A Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou o livro “A
mecanização para o desenvolvimento rural: estudo de modelos e evolução no
mundo”, que apresenta iniciativas que conseguiram utilizar a maquinaria
agrícola para promover o desenvolvimento sustentável e colocar a tecnologia a
serviço da agricultura familiar. A publicação oferece estudos profundos da
mecanização em países e regiões da África, Oriente Médio, América do Sul, com
um capítulo dedicado exclusivamente ao Brasil, e leste da Europa. As práticas sugeridas
pela FAO ajudariam a eliminar a pobreza, promover a segurança alimentar, o
crescimento econômico e a proteção do meio ambiente.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Globalizando: OIT diz que desemprego global atingiu 202 milhões em 2013
A Organização
Internacional do Trabalho, OIT, afirmou que o desemprego global atingiu 202
milhões de pessoas no ano passado. Segundo o relatório "Tendências do
Emprego Global 2014", o resultado indica que a criação de novos empregos
não está expandindo rápido o suficiente para acompanhar o crescimento do mercado
de trabalho. Segundo o documento, os jovens vão continuar sendo particularmente
atingidos pela fraca recuperação econômica mundial. O relatório alerta que se a
situação atual continuar, o desemprego global deve passar dos 215 milhões até
2018.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Pensamentos Internacionalistas: As necessidades básicas para resolução de conflitos
John Wear Burton (1915 – 2010) australiano, doutor
pela London School of Economics, no final da Segunda Guerra Mundial desempenhou
papel importante na diplomacia australiana. Na área acadêmica foi responsável
pelo estabelecimento do Centro para Análises de conflitos, na Universidade de
Kent em Canterbury.
Crítico do modelo tradicional das Relações
Internacionais utilizou o modelo de sistemas como base de sua contraposição. No
livro “Systems, States, diplomacy and rules” argumenta que o
conflito entre os Estados normalmente nasce de uma tomada de decisões
disfuncional dentro deles. A estrutura de analise da sociedade mundial de
Burton tem uma forma triangular, no qual no ângulo superior fica a proposição
central de que a conduta dos Estados é pré-condicionada por suas necessidades.
Em 1990 publicou “Conflict: resolution and provention” estabelecendo
oito necessidades básicas para resolução de conflitos:
“Uma necessidade de
resposta, necessidade de segurança, necessidade de reconhecimento, necessidade
de estímulo, necessidade de justiça redistributiva, necessidade de significado.
Necessidade de ser visto como racional [...] e necessidade de controle”.
Globalizando: Organização Mundial de Meteorologia quer atrair atenção dos jovens
A Organização Mundial
de Meteorologia, OMM, criou um site para atrair a atenção dos jovens sobre
assuntos relacionados ao tempo e ao clima. A chamada "Esquina do
Jovem" foi reformulada para celebrar o tema deste ano do Dia Mundial da
Meteorologia em 23 de março, "Tempo e Clima: Engajando a Juventude".
A página na internet da OMM tem como objetivo explicar numa linguagem simples
as questões-chave relacionadas não só ao tempo e ao clima, mas também à água. A
meta é engajar os jovens no debate sobre o clima.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Globalizando: ONU lança Ano Internacional da Solidariedade com Povo Palestino
A Organização das
Nações Unidas lançou o Ano Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino.
O ano de 2014 será essencial para o alcance de uma solução dos dois Estados da
região. É importante garantir um Estado da Palestina "independente e
soberano", que viva em segurança ao lado do Estado de Israel, com
reconhecimento mútuo de seus direitos legítimos. Espera-se que o ano promova um
apoio aos palestinos, ressaltando que Israel e Palestina devem entrar num acordo
sobre as condições para que ambos vivam lado a lado, em paz e segurança.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Homenagem ao dia Mundial da Hanseníase
Ana Gabriela de Souza e Silva
Acadêmica do 5º Semestre de Relações Internacionais da
UNAMA
A hanseníase é uma doença
infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto,
orelhas, olhos e nariz. Pode, também, causar deformidades físicas que podem ser
evitadas com o diagnostico no inicio da doença, para um tratamento eficaz. O
tempo de incubação da hanseníase é longo, pode ser de 2 ou até mais de 10 anos.
Segundo o boletim sobre
epidemias da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2010, 16 países do mundo
notificaram 1000 ou mais casos do mal de Hansen em 2009. Entre as regiões
avaliadas, o continente Asiático apresenta a maior taxa de detecção, logo atrás
está o continente Americano. Os países que contribuem para isso são a Índia,
com o maior número de casos, e o Brasil que dos casos novos registrados nas
Américas 93% são dele.
O Programa Nacional de
doenças conseguiu reduzir o grau de gravidade da epidemia
no Brasil. Os novos casos de hanseníase em pessoas menores de 15 anos baixaram no período de 2008 para 2009. A meta do Brasil foi reduzir em 10% até 2011, sendo que a baixa já apresentada, foi de 7,8%.
no Brasil. Os novos casos de hanseníase em pessoas menores de 15 anos baixaram no período de 2008 para 2009. A meta do Brasil foi reduzir em 10% até 2011, sendo que a baixa já apresentada, foi de 7,8%.
Segundo Letícia Maria Eidt
(2000), um dos motivos para o agravamento da hanseníase é o diagnostico tardio,
e por não saberem quem começou a espalhar a doença naquele local especifico.
Quando são filhos de mães infectadas, as crianças vivem com a família biológica
ou uma adotiva, quando isso acontece, toda a família é examinada.
A falta de cuidado e
atenção, os longos períodos de incubação da doença, fazem com que se agravem os
problemas, por negligenciarem alguns sintomas estranhos pelo corpo, e quando
resolvem tratar torna-se complicado.
A hanseníase é uma doença
desconhecida da maioria e também de alguns profissionais da saúde, por ainda
ser lembrada como uma doença bíblica. O despreparo dos serviços e dos
profissionais da saúde, questões administrativas e dificuldade de transporte
para locais de atendimento, também a falta de divulgação nas clinicas e
hospitais, contribuem para não se encontrar a doença no período certo. (EIDT,
2004)
Outro aspecto importante é o
tempo de incubação, muitas pessoas passam anos sem apresentar nada e de repente
aparecem com a doença. Claro que, depende muito do contato que essa pessoa já
teve com hansenianos, a partir disso fazer exames de tempos em tempos, como
prevenção. (EIDT, 2004)
Os Programas Nacionais de
controle da Hanseníase, nas regiões da OMS, implantaram com sucesso a
“Estratégia Global de 2006 – 2010” para a detecção precoce dos casos. Em
colaboração desses programas com outros parceiros a OMS desenvolveu a
“Estratégia Global Aprimorada 2011 – 2015”, pondo ênfase na atenção a saúde,
redução da carga da hanseníase, na detecção precoce e reduzindo a incapacidade,
o estigma e a discriminação, reabilitando social e economicamente as pessoas
afetadas.
Globalizando: Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
A Organização das
Nações Unidas, rejeitando qualquer negação do Holocausto como um acontecimento
histórico, adotou por consenso na Assembleia Geral, em 2005, a resolução na
qual condena todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação,
assédio ou violência contra pessoas e comunidades com base na origem étnica ou
crença religiosa, onde quer que ocorram. A data também é uma forma da ONU
solicitar aos Estados que desenvolvam programas educacionais para que a tragédia
não seja esquecida pelas gerações futuras com o objetivo de evitar que atos de
genocídios voltem a acontecer.
domingo, 26 de janeiro de 2014
Dicas de filmes
Direção: Zelito Viana
Roteiro: José Joffily; Zelito Viana
Elenco: Hugo Carvana; José Dumont; Macsuara Kadiweu;
Cláudio Mamberti; Sérgio
Mamberti
Género: Drama
Idioma original: Português
Baseado em fatos reais, este
drama conta a história dos índios Cinta-Larga,
vítimas de um massacre ocorrido em 1963 no Mato Grosso, retratando a extinção
da aldeia indígena Avaeté em função dos interesses de uma madeireira. O único
sobrevivente, Avá, um menino com 8 anos, se vinga anos depois, matando o
responsável pelo extermínio de seu povo.
Título: Blue Gold: World Water Wars (Original)
Ano
produção: 2008
Estréia: 2008 ( Brasil )
Duração: 90 minutos
Gênero: Documentário
Países
de Origem: Canadá
Durante séculos, as guerras foram travadas sobre produtos
agrícolas preciosos de todo o mundo, entretanto, até agora, a água não foi um
deles. Mas de acordo com “Ouro Azul: Guerras Mundiais da Água”, está tudo
prestes a mudar. O filme leva os espectadores através das causas da crise de
mineração, poluição, destruição de zonas de pântano e enquadra os efeitos
potenciais de uma escassez de água. Examina as implicações ambientais e
políticas de diminuição do fornecimento de água do planeta, e postula que as
guerras do futuro serão travadas sobre a água.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Globalizando: OMS: álcool mata 80 mil pessoas todos os anos nos países americanos
Pelo menos 80 mil
pessoas morrem todos os anos em países latino-americanos e da América do Norte
por causa do consumo exagerado de álcool. A constatação é parte de um estudo da
Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, e da Organização Mundial da Saúde,
OMS. O estudo da OMS revela ainda que
84% das mortes são de homens e que a maioria dos países nas Américas têm
políticas fracas para lidar com a questão.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Globalizando: OIT diz que desemprego de longo prazo é desafio para países
A Organização
Internacional do Trabalho afirmou que o maior desafio de vários países será
enfrentar o desemprego de longo prazo. A conclusão está no relatório de
Indicadores-Chave do Mercado de Trabalho, divulgado pela agência da Organização
das Nações Unidas. A OIT afirma que os países, em todos os níveis de
desenvolvimento, constataram que uma educação adequada e as habilidades das
pessoas fazem a diferença entre um crescimento inclusivo e um crescimento que
deixa grandes segmentos da sociedade para trás.
Pensamentos Internacionalistas: As Civitas de Marsílio de Pádua
Marsílio
de Pádua (1280-1343) pensador medieval, filósofo italiano, teólogo, jurista,
precursor da política moderna. Em 1324 escreveu a obra “Defensor Pacis”, na qual tentou elucidar como se estabelece e se mantém
a paz. Marsílio de Pádua considerava que o homem possuía a essência pura, de
origem divina, despido de preconceitos, sendo, portanto, de natureza pacífica. Inspirou-se
nas seis partes da cidade de “Política”
de Aristóteles, e conclama a criação de uma comunidade perfeita como forma de
alcançar a paz: a Civitas.
“Porém, à medida que as comunidades foram
crescendo, as experiências dos homens foram aumentando. As habilidades e as regras
ou maneiras de viver foram sendo consolidadas, de forma que os diversos grupos
sociais existentes na cidade passaram a ser mais claramente distintos uns dos
outros. Enfim, a razão e a experiência humanas gradualmente foram descobrindo o
que é necessário para viver e viver bem a fim de poder se realizar. Foi assim
que surgiu comunidade perfeita denominada cidade”
DE
PÁDUA. Marsílio. O Defensor da Paz.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Um olhar introdutório sobre o conflito do Sudão do Sul
Kellimeire Campos
Acadêmica do 6º
semestre de Relações Internacionais da UNAMA
A
crise no Sudão do Sul se agravou desde o dia 15 de dezembro, quando o
presidente Salva Kiir (do grupo Dinka) afirmou que soldados leais ao
ex-vice-presidente Riek Machar (do grupo Lou Nuer), demitido em julho, teriam
promovido uma tentativa de golpe de Estado.
Mas
atual situação humanitária do país não se resume a esta situação. Por isso,
para podermos entender um pouco melhor o que acontece no país, é preciso voltarmos a história do Sudão.
O
Sudão do Sul é o país mais novo do Sistema Internacional. Sua independência foi
conquistada em 2011. O antigo território do Sudão possuía uma grande
diversidade de etnias (19 grandes etnias no total), sendo no norte a região de
maior concentração da população de religião islâmica, que almejavam a adoção da
sharia (“lei islâmica”), e uma
minoria cristã ao sul.
Em
2005 houve a assinatura de um acordo de paz entre o grupo separatista Movimento/Armada
de Libertação do Povo Sudanês (SPLM/A) e o governo do Partido do Congresso
Nacional (NCP), para por fim à Segunda Guerra Civil do Sudão (1983-2005). Mas em julho de 2011 essa aliança foi
desfeita com a independência do Sudão do Sul, quando os conflitos retornam,
agora, para a demarcação de fronteira entre os dois países.
Porém,
não foram só as motivações étnicas que fizeram surgir os grupos separatistas no
sul. A falta de investimento na região e a concentração de recursos no norte do
antigo país aumentaram a insatisfação. A exemplo disso existem questões que
mesmo após a independência não conseguiram ser resolvidas, como a falta de
saneamento básico, o escasso acesso a água tratada, a existência de apenas três
hospitais e o índice de um médico para cada 500 mil habitantes.
Além
disso, após longos períodos de guerra, a população possui grande descrédito com
os governos locais. E mesmo com menor frequência, os enfrentamentos com grupos
aliados, dos países vizinhos e internos, continuaram a acontecer, até sua
intensificação no final do ano passado.
Atualmente
com forte presença da ONU, através da missão de paz UNMISS (United Nations
Mission IN South Sudan) da força armada e da ajuda humanitária enviada ao país,
o número de pessoas fugindo das áreas de conflito tem aumentado, totalizando
mais de 400 mil deslocados.
Por
causa desse grande deslocamento de pessoas, principalmente por ser em período
de colheita, o conflito ameaça a agricultura do país, que já era fragilizada
desde a independência. Isso resulta no alerta sobre o agravamento da insegurança
alimentar e desnutrição feita pela Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO).
Segundo
o Secretário-geral assistente da ONU para Direitos Humanos, Ivan Šimonović, o
conflito começou político e se tornou de etnias, com denúncias de: assassinatos
em massa, execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, desaparecimentos
forçados, violência sexual, destruição generalizada de propriedades e uso de
crianças nos combates.
Todas
as denúncias violam os direitos humanos, e perante esta grave crise
humanitária, a ONU tem coordenado as negociações entre os grupos Dinka e Lou
Nuer para que se chegue ao fim das hostilidades, e com isso, o país e seus
civis possam se recuperar e se estabelecer em suas casas.
No
âmbito das Relações Internacionais é relevante analisarmos a crise no Sudão do
sul através do estudo da negociação e arbitragem internacional, pois é a
disciplina que nos dá base para o reconhecimento da situação, possibilitando a
construção de meios de solução de conflitos.
Ao
acompanhar a evolução desse conflito é possível notar todos os níveis de
conflito: as generalizações; os padrões de comportamento; a falta de confiança
entre os dois grupos; a criação de imagens fixas, decorrentes dos anos de luta;
o loss of face (lutar até o fim) que
resulta na continuidade do conflito; a falta de humanidade, exposta nas
denúncias que violam os direitos humanos; a necessidade de se autopreservar; e
o que chamamos como último nível de conflito “ataques generalizados”, quando a
única alternativa é a retirada pela força de um dos dois grupos.
A
solução de um conflito complexo como esse, envolve todos os setores da sociedade,
desde os militares, que asseguram a vida dos civis, aos humanitários para
resguardar os direitos básicos destas pessoas. Mas principalmente a necessidade
de conciliação entre os dois grupos responsáveis pelo combate armado.
A
questão do conflito no Sudão do sul é mais complexa do que um pequeno texto
possa explicar, e perpassa pela variedade étnica, por questões políticas e históricas
envolvidas. Mas é necessário chamar a atenção para a grave situação humanitária
do país e acompanhar as ações da ONU nas negociações da paz.
Referência Bibliográfica
Globalizando: Crianças poderão denunciar à ONU violação de seus direitos
A partir de abril,
crianças que tiverem seus direitos violados poderão fazer denúncias ao Comitê
sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. Um novo instrumento legal sobre
o tema precisava ser ratificado por 10 países e a Costa Rica foi a décima nação
a ratificar o documento. Com isso, será permitido que crianças apresentem
denúncias e caso seja encontrada alguma violação, o órgão irá recomendar ao
país de origem do menor a tomar medidas sobre o caso. A ONU destaca que com a
ratificação do protocolo, as crianças poderão exercer seus direitos e ter
acesso a órgãos internacionais dos direitos humanos, da mesma maneira que os
adultos.
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
Globalizando: Brasil participará de Conferência Genebra II sobre paz na Síria
O ministro das
Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, foi convidado para participar
da Conferência Genebra II, que busca uma solução de paz para o conflito na
Síria. A reunião será realizada no dia 22 na cidade de Montreux, na Suíça.
Segundo a Organização das Nações Unidas, mais de 30 países receberam convites
para a conferência, que deve reunir representantes do governo sírio e de grupos
rebeldes à mesma mesa.
Pensamentos Internacionalistas: O idealismo e a Utopia
Thomas
More (1478 – 1535) idealista clássico, embaixador inglês, autor da obra “Sobre a Melhor das Repúblicas e a Ilha de
Utopia” (1516). Maior parte desse livro foi escrito no período de pausa de
negociações diplomáticas entre o monarca inglês, Henrique VIII, representado
por More, e o príncipe de Castela, futuro rei Carlos V, que havia herdado os
Países Baixos.
“A Utopia” é uma
ilha perfeita, criada no livro por More. A república utópica se assemelha a uma
espécie de regime presidencialista, pois o príncipe era eleito pelos
legisladores e só saía ao morrer. Em nível de comparação com a Europa, a obra
pode ser considerada uma crítica não só a moral aos Estados como também as
relações internacionais praticadas no período. Thomas More considera a guerra
um acontecimento brutal e selvagem, portanto, abomina a busca de glória nos
campos de batalha e a ânsia desmesurada de conquistar novos territórios.
"Um governante
que vive solitariamente no luxo e nos prazeres, enquanto à sua volta todos
vivem em meio ao sofrimento e lamentações, estará atuando antes como carcereiro
do que como um rei. Tal como um médico incapaz, que não sabe tratar de um mal
senão por um mal maior, o soberano que só sabe governar seus súditos
privando-os de todas as comodidades da existência, reconhece abertamente que é incapaz
de comandar homens livres."
MORE.
Thomas. A Utopia.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Paradiplomacia de Entidades Não centrais: Experiência do Estado do Pará nas Relações Internacionais
Gabriel
Bastos
Internacionalista
pela Universidade da Amazônia
O sistema internacional
atravessou constantes transformações ao longo dos séculos, em decorrência do
processo de globalização. Com o fim da Guerra Fria que orientou as Relações
Internacionais por quase meio século e, além disso, a multipolaridade como novo
modelo configurado, abriu-se um espaço de oportunidades para a atuação de
entidades federativas, estados e municípios, tanto nos países desenvolvidos
quanto nos emergentes. Nesse contexto de transformações, surge a paradiplomacia
enquanto fenômeno político-econômico-social sendo um tema em ascensão no âmbito
acadêmico e perceptível o crescimento as relações entre os Estados e novos
atores.
Na contemporaneidade não há
como ignorar a aptidão das unidades federadas para se arquitetarem para além
das fronteiras nacionais obtendo maior participação no cenário internacional
exercendo suas atividades almejando alcançar seus próprios interesses. Essa
capacidade atribuída aos novos atores, especificamente aos entes federativos, é
explicada por Keohane e Nye (2001, p. 7) com a teoria da interdependência
complexa elaborada na década de 70 argumentando que há dependência entre os
atores que estão interconectados. A ansiedade dos governos federativos tem
aumentado principalmente em razão dos novos temas inseridos na agenda
internacional como educação, cultura, meio ambiente, integração econômica e
etc.
A teoria do Jogo de Dois
Níveis complementa com os argumentos acerca do entrelaçamento entre a política
doméstica e a internacional atuando de forma conjunta dando destaque a
participação das instituições políticas, Grupos de Interesses, sindicatos,
eleitores nas decisões internacionais dos Estados. Assim, ambas as teorias
visam justificar a atuação em conjunto das duas esferas políticas evidenciando
os efeitos da paradiplomacia.
O Brasil em seu aspecto
jurídico apresenta a impossibilidade de atuação de seus entes subnacionais,
porém na prática não impede que os mesmos de agirem de acordo com seus
interesses regionais ou locais. O ponto principal do trabalho envolve a região
amazônica que advém de um dinamismo de uma região detentora de recursos
naturais evidenciando os Grandes Projetos, mas que na atualidade sofre com
escassez de infraestrutura e distanciamento em relação às outras regiões mais
desenvolvidas.
Por meio da cooperação
técnica internacional, o Estado do Pará estabeleceu um acordo com a Agência
Internacional de Cooperação do Japão (JICA) em 2012, o objetivo do acordo está
relacionado a busca por soluções ao problema relacionado ao setor de transporte
da Região Metropolitana de Belém.
No âmbito global, a
concretização deste acordo possibilitou ao estado do Pará maior ampliação da
sua imagem na política internacional oportunizando também o intercâmbio
comercial e principalmente o aumento de investimento
estrangeiro direto.
À esquerda, o Governador do Estado do Pará, Simão Jatene, e à direita, o Vice Presidente Sênior da JICA, Hideaki Domichi. |
Globalizando: Índia celebra três anos sem nenhum caso de poliomielite
A Iniciativa
Global para a Erradicação da Poliomielite comemorou a conquista da Índia de não
registrar nenhum caso da doença pelo terceiro ano consecutivo. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, o sucesso na Índia é resultado de um compromisso
geral em todos os níveis, e com uma população de mais de 1 bilhão de pessoas, a
Índia já foi considerada o maior desafio para acabar com a doença. Isso prova,
segundo a OMS, que o vírus pode ser eliminado mesmo sob as circunstâncias mais
complexas.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Dicas de filmes
Direção: John Wells
Elenco: Tommy Lee Jones,
Ben Affleck, Chris Cooper
Gênero: Drama
Nacionalidade: Reino Unido, EUA.
Filme
dirigido por John Wells e estrelado por Ben Affleck, Kevin Costner e Tommy Lee
Jones. A narrativa se concentra na vida de três executivos de uma
empresa afetada pelos efeitos da crise. Eles tentam se adaptar a uma série de
mudanças corporativas e ao constante temor de demissões inesperadas.
Direção: Beto Souza, Tabajara Ruas
Elenco: Nelson Diniz, Werner Schünemann, Sirmar Antunes
Gênero: Drama
Nacionalidade: Brasil.
O filme conta a história
do general brasileiro Antonio de Souza Netto que, junto com seu amigo o Sargento
Caldeira, relembram o passado comum da guerra do Paraguai.
Direção: Paul Haggis
Elenco: Sandra Bullock, Don
Cheadle, Matt Dillon
Gênero: Drama, Suspense
Nacionalidade: EUA.
O filme reúne várias
histórias de vida, expondo as fragilidades e dificuldades das relações sociais.
Assim como trata da violação dos direitos humanos, da construção da cidadania,
das migrações, entre outros.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
A trajetória de Ariel Sharon no Oriente Médio
Renato Macedo
Acadêmico do 7º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.
A morte de Ariel Sharon, no último
sábado (11/01), foi capaz de instigar reações emotivas e acalorar debates sobre
a política e seus meandros. O líder israelense construiu uma reputação política
bastante controversa, reflexo da complexidade que é falar sobre política,
relações internacionais ou até mesmo sobre moralidade no Oriente Médio.
A repercussão sobre a
morte do ex-primeiro-ministro de Israel, acima de tudo, reforça a percepção da
influência que os indivíduos podem representar para a política internacional e
para a história. Isso porque quando o tema é política em Israel, e de forma
mais abrangente, no Oriente Médio, o raciocínio predominante é estadocêntrico,
com ênfase no aspecto da sobrevivência estatal, do paradigma Realista.
Israel Sharon foi responsável
pela retirada unilateral de Israel da Faixa de Gaza, em 2005. O então
primeiro-ministro, extremamente pragmático, teve a sabedoria de reconhecer que
a presença dos 8,5 mil colonos judeus em Gaza eram um foco muito grande de
tensão com os 1,3 milhões de palestinos que ali viviam. Este ato, fez com que
Sharon perdesse o apoio do partido Likud (tradicionalmente menos propenso a
concessões aos palestinos) e fundasse o Kadima, partido de centro.
A invasão ao Líbano, em
1982, (que ainda estava em uma situação de Guerra Civil) objetivou ser um duro
golpe à Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O papel de Ariel
Sharon, então Ministro da Defesa de Israel, foi extremamente controverso nesse
cenário: o apoio de Israel à facção cristã neste conflito permitiu que estes
entrassem nos campos de Sabra e Shatila e perpetrassem o massacre de cerca de
2.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Estes dois campos eram
controlados por Israel, e deveriam, portanto, ser protegidos.
Não é exagero dizer que
a trajetória política de Ariel Sharon refletiu todas as nuances possíveis da
política no Oriente Médio, assim como representou também a vida de muitos
outros homens e mulheres daquela terra, ilustres ou comuns, que carregam no
cotidiano e em suas decisões o peso de séculos e séculos de uma intrincada
história.
Este é um tema, aliás,
que merece maiores aprofundamentos para todos aqueles que se ocupam da análise
de temas internacionais, mas também para os que se interessam pelo futuro de
nosso mundo.
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