sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A força de atração do Estado Islâmico sobre os jovens ocidentais

Thiago Correa
Acadêmico do 6º semestre de Relações Internacionais da Unama

Atualmente, a maior preocupação dos governos ocidentais tem um nome: ISIS. O grupo terrorista islâmico configura, hoje, a principal ameaça à segurança nacional desde o surgimento da Al-Qaeda. Isto se deve ao fato de o Estado Islâmico pregar um novo tipo de terrorismo, sem fronteiras, que seduz e recruta jovens ocidentais, principalmente de religião muçulmana, mas que nem sempre são religiosos ou devotos.
A sedução parte da chamada subcultura – novo termo utilizado para as diferentes tribos formadas por jovens – jihadista, espécie de ideologia muçulmana radical e violenta, a qual tem se expandido pelos guetos europeus como “descolada” e “cool”. Combater essa expansão é o principal desafio desses governos locais.
Na Europa, discute-se a possibilidade de que os jovens estejam desalentados quanto às oportunidades a eles oferecidas, buscando assim, nos grupos extremistas, novas oportunidades e um modelo diferente de vida em sociedade. O especialista em Ciência da Religião Paulo Mendes Pinto, em entrevista concedida ao site Renascença, explica que por mais que os jovens europeus possuam um bom sistema de educação intelectual, os modelos utilizados por este sistema carecem de uma formação de caráter. Segundo ele, a família e as escolas têm sido falhas em transmitir os bons valores aos seus filhos e alunos.
Assim, esses grupos terroristas “atacam” a Europa de maneira sagaz, ao alistar para sua guerrilha filhos de uma sociedade desenvolvida, que alega se basear nos direitos humanos e na paz, mas que falha ao deixar de lado a inclusão racial e religiosa.  Eles, então vingam-se do apoio europeu às ditaduras do Oriente Médio, as quais deixam a região num completo caos.
Por outro lado, as comunidades islâmicas espalhadas pelo mundo não cansam de expressar repúdio a tais atitudes extremistas, afirmando que estas táticas não condizem com a fé do Islã. A comunidade islâmica da Grã-Bretanha, por exemplo, alega que os familiares têm avisado as autoridades quando descobrem que seus parentes pretendem ingressar ao ISIS.
De fato, o combate à aproximação dos jovens com o terrorismo parece precisar da ajuda de muitos: o Estado Islâmico é muito mais conectado que os outros grupos terroristas. Possuem um grupo de comunicação pela internet, um site na web, uma revista em inglês, e vários de seus membros possuem perfis em redes sociais. O aspecto jovial e moderno dos integrantes do ISIS contribui para criar a imagem de que participar do grupo é algo jovem e descolado. Um dos jovens líderes do ISIS, chamado Islam Yaken, foi apelidado na internet de “Jihadista Hipster”, por causa do cabelo grande e dos óculos grandes.
A Europa já teme o retorno de tais jovens treinados e doutrinados pelos terroristas ao velho continente. E se estes jovens se espalharem pelo mundo? Aí a preocupação adquire dimensões globais. Os Estados Unidos decidiram voltar a combater no Iraque e na Síria após a confirmação de que os recentes êxitos do ISIS atraem um número cada vez maior de norte-americanos à Síria, entre eles mulheres, além de profissionais como médicos, engenheiros, etc.

Por estas e outras razões, o grande medo do ocidente se escancara, armado e ameaçador: e se as grandes cidades ocidentais virarem palco de uma Guerra até há pouco tempo indiferente aos nossos olhos? Isso só confirmaria o que já se tem dito: as fronteiras entre os Estados estão cada vez mais tênues e os inimigos cada vez mais disfarçados na multidão.

REFERÊNCIAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário