quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Desafios do Ministério das Relações Exteriores para 2015: um primeiro olhar

Breno Damasceno
Acadêmico do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


O novo ministro das Relações Exteriores, o Embaixador Mauro Vieira, terá de enfrentar grandes desafios quanto a política externa brasileira. O Chanceler defendeu um ministério mais atuante e uma “diplomacia de resultados”, principalmente diante do momento desfavorável que a economia Brasileira vem enfrentando. Além disso, terá a tarefa de influenciar, de certo modo, as preferências da presidente Dilma Rousseff, com o intuito de direcioná-la a um desempenho mais profundo para os assuntos internacionais.
Nesse sentido, vale ressaltar que o papel do líder, proposto por Adler (1999), na agenda de novas pesquisas e conceitos construtivistas, é um importante fator de análise da política internacional. A presidente Dilma é constantemente criticada por não dar a atenção devida às relações exteriores brasileira, portanto, esta é uma esfera que o novo ministro terá de recompor.
Diante dos acontecimentos internacionais contemporâneos, como a execução de Marco Archer, na Indonésia, até desafios mais amplos, por exemplo, o desejo brasileiro de uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil precisa retomar a credibilidade do interesse pelas relações exteriores que, aparentemente, tem se perdido ao longo dos últimos anos
O novo ministro também deve saber driblar os conflitos existentes entre agentes e estrutura, hoje muito evidentes perante as ações do Estado Islâmico. Esse novo ator internacional tem mostrado o quanto a teoria construtivista tem tido êxito ao levar em consideração as novas “comunidades epistêmicas” que acabam sendo um veículo de premissas teóricas, interpretações e significados coletivos, e que contribuem para o processo de construção da realidade social, criando novas identidades sociais, que segundo Alexander Wendt e Emanuel Adler, são adaptadas e transformadas, juntamente com os processos e com as necessidades da política internacional.
Neste novo ambiente conflituoso, seja por questões internas – por conta dos poucos investimentos nos setores do Itamaraty – ou por assuntos complexos envolvendo nosso país – diretamente ou não – percebemos que o Embaixador, Mauro Vieira terá muitas questões a resolver, porém deve manter um olhar cauteloso, pois sabe que as necessidades de um novo ordenamento na imagem da diplomacia brasileira é necessário.
Em uma indicação do que será feito na diplomacia brasileira no segundo mandato da atual presidente, o Chanceler proferiu que o tom será “comercial”, ou seja, a prioridade do Itamaraty será ampliar o mercado e captar mais investimentos para o Brasil.

REFERÊNCIAS
ADLER, Emanuel. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova [online], n.47, pp. 201-246. 1999.
NOGUEIRA, João Pontes; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro, Elsevier. 2005.
PASSARINHO, Nathalia. Ministro das Relações Exteriores prega ‘diplomacia de resultados’. Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/01/ministro-das-relacoes-exteriores-prega-diplomacia-de-resultados.html. Acesso em: 07 de fev. 2015.

SCHREIBER, Mariana. Novo ministro terá difícil missão de recuperar prestígio do Itamaraty. Disponível em: <http://www.bbc.uk/portuguese/noticias/2014/12/141231_novo_chanceler_mauro_vieira_ms_lgb>. Acesso em: 07 de fev. 2015.

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