Breno Damasceno
Acadêmico do 5°
semestre de Relações Internacionais da UNAMA
O
novo ministro das Relações Exteriores, o Embaixador Mauro Vieira, terá de
enfrentar grandes desafios quanto a política externa brasileira. O Chanceler defendeu
um ministério mais atuante e uma “diplomacia de resultados”, principalmente diante
do momento desfavorável que a economia Brasileira vem enfrentando. Além disso,
terá a tarefa de influenciar, de certo modo, as preferências da presidente
Dilma Rousseff, com o intuito de direcioná-la a um desempenho mais profundo para
os assuntos internacionais.
Nesse
sentido, vale ressaltar que o papel do líder, proposto por Adler (1999), na
agenda de novas pesquisas e conceitos construtivistas, é um importante fator de
análise da política internacional. A presidente Dilma é constantemente
criticada por não dar a atenção devida às relações exteriores brasileira,
portanto, esta é uma esfera que o novo ministro terá de recompor.
Diante
dos acontecimentos internacionais contemporâneos, como a execução de Marco
Archer, na Indonésia, até desafios mais amplos, por exemplo, o desejo
brasileiro de uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil
precisa retomar a credibilidade do interesse pelas relações exteriores que,
aparentemente, tem se perdido ao longo dos últimos anos
O
novo ministro também deve saber driblar os conflitos existentes entre agentes e
estrutura, hoje muito evidentes perante as ações do Estado Islâmico. Esse novo
ator internacional tem mostrado o quanto a teoria construtivista tem tido êxito
ao levar em consideração as novas “comunidades epistêmicas” que acabam sendo um
veículo de premissas teóricas, interpretações e significados coletivos, e que contribuem
para o processo de construção da realidade social, criando novas identidades
sociais, que segundo Alexander Wendt e Emanuel Adler, são adaptadas e
transformadas, juntamente com os processos e com as necessidades da
política internacional.
Neste
novo ambiente conflituoso, seja por questões internas – por conta dos poucos
investimentos nos setores do Itamaraty – ou por assuntos complexos envolvendo
nosso país – diretamente ou não – percebemos que o Embaixador, Mauro Vieira terá
muitas questões a resolver, porém deve manter um olhar cauteloso, pois sabe que
as necessidades de um novo ordenamento na imagem da diplomacia brasileira é
necessário.
Em
uma indicação do que será feito na diplomacia brasileira no segundo mandato da atual
presidente, o Chanceler proferiu que o tom será “comercial”, ou seja, a
prioridade do Itamaraty será ampliar o mercado e captar mais investimentos para
o Brasil.
REFERÊNCIAS
ADLER,
Emanuel. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova [online],
n.47, pp. 201-246. 1999.
NOGUEIRA,
João Pontes; MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais: correntes e
debates. Rio de Janeiro, Elsevier. 2005.
PASSARINHO,
Nathalia. Ministro das Relações Exteriores prega ‘diplomacia de resultados’.
Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/01/ministro-das-relacoes-exteriores-prega-diplomacia-de-resultados.html.
Acesso em: 07 de fev. 2015.
SCHREIBER,
Mariana. Novo ministro terá difícil missão de recuperar prestígio do Itamaraty.
Disponível em: <http://www.bbc.uk/portuguese/noticias/2014/12/141231_novo_chanceler_mauro_vieira_ms_lgb>.
Acesso em: 07 de fev. 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário