Kellimeire Campos
Acadêmica do 6º semestre de Relações
Internacionais da UNAMA
Já comentei em outro texto a
questão da diferença de gênero, seja social, cultural ou econômica, seja no
Brasil ou no Sistema Internacional. Contei um breve histórico da luta feminina
pela participação na vida pública da sociedade, até chegar à criação da ONU
Mulheres.
A história e a cronologia do dia
internacional da mulher, eu deixo pra vocês lerem no link ao final do texto, e
passo a tratar da importância da data e dos eventos realizadas no entorno deste
dia.
O dia 8 de março é a data
utilizada para relembrarmos o progresso dos direitos de mulheres e meninas,
desde a luta sufragista, até os objetivos atuais de inclusão da mulher no
progresso dos países, nos processos de paz e a defesa de seus direitos humanos.
Também serve para serem pensadas novas práticas e políticas que contribuam para
alcançar a eliminação contra toda e qualquer discriminação sofrida pelas
mulheres.
É notável o avanço do papel da
mulher no Sistema Internacional, mas não podemos negar que existe muito a se
fazer. Afinal, nos deparamos com a dúvida que em algum momento irá assombrar a
vida de um estudante de relações internacionais: a ONU deveria possuir
legitimidade para intervir em assuntos internos de um país soberano em prol dos
direitos humanos?
Assuntos como o papel da mulher
nas sociedades ocidentais e orientais, são delicados e merecem o cuidado para
não subjugarmos culturas diferentes daquilo que estamos acostumados a ver. O
caso mais característico é a utilização do véu: se para nós o uso do véu pode ser
uma opressão feminina, para os orientais a super exposição do corpo feminino
também não pode ser considerada uma opressão feminina? Dessa exposição não
surgiria o velado preconceito brasileiro? O que faz de uma cultura melhor do
que a outra?
A questão primordial defendida por
todas as correntes do feminismo é o direito de escolha da mulher sobre sua vida
seja com seu corpo, seus estudos, sua carreira e vida afetiva. O importante é dar
a ela o direito de escolha. Como em todas as teorias, existem correntes mais radicais e
outras menos. Mas no cerne do movimento é isso que se defende.
Assim, a ONU Mulheres como a maior
organização internacional engajada para inserção feminina em todos os setores
da sociedade, consciente que a participação feminina na vida dos Estados está
intimamente ligada ao nível de desenvolvimento dele e ciente também que o
progresso da mulher ocorre de maneira desigual ao redor do mundo, trouxe como
tema desse ano do dia internacional da mulher: “Igualdade para as mulheres:
progresso para todas”, comemorado pela ONU no dia 7 de março. O evento contou com a presença do Secretário Geral da
Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, da Diretora Executiva da ONU
Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, e da Senadora e ex Secretaria dos Estados Unidos,
Hillary Clinton.
O evento ocorreu às vésperas da 58ª Sessão da
Comissão sobre a Condição Jurídica e Social da Mulher (dia 10 ao dia 21 de
março), que possui como foco principal os resultados e desafios dos objetivos
do milênio para meninas e mulheres.
Em uma visão mais micro, o dia
oito de março serve para nos fazer refletir nas situações do cotidiano, no que
podemos fazer para que aconteça uma mudança cultural. Ou seja, para que não
vejamos dificuldades baseadas no gênero, na ascensão da mulher em sua vida
profissional e para que não vejamos crimes sendo cometidos baseados em questões
de gênero.
O que se procura talvez não esteja
na igualdade de Papéis, levada até as últimas consequências entre os gêneros, mas no respeito pelo
direito de liberdade de pensar e de agir de cada um e no respeito pela
dignidade humana.
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