sábado, 15 de fevereiro de 2014

Resenha: Capitão Phillips

Danilo Ebúrneo
Acadêmico do 6º Semestre de Relações Internacionais da UNAMA

Após um tempo sem postar nenhuma resenha, finalmente volto com mais um filme. Mas antes de tudo, gostaria de pedir desculpas aos leitores que acompanhavam as resenhas, já que não pude faze-las por diversos motivos (um deles a falta de um computador). Para que nenhuma falha na programação aconteça novamente, os posts serão feitos quinzenalmente, sempre mantendo (ou até melhorando) a qualidade das postagens previamente feitas. Agradeço a compreensão de todos e vamos a mais um filme...



Nome original: Captain Phillips
Lançamento: 2013 (125min)
Dirigido por: Paul Greengrass
Com: Tom Hanks, Barkhad Abdi, Barkhad Abdirahman, Faysal Ahmed
Gênero: Drama/Ação
Nacionalidade: EUA





Adaptado do livro A Captain´s Duty lançado em 2009 pelo Capitão Richard Phillips, o filme Capitão Phillips narra a história de um cargueiro que foi sequestrado por piratas vindos da Somália em busca de todas as riquezas e produtos que ele trazia. Desta forma, os lideres piratas Muse (Barkhad Abdi) Bilal (Barkhad Abdirahman) e Najee (Faysal Ahmed) tomam conta do navio para começar ai um jogo de poder e interesses junto com a tripulação do barco de Phillips.

O roteiro de Billy Ray (que adaptou o primeiro filme da franquia Jogos Vorazes) procura equilibrar a tensão de um filme de suspense/ação com algumas críticas sociais. Mas devo dizer que é um mérito tremendo que o roteirista não tenha se agarrado a convenções para transformar o longa em mais um “cartão de visitas” e oferecendo mais um filme dramalhão com peso na consciência. Muito pelo contrário: Aqui há apenas ações e suas consequências, priorizando o desenvolvimento da trama e dos seus personagens.

Personagens que, na verdade, são muito bem construídos: Enquanto o filme mostra desde o início o Capitão como um homem tranquilo e que mantêm a calma nas mais diversas situações (sejam elas extremas ou não) do outro lado podemos ver que os piratas Somalis estão focados em seu objetivo, mas ao mesmo tempo desesperados para fazer com que aquele roubo realmente fosse bem sucedido. Inclusive gostaria de elogiar a incrível atuação dos atores Barkhad Abdi, Barkhad Abdirahman e Faysal Ahmed que apesar de serem relativamente desconhecidos, fazem um trabalho mais competente que muitos atores ditos “grandes” em Hollywood. O que felizmente não é o caso de Tom Hanks, que se entrega no papel de um homem controlado diante do perigo, mas que desaba ao ver a sua verdadeira realidade. O que me faz pensar qual a razão da ausência de uma indicação ao Oscar de 2014 para o ator…

Mas claro, o filme não funcionaria de nenhuma maneira se a direção não fosse tão competente quanto o roteiro, e nada melhor do que Paul Greegrass para quebrar convenções e clichés de direção. Sempre com closes e ângulos sóbrios e firmes, o diretor não apenas faz um trabalho admirável nas cenas de ação (algo que fez MUITO BEM nos filmes da série Bourne) como também faz sua crítica social apenas mostrando a imagem. Isso mesmo! Um close na face dos piratas e do capitão é suficiente para passar a mensagem de que não havia culpados naquele lugar, e sim apenas vítimas. Vítimas essas que Greengrass usa para abordar o assunto principal do filme: “Uma reflexão sobre as consequências da globalização”.

Se eu abordar mais assuntos sobre o longa, talvez eu cometa um deslize e revele alguma coisa do roteiro, o que poderia estragar parte da experiência. Dessa maneira, deixo a dica do filme aqui, pois enquanto Tom Hanks não concorre a melhor ator, Greengrass está concorrendo a melhor direção no Oscar desse ano.



Até a próxima!!


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