Danilo
Eburneo
Acadêmico
do 6º semestre de Relações Internacionais da UNAMA
Data de
lançamento: 13 de agosto de
2009
Direção: Neill Blomkamp
Orçamento: 30 milhões USD
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope,Nathalie Boltt
Roteiro: Neill Blomkamp, Terri Tatchell
Ao falar sobre Battlestar
Galactica em um dos meus posts anteriores, comentei que historicamente as
obras de ficção cientifica abordam a sociedade de maneira mais corajosa do que
os filmes ditos “críticos”, sejam eles filmes históricos ou biográficos, já que
em filmes Sci-Fi não se precisam ter “rabo preso” para agradar “especialistas”
e historiadores que acham que sabem o que é cinema.
Tanto é, que se pegarmos filmes “antigos”, do fim
da década de 60, apesar dos efeitos especiais serem datados para os dias de
hoje, eles trazem questões muito pertinentes até então, e claro, representam o
cinema de forma muito mais competente do que a maioria dos diretores atuais que,
com toda tecnologia disponível, parece que esqueceram (ou nunca souberam) como fazer
o verdadeiro cinema, sem se esconder atrás de efeitos especiais. E é nessa leva
de toneladas e toneladas de filmes que Distrito
9 me chamou atenção.
Demorei para ver o filme por algum motivo que
desconheço e, quando comecei a ver, alguns anos depois do seu lançamento, eu estranhei
imediatamente. Não pelo modo documentário que o filme começa logo no inicio,
mas pelo contexto que ele queria apresentar. Até dei risada em algumas partes
iniciais por pura ignorância, por não estar entendendo. Mas depois de 15 minutos
consegui compreender o que o filme queria apresentar e achei extremamente
criativo. O diretor Neill Blomkamp é
considerado hoje um ótimo representante de filmes Sci-Fi, mesmo que tenha
derrapado feio no filme Elysium, que
sucedeu Distrito 9.
O filme é uma espécie de adaptação Sci-Fi inspirada
pelos acontecimentos do chamado “Distrito 6” que ocorreram na África do Sul, na Cidade do Cabo
durante o Apartheid. Mas aqui, os
Aliens tomaram o lugar dos renegados pela sociedade, e em vez de serem os
vilões (igual a quase todos os outros filmes feitos), eles são as vítimas de um
sistema político preconceituoso, que seleciona alguma raça ou etnia para serem
excluídos por nenhum motivo real (o mais curioso é que os Aliens vivem na mesma
localidade dos negros, abordando também que nesse futuro o racismo continua
muito forte). A montagem do filme junto ao roteiro do próprio Blomkamp e de Terri Tatchell emociona e empolga nos momentos certos, dando um
equilíbrio muito grande para que o espectador não se sinta confuso durante a
jornada.
O ator Sharlto
Copley que faz o protagonista Wikus
faz um bom trabalho, iniciando como um dos membros da MNU (Multinational Nations) que é uma empresa militar privada que
toma conta da segurança estatal, sendo mais um dos que não se importam com os
indivíduos inferiorizados, mas que depois muda seu pensamento por algum
acontecimento chave.
Por outro lado temos o alien chamado Christopher
Johnson (sim, deram um nome de humano pra ele, uma nova identidade. Será também
um massacre cultural para eles?), que por incrível que pareça, cativa todo
mundo que vê o longa, tanto que no meu caso, o ultimo Alien que me cativou foi
o ET do Spielberg lá da década de 80, pra vocês verem o quanto Christopher
Johnson foi bem construído...
.
Claro que estamos falando de um filme
essencialmente Sci-Fi. Logo é quase obrigatório haver naves espaciais presentes
(mesmo não se passando no espaço) e as cenas de ação são realmente muito bem
feitas, que, unidas aos momentos de tensão, fazem ele ser não apenas um filme
critico, mas um grande e inteligente entretenimento. Se bem que, depois do
longa você fica com uma impressão de que aquilo realmente aconteceu...Vai saber
né?
Bem, não quero abandonar o Sci-Fi agora, então no
próximo texto iremos para um dos grandes representantes políticos da história
do gênero e porque não, do cinema...
Até a próxima!
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