Danilo Ebúrneo
Acadêmico do 5º Semestre de Relações
Internacionais da UNAMA.
Lançamento: 2012 (157min)
Dirigido por: Kathryn Bigelow
Com: Jessica Chainstain, Jason Clark
Gênero: Ação
Antes de começar o texto,
gostaria primeiramente de pedir desculpas aos leitores pela substituição do
filme. O longa dessa semana na verdade seria “Welcome To Sarajevo”, assim como
foi anunciado no programa globalizando, mas pela dificuldade em ter acesso ao
filme e ao correr risco de atrasar o texto, resolvi fazer a resenha do filme “A Hora Mais Escura”. Agradeço a
compreensão e espero que isso não interfira em nossa dinâmica semanal. Sendo
assim, vamos ao filme:
Após algumas resenhas feitas
por mim, eis que um filme da diretora Kathryn
Bigelow “cai no meu colo”. O histórico da carreira da senhorita Bigelow segue
de certa forma um padrão. Sim, ela ama tudo que é militar e político e, de
certa forma, adora homens durões e estereotipados. Tanto que praticamente boa
parte dos seus filmes tem esses personagens chave, desde “Caçadores de Emoção” (1991) até o ganhador do Oscar de 2010, “Guerra ao terror”. Desse modo, ela volta em 2012 abordando mais
uma vez o terrorismo no filme “A Hora
Mais Escura”. Dessa vez tendo uma mulher como protagonista.
O filme aborda o esforço dos
norte-americanos ao mostrar as últimas horas antes de finalmente matarem Osama Bin Laden. Ele mistura a ficção
com algumas informações reais, mas sempre mantendo o contexto criado para
aqueles personagens presentes. Ao iniciar o filme mostrando todos os atentados
terroristas nos EUA através de vozes desesperadas, o roteirista Mark Boal tenta nos lembrar de tudo o
que houve, e que o estopim e o fim de
toda a ameaça irão acontecer até o final do filme. Em uma das cenas iniciais, é
mostrado um suspeito de terrorismo sendo interrogado (leia-se torturado) pelo
soldado Dan (Jason Clark) e a
representante do governo Maya (Jessica
Chainstain).
Nesse contexto, o filme nos
apresenta uma equipe da CIA totalmente dedicada e preocupada com os rumos que a
“guerra” levaria, tentando fazer com que tenhamos uma identificação com o
espectador e, assim, possamos torcer para que os Americanos consigam realmente
prender e aniquilar esse inimigo chamado Osama
Bin Laden.
Por outro lado, também
acompanhamos a protagonista Maya, que no decorrer do filme está sempre
correndo, sempre tentando achar pistas e mais importante que isso: achar um
motivo que lhe dê respaldo para suas ações. Essa dedicação não permite que ela
tenha um contato próximo da família (não é mostrado no filme), nem namorado e
praticamente nem vida pessoal. Sua maior preocupação é ser respeitada e reconhecida
em seu meio de trabalho. Por isso, ela trabalha ao máximo sua personalidade
para se equiparar de certa forma aos homens “brutos” do exército. Então fala
palavrão, anda de forma segura e tenta sempre falar com toda a certeza.
E a partir da relação da CIA
com a dedicada Maya, que Kathryn Bigelow
nos mostra o que sabe fazer de melhor: Estereotipar personagens ao extremo.
Como dito no início do texto, ela adora mostrar homens ditos valentes e pessoas
de patriotismo exagerado, como se tudo isso fosse um grande mérito. Ela ama
mostrar que seus personagens fazem um tremendo “sacrifício” pelo bem de todos.
Mas, detalhe: todos eles são norte-americanos. E faz ainda pior: finge se importar
com a visão oriental, mas no fim das contas mostra o contrário.
A Hora Mais Escura é patriota
e ele parece não se envergonhar disso principalmente quando mostra diálogos de personagens
que estão com um “falso peso na consciência”. Em especial quando se trata de
Maya, que às vezes tem suas dúvidas, mas logo as deixa de lado. Mas Jessica Chainstain faz um trabalho
exemplar, e consegue passar o máximo que pode do roteiro que lhe foi dado.
Contudo, gostaria de dizer
algo para vocês leitores: uma boa atriz, roteiro e figurino não salvam um filme
quando se tem uma direção questionável. O problema é que Kathryn Bigelow não tem firmeza ALGUMA ao dirigir um filme. Seus
cortes são secos, com ângulos de câmera estáticos (quase o mesmo no filme
inteiro, repare) e sem nenhuma criatividade. Fica mais do que claro que ela não
aprendeu nada em seu tempo de casada com o ex-marido James Cameron (esse sim, bom diretor). Seus filmes que venceram o Oscar
não são nada mais e nada menos do que reflexo do patriotismo norte-americano.
No fim, A Hora Mais Escura não é um filme reflexivo e nem distrai por
completo, já que se torna arrastado devido a uma direção aborrecida. Empolga
apenas nos seus últimos 40min. Eu recomendo a título de curiosidade, mas nada
de muitas expectativas.
Até a próxima!
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