sábado, 11 de outubro de 2014

Dia Internacional da Saúde Mental e o Suicídio

Neila Souza
Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da Unama

 “Não há nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...”

Segundo o filósofo Albert Camus, O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia”.  Em homenagem ao Dia Mundial da Saúde Mental, tratar desse tema é de muita relevância para refletirmos a maneira como estamos vivendo e como nos encontramos diante deste assunto. Mas acima de tudo por se tratar de um tema global, em que devemos nos perguntar: o que está sendo feito para diminuir a proporção de suicídios no mundo, é possível?
Por ser um tema extremamente desafiador, em que muitos especialistas ainda estão na busca de soluções, para esse mal que atinge grande parte da sociedade mundial, farei apenas uma analise para mostrar a importância de cuidar da saúde mental, pois se a cabeça não vai bem, nada mais funciona de maneira que se possa prosseguir e ter bons resultados naquilo que se espera.

O suicídio é uma forma de assassinato, só que premeditado. Não é algo que se faz na primeira vez que se pensa. Um suicida segue todo um processo para se convencer de que a morte será sua única solução, de maneira que ele vai alimentando pensamentos negativos, ao imaginar as diversas maneiras pela qual ele pode morrer. Dentre os processos, está a oportunidade, o local e acima de tudo analisar bem o motivo que o levará a tal ação. Há uma grande verdade sobre o pensamento de um suicida, é que ele não quer morrer, quer apenas matar uma parte dentro de si, logo, a que lhe faz sofrer.
Na própria historia da humanidade temos diversos casos de suicídio dentre eles está os mais famosos Van Gogh, Virginia Woolf, Hitler, Getúlio Vargas, Ernest Hemingway, entre outros.
Apesar desse tema não ser atual, a proporção desse ato tornou-se cada vez maior, sendo considerado o mal da modernidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o suicídio está entre as 10 primeiras causas de morte no mundo, cerca de um milhão de pessoas tiram a sua própria vida dentre de um ano, sem contar com as tentativas fracassadas que chegam a 20 milhões por ano, números estes que tendem a aumentar para 1,5 milhões por ano até 2020. Dentro de vinte, anos aumentou em cerca de 30% os casos de suicídio no Brasil, sendo os jovens de 15 a 29 anos os maiores alvos.  
Em países como EUA e Inglaterra foi criado um programa que possibilita diagnosticar e tratar pessoas com tendências à depressão. No Brasil, ainda requer mais atenção para a formulação de politicas públicas que encare a situação, pois se trata de um problema grave de saúde pública.  
Além disso, este é um problema que deve ser combatido coletivamente, colocando como pauta de discussões em debates. Segundo a associação americana de suicidologia, aprender sobre os suicidas proporciona uma possibilidade muito alta de intervenção, podendo assim, alertar cada vez mais a sociedade para saber identificar os sinais que leva o outro a tirar a sua própria vida. 
O mundo exige cada vez mais de cada um de nós, querendo de certa forma impor um único padrão de comportamento para todos, transformando-nos em robores de carne e osso, exigências estas que fazem com que muitas pessoas se sintam fora de orbita, acreditando que nunca irá se encaixar nos “padrões de normalidade”.
Segundo Foucault, ao falar do “processo de normalização”, o anormal é um instrumento de adaptação e a cura seria uma punição, conceito criado por Michel, na qual ele chama de poder da normalização, sendo um exemplo de uma sociedade disciplinar, em que respeitar as regras e define o seu grau de adequação. Então, diante da questão do suicídio, quem precisa se adequar? O mundo, por provocar o sentimento de não pertencimento ou você por não conseguir se adaptar ao padrão?

REFERÊNCIAS
Garota, Interrompida da autora Susanna Kaysen
6 personagens históricos que cometeram suicídio
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 Disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/6-personagens-historicos-que-se-suicidaram/?s=suicidio > Acessado em: 06 de Outubro 2014   
Suicídio. Disponível em: <http://oficinadepsicologia.com/depressao/suicidio> Acessado em: 06 de Outubro 2014.
Uma epidemia silenciosa. Disponível em:  <http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/coluna/324253_UMA+EPIDEMIA+SILENCIOSA> Acessado em: 06 de Outubro 2014   
Prevenção do suicídio. Disponível em: <http://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf> Acessado em: 06 de Outubro 2014   

A Saúde Mental e a Fabricação da Normalidade: Uma Crítica aos Excessos do Ideal Normalizador a Partir das Obras de Foucault e Canguilhem. <file:///C:/Users/TEMP.ACADEMICO.003/Downloads/8322-45555-1-PB.pdf> Acessado em: 06 de Outubro 2014    

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