Bruno
Gouvêa de Queiroz
Licenciado
em História, Pós-Graduando em História Contemporânea e acadêmico do 1° semestre
de Relações Internacionais da Unama
O
pensamento Arendtiano, no que tange ao totalitarismo, é uma espécie de novo
fenômeno. A sua fundamentação é baseada em duas estruturas: a ideologia e o
terror. De acordo com Arendt, o que ocorreu na Segunda Guerra foi algo inédito,
pois o sistema totalitarista não se confundia com nenhuma espécie de tirania ou
qualquer outro regime opressor presente nos Anais da História.
Arendt
afirma que o “Domínio Total” utilizado pelos regimes totalitários acaba por
intensificar a ideia de poder na sociedade, juntando os dois principais pilares:
ideologia e terror, onde se tem uma nova forma de domínio estatal perante os
cidadãos. A propaganda ideológica deste sistema primava por isolar os
indivíduos, despersonalizando-os e privando-os de seu principal bem: a sua
liberdade.
Tal
fundamentação é muito bem retratada pelos Estúdios
Disney, com dois curta-metragem intitulados Der Fuehrer Face (Na Cara do Fuehrer) e As Crianças de Hitler – Educação para a Morte.
No primeiro desenho, Donald é funcionário de uma fábrica de munições na Alemanha, vestido como nazista e sempre ameaçado de morte por qualquer sinal de cansaço. O desenho de Donald tece uma crítica escancarada à alienação que o Estado alemão praticava. Esta alienação encontra-se presente no esforço de guerra e na massificação de todo um povo submetido ao regime Hitleriano. Disney mostra Donald sendo forçado a trabalhar exaustivamente e no fim do pesadelo ele acorda e se vê são e salvo nos Estados Unidos, chegando a beijar uma réplica da Estátua da Liberdade. O propósito do filme é puramente político: mostrar às crianças que os nazistas são maus e que os Estados Unidos são o grande amigo do resto da população mundial e também do pato Donald. Esta película mostra que os EUA também detinham grande poderio propagandístico, com uma publicidade eficiente a seu favor.
No primeiro desenho, Donald é funcionário de uma fábrica de munições na Alemanha, vestido como nazista e sempre ameaçado de morte por qualquer sinal de cansaço. O desenho de Donald tece uma crítica escancarada à alienação que o Estado alemão praticava. Esta alienação encontra-se presente no esforço de guerra e na massificação de todo um povo submetido ao regime Hitleriano. Disney mostra Donald sendo forçado a trabalhar exaustivamente e no fim do pesadelo ele acorda e se vê são e salvo nos Estados Unidos, chegando a beijar uma réplica da Estátua da Liberdade. O propósito do filme é puramente político: mostrar às crianças que os nazistas são maus e que os Estados Unidos são o grande amigo do resto da população mundial e também do pato Donald. Esta película mostra que os EUA também detinham grande poderio propagandístico, com uma publicidade eficiente a seu favor.
Neste
curta, é notório também a presença da lavagem cerebral proposta por Hannah
Arendt em sua obra As Origens do Totalitarismo.
No determinado período, Walt
Disney foi de suma importância para o mundo ao transmitir uma imagem
positiva dos Estados Unidos. Disney
pretendia, através de seus desenhos, expor os horrores de guerra cometidos
pelos regimes totalitários inimigos de seu país durante a guerra. De acordo com
Arendt:
“A
mais eficaz ficção da propaganda nazista foi a história de uma conspiração
mundial judaica. Concentrar-se em propaganda antissemita era expediente comum
dos demagogos desde fins do século XIX, e muito difundido na Alemanha e na
Áustria na década de 1920. Quanto mais constantemente os partidos e órgãos de
opinião pública evitavam discutir a questão judaica, mas a ralé se convencia de
que os judeus eram os verdadeiros representantes das autoridades constituídas,
e de que a questão judaica era o símbolo da hipocrisia e da desonestidade de
todo o sistema (ARENDT, pag. 403, 1989).”
Para
Arendt, a grande novidade dentro de um regime totalitário é a formação de um
governo cujo foco seja o terror. Este terror visa retirar do homem o seu lugar,
abandonando-o no terreno das coisas, massificando-o. O terror é responsável por
retirar do homem o sentido de pertencer ao mundo, tirando-lhe as suas raízes. A
preocupação de Hannah é abordar o uso da propaganda e da ideologia que
dissemina o terror e distorce a realidade.
A
grande maestria de um regime totalitário é valer-se do medo, do terror, da
propaganda e da coerção. Essa junção de fatores leva uma população inteira
subjugada a uma “sociedade de massas”. Indivíduos passivos perante o sistema,
alienação total, perda da identidade cultural e religiosa comprovam a
descaracterização e isolamento a que eram submetidas estas populações. A propaganda
nazista, fascista, stalinista valia-se sempre da mentira para manter-se no
poder, e através de sua ideologia, determinar o rumo de um contingente inteiro
de alienados.
REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. 4 ed, São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
Der Fuehrer Face (Na Cara do Fuehrer): https://www.youtube.com/watch?v=RsLi_XNl9tI
As Crianças de Hitler – Educação para a Morte:
http://www.youtube.com/watch?v=S09fOW5QqGE
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