Paulo Victor Rodrigues,
Acadêmico do 6º semestre de Relações Internacionais da
UNAMA.
Ao
pensar em Desenvolvimento muitos podem pensar em acumulação de capital ou
riquezas materiais, bom, não deixa de ser um conceito acerca desse tema tão
amplo e diversificado, porém, será que ao pensarmos em Desenvolvimento também
associamos isso à Sustentabilidade? Ou melhor, temos nos desenvolvido de forma
consciente, isto é, pensando em nosso meio ambiente e em como utilizar seus
recursos garantindo sua preservação e não apenas explorando-os?
Desde o
inicio da Era da Industrialização (ou a chamada Revolução Industrial) na Europa
nos séculos XVIII e XIX, onde houve a substituição do trabalho artesanal pelo
assalariado e com o uso das máquinas, nota-se o quanto a paisagem natural (não
tocada pelo homem) mudou drasticamente, as florestas deram lugar à criação e
expansão das cidades, industriais surgiram, posteriormente os primeiros
arranha-céus, ou seja, o homem na busca pelo desenvolvimento (lê-se: acumulação
de capital) viu na natureza uma fonte de recursos que poderia lhe fazer
alcançar esse objetivo.
Entretanto,
até quando o homem vai continuar explorando os recursos naturais
indiscriminadamente? Até quando a natureza vai suportar ser explorada? Nos
últimos anos temos percebido sinais claros de que isso não poderá se prolongar
da maneira que tem sido feita há todos esses anos. Os chamados países
Desenvolvidos também estão entre os maiores poluidores, vide o caso
norte-americano, o qual se recusou a assinar o Tratado de Kyoto (que tem como
objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente
estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera).
Atualmente,
não podemos, ou melhor, o planeta não pode mais aguentar países consumindo
irracionalmente seus recursos, não é aceitável que haja investimentos
financeiros massivos no incentivo ao desenvolvimento de indústrias que poluem
mais, exploram mais... O que precisa acontecer é o despertar dos governantes
globais para a importância da preservação, pois com a tecnologia de hoje
pode-se muito bem ocorrer desenvolvimento aliado à natureza, isto é, não
explorando e sim utilizando conscientemente.
Um dos
grandes exemplos de desenvolvimento sustentável que posso citar está bem
próximo, o chamado Programa Municípios Verdes, que tem o objetivo de combater o
desmatamento e fortalecer a produção rural sustentável por meio de ações
estratégicas de ordenamento ambiental e fundiário e gestão ambiental, com foco
em pactos locais, monitoramento do desmatamento, implantação do Cadastro
Ambiental Rural (CAR) e estruturação da gestão municipal.
O
município de Paragominas, no interior do Pará, saiu da lista dos mais
desmatadores do Brasil por conta de uma ação conjunta, envolvendo governo,
sociedade e empresa. Um verdadeiro exemplo de como é possível deixar de
‘agredir’ o meio ambiente quando há um engajamento entre esses três pilares.
Também posso citar exemplos, como de Amsterdam, na Holanda, onde os cidadãos
priorizam o uso de bicicletas ao invés de automóveis ou até ônibus (há
pesquisas recentes que mostram que o número de bicicletas na Holanda supera o
de habitantes), evitando assim a queima de combustíveis que produzem gases do
‘efeito estufa’.
Portanto,
a busca pelo desenvolvimento (em especial no âmbito econômico) tem que estar
atrelado à tomada de consciência, dando importância e prioridade à
sustentabilidade, pois continuar da maneira em que vivemos, com indústrias
explorando recursos naturais, queimando combustíveis, com o homem usando a
terra inadequadamente para a agricultura, acabará por esgotar os recursos da
‘mãe-natureza’, que levaram a consequências irremediáveis.
Porém, se os cidadãos ao redor do mundo
juntamente com os governos e as empresas (iniciativa privada) derem as mãos
procurando reproduzir os exemplos como os citados anteriormente, poderemos
alcançar o tão sonhado desenvolvimento sustentável, onde o homem vive em
harmonia com a natureza, desenvolvendo-se utilizando-a sabiamente,
preservando-a.
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