sábado, 8 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher

Kellimeire Campos
Acadêmica do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA 

     Já comentei em outro texto a questão da diferença de gênero, seja social, cultural ou econômica, seja no Brasil ou no Sistema Internacional. Contei um breve histórico da luta feminina pela participação na vida pública da sociedade, até chegar à criação da ONU Mulheres.


     A história e a cronologia do dia internacional da mulher, eu deixo pra vocês lerem no link ao final do texto, e passo a tratar da importância da data e dos eventos realizadas no entorno deste dia.
     O dia 8 de março é a data utilizada para relembrarmos o progresso dos direitos de mulheres e meninas, desde a luta sufragista, até os objetivos atuais de inclusão da mulher no progresso dos países, nos processos de paz e a defesa de seus direitos humanos. Também serve para serem pensadas novas práticas e políticas que contribuam para alcançar a eliminação contra toda e qualquer discriminação sofrida pelas mulheres.
     É notável o avanço do papel da mulher no Sistema Internacional, mas não podemos negar que existe muito a se fazer. Afinal, nos deparamos com a dúvida que em algum momento irá assombrar a vida de um estudante de relações internacionais: a ONU deveria possuir legitimidade para intervir em assuntos internos de um país soberano em prol dos direitos humanos?

     Assuntos como o papel da mulher nas sociedades ocidentais e orientais, são delicados e merecem o cuidado para não subjugarmos culturas diferentes daquilo que estamos acostumados a ver. O caso mais característico é a utilização do véu: se para nós o uso do véu pode ser uma opressão feminina, para os orientais a super exposição do corpo feminino também não pode ser considerada uma opressão feminina? Dessa exposição não surgiria o velado preconceito brasileiro? O que faz de uma cultura melhor do que a outra?
     A questão primordial defendida por todas as correntes do feminismo é o direito de escolha da mulher sobre sua vida seja com seu corpo, seus estudos, sua carreira e vida afetiva. O importante é dar a ela o direito de escolha. Como em todas as teorias, existem correntes mais radicais e outras menos. Mas no cerne do movimento é isso que se defende.
     
Assim, a ONU Mulheres como a maior organização internacional engajada para inserção feminina em todos os setores da sociedade, consciente que a participação feminina na vida dos Estados está intimamente ligada ao nível de desenvolvimento dele e ciente também que o progresso da mulher ocorre de maneira desigual ao redor do mundo, trouxe como tema desse ano do dia internacional da mulher: “Igualdade para as mulheres: progresso para todas”, comemorado pela ONU no dia 7 de março. O evento contou com a presença do Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, da Diretora Executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, e da Senadora e ex Secretaria dos Estados Unidos, Hillary Clinton.
      O evento ocorreu às vésperas da 58ª Sessão da Comissão sobre a Condição Jurídica e Social da Mulher (dia 10 ao dia 21 de março), que possui como foco principal os resultados e desafios dos objetivos do milênio para meninas e mulheres.
     Em uma visão mais micro, o dia oito de março serve para nos fazer refletir nas situações do cotidiano, no que podemos fazer para que aconteça uma mudança cultural. Ou seja, para que não vejamos dificuldades baseadas no gênero, na ascensão da mulher em sua vida profissional e para que não vejamos crimes sendo cometidos baseados em questões de gênero.
     O que se procura talvez não esteja na igualdade de Papéis, levada até as últimas consequências entre os gêneros, mas no respeito pelo direito de liberdade de pensar e de agir de cada um e no respeito pela dignidade humana.


         
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