Fernando Moreira
Acadêmico do 5° semestre do curso de Relações Internacionais
da UNAMA
A segurança é um dos pilares da vida humana,
como afirma a teoria de Maslow. Parcialidade da responsabilidade de adquiri-la
está sobre o Estado (o contrato social). Ela está
nas mais diversas áreas: segurança física, alimentar, psicológica, dentre
outras. Contudo, o que será trabalhado neste
texto é a segurança voltada para o espaço cibernético.
Um mundo intangível, virtual para uns. Contudo, é um dos espaços que mais tem ganhado
importância devido às verdades confidenciadas nas “infovias”, tanto por civis quanto pelo Estado. As informações
(verdades) acabam tendo uma relação íntima com o poder. Ao falar do poder do
Estado brasileiro, indica se sua soberania estatal, e a soberania na ordem
interna é a supremacia do estado.
A verdade está circularmente ligada a
sistemas de poder, que a produzem e a apoiam, e efeitos de poder que ela induz
e que a reproduzem (FOCAULT, 1975, p. 14). É
neste contexto que podemos entender a valorização do sistema de informação no
presente século. A comunicação baseada no sistema não é mais novidade, mas uma realidade irrefutável como aponta Fuentes.
Segundo a Escola Maior do Exercito
(EME), Cibernética refere-se ao “uso de
redes de computadores e de comunicações para intercambio de informações e interação
dentro de sistemas utilizados por instituições publicas e privadas, de cunho
estratégico, a exemplo do Ministério da Defesa e das Forças Armadas”. Fica explícito por esta definição que o serviço
de inteligência do país tem se preocupado em proteger as informações que
circulam no espaço cibernético brasileiro, visto que falar de espaço
cibernético também é falar de integração, ou seja, a conexão das redes, e para
melhor entendermos o que de fato vem a ser esse espaço cibernético, o EME
define o mesmo como sendo o “espaço virtual, composto por dispositivos
computacionais conectados em redes ou não, onde as informações digitais
transitam, são processadas e/ou armazenadas”.
Para evitar a insegurança da Informação
por causa de redes criminosas, o Centro
de Tecnologia da Informação, Renato Archer - unidade de pesquisa do
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) dita as medidas que podem ser tomadas: “desenvolver metodologias, procedimentos e ferramentas para melhorar a
segurança de sistemas interligados às redes de comunicação, apoiando o
aprimoramento de segurança de organização publicas e privadas, e buscando
formar um pessoal especializado e disseminar uma cultura de segurança.”
É fato! O Brasil necessita atender as
perspectivas de segurança do seu espaço cibernético. A constante evolução da
tecnologia e o aprimoramento das já existentes põe diante do Brasil um objetivo
de avançar no campo da defesa cibernética. Distintas forças estão trabalhando
em favor desse objetivo a ser alcançado: Ministério da Defesa; Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação; Gabinete Institucional;
Ministério da Justiça; Comitê Gestor da
Internet e Ministério das Relações Exteriores. Estas instituições estão trabalhando
em conjunto pelo aprimoramento, não apenas da tecnologia, mas também da
legislação, e como resultado destes esforços encontramos o Marco Civil da
internet que tem o caráter de “Constituição da Internet”.
Outra novidade na área está vinculada
ao Ministério da Defesa (MD) que irá inaugurar em Brasília a Escola de Defesa Cibernética,
que de acordo com o Coronel Luís Gonçalves
em entrevista a NBR, um dos objetivos é especializar profissionais no serviço
de inteligência do país. A mesma atuará em quatro áreas básicas:
sensibilização, conscientização, formação e especialização que tem por foco
atender a administração central do Ministério da Defesa e das três forças
armadas: Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira,
contudo também estará em ligação com a administração publica federal.
Os esforços não têm sido apenas em
âmbito nacional, mas também internacional. O Brasil e a
Alemanha apresentaram na ONU uma legislação que dá inicio a um controle
maior da internet. E também junto com a Argentina,
foi assinado um protocolo de entendimento, que visa a ligação da Escola
Nacional de Defesa Cibernética com o país, havendo troca de informações e
também estudos e aulas que serão ofertadas pelo Brasil.
O Brasil está em rumo a um novo momento
quanto ao seu desenvolvimento tecnológico, a partir de uma ideologia de “dentro
para fora” a capacitação de profissionais para o serviço irá promover segurança
as nossas “infovias”.
REFERÊNCIAS
FOCAULT,
Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FUENTES, Gonzáles Josué. WEB 2.0 visão geral sobre a
comunicação baseada na web entre partidos políticos latino-americanos. Democracia Virtual. Rio de Janeiro:
Fundação Konrad Adenauer, 2013. P. 51-72.
EME. Publicação eletrônica. [slides] Disponível em http://www.eceme.ensino.eb.br/ciclodeestudosestrategicos/index.php/CEE/XCEE/paper/view/5/8
Acessado em 04 abr. 2014.
Laboratório de Defesa Cibernética. Defesa Cibernética. Disponível em: http://defesacibernetica.ime.eb.br/ Acessado em
04 abr. 2014.
Portal do Brasil. Brasil terá Escola Nacional de Defesa Cibernética. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/defesa-e-seguranca/2014/02/brasil-tera-escola-nacional-de-defesa-cibernetica.
Acessado em 09 abr. 2014.
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