quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia do Professor

Giovanni Oliveira
Acadêmico do 8° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

“Um professor pode encontrar a eternidade, pois nunca poderemos determinar onde para a sua influência sobre os alunos que um dia serão homens, gênios, inventores, sementes que germinaram pelas mãos de seus mestres.”
Henry Adams



Você já parou para pensar onde surgiu a profissão de professor? Qual o seu papel ao longo da história e como se instituiu o Dia do Professor no Brasil? Você já observou que sem o professor nenhuma outra profissão existiria?
A função de ensinar transcende a criação das primeiras escolas ao longo da história do mundo. Antes mesmo que a escrita fosse desenvolvida, a arte de ensinar já era dada de forma oral.
No Egito antigo com a criação das escolas reais, tal como funciona nas instituições de ensino da atualidade, foram designadas pessoas específicas para o ensinamento de certas habilidades.
Entre os espartanos, cada criança era mantida por um tutor que os ensinava por vínculo de amizade e sem ganhar nada em troca. A educação começava aos sete anos de idade e se preocupava com o aprimoramento das habilidades físicas do indivíduo.
Em Atenas, assim como nas atuais escolas, já haviam professores específicos para o ensinamento da escrita, outros para a leitura e também outros professores para a ajudar nas atividades físicas.
Na Roma Antiga, os Retores desempenhavam a função de ensinar em troca de recompensa financeira. O mais interessante é que havia também os Lud Magister que desempenhavam a função de alfabetizar as crianças que não tinham condição material mais abastada.
No período medieval, o mundo do conhecimento passou a ter um nítido controle das instituições religiosas cristãs. Inicialmente, o conhecimento ali presente ficava somente restrito aos próprios membros e aspirantes da Igreja. Na Baixa Idade Média, tal situação mudou com a constituição das primeiras universidades. Até o século XIX, nenhum curso era elaborado com o objetivo de se formar professores.
No Brasil, o domínio clerical às instituições de ensino findou depois que o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas da colônia. Após tal medida, a própria Coroa designava quem poderia exercer funções pedagógicas.
O Dia do Professor, foi instituído no Brasil também por um decreto imperial assinado pelo D. Pedro I, no dia 15 de outubro de 1827 e foi uma homenagem à Santa Teresa de Ávila, religiosa e escritora espanhola, considerada a Padroeira dos Professores.
No decreto, o imperador determinou a criação do Ensino Elementar no Brasil, e que em todas as cidades, vilas e lugarejos houvessem escolas de primeiras letras. Determinava ainda a forma de contratação de docentes, matérias básicas a serem ensinados, salários dos professores e descentralização do ensino.
A iniciativa foi considerada um sucesso, sendo repetida por vários anos. Uma curiosidade diz respeito a alguns países da Ásia, como Vietnã, Taiwan e Coréia do Sul. Nesses países, os mestres recebem flores de seus alunos, enquanto antigos estudantes visitam seus antigos professores em suas casas, levando-lhes flores, doces e cartões como sinal de consideração e apreço.
O papel do professor já não é há muito tempo a mesma do passado, pois antes ele detinha “todo” conhecimento e passava aos seus alunos aquilo que havia estudado sem reflexão ou visão crítica dos conteúdos. Hoje, felizmente, pode-se e deve-se ensinar os alunos a pensar, a questionar e a aprender a discernir, para que possam construir opiniões próprias.   
Ser professor é viver o seu tempo com sensibilidade e consciência, precisa saber lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o seu aluno a refletir, é ser um emancipador do saber.
Para que isto ocorra o professor deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo que faz, já que, através de seus atos e ações, servirá como modelo para os alunos.
O aluno é como um solo fértil, onde o professor semeia suas melhores sementes para que se produza belos frutos. A relação professor/aluno deve ser cultivada a cada dia, pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos.
            Considerando que atualmente as atividades de docência devem levar os Homens à emancipação e ao desenvolvimento do senso crítico para o fomento à construção da paz, é importante considerar os quatro pilares da instituição responsável pela governança global para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). São eles: aprender a conhecer - aprender a fazer - aprender a viver juntos - aprender a ser.
            Isto significa que tanto o professor quanto os alunos devem construir a capacidade de compreensão diante da realidade que se apresenta, utilizando os instrumentos necessários para entender os significados sociais. Assim, adquirindo competência para agir no meio social, possibilitando a inclusão de todos como seres dignos de direitos e deveres. Deste modo, o Homem aprenderia a ser e não somente estar neste mundo. Abre-se caminho para a ação pensada e refletida, atitudes livres de dominação e com enorme potencial emancipatório.





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