Neila Sousa
Acadêmica do 3º semestre de Relações Internacionais da Unama
14 de abril
de 2014. Esse é o dia em que quase 300 estudantes foram sequestradas na cidade
de Gamboru Ngala, próximo à fronteira com Camarões no Estado de Borno, onde o
ataque terrorista foi registrado. As meninas foram sequestradas pela milícia
radical Islâmica Boko Haram enquanto faziam exames finais da escola.
Em
português, Boko Haram significa “a educação ocidental é pecaminosa”. O grupo
surgiu primeiramente como seita, que através de sua ideologia, acabou atraindo vários
jovens do norte do país. De acordo com o Islamismo o grupo está agindo de
maneira completamente diferente do que a religião realmente prega.
Para o
fundador da seita Mohammed Yusuf os princípios ocidentais que foram trazidos
pelos colonizadores ingleses é o que causa todo esse conflito no país. Desde
então reivindicam a imposição de um Estado Islâmico. A partir do ano de 2002, o
grupo começou a chamar atenção das autoridades da Nigéria. Já em julho de 2009,
os ataques terroristas contra a polícia começaram a surgir como forma de por
medo e pânico na cidade, só assim conseguiriam criar certa instabilidade no
Estado, para então impor a lei Islâmica.
Durante uma operação, o exército
nigeriano teria matado 700 pessoas e dentre elas estava o líder do Boko Haram,
Mohammed Yusuf. A partir daí, o seu braço direito Abubakar Shekau teria assumido o comando do grupo, provocando uma serie
de ataques a locais considerados de origem ocidental. Entre estes estão a sede
da ONU, igrejas e escolas. Nestes, foram causadas milhares de mortes.
A situação está deixando o mundo inteiro indignado com a
falta de atitude do governo da Nigéria em relação ao sequestro das meninas. De
acordo com os relatos da ONG Anistia Internacional, as forças militares estavam
consciente do ocorrido, pois horas antes do sequestro o exercito teria recebido
ligações em que denunciavam homens armados e não identificados que estavam
seguindo em direção à escola em motocicletas. Tal informação também teria
chegado a dois importantes políticos da região entre eles o governador e
militares de alta patente, mas pelo que podemos ver eles nada fizeram.
E diante da ausência de impedimento, os terroristas levaram
as estudantes. Semanas depois o grupo terrorista publicou um vídeo onde o líder
aparece ameaçando vendê-las, forçado-as a casarem e a servirem como escravas
para o grupo. a justificativa é de
que o futuro delas não está na educação, mas sim na servidão.
Diante da indignação
da Comunidade Internacional, várias autoridades estão se mobilizando, desde
campanhas na internet até o envio de soldados e equipamentos necessários para
que as estudantes possam ser localizadas. Além de que pessoas ao redor do mundo
estão cada vez mais comovidos com a situação das nigerianas e em forma de
protesto estão usando a seguinte frase nas redes sociais: #BringBackOurGirls
e dentre elas estão artistas e políticos fluentes no âmbito internacional.
Mas apesar de tal atitude tomada pelos governantes
ocidentais, há relatos de que algumas meninas já tenham sido vendidas. Além
disso, a presença de soldados e armas do ocidente está prejudicando cada vez
mais a situação dos nigerianos, havendo cada vez mais mortes e violações dos
direitos das mulheres ao tentarem resolver seus assuntos particulares, como o
acesso aos recursos do país em especial o petróleo.
O que nos deixa com uma grande dúvida: será que as
autoridades ocidentais estão realmente comovidas com a situação ou querem
apenas proteger as suas indústrias que lá estão presentes?
REFERENCIAS:
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