quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Protestos em Hong Kong e a reinvindicação por Democracia

Sabrina Sena
Acadêmica do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


 A democracia pode ser uma palavra familiar para a maioria das pessoas, mas é um conceito ainda mal compreendido e mal utilizado em um momento em que os regimes totalitários e ditaduras militares têm tentado reivindicar apoio popular fixando rótulos democráticos.
O que vem acontecendo em Hong Kong está intimamente ligado a esse conceito falho de Democracia. Quando Hong Kong deixou de ser colônia da Grã-Bretanha em 1977, garantiu-se que a província teria autonomia e liberdade. Ou seja, são duas palavras que caracterizam a democracia e isso é algo que ficou restrito a aspectos políticos dentro em Hong Kong e que vem “sufocando” os chineses da província.
Os manifestantes, em sua maioria estudantes, reivindicam liberdade de voto para escolher os próximos líderes de Hong Kong. A China governa a província através da fórmula: "um país, dois sistemas". Isto confere à ex-colônia britânica relativa autonomia e liberdades das quais os chineses não desfrutam, com o voto universal estabelecido como um eventual objetivo, mas quem decide sobre os próximos lideres do local é uma minoria ligada a politica dentro da China.
Sabe-se que a China é um país comunista onde o governo controla todos os meios de comunicação interno e a população tem restrições à informações. O diferencial desses protestos em Hong Kong ocorreu pelo fato de que estudantes informados e conectados à internet, que cresceram com liberdades não permitidas na China continental, mobilizaram essas reivindicações usando esse meio, o qual é bastante limitado dentro da China, para expandir sua mobilização e atrair mais pessoas.
A mobilização para a expressão do protesto foi planejado para o último dia 01 de Outubro, que é considerado o “Dia Nacional da China”. Os manifestantes exigem que duas observações sejam atendidas: 1) O chefe do Executivo local, Leung Chun-ying deve renunciar; 2) Querem garantias de Pequim de que poderão escolher livremente o próximo líder do governo local. No hasteamento da bandeira da China, no dia Nacional, todos os manifestantes viraram as costas para a bandeira da China, simbolizando uma forma de indignação e vergonha.
Os movimentos pró-democracia causam desconfortos aos políticos chineses em Pequim e Hong Kong. A maioria teme que as intensificações dos protestos se espalhem pela China e acabe influenciando outras províncias. A preocupação interna é tão temerosa que representantes da politica da China pedem que nenhum agente externo intervenha nos assuntos de Hong Kong e que isso é uma situação que será resolvida entre Pequim e a cidade de Hong Kong.
O que acontece em Hong Kong se assemelha à Primavera Árabe (Revolução Democrática Árabe), que se iniciou em 2010, sendo que foram também movimentos de reivindicação pela liberdade para escolher seus líderes e não estar sob a guarda de governos ditatoriais que se autointitulam, muitas vezes, democráticos.
Um dos principais meios para a mobilização dos protestos e para divulgação internacional dos manifestos, foi a internet e as redes sociais, pois são ferramentas que foram amplamente usadas nos protestos em países árabes, e continuam sendo utilizadas pelos chineses de Hong Kong.


Referências:
U.S. Department of State. What is Democracy¿ - Office of Internation Programs.

DEUTSCH WELLE: Manifestantes pró-democracia resistem e erguem barricadas em Hong Kong. Disponível em:
<http://www.dw.de/manifestantes-ignoram-governo-e-seguem-nas-ruas-de-hong-kong/a-17964451>. Acessado em: 05 de Outubro de 2014.

DEUTSCH WELLE: Manifestantes ignoram governo e seguem nas ruas de Hong Kong. Disponível em:

<http://www.dw.de/manifestantes-ignoram-governo-e-seguem-nas-ruas-de-hong-kong/a-17964451>. Acessado em 05 de Outubro de 2014.

 

DEUTSCH WELLE: Protestos marcam Dia Nacional da China em Hong Kong. Disponível em:

 <http://www.dw.de/protestos-marcam-dia-nacional-da-china-em-hong-kong/a-17967403>. Acessado em 05 de Outubro de 2014.

 





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