Thiago
Correa
Acadêmico
do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Neste
05 de novembro celebra-se o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Para nós
brasileiros, uma data como esta serve para lembrar a diversidade cultural brasileira,
que se reflete na linguagem a qual nos exprimimos: o chamado “português
brasileiro”.
Não
que haja uma distância intransponível entre as variadas formas de português falado
pelos mais de 240 milhões de pessoas que se comunicam através da Língua
Portuguesa ao redor do mundo. Porém, a variante construída no Brasil – que
também é a mais falada dentre todas – é o reflexo das influências que nosso
povo recebeu desde a colonização até os dias atuais e certamente possui suas
particularidades.
A
princípio, com a chegada dos colonizadores europeus, o idioma falado por eles –
o Luso-Português – se encontrou com os mais de mil dialetos utilizados pelos
índios que habitavam o território em suas mais variadas tribos. Ainda que tais
povos nativos tenham sido praticamente dizimados, muitas palavras de origem
indígena foram incorporadas ao vocabulário do brasileiro.
Como
exemplo, pode-se utilizar as palavras abacaxi
e ananás para o mesmo fim: denominar
uma fruta. A diferença só existe no nome, mas significam a mesma coisa, sem
mudança semântica. “Ananás” é um termo proveniente do nome científico da fruta
– Ananas comosus – o qual é usado em
Portugal e “abacaxi” é um termo proveniente do Tupi Guarani, que é usado no
Brasil. Há muitos outros exemplos do tipo - pitanga, que significa vermelho, dentre outros – É a diversidade
que transforma a “Língua de Camões” em um idioma tão rico.
Por
que a Língua Portuguesa se tornou um idioma rico no Brasil? Bem, principalmente
porque é muito difícil, encontrar dificuldades em expressar ideias ou
pensamentos por meio dela, visto que o pensamento dominante de que haja uma
forma certa de expressá-la há muito foi quebrada pelos linguistas. Sendo assim,
cada região do país acrescenta características culturais e linguísticas que
tornam o idioma mais popular, subjetivo e único.
Há
uma grande diversidade de vocábulos e muitas possibilidades de se construir um
discurso em Português. Versatilidade essa que também se deve à contribuição dos
escravos africanos trazidos para o país a fim de trabalharem nas plantações de
cana-de-açúcar e lavouras de café. Eles nos trouxeram palavras como “cachimbo”,
“moleque”, “quiabo” e até mesmo o nosso tão famoso “samba”, símbolo cultural da
nação.
Por
ser um idioma de tamanha amplitude e até mesmo por ter recebido várias influências
– não só no Brasil, como também nas outras ex-colônias portuguesas – a CPLP (Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa) trabalha para manter entre as comunidades
lusófonas o diálogo e a cooperação a fim de incentivar uma coesão entre os falantes dessa língua. O órgão foi o responsável pelo acordo
ortográfico que vigora desde o fim de 2012 entre membros, o qual
padronizou, de certo modo, a escrita da nossa língua.
Até
o fim deste século, segundo pesquisas, a língua portuguesa será falada por cerca
de 350 milhões de pessoas, afirmando-se na posição de terceira língua mais
falada no mundo ocidental, atrás apenas do Inglês e do Espanhol. Isso explica –
juntamente com o aumento da relevância do Brasil no Sistema Internacional e as
crescentes relações entre as nações do planeta – a grande procura por cursos de
Língua Portuguesa nos rankings de cursos de idiomas
estrangeiros ofertados nos Estados Unidos, na China e na América Latina.
Ao
saber de tudo isso, fica bem claro que esta data é importante e a comemoração é
merecida, seja pela importância do nosso idioma ou pela beleza que ele possui,
pela força que hoje representa no cenário mundial ou por sua história repleta
de colaborações indígenas, africanas e europeias, tanto de portugueses que
colonizaram o Brasil no século XV, quanto dos que imigraram para o sul no final
do século XIX, tais como italianos, poloneses, alemães, dentre outros.
A
Língua Portuguesa continua a evoluir, sendo apreciada por gerações de novos
portugueses, brasileiros, angolanos, moçambicanos e etc. Esse grande legado
está aí, vamos valorizá-lo. Tchau! – ou, como diriam nossos amigos
ítalo-brasileiros, um sonoro ciao!
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