sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Freiburg: um exemplo de cidade sustentável que funciona!

Sabrina Sena
Acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Olá, Eu me chamo Sabrina Sena. Eu sou acadêmica do 4º semestre de Relações Internacionais da Unama e nessa matéria irei descrever um pouco sobre minha experiência de intercâmbio de quatro meses na Alemanha, especificamente, em Freiburg.
Eu fui escolhida pelo programa UNIBRAL, que é uma parceria acadêmica entre a Unama e a Evangelische Hoschule Freiburg (Universidade Evangélica de Freiburg). A intenção do programa era selecionar alunos da UNAMA para fazer parte de um projeto que visava fazer um estudo sobre desenvolvimento sustentável...
Por que Freiburg?
Porque Freiburg é conhecida como a cidade mais sustentável do mundo! Por esse motivo, alguns professores da UNAMA, eu e mais duas acadêmicas fomos ver de perto como isso começou e como ocorre essa questão ambiental na cidade de Freiburg.
Foi muito impressionante ver como o desenvolvimento sustentável é algo que funciona naquela cidade. Há uma grande participação e comprometimento do governo e dos moradores de Freiburg para que a cidade se desenvolva, mas sem prejudicar o meio ambiente... Há coleta seletiva do lixo e a reciclagem deste. Quase todas as casas possuem placas solares e nas escolas de educação fundamental e médio também.
Hoje, existe uma grande preocupação nas escolas com o ensino da Educação Ambiental, desde cedo. Nessas questões, os alunos já estão sendo educados e treinados para saber tratar do lixo e até como fazer a manutenção de uma placa solar. Os alunos estão sempre competindo com as outras escolas quem é capaz de produzir mais energias de fontes renováveis, para suprir suas necessidades e vender o excedente para o governo.
Além disso, o foco não foi apenas desenvolvimento sustentável. Eu pude fazer parte do ambiente acadêmico da universidade participando de outras disciplinas e isso, foi ao mesmo tempo, desafiador e produtivo.
Foi desafiador porque eu não fui para uma universidade onde havia exatamente o curso de Relações Internacionais. Nesse período, eu estudei Serviço Social e o desafio foi fazer a ligação entre duas áreas diferentes. Mas, a experiência foi bastante produtiva porque foi possível fazer uma ponte entre as duas disciplinas e isso me enriqueceu de ideias... Nas disciplinas de Serviço Social, os professores me encarregavam de analisar alguma situação social em crise a partir de uma perspectiva politica e internacional.
A universidade era também bastante dinâmica em termos de projetos, conferências e fóruns e eu sempre me esforçava para participar desses eventos. De todos eles, o mais marcantes no meu intercâmbio foram dois que aconteceram na França e na Bélgica. Na França, exatamente em Strassbourg participei de um fórum sobre o tema: “A grande transformação”, onde, o principal foco, era debater sobre o futuro da humanidade em relação nossa forma de desenvolvimento desenfreado e como disseminar mais as questões sustentáveis.
Já o segundo acabou sendo um momento decisivo para eu pensar sobre minha futura e almejada carreira de internacionalista: a visita à sede da União Europeia em Bruxelas. Durante uma semana, eu, um grupo de alunos alemães e mais três professores, fizemos uma visita de uma semana em Bruxelas, capital de Bélgica, onde incluiu visitas e participação em seminários no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia.
O objetivo dessa visita era conhecer o lugar e ver como é a dinâmica nas principais sedes da E.U. e também participar em alguns seminários que trataram sobre migrações, a nova agenda da E.U. para 2020, etc. Poder ter a oportunidade de conhecer um lugar como a Comissão Europeia, alimentou uma ambição de poder fazer parte daquele ambiente e iniciar minha carreira naquele lugar.
Bem, meu intercâmbio não se resumiu apenas a estudos, seminário e investigações... Essa foi minha primeira experiência no exterior e poder viver isso num país tão forte e desenvolvido como a Alemanha, foi o despertador de muito senso crítico, enriquecimento, quebra de estereótipos e, claro, divertido. Houve choques culturais, mas isso não passou de momentos muitos gratificantes. Além disso, Freiburg é uma cidade fantástica pela sua mescla temporal. É uma cidade que ainda carrega um infraestrutura da época medieval e isso está também ligado com um lado bastante moderno de qualquer cidade grande europeia. Então, é uma cidade que carrega três estilo um uma só: a rústica, a moderna e a verde.
Um dos principais atrativos de Freiburg é a famosa Floresta Negra (a floresta tem esse nome porque o verde das folhas é tão escuro que dá a impressão de que a vegetação é negra). É uma parte incrivelmente linda e cheia de montanhas da região de Baden Würtemberg, onde é possível você fazer muitos esportes. Minha atividade favorita era fazer trilha nas montanhas e quando começou a nevar, eu gostava de esquiar e fazer caminhada na montanha mais alta, para chegar ao topo e ver o sol...
Bem, essa oportunidade é algo difícil de relatar em algumas páginas, mas eu posso dizer que foi uma experiência muito além do que eu esperava, no sentido de que tudo foi muito bom. Foi gratificante melhorar minhas expectativas de vida, voltar para o Brasil enriquecida de ideias e já com um foco para aprofundar meus estudos, fruto desse maravilhoso intercâmbio. E o que ficou de lição nessa jornada foi que: se você se preparar bem, ser ousado e persistente, você mesmo cria suas próprias oportunidades.




Globalizando: ONU confirma participação em evento no Brasil para debater governança na Internet

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) confirmou que vai participar do encontro internacional “Netmundial”, sobre o futuro da governança na Internet, que será realizado nos dias 23 e 24 de abril em São Paulo. O secretário-geral da UIT, Dr Hamadoun I. Touré parabenizou a presidenta Dilma Rousseff pela iniciativa do debate como um esforço para garantir a confiança e a segurança na Internet. A agência da ONU espera que o diálogo seja transparente, aberto, construtivo e inclusivo para todas as nações e investidores, independente de serem de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, garantindo uma Internet melhor e mais segura para todos.



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pensamentos Internacionalistas: O Smart Power e o Poder no Século XXI

Joseph Nye, autor que ajudou a consolidar as Relações Internacionais como campo de estudo autônomo. Através do conceito de Smart Power considerou que a narrativa do poder no século XXI é feita da construção de estratégias que combinem os diferentes recursos de forma adequada ao contexto internacional da difusão do poder.




“À medida que as ameaças transnacionais aumentam, os estados irão não apenas questionar as normas da Vestefália, que traçam distinções claras entre o que é nacional e o que é internacional, mas também a alargar os seus conceitos de segurança e defesa. Muitas das novas ameaças não serão susceptíveis de solução por parte de exércitos disparando explosivos potentes.”

NYE. Joseph. Understanding International Conflicts. 2009.  Longman. Classics in Political Science.

Globalizando: Ban Ki-moon apresenta novo porta-voz

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas apresentou Stephane Dujarric como o seu novo porta-voz. Ban Ki-moon fez o anúncio na sede da organização, em Nova Iorque e lembrou que o próximo ocupante do cargo é conhecido pela experiência como porta-voz do seu predecessor, entre meados de 2005 e finais de 2006. A partir de 10 de março, o antigo editor da rede internacional de rádio ABC News vai substituir Martin Nesirky, além de liderar a área da Comunicação nas Nações Unidas e no Programa da organização para o Desenvolvimento, PNUD. 



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

“Do pobachennya, Lenin” (Adeus, Lênin)

Brenda de Castro
Internacionalista pela Universidade da Amazônia
Mestranda em Ciência Política pela UFPA

(Retirada da estrela soviética do mastro do parlamento ucraniano)
Para quem não é muito familiarizado com a história da Ucrânia a retirada das estátuas de Lênin em algumas cidades pode estar parecendo obra da ultradireita neonazista como muitos analistas têm pregado. É uma afirmação um tanto quanto extremista e reducionista da política no país, pois ainda que não se possa negar a existência destas vertentes (como há em muitos outros países) o simbolismo da derrubada das estátuas que representam os séculos de dominação e influência russa, é totalmente compreensível.
Do mesmo modo que o Partido Liberdade de extrema-direita tem tentado se aproveitar da situação, outros também o tem feito e, com tamanha proporcionalidade, a população tem se manifestado contra tais investidas. Então, para quê reduzir a uma questão ideológica radical este ato que tanto pode servir de base para compreender as relações históricas entre Rússia e Ucrânia?
Para tentar desvencilhar um pouco mais esta ideia reducionista, vamos supor o seguinte cenário: o Brasil, possui uma origem comum à Argentina, contudo, durante séculos, o destino do Brasil ficou nas mãos do vizinho por invasões e, como se não fosse suficiente, quando a Argentina promove a sua revolução, o Brasil que sonhava com sua liberdade, viu-se novamente subordinado aos ideários que não condiziam com os da sua população. Imaginemos agora que depois de 80 anos em uma unificação territorial forçada, período no qual a língua oficial era o espanhol e não o português, o Brasil finalmente se vê independente.
Só que nas décadas que se seguem o país continua extremamente dependente à Argentina, com a cooperação internacional limitada a alguns países e vez ou outra entrando em crise com o vizinho. Enfim, deflagra-se toda a crise contra a influência Argentina. Será que só os neonazistas derrubariam as estátuas de, digamos, Perón pelas cidades brasileiras?
Crédito: Ivan Sekretarev
A ideia é que, apesar de que a extrema direita esteja tentando tirar proveito da situação, não se pode reduzir toda uma complexa relação histórica e desmerecer a manifestação popular por conta disto.
Mesmo com a melhor das intenções, propagar que o movimento anti-Rússia é uma manobra neonazista de certo modo deslegitima a manifestação e incita medo na comunidade internacional e nos países vizinhos. Não seria essa também uma manobra?
Restringir a derrubada das estátuas com esta ideologia não apenas deslegitima as manifestações como nega também todos os movimentos de resistência na história ucraniana.
Quando da Revolução Russa, por exemplo, a Ucrânia possuiu movimentos próprios de independência, simbolizados no anarquista Nestor Makhno, de quem são as seguintes palavras:
“O povo ucraniano, tendo herdado a tradição da liberdade que havia sido conservada desde o passado longínquo, soube conservar esta liberdade através de séculos de escravidão e exprimiu agora, de modo inesperado, as forças que retinha nele mesmo: ousadia, coragem, temeridade e espírito de revolta. (...) Em seguida, ele revelou sua verdadeira face ao se transformar em Revolução Social Ucraniana.”
A passagem acima poderia ser sobre as manifestações deste século, mas dizem respeito à resistência ucraniana ao domínio bolchevique e dos ideais destorcidos da revolução. Ainda assim, o país foi derrotado e anexado à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Mesmo durante o período soviético a população resistiu a aderir a políticas como a coletivização da agricultura – considerando que a Ucrânia era tida como o “celeiro” por conta de suas terras férteis – e teve como represália a confiscação da produção e deportação forçada para lugares inóspitos onde vieram a falecer entre 3 e 7 milhões de ucranianos no evento que ficou conhecido como Holodomor, a Grande Fome.
Com o fim da URSS, a Ucrânia finalmente conquista sua independência, mas o caminho para sua liberdade de facto ainda é tortuoso. Em meados de 2004 e 2005, por exemplo, suspeitas de fraude na eleição presidencial levaram milhares de ucranianos às ruas no que se tornou a Revolução Laranja, levando a uma nova eleição com aprovação de observadores internos e externos que mudaram o resultado de Viktor Yanukovych (o então presidente da recente crise) para o seu opositor Viktor Yushchenko que não conseguiu reeleição em 2010, sendo eleito Yanukovych.
Crédito: Genya Savilov
Assim, num breve relance da história ucraniana, espero ter destacado a razão de achar de um reducionismo perigoso interpretar a derrubada de um símbolo de décadas de opressão e subordinação do país vizinho como uma iniciativa tão somente neonazista. É desmerecer toda a história de resistência do país e também desconsiderar o fato de que, em momentos de crise como estes, todos os partidos tentarão tomar vantagem da situação.
Os próprios protestos apesar de terem tido seu estopim no afastamento das relações com a União Europeia representam a busca da liberdade e independência, não estar mais aprisionado na esfera russa vinte anos depois do fim da Guerra Fria.
Do pobachennya, Lenin. Em bom ucraniano.

Globalizando: CPLP lança campanha para recolher fundos para segurança alimentar.

Moçambique acolheu o lançamento da campanha "Juntos contra a Fome" para angariar fundos para a produção alimentar e combate à má nutrição. A iniciativa envolve a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, no âmbito da parceria com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. Os valores recolhidos nos oito países-membros devem ser investidos para o acesso à terra, à tecnologia, aos mercados e ao crédito. 


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Pensamentos Internacionalistas: As mudanças sistêmicas da ordem mundial.

Robert Gilpin, com uma visão do mundo realista discutiu modelos de mudanças sistêmicas da ordem mundial. Acredita que todas as hegemonias são transitórias, pois os custos para mantê-las cresce mais rápido do que os recursos disponíveis para mantê-las. Enfatizou as mudanças fundamentais na economia mundial ocorrida após a guerra fria, considerado este momento como de transição entre o período de internacionalismo liberal e o mercantilismo.


“Uma vez que o equilíbrio entre os custos e benefícios das mudanças adicionais e da expansão é alcançado, a tendência é que os custos econômicos da manutenção do status quo aumentem mais rapidamente do que a capacidade econômica de mantê-lo.”
GILPIN. Robert. War and change in world politics. Cambridge University Press, 1981.

Globalizando: OIT diz que mundo enfrenta uma profunda crise de justiça social

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho, OIT, Guy Ryder, afirmou que o mundo enfrenta hoje uma crise não apenas social, mas também de justiça social. A declaração foi feita para marcar o Dia Mundial da Justiça Social, celebrado no dia 20 de fevereiro. Os legisladores do mundo inteiro precisam trabalhar pela implementação de políticas que promovam uma verdadeira recuperação socioeconômica global. A proteção social é ao mesmo tempo um direito humano e uma boa política econômica, e o seguro social facilita outras áreas como o acesso à saúde, à educação e à nutrição. 



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

2014 - O Ano Internacional da Agricultura Familiar

Alessandra Viviane Vasconcelos
Acadêmica do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA


O Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) será celebrado em 2014 por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas em reconhecimento à contribuição da agricultura familiar para a segurança alimentar e para a erradicação da pobreza no mundo.
O principal objetivo dessa data é promover em todos os países políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento sustentável de sistemas de produção agrícola, baseados em unidades familiares, fornecer orientações para pôr em prática essas políticas, incentivar a participação de organizações de agricultores e despertar a consciência da sociedade civil para a importância de apoiar a agricultura familiar.
O AIAF 2014 visa destacar o perfil da agricultura familiar e dos pequenos agricultores, focalizando a atenção mundial em seu importante papel na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutrição, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.

Segundo o chefe de Políticas da FAO, Salomon Salcedo, o setor é um dos pilares da segurança alimentar regional: “80% das propriedades na América Latina e no Caribe fazem parte da agricultura familiar. O setor gera cerca de 70% do emprego agrícola na região”, afirmou. Para organizar as suas atividades do Ano, foi criado o Comitê Mundial de Acompanhamento do AIAF 2014, com a participação de 12 Estados-Membros, além de representantes de agências da ONU, do Fórum Mundial Rural, da União Europeia, de organizações de produtores e do setor privado.
Segundo a FAO, considerando apenas os países do Mercosul, o setor emprega diretamente cerca de 10 milhões de pessoas. Ele também é fundamental em termo de produção: no Brasil, é responsável por 38% da produção agrícola; 30% no Uruguai; 25% no Chile; 20% no Paraguai e 19% na Argentina. Entretanto, houve um declínio acentuado nos gastos públicos em agricultura nos países em desenvolvimento, particularmente na América Latina e no Caribe. Nesta região, os gastos públicos totais em agricultura caíram de 6,9% em 1980 para 1,9% em 2007. Esta relação é de fato a mais baixa entre todos os países em desenvolvimento e contrasta com figuras como o Leste da Ásia e o Pacífico (6,5%), além do Sul da Ásia (4,9%).

A agricultura familiar inclui todas as atividades agrícolas de base familiar e está ligada a diversas áreas do desenvolvimento rural. Consiste em um meio de organização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola que são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mão-de-obra familiar, tanto de mulheres quanto de homens, em contraste com a agricultura patronal que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades médias ou grandes.
Tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, a agricultura familiar é a forma predominante de agricultura no setor de produção de alimentos. Em nível nacional, existe uma série de fatores que são fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como: condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; disponibilidade de educação especializada; entre outros.
Entretanto, houve um declínio acentuado nos gastos públicos em agricultura nos países em desenvolvimento, particularmente na América Latina e no Caribe. Nesta região, os gastos públicos totais em agricultura caíram de 6,9% em 1980 para 1,9% em 2007. Esta relação é de fato a mais baixa entre todos os países em desenvolvimento e contrasta com figuras como o Leste da Ásia e o Pacífico (6,5%), além do Sul da Ásia (4,9%).
No Brasil o modelo que foi adotado foi o patronal, segundo o economista Ricardo Abramovay, da FEA-USP, tal oposição é de natureza social - entre a agricultura que se apoia fundamentalmente na unidade entre gestão e trabalho de família e aquela em que se separam gestão e trabalho. De acordo com o economista, o modelo adotado pelo Brasil, o patronal, não foi o que prevaleceu em países como os Estados Unidos, onde, historicamente, a ocupação do território baseou-se na unidade entre gestão e trabalho, e a agricultura baseou-se inteiramente na estrutura familiar.
Abramovay ressalta que os países que mais prosperaram na agricultura foram aqueles nos quais a atividade teve base familiar e não a patronal, enquanto que os países que dissociaram gestão e trabalho tiveram como resultado social uma imensa desigualdade.
Eis a questão, é aqui que encontramos um dos entraves sociais para uma das mais importantes reformas para o Brasil ser inserido como potência no cenário mundial, a Reforma Agrária, enquanto o Brasil prosseguir sem mais avanços neste setor, principalmente em nossa região amazônica, onde os conflitos por terras são constantes, surgindo então um problema histórico por posses de terras e mortes de sindicalistas e ambientalistas, ou seja, não estão sendo amparados pelo Estado, o MST por outro lado, cheio de corrupções como o governo e os projetos são ineficientes.
A ONU tem um papel relevante de governança chamando a atenção dos governos para esse debate, é necessário que se solidifique esse importante papel e devolver ao cidadão seus direitos outrora negados pela má administração, corrupção, violência gerando fome e pobreza, contribuindo para a Insegurança Humana.


                  

Referências:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/04/130408_pastoral_mortos_mdb.shtml?ocid=socialflow_twitter_brasil
http://www.onu.org.br/a-onu-em-acao/a-onu-em-acao/a-onu-e-a-governanca/
http://www.ecodebate.com.br/2013/06/07/investimento-em-pequenos-agricultores-e-a-melhor-maneira-de-superar-a-pobreza-aponta-relatorio-da-onu

Globalizando: FAO: Resolver problema de escassez de água no Oriente Médio e no Norte da África deve ser prioridade

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) advertiu que a escassez de água é uma das questões mais urgentes relacionadas à segurança alimentar no Oriente Médio e no Norte da África. A disponibilidade de água doce na região caiu ao longo dos últimos 40 anos e deverá diminuir mais até 2050, aumentando as preocupações sobre a degradação da qualidade da água e os impactos das mudanças climáticas. A questão é debate na 32ª Conferência Regional da FAO para o Oriente Médio que acontece a partir de hoje. 


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Dicas de Filmes

ARGO (2012):

Direção: Ben Affleck
Produção:    Grant Heslov; Ben Affleck; George Clooney
Roteiro: Chris Terrio
Elenco original: Ben Affleck; Bryan Cranston; Alan Arkin; John Goodman
Gênero: Drama; Suspense
Idioma original: Inglês

O filme se passa em 1979, quando a embaixada dos Estados Unidos em Teerã é invadida por militantes islâmicos, exigindo a extradição do ex-governante do país, gerando uma crise de reféns no Irã. Mas, no meio do caos, seis americanos conseguem escapar e encontrar refúgio na casa de um embaixador canadense.

O SONHO DE WADJDA (2012):

Data de lançamento: 29 de novembro de 2012 (Islândia)
Direção: Haifaa al-Mansour
Música composta por: Max Richter
Idioma: Língua árabe
Elenco: Reem Abdullah, Waad Mohammed, Abdullrahman Al Gohani



O filme mostra o conflito entre a tradição religiosa e os sentimentos de uma pré-adolescente. Burcas dividem espaço com calças jeans para mostrar uma Arábia contraditória e contar a história de Wadjda, que vai de contra com a sociedade conservadora.

PRECIOSA. UMA HISTÓRIA DE ESPRANÇA (2009):

Direção: Lee Daniels
Produção: Lee Daniels; Oprah Winfrey; Tom Heller; Tyler Perry
Roteiro: Geoffrey S. Fletcher
Elenco original: Gabourey Sidibe; Paula Patton; Mariah Carey; Lenny Kravitz; Mo'Nique
Gênero: drama
Idioma original: inglês


 O filme conta a história de uma afroamericana obesa e analfabeta que além de sofrer preconceito, ainda sofre com a má relação com sua mãe, porém uma luz de esperança se ascende quando ela volta a estudar.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Globalizando: Dia Internacional da Língua Materna

A data foi proclamada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em 17 de novembro de 1999 para promover o multilinguismo e a diversidade linguística e cultural. E foi reconhecido formalmente pela Assembleia Geral da ONU, que estabelece 2008 como o ano internacional das línguas. O dia internacional da língua materna se originou com o Dia do Movimento da Língua, que é comemorado em Bangladesh desde 1952, foi reconhecido formalmente pela Assembleia Geral da ONU, que estabelece 2008 como o ano internacional das línguas.



144 anos da imigração italiana no Brasil



Nayara Rodrigues
Acadêmica do 5º semestre de Relações Internacionais da UNAMA.

No período que ficou conhecido como “Grandes Imigrações” entre 1870 e 1920, o Brasil acolheu imigrantes de diversas partes da Europa, principalmente Italianos, Alemães e Portugueses. O Brasil se mostrou receptivo a esses imigrantes, pois o país tinha necessidade de mão de obra qualificada e também de pessoas para povoar a região sul do país, além de por em prática a política de branqueamento estipulada pelo governo brasileiro na época.
No inicio, a imigração dos italianos foi fortemente organizadas pelos grandes fazendeiros, na busca de superar a crise de mão obra nas lavouras de café. Apenas em 1889, o governo Federal assumiu as responsabilidades, e organização da imigração italiana no Brasil.
A imigração italiana correspondeu 42% do total de imigrantes, tendo ocorrido devido à crise econômica na Itália. Tal imigração foi fortemente influenciada pelo período da unificação da Itália, onde os conflitos proporcionaram misérias em grande parte da população, além dos problemas socioeconômicos que a Europa vivia devido ao processo da Revolução Industrial. Com isso migrar ao Brasil representava novas oportunidades de trabalhos e melhor qualidade de vida.
Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSICA. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2000. Apêndice: Estatísticas de 500 anos de povoamento. p. 226
Os imigrantes italianos se concentraram nas regiões Sul e Sudeste, principalmente nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Minas Gerais, modificando a cultura local, construindo um novo perfil brasileiro, e principalmente influenciando no crescimento econômico do país.
Os italianos que trabalhavam em lavouras de café e nas vinícolas do Brasil construíram cidades, modificando a arquitetura, culinária e o comércio da região, construindo instituições e associações de apoio para imigrantes e seus descendentes no Brasil.
Na região da Amazônia houve um número relativo de imigrantes italianos, chegando a ser considerada a terceira nacionalidade europeia existente no Estado do Pará, aponta Emmi (2007).
Apesar de não ser amplamente estudada, a imigração italiana no Pará existiu. Os autores Trento (1989) e Cenni (2003), acreditavam que o fluxo migratório dos italianos para nossa região era passageiro e inconsistente, baseava-se apenas na euforia do auge do ciclo da Borracha, já que logo após este período o número de italianos na região se dissipou. A presença desses imigrantes, apesar de não ser tão significante em relação às outras existentes no Pará, fez com que houvesse a criação de uma representação da embaixada italiana no município de Óbidos durante o período do Ciclo da Borracha, explica Pinto (2005).
Com esse histórico da presença italiana no País, no dia 2 de junho de 2008 foi sancionada a lei que cria uma data especifica para a comemoração da imigração italiana no território brasileiro. Esta data veio para mostrar o quanto esta imigração proporcionou ao Brasil e reforçar a importância que o povo italiano desempenhou no progresso do país. O dia 21 de fevereiro, então, vem a ser o Dia Nacional do Imigrante Italiano no Brasil.
Os 144 anos de comemoração da imigração italiana é forte nos Estados do Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As festividades acontecem durante semanas, atraindo turistas para a região.
Atualmente, no Brasil, residem cerca de 25 milhões de descendentes italianos, concentrados nas regiões sul e sudeste, representando cerca de 15% da população total brasileira. A maior concentração é no Estado do Espírito Santo com 65% da população de origem italiana, e que em sua maioria falam italiano fluente, informa o site oficial de imigrantes italianos no Brasil.
Existem hoje 6 consulados italianos no Brasil,  que tratam de mais de 500.000 processos de reconhecimento de cidadania italiana.


Fonte: Ferrara Cidadania Italiana. Imigrantes Italianos no Brasil < http://www.imigrantesitalianosbrasil.com.br/>
Representação de descendentes de italianos no Brasil atual.
Comemorar esses 144 anos junto com os descendentes italianos representa demonstrar respeito ao povo que fez parte da construção de nossa história, de nossa cultura e ajudando na prosperidade da economia do Brasil na época. E a presença deste povo em nosso país atualmente ainda é forte, o que acentua ainda mais sua importância para atual conjuntura interna e externa do Brasil.


Referencias:
Imigrantes Italianos no Brasil. Disponível em: http://www.imigrantesitalianosbrasil.com.br/
Acessado em: 15/02/2014.
Rastros da Imigração Italiana. Walter Pinho. Disponível em: http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2005/54-edicao-29/754-no-rastro-da-imigracao-italiana. Acesso em: 15/02/2014.

EMMI, Marília Ferreira. Raízes italianas no desenvolvimento da Amazônia, 1870 – 1950: Pioneirismo Econômico e identidade. 2007, Tese (Doutorado em Ciências: Desenvolvimento Sociocultural) Programa de pós-graduação em Desenvolvimento sustentável do trópico úmido, Universidade Federal do Pará. Belém, 2007.

CENNI, F. Italianos no Brasil: Andiamo in’Merica. 3. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.

TRENTO, A. Do outro lado do Atlântico: um século de imigração italiana para o Brasil. São Paulo: NOBEL, 1989.