Sabrina
Sena
Acadêmica
do 5° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
A
democracia pode ser uma palavra familiar para a maioria das pessoas, mas é um
conceito ainda mal compreendido e mal utilizado em um momento em que os regimes
totalitários e ditaduras militares têm tentado reivindicar apoio popular
fixando rótulos democráticos.
O que vem acontecendo
em Hong Kong está intimamente ligado a esse conceito falho de Democracia. Quando
Hong Kong deixou de ser colônia da Grã-Bretanha em 1977, garantiu-se que a
província teria autonomia e liberdade. Ou seja, são duas palavras
que caracterizam a democracia e isso é algo que ficou restrito a aspectos políticos
dentro em Hong Kong e que vem “sufocando” os chineses da província.
Os manifestantes, em
sua maioria estudantes, reivindicam liberdade de voto para escolher os próximos
líderes de Hong Kong. A China governa a
província através da fórmula: "um país, dois sistemas". Isto confere
à ex-colônia britânica relativa autonomia e liberdades das quais os chineses
não desfrutam, com o voto universal estabelecido como um eventual objetivo, mas
quem decide sobre os próximos lideres do local é uma minoria ligada a politica
dentro da China.
Sabe-se que a China é
um país comunista onde o governo controla todos os meios de comunicação interno
e a população tem restrições à informações. O diferencial desses protestos em
Hong Kong ocorreu pelo fato de que estudantes
informados e conectados à internet, que cresceram com liberdades não permitidas
na China continental, mobilizaram essas reivindicações usando esse meio, o qual
é bastante limitado dentro da China, para expandir sua mobilização e atrair
mais pessoas.
A
mobilização para a expressão do protesto foi planejado para o último dia 01 de
Outubro, que é considerado o “Dia Nacional da China”. Os manifestantes exigem que
duas observações sejam atendidas: 1) O chefe do
Executivo local, Leung Chun-ying deve renunciar; 2) Querem garantias de Pequim
de que poderão escolher livremente o próximo líder do governo local. No
hasteamento da bandeira da China, no dia Nacional, todos os manifestantes
viraram as costas para a bandeira da China, simbolizando uma forma de
indignação e vergonha.
Os movimentos pró-democracia causam desconfortos aos
políticos chineses em Pequim e Hong Kong. A maioria teme que as intensificações
dos protestos se espalhem pela China e acabe influenciando outras províncias. A
preocupação interna é tão temerosa que representantes da politica da China pedem
que nenhum agente externo intervenha nos assuntos de Hong Kong e que isso é uma
situação que será resolvida entre Pequim e a cidade de Hong Kong.
O que acontece em Hong Kong se assemelha à Primavera Árabe (Revolução
Democrática Árabe), que se iniciou em 2010, sendo que foram também movimentos
de reivindicação pela liberdade para escolher seus líderes e não estar sob a
guarda de governos ditatoriais que se autointitulam, muitas vezes, democráticos.
Um dos principais meios para a mobilização dos protestos e para
divulgação internacional dos manifestos, foi a internet e as redes sociais, pois
são ferramentas que foram amplamente usadas nos protestos em países árabes, e
continuam sendo utilizadas pelos chineses de Hong Kong.
Referências:
U.S. Department of State. What is
Democracy¿ - Office of Internation Programs.
DEUTSCH
WELLE: Manifestantes pró-democracia resistem e erguem barricadas em Hong Kong.
Disponível em:
<http://www.dw.de/manifestantes-ignoram-governo-e-seguem-nas-ruas-de-hong-kong/a-17964451>.
Acessado em: 05 de Outubro de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário