Raylson Max
Acadêmico do 4ª semestre de Relações internacionais - UNAMA
"A falta de moradia, tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, é um dos sintomas mais visíveis e graves do não usufruto do direito à moradia adequada. As causas desse fenômeno multifacetado são muitas e incluem não apenas a pobreza extrema ou incapacitação, mas também a falta de moradias de interesse social, a especulação de habitações e de terras, a migração urbana forçada ou não planejada e a destruição ou deslocamentos causados por conflitos, desastres naturais ou projetos de desenvolvimento de grande porte."¹
As Nações Unidas não apresentava em sua pauta a
atuação de questões relativas aos assentamentos humanos. No entanto, não se
pode negar que a relevância dada aos direitos humanos observar atentamente a
preocupação com a melhoria da qualidade de vida dos povos em qualquer tipo de
assentamento. A efetivação do UN-HABITAT estendeu a atuação árdua da ONU aos
conceitos de assentamentos humanos, refletindo os princípios contidos em sua
carta de constituição.
"Sua
sede é em Nairóbi, Quênia, e a organização é a encarregada de coordenar e
cooperar sobre assuntos de assentamentos humanos dentro das Nações Unidas,
facilitando o fluxo global de informação sobre moradia e desenvolvimento
sustentável de assentamentos humanos, além de colaborar em países com políticas
e assessoria técnica para enfrentar o número crescente de desafios enfrentados
por cidades de todos os tamanhos".²
Uma série de programas é realizado desde sua
institucionalização e a ONU-HABITAT para América Latina e o Caribe funciona no
Rio de Janeiro desde 1996 e que ficou mais visível ainda, na Agenda do Milênio
em 2000. Devido o mundo está sendo cada vez mais globalizado, a necessidade da
Assembleia Geral das Nações Unidas encontrou nos Fóruns Urbanos Mundiais, o
qual é a arena mais adequada para ter o diálogo entre lideranças políticas e a
diversidade de mediadores sociais, protagonistas centrais dos desafios do
desenvolvimento sustentável das cidades, incentivando e direcionando ações
práticas de amenização dos grandes problemas de um mundo urbano e globalizado.
A ideia inicial da Conferência das Nações Unidas sobre
Assentamentos Humanos refletia as diretrizes gerais da ONU. Destacam-se os
conceitos político-filosóficos, assim como os debates que colocaram de imediato
da sua constituição. Em seguida enfoca-se a evolução do programa ONU-HABITAT,
que refletindo a crescente urbanização mundial, passa da organização das
Grandes Conferências para a frequência maior e mais ágil dos Fóruns Urbanos
Mundiais.
As recomendações feitas pela organização para o
governo brasileiro foram petulantes ao ponto de defender em âmbito
internacional, junto com os países em desenvolvimentos, a diminuição da
pobreza, juntamente com as metas do milênio, já citado, e incorporar programas de saneamento
básico e habitação aos mais pobres.
Nota
1:
pronunciamento da relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para
a Moradia Adequada, a brasileira Raquel Rolnik, professora da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), efetuado na 63ª
sessão da Assembleia Geral da ONU.
Nota
2: Site
UN-HABITAT.
REFERÊNCIAS:
http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-habitat/ visualizado às 15:35 do dia 4
de Outubro de 2014.
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1237:catid=28&Itemid=23
visualizado às 17:10 do dia 4 de Outubro de 2014.
A falta de moradia bem como as moradias irregulares são problemas substancialmente graves não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Recentemente, uma reportagem foi exibida na tv abordando as manifestações pró-democrática dos jovens japoneses, onde uma das causas levada às ruas foi a existência de moradias irregulares com preços impopulares. Importa, necessariamente, ressaltar que o Japão constitui uma das maiores economias mundiais com problemas consonantes aos nossos.No Brasil, um país emergente, as cidades crescem em progressão aritmética, contrária à progressão geométrica da população. Daí surge a indagação: e o direito à moradia? Joga-se fora os tratados internacionais de direitos humanos e rasga-se a constituição Federal? Pelo que me parece, as moradias precárias vêm acompanhadas pela ausência da concretização de um direito. Um direito só no papel.
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