Moises Gadelha
Acadêmico do 6º Semestre de Relações
Internacionais da UNAMA
A
Ucrânia ressurge no cenário internacional como um Estado central no “cabo de
guerra” entre ocidente e oriente, tendo de um lado a União Europeia (UE) e do
outro a Rússia. Há alguns anos a UE estuda incluir a Ucrânia na dinâmica do
bloco econômico. Após a negativa por parte do governo ucraniano pela adesão à
proposta europeia, e a sua reaproximação às órbitas de negociações da Rússia,
ainda em Novembro, desencadeou-se uma série de protestos por uma parcela da
população do país que não aceitou o posicionamento de seu governo.
Para
entendermos um pouco mais do processo que se firma no eixo euro-asiático se faz
interessante analisar o histórico da Ucrânia, bem como, do jogo de interesses e
das influências sobre a região por parte de europeus e russos.
Se
considerarmos as primeiras décadas do século XX o país esteve por muitas vezes dividido,
e ao fim da Guerra Polaco-Soviética (1921), tinha sua região ocidental anexada
à Polônia e a central-oriental (maior território) sendo parte de uma das
repúblicas que aderiram à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Ao
término da Segunda Guerra mundial, a maior parte
do território antes anexado a Polônia já estava sob controle novamente de Kiev,
capital ucraniana. Sem desconsiderarmos o avanço tecnológico do país às orbitas
do socialismo soviético, devemos lembrar da usina nuclear de Chernobyl, que foi
alvo de uma das maiores catástrofes da história. No entanto, desde sua independência,
em 1991, a Ucrânia voltou a ser objeto de interesse de Russos e europeus.
Reforçando
a importância atual da Ucrânia neste contexto, deve-se observar a tentativa da
União Europeia em aumentar sua abrangência territorial, avançando ao Oriente e,
principalmente, buscando alcançar as antigas repúblicas soviéticas,
neutralizando a influência russa na região. Por outro lado, a Rússia, principal
Estado dentre as ex-repúblicas da URSS, busca manter
essa influência “herdada” e não se ver ainda mais “ilhada” por países fora de
sua órbita de interesses. Ainda além, não podemos deixar de citar o apoio que os
Estados Unidos têm destacado aos protestos dos ucranianos pela adesão ao bloco
europeu, deixando os russos ainda mais atentos ao desencadear desse movimento.
Analisando
internamente, as influências externas que têm levado esse jogo de forças aos
ucranianos, notamos que grande parte dos cidadãos que protestam contra a
posição do governo, e, consequentemente, anseiam pela adesão à União Europeia,
se concentram na capital, Kiev, e na parte leste do país. Enquanto isso,
cidades importantes no lado oeste apoiam ao governo numa reafirmação das
relações com a Rússia, baseadas principalmente na
parceria comercial que estes representam. Os russos são os principais
exportadores de gás para a Ucrânia e em contrapartida representam uma boa parte
das importações dos produtos ucranianos.
Observando
as decisões que se tomam neste jogo de influências, podemos considerar este
momento como importante não só para a União Europeia e Rússia, mas,
principalmente, para a Ucrânia que ao manter o diálogo com os dois lados pode
ter suas possibilidades de maiores ganhos. Mas, para isso, precisa acalmar os
conflitos entre governo e população, para que mantenha pequena a possibilidade
de uma ruptura interna na Ucrânia, ocasionada por atores externos e levando o
país a um colapso ainda maior.
Referências Bibliográficas:
Veja.
Por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.
Visualizado em: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/por-que-ue-e-russia-querem-tanto-a-ucrania--2
Blog
Ucrânia Online. História da Ucrânia.
Visualizado em: http://ucraniaonline.blogspot.com/2009/05/historia-da-ucrania.html
Veja.
Ucrânia – Um país com um histórico de
tragédias. Visualizado em: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/ucrania-um-pais-com-um-historico-de-tragedias
Nenhum comentário:
Postar um comentário