Acadêmico do 5º Semestre.
Nome original: The
Whistleblower
Lançamento: 2010 (112min)
Dirigido
por: Larysa Kondracki
Gênero: Drama
Nacionalidade: Alemanha/Canadá.
*Filme indicado pela fiel leitora Rafaella Sena, que cursa o 6º semestre
de RI.
Sinopse: Baseado em uma história real e em um dos maiores escândalos
da história envolvendo a ONU, Kathy Bolkovac (Rachel Weisz) é uma policial esforçada que aceita trabalhar para as
Nações Unidas como pacificadora na Bósnia, que passa por
uma reconstrução pós-guerra. Seus desejos de ajudar na reconstrução de um país
devastado são destruídos quando ela fica face a face com a dura realidade: uma
vasta rede de corrupção e tráfico sexual que é encoberta pela ONU.
Baseado no livro homônimo de Kathryn Bolkovac, A
Informante conta sobre a verdadeira história de Kathy, que aceita o trabalho de
agente pacificadora nas missões de paz da ONU na Bósnia, pois o salário
oferecido é alto o suficiente para ela ficar mais próxima da família.
É Importante citar que Whistleblower
(Nome original do filme) são pessoas que vazam informações importantes de
órgãos do governo ou de alguma organização. Julian Assange, por exemplo, é
considerado um Whistleblower.
De acordo com o site oficial da ONU (Organização das Nações
Unidas) no tópico “A ONU e as Mulheres’’ é citado o seguinte trecho:
‘’No dia 2 de julho de
2010, a Assembleia Geral da ONU votou por unanimidade a criação de um órgão
único da ONU encarregado de acelerar os progressos para alcançar a igualdade de
gênero e fortalecer a autonomia das mulheres.’’
Claro, o dever da ONU é promover as boas relações entre
países e fazer com que todas as divergências entre eles sejam resolvidas
diplomaticamente. Além de fazer trabalhos humanitários em todos os lugares
possíveis, para tentar garantir que todo ser humano tenha o mínimo de condições
necessárias para viver dignamente.
Mesmo assim, a corrupção está entranhada em todos os lugares
imagináveis, desde os mais simples até o mais fundamental. E esse filme trata
justamente disso, mostrando que no órgão máximo dos Direitos Humanos está escondido
uma das mais perversas formas de crime: O tráfico sexual.
O filme mostra a protagonista Kathy como uma personagem
justa, que realmente quer ajudar, mas percebe que as coisas não são tão boas
como ela pensava. Sempre correndo para todos os lados para tentar descobrir o
que está acontecendo, Kathy se desespera ao não acreditar no que está havendo
dentro da própria ONU. É muito importante frisar aqui que ela trabalha nas
famosas missões de paz, que procuram proteger civis no meio de conflitos, sejam
armados ou não. Mas as missões de paz não estão presentes oficialmente nas
Cartas da ONU, o que torna ainda mais difícil para Kathy tomar uma atitude
sobre a situação. Para quem denunciar os homens que ela trabalha todos os dias?
Quem vai ouvi-la? Ela mesmo diz que “não há como lutar contra diplomatas’’,
claro, já que era ela contra pessoas de altos cargos.
O roteiro é inteligente no quesito “crítica social’’, ao
mostrar em uma conversa de uma representante dos EUA com um secretário da ONU.
Ela tenta fazer com que os rumores dos casos de tráfico sexual sejam
investigados, mas recebe uma resposta curiosa: “A ONU é muito frágil e muito
importante”, ou seja, é melhor acobertar o trafico sexual e outros escândalos,
do que manchar o precioso nome da ONU, que é considerado sinônimo de paz e
igualdade. É justamente nesse corporativismo que mora o problema. Na análise
passada, falei sobre a necessidade de deixar de lado os interesses pessoais ou
corporativos de lado para pensar em um bem maior. E seria realmente justo
deixar mulheres serem escravizadas sexualmente para cuidar da fama do órgão?
Escravas sexuais seriam apenas efeito colateral disso? Claro que não!
Infelizmente, o filme não é tão interessante quanto ao
assunto abordado. Quero deixar claro que não estou aqui na condição de crítico
profissional (na verdade, não chego nem perto disso), mas como estou na
condição de analista no blog não irei deixar minha verdadeira opinião de lado,
seja qual for o assunto.
O roteiro é inteligente ao fazer críticas, mas não é
inteligente para prender o espectador. Inicialmente, tentando fazer com que nos
identifiquemos com Kathy, o filme nos mostra a cena dela com a filha, mas logo
depois esquece que a mesma existe. Outra falha é colocar um romance para a
protagonista, o que foi totalmente desnecessário, sendo que até mesmo o próprio
filme trata o caso de forma banal.
Eu entendo
que o longa não poderia ser biográfico, pois a proposta do mesmo era ser um
suspense. Mas ele falha como suspense, pois as reviravoltas são obvias e os
suspeitos são extremamente caricatos. Atores como Benedict Cumberbatch (ótimo ator que
está em ascensão) e a linda Monica
Bellucci estavam fora de lugar. Porem a
direção regular de Larysa Kondracki não
esconde o talento da belíssima Rachel
Weisz que faz o que pode para dar vida à personagem e acaba carregando
sozinha o filme nas costas.
Se eu
recomendo o filme? Bem, ele não o ruim, mas também não é bom. Na falta de
alguma coisa pra fazer e depois de ter visto todos os filmes que analisei nas últimas
sete semanas, ele pode ser recomendável a título de curiosidade. Fazer
filme-denuncia sempre é complicado, e no fim de “A Informante” a impressão que
fica é que ele seria melhor aproveitado se fosse feito um belo documentário,
pois ficaria mais completo e não se disfarçaria do suspense que ele não é.
- Como
curiosidade, o site oficial da verdadeira Kathryn está no ar e tem o mesmo nome
do filme. Vale uma visita. http://www.bolkovac.com/
Até a próxima!
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