Kellimeire
Campos
Acadêmica
do 7° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Em
28 de outubro ocorreu a reunião do Fórum Econômico Mundial, realizada em Davos,
no qual foi divulgado o Global Gender Gap Report 2014, o qual apresenta o ranking
de desigualdade de gênero mundial.
A
metodologia utilizada pelo ranking é a de avaliação das desigualdades entre
homens e mulheres em quatro áreas: participação e oportunidade econômica
(salários, participação e liderança), educação (acesso à educação básica e
avançada), saúde e sobrevivência (expectativa de vida e coeficiente sexual),
capacitação política (representação nas estruturas de tomada de decisão.
A
primeira edição do ranking foi em 2006 e contou com a avaliação de 115 países,
no qual o Brasil apareceu em 67º lugar. De 2006 para 2014 o país apresentou às
vezes melhorias e às vezes quedas no que se refere à sua posição no ranking.
Neste ano foram avaliados 142 países, e em relação ao ano de 2013 o Brasil teve
uma queda de nove posições na lista, aparecendo na 71ª colocação.
Segundo
o estudo elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil tem conseguido manter
a igualdade entre homens e mulheres nas áreas de educação e saúde. Mas não
consegue superar sua dificuldade em diminuir as desigualdades no mercado de
trabalho.
A
análise dos nove anos de Global Gender Gap Report, feita pela equipe do Fórum
Mundial Econômico, ressalta que talvez somente 2095 seja o ano da igualdade de
gênero na área do trabalho a nível mundial.
Utilizando
o conceito de governança global[i], da teoria neoliberal das
Relações Internacionais (RI), estudos como o Global Gender Gap Report são
utilizados para a implementação de objetivos traçados nos fóruns internacionais
e que resultam em ações coletivas ou individuais dos países para determinado
assunto. Isso pode ser notado nas palavras do Fundador e Presidente Executivo
do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab:
“Alcançar a igualdade
de gênero é obviamente necessário por razões econômicas. Apenas as economias
que tiverem total acesso à todos os seus talentos permanecerão competitivas e
prosperarão. Mas ainda mais importante, igualdade de gênero é uma questão de
justiça. Como humanidade, nós temos a obrigação de garantir um equilibrado
conjunto de valores”.
Como
retratado no próprio comunicado à impressa sobre o Global Gender Gap Report houve
muitos avanços para a igualdade entre os gêneros em todo o Sistema
Internacional. Mas essa questão vai além das ações governamentais e depende fundamentalmente
das ações individuais de todos os setores da sociedade.
Uma
análise mais profunda também pode ser feita através da teoria pós-moderna, com
a utilização dos conceitos de Michel Foucault, através do questionando da
relação saber-poder, da governança dos corpos e dos mecanismos disciplinares. Mas,
esta análise pode ficar para outra oportunidade
Nota:
[1] Governança é um fenômeno mais amplo do que
governo; abrange as instituições governamentais, mais implica também mecanismos
informais, de caráter não-governamental, que fazem com que pessoas e as
organizações dentro de sua área de atuação tenham conduta determinada,
satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas. (ROSENAU, 2000, p.16)
Referências:
ROSENAU,
James. Czempiel. Orgs. Governança sem
governo: ordem e transformação na política mundial. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 2000.
Global Gender Gap. Disponível em: http://www.weforum.org/issues/global-gender-gap
2095: Talvez, O Ano da Igualdade de Gênero na Área de Trabalho.
Disponível em:http://www3.weforum.org/docs/Media/Portuguese_Gender%20Gap_Final.pdf
Brasil cai 9 posições em ranking de igualdade de gênero. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141028_desigualdade_full_lab
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