Amanda Elgrably.
Acadêmica do 5º semestre de Relações
Internacionais da UNAMA.
(texto baseado em resposta em atividade avaliativa da disciplina
Política Internacional Comparada)
Peter
Taylor tem como base de sua perspectiva geopolítica uma retomada da
identificação espacial clássica, estruturas tripartites da economia mundo.
Essas estruturas são: os centros, as periferias e as semiperiferias. Os centros
são aqueles que combinam altos salários (relativamente falando), tecnologia
avançada e diversidade de produção. Logo as “zonas” não são consideradas
centrais por aspectos estritamente geográficos, mas sim porque “dominam os
processos de exploração e mais valia” (PRECIADO, 2008).
Já
as periferias, o oposto dos centros, são caracterizadas por agregarem baixos
salários, tecnologia também baixa e produções simples, pouco diversificadas.
Essas regiões também são entendidas como exploradas e subordinadas aos centros
e aos seus processos de centralização e concentração de recursos.
E
entre estas duas “zonas” encontram-se as semiperiferias. De certo modo, estas
possuem aspectos de ambas as “zonas” descritas acima (Centros e Periferias), e
por isso também possuem um maior dinamismo.
As semiperiferias se apresentam na tentativa de exploração de
periferias, mas, por sua vez, também se apresentam como ponto de exploração dos
centros.
A Venezuela é uma semiperiferia emergente,
pois está se enquadrando gradativamente na definição acima descrita, o que
significa dizer que diferentemente das semiperiferias ativas, como Brasil e
México, a Venezuela ainda está em processo de ascensão.
A definição de semiperiferia acima descrita é
um ponto harmônico entre os três países, pois ambos se enquadram nesse tocante.
A Venezuela é caracterizada também como anti-hegemônica, isso devido,
principalmente, a sua política internacional ativa de eixos SUL-SUL, e sua
resistência frente à hegemonia norte americana, o fato de ser uma semiperiferia
emergente já pressupõe certa resistência. Exemplo da ação política Venezuelana
anti-hegemônica é a ALBA que é a principal opositora da ALCA (promovida pelos
EUA).
Por sua vez, o México é caracterizado por ser
uma semiperiferia subordinada, ou subalterna, devido ao fato de sua estratégia
política ser a de se colocar como um reforço à estratégia norte americana, como
parte do fortalecimento estratégico e subordinado aos EUA. Inclusive aderindo a
projetos como o TLCAN e a ASPAN com os EUA e Canadá.
Já o Brasil é a semiperiferia das aspirações
de potencia global, que questiona e redefine seus parâmetros e padrões em
relação ao centro. Este questiona os centros e seus poderes e aspira ser
potencial global. Isso através de políticas de iniciativa SUL-SUL, por exemplo,
que de certo modo, confrontam com os interesses do centro norte americano, como
a UNASUL e o MERCOSUL, sendo o país “comandante” destas iniciativas, onde o Brasil é o
paymaster. Hoje a Venezuela está em processo de adesão como membro pleno do
MERCOSUL, entretanto, para isso, precisa de aprovação e, se conseguir, irá
fazer parte do bloco. Desde já, podemos perceber interesses políticos entre
este e o Brasil, já que ambos fazem frente ao centro.
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