domingo, 2 de março de 2014

Resenha: Distrito 9

Danilo Eburneo
Acadêmico do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA

 
Data de lançamento: 13 de agosto de 2009

Direção: Neill Blomkamp

Orçamento: 30 milhões USD

Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope,Nathalie Boltt

Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell



Ao falar sobre Battlestar Galactica em um dos meus posts anteriores, comentei que historicamente as obras de ficção cientifica abordam a sociedade de maneira mais corajosa do que os filmes ditos “críticos”, sejam eles filmes históricos ou biográficos, já que em filmes Sci-Fi não se precisam ter “rabo preso” para agradar “especialistas” e historiadores que acham que sabem o que é cinema.
Tanto é, que se pegarmos filmes “antigos”, do fim da década de 60, apesar dos efeitos especiais serem datados para os dias de hoje, eles trazem questões muito pertinentes até então, e claro, representam o cinema de forma muito mais competente do que a maioria dos diretores atuais que, com toda tecnologia disponível, parece que esqueceram (ou nunca souberam) como fazer o verdadeiro cinema, sem se esconder atrás de efeitos especiais. E é nessa leva de toneladas e toneladas de filmes que Distrito 9 me chamou atenção.

Demorei para ver o filme por algum motivo que desconheço e, quando comecei a ver, alguns anos depois do seu lançamento, eu estranhei imediatamente. Não pelo modo documentário que o filme começa logo no inicio, mas pelo contexto que ele queria apresentar. Até dei risada em algumas partes iniciais por pura ignorância, por não estar entendendo. Mas depois de 15 minutos consegui compreender o que o filme queria apresentar e achei extremamente criativo. O diretor Neill Blomkamp é considerado hoje um ótimo representante de filmes Sci-Fi, mesmo que tenha derrapado feio no filme Elysium, que sucedeu Distrito 9.

O filme é uma espécie de adaptação Sci-Fi inspirada pelos acontecimentos do chamado “Distrito 6” que ocorreram na África do Sul, na Cidade do Cabo durante o Apartheid. Mas aqui, os Aliens tomaram o lugar dos renegados pela sociedade, e em vez de serem os vilões (igual a quase todos os outros filmes feitos), eles são as vítimas de um sistema político preconceituoso, que seleciona alguma raça ou etnia para serem excluídos por nenhum motivo real (o mais curioso é que os Aliens vivem na mesma localidade dos negros, abordando também que nesse futuro o racismo continua muito forte). A montagem do filme junto ao roteiro do próprio Blomkamp e de Terri Tatchell emociona e empolga nos momentos certos, dando um equilíbrio muito grande para que o espectador não se sinta confuso durante a jornada.


O ator Sharlto Copley que faz o protagonista Wikus faz um bom trabalho, iniciando como um dos membros da MNU (Multinational Nations) que é uma empresa militar privada que toma conta da segurança estatal, sendo mais um dos que não se importam com os indivíduos inferiorizados, mas que depois muda seu pensamento por algum acontecimento chave.
Por outro lado temos o alien chamado Christopher Johnson (sim, deram um nome de humano pra ele, uma nova identidade. Será também um massacre cultural para eles?), que por incrível que pareça, cativa todo mundo que vê o longa, tanto que no meu caso, o ultimo Alien que me cativou foi o ET do Spielberg lá da década de 80, pra vocês verem o quanto Christopher Johnson foi bem construído...
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Claro que estamos falando de um filme essencialmente Sci-Fi. Logo é quase obrigatório haver naves espaciais presentes (mesmo não se passando no espaço) e as cenas de ação são realmente muito bem feitas, que, unidas aos momentos de tensão, fazem ele ser não apenas um filme critico, mas um grande e inteligente entretenimento. Se bem que, depois do longa você fica com uma impressão de que aquilo realmente aconteceu...Vai saber né?

Bem, não quero abandonar o Sci-Fi agora, então no próximo texto iremos para um dos grandes representantes políticos da história do gênero e porque não, do cinema...

Até a próxima! 

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