Giovanni
Oliveira
Acadêmico
do 8° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
“Um
professor pode encontrar a eternidade, pois nunca poderemos determinar onde
para a sua influência sobre os alunos que um dia serão homens, gênios,
inventores, sementes que germinaram pelas mãos de seus mestres.”
Henry Adams
Você
já parou para pensar onde surgiu a profissão de professor? Qual o seu papel ao
longo da história e como se instituiu o Dia do Professor no Brasil? Você já
observou que sem o professor nenhuma outra profissão existiria?
A
função de ensinar transcende a criação das primeiras escolas ao longo da
história do mundo. Antes mesmo que a escrita fosse desenvolvida, a arte de
ensinar já era dada de forma oral.
No
Egito antigo com a criação das escolas reais, tal como funciona nas
instituições de ensino da atualidade, foram designadas pessoas específicas para
o ensinamento de certas habilidades.
Entre
os espartanos, cada criança era mantida por um tutor que os ensinava por
vínculo de amizade e sem ganhar nada em troca. A educação começava aos sete
anos de idade e se preocupava com o aprimoramento das habilidades físicas do
indivíduo.
Em
Atenas, assim como nas atuais escolas, já haviam professores específicos para o
ensinamento da escrita, outros para a leitura e também outros professores para
a ajudar nas atividades físicas.
Na
Roma Antiga, os Retores desempenhavam a função de ensinar em troca de
recompensa financeira. O mais interessante é que havia também os Lud Magister
que desempenhavam a função de alfabetizar as crianças que não tinham condição
material mais abastada.
No
período medieval, o mundo do conhecimento passou a ter um nítido controle das
instituições religiosas cristãs. Inicialmente, o conhecimento ali presente
ficava somente restrito aos próprios membros e aspirantes da Igreja. Na Baixa
Idade Média, tal situação mudou com a constituição das primeiras universidades.
Até o século XIX, nenhum curso era elaborado com o objetivo de se formar
professores.
No
Brasil, o domínio clerical às instituições de ensino findou depois que o
Marquês de Pombal expulsou os jesuítas da colônia. Após tal medida, a própria
Coroa designava quem poderia exercer funções pedagógicas.
O
Dia do Professor, foi instituído no Brasil também por um decreto imperial
assinado pelo D. Pedro I, no dia 15 de outubro de 1827 e foi uma homenagem à
Santa Teresa de Ávila, religiosa e escritora espanhola, considerada a Padroeira
dos Professores.
No
decreto, o imperador determinou a criação do Ensino Elementar no Brasil, e que
em todas as cidades, vilas e lugarejos houvessem escolas de primeiras letras.
Determinava ainda a forma de contratação de docentes, matérias básicas a serem
ensinados, salários dos professores e descentralização do ensino.
A
iniciativa foi considerada um sucesso, sendo repetida por vários anos. Uma
curiosidade diz respeito a alguns países da Ásia, como Vietnã, Taiwan e Coréia
do Sul. Nesses países, os mestres recebem flores de seus alunos, enquanto
antigos estudantes visitam seus antigos professores em suas casas, levando-lhes
flores, doces e cartões como sinal de consideração e apreço.
O
papel do professor já não é há muito tempo a mesma do passado, pois antes ele
detinha “todo” conhecimento e passava aos seus alunos aquilo que havia estudado
sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos. Hoje, felizmente, pode-se e
deve-se ensinar os alunos a pensar, a questionar e a aprender a discernir, para
que possam construir opiniões próprias.
Ser
professor é viver o seu tempo com sensibilidade e consciência, precisa saber
lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o seu aluno a refletir, é
ser um emancipador do saber.
Para
que isto ocorra o professor deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo
que faz, já que, através de seus atos e ações, servirá como modelo para os
alunos.
O
aluno é como um solo fértil, onde o professor semeia suas melhores sementes
para que se produza belos frutos. A relação professor/aluno deve ser cultivada
a cada dia, pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos.
Considerando que atualmente as atividades de docência
devem levar os Homens à emancipação e ao desenvolvimento do senso crítico para
o fomento à construção da paz, é importante considerar os quatro pilares da
instituição responsável pela governança global para Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO). São eles: aprender a
conhecer - aprender a fazer - aprender a viver juntos - aprender a ser.
Isto significa que tanto o professor quanto os alunos
devem construir a capacidade de compreensão diante da realidade que se
apresenta, utilizando os instrumentos necessários para entender os significados
sociais. Assim, adquirindo competência para agir no meio social, possibilitando
a inclusão de todos como seres dignos de direitos e deveres. Deste modo, o
Homem aprenderia a ser e não somente estar neste mundo. Abre-se caminho
para a ação pensada e refletida, atitudes livres de dominação e com enorme
potencial emancipatório.
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