segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Desenvolvimento e Sustentabilidade. É possível?



Paulo Victor Rodrigues,
Acadêmico do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.

            Ao pensar em Desenvolvimento muitos podem pensar em acumulação de capital ou riquezas materiais, bom, não deixa de ser um conceito acerca desse tema tão amplo e diversificado, porém, será que ao pensarmos em Desenvolvimento também associamos isso à Sustentabilidade? Ou melhor, temos nos desenvolvido de forma consciente, isto é, pensando em nosso meio ambiente e em como utilizar seus recursos garantindo sua preservação e não apenas explorando-os?
            Desde o inicio da Era da Industrialização (ou a chamada Revolução Industrial) na Europa nos séculos XVIII e XIX, onde houve a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas, nota-se o quanto a paisagem natural (não tocada pelo homem) mudou drasticamente, as florestas deram lugar à criação e expansão das cidades, industriais surgiram, posteriormente os primeiros arranha-céus, ou seja, o homem na busca pelo desenvolvimento (lê-se: acumulação de capital) viu na natureza uma fonte de recursos que poderia lhe fazer alcançar esse objetivo.
            Entretanto, até quando o homem vai continuar explorando os recursos naturais indiscriminadamente? Até quando a natureza vai suportar ser explorada? Nos últimos anos temos percebido sinais claros de que isso não poderá se prolongar da maneira que tem sido feita há todos esses anos. Os chamados países Desenvolvidos também estão entre os maiores poluidores, vide o caso norte-americano, o qual se recusou a assinar o Tratado de Kyoto (que tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera).
            Atualmente, não podemos, ou melhor, o planeta não pode mais aguentar países consumindo irracionalmente seus recursos, não é aceitável que haja investimentos financeiros massivos no incentivo ao desenvolvimento de indústrias que poluem mais, exploram mais... O que precisa acontecer é o despertar dos governantes globais para a importância da preservação, pois com a tecnologia de hoje pode-se muito bem ocorrer desenvolvimento aliado à natureza, isto é, não explorando e sim utilizando conscientemente.

            Um dos grandes exemplos de desenvolvimento sustentável que posso citar está bem próximo, o chamado Programa Municípios Verdes, que tem o objetivo de combater o desmatamento e fortalecer a produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental e fundiário e gestão ambiental, com foco em pactos locais, monitoramento do desmatamento, implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e estruturação da gestão municipal.
            O município de Paragominas, no interior do Pará, saiu da lista dos mais desmatadores do Brasil por conta de uma ação conjunta, envolvendo governo, sociedade e empresa. Um verdadeiro exemplo de como é possível deixar de ‘agredir’ o meio ambiente quando há um engajamento entre esses três pilares. Também posso citar exemplos, como de Amsterdam, na Holanda, onde os cidadãos priorizam o uso de bicicletas ao invés de automóveis ou até ônibus (há pesquisas recentes que mostram que o número de bicicletas na Holanda supera o de habitantes), evitando assim a queima de combustíveis que produzem gases do ‘efeito estufa’.
            Portanto, a busca pelo desenvolvimento (em especial no âmbito econômico) tem que estar atrelado à tomada de consciência, dando importância e prioridade à sustentabilidade, pois continuar da maneira em que vivemos, com indústrias explorando recursos naturais, queimando combustíveis, com o homem usando a terra inadequadamente para a agricultura, acabará por esgotar os recursos da ‘mãe-natureza’, que levaram a consequências irremediáveis.
Porém, se os cidadãos ao redor do mundo juntamente com os governos e as empresas (iniciativa privada) derem as mãos procurando reproduzir os exemplos como os citados anteriormente, poderemos alcançar o tão sonhado desenvolvimento sustentável, onde o homem vive em harmonia com a natureza, desenvolvendo-se utilizando-a sabiamente, preservando-a.

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