econômica, uma vez que a festa de 2013 injetou na economia paraense aproximadamente R$ 895 milhões, através do aumento dos serviços, comércio, agropecuária, industrias, os quais são os principais influenciados pela grande festa religiosa, e representam 25% de geração de empregos, mesmo que 95% das oportunidades sejam informais.
Para os paraenses e para os que vêm participar das celebrações, o Círio de Nazaré é uma grande representação cultural paraense. Uma cultura que é extremamente diversificada, rica em cores, gostos, aromas, beleza e, principalmente, personalidade.



REFERÊNCIAS
Prodepa. Cultura, fauna e flora. Disponível em: http://www.cdpara.pa.gov.br/index.php
Diretoria da Festa de Nazaré. Círio de Nazaré 2014. Disponível em: http://www.ciriodenazare.com.br/portal/
Diário do Pará. História: quem era o caboclo Plácido, afinal?. Disponível em: http://diariodopara.diarioonline.com.br/impressao.php?idnot=64098




segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A Importância da ONU-HABITAT para o Sistema Internacional

Raylson Max


Acadêmico do 4ª semestre de Relações internacionais - UNAMA

"A falta de moradia, tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, é um dos sintomas mais visíveis e graves do não usufruto do direito à moradia adequada. As causas desse fenômeno multifacetado são muitas e incluem não apenas a pobreza extrema ou incapacitação, mas também a falta de moradias de interesse social, a especulação de habitações e de terras, a migração urbana forçada ou não planejada e a destruição ou deslocamentos causados por conflitos, desastres naturais ou projetos de desenvolvimento de grande porte."¹


As Nações Unidas não apresentava em sua pauta a atuação de questões relativas aos assentamentos humanos. No entanto, não se pode negar que a relevância dada aos direitos humanos observar atentamente a preocupação com a melhoria da qualidade de vida dos povos em qualquer tipo de assentamento. A efetivação do UN-HABITAT estendeu a atuação árdua da ONU aos conceitos de assentamentos humanos, refletindo os princípios contidos em sua carta de constituição.

"Sua sede é em Nairóbi, Quênia, e a organização é a encarregada de coordenar e cooperar sobre assuntos de assentamentos humanos dentro das Nações Unidas, facilitando o fluxo global de informação sobre moradia e desenvolvimento sustentável de assentamentos humanos, além de colaborar em países com políticas e assessoria técnica para enfrentar o número crescente de desafios enfrentados por cidades de todos os tamanhos".²

Uma série de programas é realizado desde sua institucionalização e a ONU-HABITAT para América Latina e o Caribe funciona no Rio de Janeiro desde 1996 e que ficou mais visível ainda, na Agenda do Milênio em 2000. Devido o mundo está sendo cada vez mais globalizado, a necessidade da Assembleia Geral das Nações Unidas encontrou nos Fóruns Urbanos Mundiais, o qual é a arena mais adequada para ter o diálogo entre lideranças políticas e a diversidade de mediadores sociais, protagonistas centrais dos desafios do desenvolvimento sustentável das cidades, incentivando e direcionando ações práticas de amenização dos grandes problemas de um mundo urbano e globalizado.

A ideia inicial da Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos refletia as diretrizes gerais da ONU. Destacam-se os conceitos político-filosóficos, assim como os debates que colocaram de imediato da sua constituição. Em seguida enfoca-se a evolução do programa ONU-HABITAT, que refletindo a crescente urbanização mundial, passa da organização das Grandes Conferências para a frequência maior e mais ágil dos Fóruns Urbanos Mundiais.
As recomendações feitas pela organização para o governo brasileiro foram petulantes ao ponto de defender em âmbito internacional, junto com os países em desenvolvimentos, a diminuição da pobreza, juntamente com as metas do milênio,  já citado, e incorporar programas de saneamento básico e habitação aos mais pobres.



Nota 1: pronunciamento da relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Moradia Adequada, a brasileira Raquel Rolnik, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), efetuado na 63ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Nota 2: Site UN-HABITAT.

REFERÊNCIAS:
http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-habitat/ visualizado às 15:35 do dia 4 de Outubro de 2014.

http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1237:catid=28&Itemid=23 visualizado às 17:10 do dia 4 de Outubro de 2014.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Participação Política como um Instrumento de Transformação da Realidade Social

Mathaus Viana
Acadêmico do 2° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

A atual realidade política que o Brasil vive não favorece o desenvolvimento social do país. Um dos obstáculos que permite a estagnação é a falta de “consciência política” dos cidadãos. Há ainda indivíduos que não querem ou não se importam com a participação política. A verdade é que ela está inserida em todos os meandros do cotidiano humano.
Aristóteles pensava o Homem como um “animal político”. Distinguia, portanto, o conceito de Homem em sua finalidade biológica, natural (selvagem), e o ser humano dotado de capacidade e necessidade de viver em sociedade, de praticar a linguagem e contribuir para se chegar ao bem comum (metas). O Homem político é aquele que contribui em âmbito da Pólis (cidade), sociedade. Portanto, aquele que se dedica a exercer poder e participação social ativa.
Para AGAMBEN (p.10, 2007), “a política humana é distinguida daquela dos outros viventes porque é fundada através de um suplemento de politização que é a linguagem”. Segundo o filósofo italiano, influenciado por Foucault, o que faz o Homem capaz de se tornar um ser político é a aptidão discursiva, e a competência para transformar a fala e o discurso em ações concretas e sociais.
Assim, consciência política pode ser interpretada como a compreensão que se tem da própria existência e do papel que cada ser, capaz de produzir raciocínio, tem em relação às construções sociais. Pode ser considerada o primórdio da cidadania. Cada cidadão deve conhecer seus direitos civis e políticos para que sua participação cresça de maneira favorável ao país. Uma boa educação cidadã é essencial, porém, no Brasil, há debilidades educacionais que provocam falhas no trato à cidadania. Desenvolver uma visão crítica é de extrema importância na vida do indivíduo. Desta forma, ele adere os valores democráticos e à participação política, que estão diretamente interligados.
O Brasil vive em uma democracia indireta, ou seja, representantes são escolhidos por meio de voto para representar a vontade geral. No papel de eleitor, as pessoas têm a obrigação de fiscalizar as ações dos candidatos em que depositam seus votos. A votação não necessariamente significa que o “cidadão” está contribuindo de maneira efetiva para a sociedade, pois o voto é apenas o responsável pela escolha de quem a conduzirá. Por isso, Não pode ocorrer de maneira aleatória.
Cada eleitor deveria colocar no poder o candidato que representa a expressão das vontades da sociedade. Esta ideia é esclarecida pelo filósofo e teórico político Jean J. Rousseau em seu livro Do Contrato Social na seguinte frase: “Cada um de nós coloca em comum a sua pessoa e todo o seu poder sob a suprema direção da vontade geral”, ou seja, cada indivíduo abre mão de seus interesses individuais para um bem comum. Se o candidato e o eleitor não atenderem esses interesses, a ideia de harmonia social é enfraquecida.
No mês em que se comemora a Independência do Brasil – 7 de setembro – enquanto evidenciamos a nossa autonomia, deveríamos, ao mesmo tempo, parar para refletir se estamos contribuindo para construir uma nação melhor. É necessário que pensemos na importância da participação social consciente, pois esta é uma forma de cumprir com papel de cidadão. Isso significa que precisamos participar constantemente, isto é, acompanhar se os planos estão sendo alcançados, nos informar, debater e claro, compreender que dessa maneira, aos poucos, a realidade social muda.



REFERÊNCIAS:
AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
CHEVALLIER, Jean. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. 6° edição. Rio de janeiro. Agir, 1993. P. 166.
GASPARETTO, Antonio. Consciência política. Disponível em: http://www.infoescola.com/educacao/consciencia-politica/. Acesso em 02 de setembro de 2014.
PEREIRA, Rafael. Consciência política. Disponível em: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2006/07/358385.shtml. Acesso em: 01 de setembro de 2014.
RAFAEL, Carlos. Consciência política. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/consciencia-politica-sera-que-as-pessoas-entendem-mesmo-o-que-isso-significa/65272/.Acesso em 01 de setembro de 2014.