A Comissão da ONU
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências, CDPD, emitiu um comunicado
afirmando que a deficiência não é motivo para negar às pessoas o direito de
decidirem por si próprias. O respeito à liberdade de escolha deve existir
independentemente da quantidade de apoio que alguém precise. Em algumas
situações, o direito ao voto, por exemplo, estaria sendo negado para pessoas
com complicações mentais. No comunicado o Comitê da ONU também destacou as
novas diretrizes na implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiências.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
OIT e os Direitos do Trabalhador
Christiane
Ramos
Acadêmica
do 3° semestre do curso de Relações Internacionais da UNAMA
Na
virada do século XVIII para o século XIX (não só neste período, mas
especialmente nesta fase da história humana) o advento da Industrialização
proporcionou o que o homem primitivo não almejava: a produção e acumulação de
bens em massa. Na era
primitiva, o trabalho era exercido coletivamente e o que era obtido
conjuntamente, pertencia a todos os integrantes da comunidade. A Natureza, para
esses grupos era vista de forma sobrenatural e divina. O capitalismo industrial contribuiu para o
desapego do homem em relação à Natureza. O ser humano passou a “controlá-la”, portanto não precisava mais temê-la.
Contudo,
este sentimento de superioridade não se restringe apenas ao trato à Natureza,
mas cria uma esfera de exploração do homem pelo próprio homem. O modo de
produção capitalista vigente pressupõe a propriedade privada dos meios de
produção, o trabalho assalariado, a sociedade
dividida em classes, a relação entre produtores
e consumidores. Neste contexto, o mercado passa
a ser o ambiente de relação universal, ou seja: no pensamento liberal, tudo
passa pelo mercado.
Para
o capitalismo, alguém precisa controlar o capital. Aliás, alguns precisam tomar
posse dele. Assim, surgiram os proprietários dos meios de produção, que
submetem os que não os possuem ao trabalho assalariado, à alienação e ao temor
do desemprego, pois é impossível sobreviver no mundo insano capitalista sem
submeter-se às suas imposições que tornam as relações humanas desiguais.
A
Organização Internacional do Trabalho (OIT) surgiu em 1919, mesmo ano da
formação da Liga das Nações. O preâmbulo da
constituição da Organização Internacional do Trabalho considera que para que
haja paz universal, as relações humanas não podem se assentar em um contexto de
privações e misérias que foram herdadas do capitalismo sem precedentes. Afirma
que a justiça social é imprescindível para manter afastada a possibilidade de
descontentamento social que pode comprometer a perspectiva de paz mundial.
(Declaração de Filadélfia, p.2, 1946).
A
pergunta que paira é: porque a OIT vigora até os dias atuais, e a Liga das
Nações se desmantelou com a deflagração da Segunda Guerra Mundial? A resposta é
simples. A OIT é constituída em modelo tripartite, ou seja, leva em
consideração a opinião de Estados, empresas e sindicatos. Mesmo que estes
atores tenham interesses divergentes, a cooperação é vista por eles como
possível.
Desde
sua criação, a OIT representou um avanço relevante que contribui para a
proteção da dignidade humana frente ao interesse estatal e principalmente de
empresas, que veem o indivíduo como uma máquina destinada a reproduzir
movimentos repetitivos, buscando o lucro máximo. Por isso, a consciência humana
precisa ser preservada. O homem não possui o poder legal da força, tal como o Estado,
nem todos tomam posse dos meios de produção (com exceção de uma minoria), tal
como as empresas. Justamente por isso a OIT se faz presente, para garantir os
direitos essenciais do homem enquanto trabalhador e da valorização de seu
trabalho.
O fato de englobar atores com interesses divergentes eleva o nível
de agregação da OIT, pois nenhum campo da sociedade é excluído, nem
desconsiderado. Todos cooperam para uma melhor relação no cenário
internacional. A OIT não é um líder, porém possui autoridade necessária para
elaborar metas buscadas pelas sociedades, Estados e demais atores políticos. O
Estado possui limitações quanto ao trato social de certas questões, as
organizações funcionam de modo a fazê-lo perceber que a ação ética e moral são
fundamentais para a avaliação da política internacional.
Os
temas abordados pela organização são emprego, proteção social, saúde, segurança
no trabalho, eliminação de todas as formas de trabalho forçado, abolição do
trabalho infantil, discriminação de emprego ou ocupação, liberdade sindical,
entre outros. Estes exemplos mostram que a OIT é importante, no sentido de que
mostra que a organização não está apenas preocupada em diminuir as cargas
horárias de trabalho, melhorar o ambiente e garantir aos trabalhadores, férias.
Porém,
acima de tudo, ela trata o homem como ser dotado
de direitos. A OIT firmou o Trabalho Decente como fim de suas práticas. Os
quatro objetivos da OIT, na verdade, culminam no Trabalho Decente. São eles:
respeito às normas internacionais do trabalho (instituídos pela própria
organização); promoção do emprego de qualidade; extensão da proteção social;
fortalecimento do diálogo social (desenvolvimento do relacionamento
tripartite).
O simples fato de
um país ser membro da organização o remete a ratificar as convenções propostas.
Um fato interessante na constituição da OIT está na questão de que não é uma
organização formada por um único grupo, mas por vários segmentos do sistema
internacional que juntos produzem normas, regras, ideias e padrões a serem seguidos
por todos, para alcançar um objetivo comum.
A
Organização Internacional do Trabalho é um exemplo que serve para mostrar que
manter a dignidade do trabalho humano é dever de cada segmento da sociedade. É
incompreensível que se trate o homem como um reles capital que produzirá lucro.
É necessário humanizar o trabalho humano e tratá-lo tal como é, como um ser
digno de direitos trabalhistas. Aliás, antes dos direitos trabalhistas, digno
de Direitos Humanos.
Referencias
OIT BRASIL. Constituição da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e seu anexo (Declaração de Filadélfia).http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/decent
work/doc/constituicao oit 538.pdf. Acesso em 29 abr. 2014. Visualizado
às 14:00.
ONU Brasil. Organização Mundial do
Trabalho. <www.onu.org.br/onu-no-brasil/oit/. Acesso em: 27/04/2014. Visualizado às: 01:46.
GONÇALVES,Alcindo.OConceitodaGovernança.http://conped.org.br/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf
acesso em 29 abr. 2014. Visualizado as: 16:37
terça-feira, 29 de abril de 2014
Pensamentos Internacionalistas: Foucault e a Microfísica do Poder
Michael Foucault (1926 – 1984) considerado autor pós-moderno, é relembrado principalmente por suas críticas às
instituições sociais. Discutiu as formas discursivas e criou uma
“analítica” do poder. Autor de inúmeras obras criou e/ou analisou
conceitos como: “governamentalidade” (Microfísica do Poder); “Biopolítica”; “A multiplicidade das práticas de governo”; “O triângulo
Governo – População – Economia política”. Define “microfísica
do poder” como:
“Investigação dos procedimentos técnicos de poder que
realizam um controle detalhado, minucioso do corpo – gestos, atitudes,
comportamentos, hábitos e discursos.”
FOUCAULT, Michael.
Microfísica do Poder. 22ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1979.
Globalizando: ONU diz que apelo humanitário para a Síria não está sendo respondido
Há um ano, várias
agências humanitárias da Organização das Nações Unidas fizeram um apelo urgente
em prol de milhões de pessoas afetadas pela guerra civil na Síria. Na última
semana, o grupo divulgou um comunicado informando que o apelo está em grande
parte sem resposta. A nota é assinada por cinco chefes de agências, incluindo a
subsecretária-geral para Assistência Humanitária, Valerie Amos, e o alto
comissário para Refugiados, António Guterres. Segundo os representantes da ONU,
a guerra aumentou em várias áreas e a situação humanitária piora a cada dia. No
final da nota, é questionado como o mundo pode desistir de salvar a Síria.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Globalizando: no Sudão do Sul faz várias crianças vítimas, alerta UNICEF
O Fundo das Nações
Unidas para a Infância alertou para a situação das crianças que são vítimas do
conflito no Sudão do Sul. O porta-voz do Fundo, Christophe Boulierac, disse que
várias crianças foram mortas em ataques, praticados no país. Além disso, o
recrutamento de menores por grupos armados também tem causado mortes. Cerca de
250 mil crianças devem passar fome até o fim do ano caso nada seja feito para
mudar o quadro. O número de menores de cinco anos que podem morrer por causa da
crise de má nutrição chega a 50 mil.
(RE) CONSTRUÇÃO DA GRANDE RÚSSIA? PONTOS PARA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA CONSTRUTIVISTA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Prof. MSc. Mário Tito Almeida
Docente de Teoria Contemporânea das Relações
Internacionais da UNAMA
A
teoria construtivista das Relações Internacionais vem se constituindo, ao lado
da neorrealista e da neoliberal, como uma das mais utilizadas na
contemporaneidade na análise dos fatos internacionais.
Segundo ADLER (1999),
“O construtivismo está no meio termo
porque se interessa em entender como os mundos material, subjetivo e
intersubjetivo interagem na construção social da realidade, e porque, mais do
que considerar exclusivamente como as estruturas constituem as identidades e os
interesses dos agentes, ele pretende também explicar como, antes de tudo, os
agentes individuais constroem socialmente essas estruturas.”
Assim, sendo uma “via média” entre as
teorias positivistas e as pós-positivistas, o construtivismo defende que para
entender a dinâmica do sistema internacional (SI) é preciso ir além das
considerações de fatores materiais e ponderar a relevância das variáveis
imateriais, como valores, crenças, normas e ideias.
Este instrumental teórico construtivista pode
ajudar a compreender o que vem acontecendo na Eurásia, a partir dos movimentos
da Rússia na região. O presente artigo objetiva ser um levantamento de questões
relacionadas a este tema, em especial a análise das motivações russas em sua
política externa com relação aos países vizinhos, em uma abordagem inicial que
pretende abrir novos pontos de análises posteriores aos meus alunos de Relações
Internacionais
Para os construtivistas a realidade é
socialmente construída e, no movimento constante dos agentes que moldam a
estrutura e por ela são moldados, a relação entre os Estados e todos os outros
agentes do SI vem sendo continuamente moldada por meio das identidades que
conformarão seus interesses. Nesse sentido, as ideias, os valores e as crenças
exercem papel relevante. Por elas um Estado define os interesses no sistema
internacional, seja no sentido da cooperação, da expansão de seu poder-força ou
da disposição ao conflito.
Coerentemente com o que WENDT (1992) já afirmara em
seu artigo seminal, a anarquia (bem como a governança, a guerra ou a própria
paz) é aquilo que os estados fazem disso. Ou seja, os interesses e as ações de
um Estado no SI dependem de como este se compreende como tal. Isto significa
que, de acordo com WENDT (1987), a identidade precede os interesses. Em outras
palavras: dependendo de como a identidade é construída (no sentido relacional e
coletivo do termo) os interesses desse Estado serão definidos.
Aplicando estes conceitos às ações da
Rússia na Eurásia hoje, pode-se perceber, grosso
modo, três movimentos ao longo da segunda metade do século XX até nossos
dias.
Num primeiro momento, durante a guerra
fria, percebe-se a consolidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS), como a identidade que explicita o ideal soviético em toda região da Ásia Setentrional e do Leste Europeu.
Sustentado pelo comunismo russo, a organização política, econômica e social da URSS
espelhava a identidade de uma grande Rússia, caracterizada, entre outras
coisas, pelo confronto ideológico e militar com os EUA. Seus interesses, por
isso, se configuraram na busca de hegemonia no sistema internacional por meio
de estratégias de domínio e de sustentação do avanço comunista no mundo, tais
como manutenção de regimes comunistas nos vários continentes (Cuba, Vietnã,
Afeganistão...) e a corrida nuclear e espacial.
O segundo momento corresponde ao período
do imediato pós-guerra fria, no qual, com o fim da URSS, a Rússia viveu
momentos de reidentificação. Neste contexto, foi crescendo a ocidentalização da
Rússia na busca da construção de um grande país Europeu, na linha do que
preconizaram Mikhail Gorbatchev, com a Prestroika e a Glasnost, e Boris
Yeltsin. Assim, a partir desta identidade, foram sendo moldados os interesses
russos no SI. Tais interesses visavam à participação ativa da Rússia nos fóruns
multilaterais de construção da nova ordem mundial, no estreitamento de
conversações com vistas à participação efetiva na União Europeia, na
aproximação com as estruturas de mercado internacionais, na ampliação do diálogo
com outros Estados com interesses de cooperação comum (BRICS, G-8, OMC...),
entre outros.
O
terceiro momento parece ser este que estamos vivendo atualmente. Trata-se, de
uma retomada ideológica, que marca o fim da visão interna da Federação Russa
como "um grande país europeu", e manifesta a recriação e consolidação
do projeto russo de "um grande país", que, sob o aspecto histórico
das grandes potências, não representaria nenhuma novidade, visto que tal
projeto também foi posto em prática, em épocas diversas por EUA e Grã-Bretanha,
por exemplo, conforme refere-se DUGIN (2004).
Neste
sentido, a deliberações tomadas pelo Presidente Vladimir Putin relativos aos
Estados vizinhos (mais recentemente na Ucrânia, com a questão da Crimeia)
obedeceriam a este processo de (re)construção da identidade da Grande Rússia
como uma nação que pode influenciar fortemente nos processos do SI
contemporâneo. Para tal, uma grande quantidade de projetos de alto custo em
setores diferentes, tais como o tecnológico (modernização do parque industrial,
por meio de inovações científicas, sustentadas por financiamento de pesquisas
na área), o militar (criação do grande exército russo), o religioso (conceito
de "grandes religiões tradicionais da Rússia"), o cultural
(reafirmação dos valores russos e da "grande cultura russa") e o geopolítico
(que fundamenta a "grande ascensão geopolítica", incluindo a
reintegração do país na União Aduaneira Eurasiática e na federalização de
regiões nos estados vizinhos que contam com maioria russa), vêm sendo
projetados e implementados para estabelecer esta imagem.
Como se vê, os fatores que influenciam na
compreensão do que vem acontecendo com a Rússia e Estados vizinhos (e que, pela
interdependência complexa, interfere em todas as relações do SI contemporâneo)
vão além dos econômicos e políticos (fatores eminentemente materiais) e
alcançam vieses imateriais, não quantificáveis. Para a teoria construtivista, a
não atenção a estes, levou os seguidores das teorias racionalistas
(neorrealismo e neoliberalismo) a não serem capazes de compreender os rumos que
o SI tomaria, em especial nos episódios da queda do muro de Berlim e do
esfacelamento da URSS, bem como dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Assim,
acredito que a teoria construtivista oferece elementos importantes e
interessantes para compreender além do
ôntico o que vem acontecendo no leste europeu e na eurásia. A partir do que
se abordou acima, questões se abrem e pontos de partida para pesquisas se
manifestam. São áreas pertinentes e relevantes para
quem quiser entender mais a fundo os fatos internacionais.
Boas
pesquisas!
REFERÊNCIAS
ADLER, E. O construtivismo no estudo das relações internacionais. Lua Nova [online],
n.47, pp. 201-246. 1999.
DUGIN, Alexander. The Eurasian Idea: what is
eurasianism today? What forms the concept of Eurasia? Seven senses of word
eurasianism and evolution of notion of eurasianism. International
Eurasian Movement.
2004. Disponível em: <http://evrazia.info/modules.php ?name=News&file=article&sid=1884>.
Acesso em: 27 abr. 2014.
NOGUEIRA, J.P.;
MESSARI, N. Teoria das relações internacionais: correntes e debates. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.
WENDT, A. The agent-structure problem in international
relations theory. International Organization, vol. 41, n. 3, pp 335-370, 1987.
___________. Anarchy is what States Make of it: The
Social Construction of Power Politics. International
Organization, Vol. 46, n. 2, pp. 391-425. Spring, 1992.
domingo, 27 de abril de 2014
Dicas de Filmes
Direção: Liev Schreiber
Elenco: Elijah Wood, Eugene
Hutz, Boris Leskin
Gênero: Comédia dramática
Nacionalidade: EUA
O filme mostra a
busca de um jovem judeu americano que vai à Ucrânia conhecer o passado do avô e
acaba descobrindo as verdades sobre a Segunda Guerra Mundial no país, que
envolvia os segredos da ocupação nazista e a cumplicidade do governo ucraniano
da época.
Título
Original: Trade of Innocents
Ano de
Lançamento: 2012
Gênero: Drama / Suspense
País de
Origem: EUA / Tailândia
Direção: Christopher Bessette
Filmado na Tailândia, o
filme se volta para o olhar de resgate da inocência de uma criança que se
perdeu no submundo do tráfico humano, a fim de trazer a consciência e o
envolvimento de trabalhar contra o Tráfico Humano.
Direção: Andrew Niccol
Elenco: Nicolas
Cage, Ethan Hawke, Jared Leto
Gênero: Drama, Suspense, Ação
Nacionalidade: França , EUA
O filme, baseado no
ucraniano Viktor Bout, conta a história de Yuri Orlov, um imigrante ucraniano
nos EUA que se torna um dos maiores negociadores de armas.
sábado, 26 de abril de 2014
City in Cloud
Fernando Moreira
Acadêmico do 5º semestre de Relações
Internacionais da Unama
O
desenvolvimento do processo
tecnológico encontra-se em Lyotard
que diz "parece que a incidência destas informações tecnológicas sobre o
saber deva ser considerável. Ele é ou será afetado em suas principais funções:
a pesquisa é ou será afetada em duas principais funções: a pesquisa e a
transmissão de conhecimentos."
Estamos vivendo a maior onda dos últimos
séculos, a computação em nuvem. Ela se espalha por todos os lados. Isso
se dá pela sua forma de se fazer e pensar, que é evolutiva. E cresceu tanto que
se tornou um mercado. Em 2011 gerou 40 bilhões de dólares e a estimativa é que
em 2020 movimente cerca de 241 bilhões de dólares.
Cerca de 74% das empresas no mundo utilizam
algum serviço em nuvem, o Cloud computing.
Este é o armazenamento de dados
compartilhados na rede, ou seja, servidores nas nuvens. Um termo chave para ele
é o de "armazenamento de dados", que se refere a informações, as
quais podemos distinguir em informações públicas e privadas.
Como afirma Toffler (1998), “o conhecimento e
a informação são geradores de riqueza na nova conjuntura da tecnologia”.
Podemos defini-la com base em lucros através da produção e também como forma de
poder, onde se pode ver as informações confidenciais de um civil também como
uma forma de expressar o poder.
Uma das funcionalidades da nuvem é o
armazenamento de dados que encontramos em estrutura, a Iaas (Infrascture as a Service). Ela refere-se a uma parte do
parque estrutural da nuvem, que tem três funcionalidades: o processamento e
armazenamento de dados; a comunicação de outros serviços de computação; e
também o volume.
Essa estrutura pode ser voltada para
diferentes tipos de nuvens: A privada, exclusiva de uma única organização, onde
somente pessoas especificas tem acesso livre. A comunitária, que se refere aos
usuários que têm afinidade por determinado tipo de informações. As públicas,
onde a infraestrutura da nuvem é de uso aberto ao publico. E, por fim a nuvem
hibrida, que é mista. Ela é privada e pública ao mesmo tempo. Esta possui um
controlador de acesso ao catalogo de informações armazenadas a fim de promover
a preservação das identidades que ali estão confidenciadas. Podemos
perceber muitos benefícios desta tecnologia: otimização de custos, segurança,
integração tanto em uma escala micro, entre os cidadãos quanto macro, nas
atividades do Estado.
Segundo Themoteo, "a Web exerceu
influência sobre vários aspectos da atividade humana, modificando uns hábitos e
criando outros tantos, criando novas profissões e extinguindo outras,
influenciando também a política."
Assim chegamos ao objetivo que foi proposto
este texto, as cidades digitais. Apesar de parecer ser uma realidade um tanto
distante, cidades mundo a fora estão literalmente nas nuvens. Governos têm
fomentado esforços na área de (TI) Tecnologia da Informação. E a área de (RI)
Relações Internacionais visa promover a análise e as perspectivas desta
interação do mundo da tecnologia nas relações internacionais, debaixo de uma
ótica de que este desenvolvimento interno promove o desenvolvimento técnico na
sociedade, passa a se organizar.
O mercado e a demanda mudam fazendo com que os
serviços sejam mais qualificados, causando um efeito de dentro para fora, uma
estrutura técnica, que bem fundamentada alcança novos horizontes além de suas
fronteiras, isto é, o Spill-over
(espalhar e transbordar), que produz a necessidade de criar novas demandas,
tanto nos mesmos setores quanto em novos, gerando reações e respostas aos
processos.
E assim chegamos a Santander, na Espanha,
considerada como uma cidade inteligente. O aplicativo SmartSantander promove
aos cidadãos desta cidade qualidade de vida que vem das nuvens, como saber a
localização do seu ônibus, a poluição do ar, o próximo taxi que irá passar a
porta, dentre muitos outros serviços. Isto é fruto dos esforços do
governo local em instalar mais de 12 mil sensores que captam as mais diversas informações.
O cadastro dos cidadãos nos serviços públicos
são todos armazenados na nuvem, através de servidores. Os cofres públicos
agradeceram, e o bolso dos cidadãos também, pois a disponibilidade de
informações gerou mais economia na destinação de investimentos de ambos. A
mobilidade urbana melhorou de forma significativa, e até mesmo interferiu em
questões de desenvolvimento sustentável, pois a economia de água e melhor
utilização de energia também melhoraram. A mesma passou a economizar em 25% o consumo
de energia elétrica. E também os cidadãos passaram a ter mais poder de decisão
política nos projetos do governo. Ou seja, a vida desta população foi
transformada.
E ao falar de informações, falamos também de
segurança, pois como já vimos, informações, nos dias de hoje, também são uma
representação de poder. Por isso, Santander se destaca na criação de nuvem
híbrida. As informações de seus cidadãos são sigilosas, estão ligadas
intrinsecamente à identidade do individuo, ou seja, o governo de Santander tem
total responsabilidade quanto a segurança das informações obtidas por seus
cidadãos, vemos então a necessidade de um ator entre esses dois mundos, o
virtual e o físico, ser o tutor dos parâmetros dessa realidade. A política
também é um elemento preponderante para que o desenvolvimento ocorra.
Contudo, estar na nuvem não é mais um termo
distante ou hilário, mas sim real e promissor, como diz WERTHEIM “Em contraste
com nossos antepassados medievais, nós, ocidentais modernos, nos definimos por
nossas formidáveis realizações materiais - nossos arranha céus, freeways e
usinas elétricas - nossos automóveis, aviões e sondas interplanetárias. Nesta
era fisicalista, navegamos o globo, pusemos homens na Lua, erradicamos a
varíola, deciframos a estrutura do DNA, descobrimos partículas subatômicas,
subjugamos a eletricidade e inventamos o microship. Todas estas são realizações
extraordinárias, de que sem duvida podemos nos orgulhar.”
A conjuntura da humanidade passa por suas
transformações antes em ótica transcendental espiritual, em função do meio,
depois o meio pelo meio, e agora nos encontramos novamente no
transcendentalismo, porém do ciberespaço.
REFERÊNCIAS
TOFFLER, Alvin. Powershift: as mudanças do
poder. Tradução: Luís Carlos do Nascimento Silva. 5ed. Rio de Janeiro:
Recor, 1998.
LYOTARD, Jean-François. A condição
pós-moderna. Tradução: Ricardo Corrêa Barbosa. 7 ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 2002.
WERTHEIM, Margaret. Uma história do espaço de Dante à Internet; tradução Maria Luiza.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
THEMOTEO,
Reinaldo J.Apresentação. Democracia Virtual. Rio de Janeiro: Fundação
Konrad Adenauer, 2013. P.
7-10
National Institute of
Standards and Technology. Cloud
Computing. Disponível em: http://www.nist.gov/itl/cloud/index.cfm. Acessado em 21 abr. 2014
The City Fix Brasil. Conheça Santander a Cidade Inteligente. Disponível em: http://thecityfixbrasil.com/2013/07/11/conheca-santander-a-cidade-inteligente/. Acessado em 24 abr. 2014.
Exame. Com
12 mil sensores, cidade de Santander ganha inteligência. Disponível em: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/com-12-mil-sensores-cidade-de-santander-ganha-inteligencia?page=2.
Acessado em 24 abr. 2014
Endeavour Brasil. Cloud Computing e Software as a Service. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=b7hjYnWGurg.
Acessado em 24 abr. 2014.
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