sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Pensamentos Internacionalitas: Os vinte anos de crise e o realismo

E. H. Carr (1892 – 1982) foi um historiador britânico, teórico das Relações Internacionais. Estudou na universidade de Cambridge. Em 1914 interrompeu seus estudos e se dedicou a carreira diplomática, quando, integrou a delegação britânica na Conferência de Paz de Versailles (1919). No ano de 1936 tornou-se professor da cátedra Woodrow Wilson de Política Internacional da University College of Wales.
Neste período escreveu o livro The Twenty year crisis 1919 - 1939, no qual utilizou a perspectiva realista para interpretar o cenário internacional do período entre guerras, analisando que seria inevitável uma nova guerra. Seu livro foi publicado em setembro de 1939, após a invasão da Polônia por Hitler e a declaração de guerra à Alemanha feita pela Inglaterra.



 “A suprema importância do instrumento militar repousa no fato de que a ultima ratio do poder, nas relações internacionais, é a guerra. Todo ato do Estado, no aspecto do poder, está dirigido para a guerra, não como arma desejável, mas como uma arma que pode ser necessária como último recurso”.

CARR, Edward Hallet. Vinte anos de Crise: 1919-1939. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 2ª ed.2001. 

Globalizando: Refugiados no Brasil

O Brasil tem hoje mais de 5 mil refugiados de 79 nacionalidades. Segundo o Ministério da Justiça, o refúgio pode ser solicitado por qualquer estrangeiro que possua fundado temor de perseguição por variados motivos, e com esse status, as pessoas passam a ter os mesmos direitos dos habitantes do país.  O tema será debatido amanhã no Programa Globalizando, sintonize na Rádio UNAMA FM 105.5 às 11h e ouça o programa produzido pelo curso de Relações Internacionais.


A Atuação Internacional do Combate à Desnutrição

Marcus Brígida
Acadêmico do 4º semestre de Relações Internacionais

O combate à desnutrição é um dos temas mais discutidos no cenário internacional contemporâneo. A busca para evitar tal situação reúne inúmeros atores com a missão de trabalhar em cooperação no combate a este mal. As Organizações Internacionais, como a ONU, a FAO e a OMS, possuem programas e agências específicas para o assunto, que tem por objetivo criar tecnologias, formar estratégias, entre outros, para a redução desta doença que mata milhões de pessoas por ano no mundo.
A criação das organizações internacionais tem entre os seus principais focos, a solução para problemas internacionais. Vale lembrar que a natureza do sistema, anárquico onde não há um poder superior, faz com que os Estados unam-se pela busca de respostas globais, em relação aos problemas que ultrapassam suas fronteiras, como é o caso da desnutrição. Algumas questões que contribuem para a consonância da produtividade de alimento, entre elas estão o clima e a qualidade da terra, fatores estes que extrapolam as fronteiras nacionais. Ademais, são temas que entram na agenda internacional, na busca pelo desenvolvimento e do bem estar da população mundial.

Entre as agências específicas nos assuntos que envolvem alimentação e agricultura, está a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), a mais importante organização voltada para a redução da desnutrição. A FAO trabalha “no combate à fome e à pobreza, promovendo o desenvolvimento agrícola, a melhoria da nutrição, a busca da segurança alimentar e o acesso de todas as pessoas”. Com isto, pode-se ver que o combate à desnutrição é uns dos principais objetivos da Organização, no que diz respeito principalmente, a melhor distribuição de alimentos.  
Reduzir a fome, que é a principal ocasionadora da desnutrição, até 2015, está entre os 8 Objetivos do Milênio, acordo formalizado entre os atores do Sistema Internacional no ano 2000. O Desenvolvimento, a criação de novas tecnologias, e a procura em manter uma elevada e melhor distribuição de alimentos entre as populações, na busca de tangenciar a igualdade entre as sociedades, é objetivo primordial destas agências, em especial a FAO, bem como dos programas internacionais de cooperação internacional. 


REFERÊNCIAS





Programa Globalizando "Os perigos do vírus Ebola"

O programa desta semana é sobre "Os perigos do vírus ebola". E como entrevistado, temos  o Dr. Pedro Vasconcelos que é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Febres Hemorrágicas Virais do Instituto Evandro Chagas, que irá conversar sobre a essa patologia que está matando centenas de pessoas em alguns países da África .
Confira!!!



quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Papo de Qualidade "Questões Culturais"

As Questão Cultural é um dos temas mais discutidos no curso de Relações Internacionais. E para esclarecer este assunto, temos, no Papo de Qualidade desta semana, uma entrevista com o a professora da UNAMA, Profª. MSc. Viviane Dantas.
Confira!

Globalizando: Ex-produtores de coca na Colômbia exportam cacau para a Europa

Na Colômbia, o projeto Montebravo, apoiado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, juntou 11 associações de agricultores locais que exportaram suas primeiras 12 toneladas de cacau. Os agricultores obtiveram essa fonte de renda a fim de reduzir a dependência à produção de plantas de coca. O objetivo é fomentar o uso sustentável e produtivo das florestas e, ao mesmo tempo, aprimorar a segurança alimentar. 



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Globalizando: UNICEF aumenta proteção a crianças em Gaza durante cessar-fogo

A pausa nos confrontos ajudou o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, a levar assistência para crianças na Faixa de Gaza. De acordo com a agência, uma paz contínua é necessária para alcançar outras centenas de milhares que precisam de apoio para reconstruir suas vidas. O cessar-fogo permitiu que equipes técnicas apoiadas pelo UNICEF começassem a consertar infraestrutura danificada por ataques aéreos e bombardeios, incluindo sistemas de saneamento e água.  



O Papel dos Líderes nas Relações Internacionais

Bianka Neves
Acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


  O papel dos líderes no contexto internacional torna-se crucial principalmente depois do século XX, com o advento de duas Grandes Guerras no curso da história, onde na última delas, potências conseguiam se reafirmar cada vez mais, por conta da personalidade de seus líderes, bem como dos objetivos dos mesmos. Dois exemplos pertinentes são o Führer da Alemanha, Adolf Hitler, e o Primeiro Ministro Britânico Winston Churchill.
            A linha tênue entre estes dois grandes líderes é o fato de que ambos tinham plena consciência do quanto sua personalidade e imagem podia influenciar toda uma nação. Em alguns casos, até mesmo transcender as fronteiras territoriais. Sabiam manter postura confiável através de discursos e da construção da imagem.
Era crucial, “ter uma marca registrada”, como símbolo de imponência e poder, como no caso de Churchill, onde sua bengala emitia a ideia de poder, diferentemente daquela imagem que teria com outros senhores mais velhos, já que a mesma era um sinal de enfermidade na velhice. Assim como Hitler que tentava se manter a sombra de seu fardamento militar. Segundo Andrew Roberts, em seu livro Hitler e Churchill: segredos de liderança, isso o mantinha igual aos seus colaboradores e militares.
            Ambos sabiam que um líder tem o papel de convencer o povo. Que ele, como dirigente, possuía a vontade necessária para guiar os acontecimentos. Cabia a eles também a dignidade e desejos que toda uma nação depositava, não no Homem em si, mas em um representante que poderia leva-los à satisfação dos interesses nacionais, portanto, tem-se o líder como uma personificação do Estado.
Outro grande ponto é a motivação subjetiva de cada líder. Hitler foi crucial para a proporção que a Segunda Guerra Mundial tomou. O seu fanatismo dizimou milhões de vidas judias. Depois, sua prepotência e tirania assumiram outras formas de discriminação, não mais centradas somente no ódio contra o judeu, mas alastrando-se entre idosos, homossexuais, e tantos mais que entrassem em confronto com a ideologia do “Grande Führer”.
        Joseph Nye, em sua obra Cooperação e Conflito nas relações internacionais (2001) considera que a Segunda Guerra Mundial não foi uma guerra de Hitler, mas que ele teve um papel extremamente crucial em vários pontos da guerra em si. Segundo Nye, as ações do líder alemão na Segunda Grande Guerra tiveram quatro fases importantes. A primeira fase diz respeito à eclosão da guerra, que não foi somente consequência das ações do líder alemão, mas de todos os países envolvidos. Os Estados acreditavam que uma guerra era inevitável, portanto tinham a ideia de que ela poderia ocorrer a qualquer momento.


             A partir da segunda e terceira fases, o Führer é tomado como essencial. O líder alemão desponta com certas características como habilidade, audácia e ideologia belicosa para obter domínio territorial sobre a Europa. Ele simplesmente queria a guerra e trabalhou para que ela fosse levada adiante. Na quarta fase, Nye reitera que o apetite insaciável de Hitler, ao querer sempre mais quando conseguia o “mais”, e sua convicção em si mesmo o levou a “cegueira”, fazendo-o cometer erros que culminaram em seu fracasso.
            Sua ideologia racista promovia o mito da superioridade da raça ariana. Isso acabou levando a Alemanha a perder grandes gênios das Ciências – que não estavam dentro dos moldes estereotipados de Hitler – que poderiam ter desenvolvido estratégias de guerra e principalmente tecnologias bélicas. Levou-o também a subjugar o poder dos Estados Unidos, que possuía um alto contingente de negros e judeus em seu território. Ele ignorou o poder dos EUA por conta da pluralidade étnica que, de acordo com o pensamento do Führer, não poderia representar a força de um país.
            Portanto, o papel destes líderes foi de extrema importância não só para seus países, mas também para o próprio curso da História. A partir de suas ideologias e influências conseguiram conduzir todo um palco de conflitos que marcaram a história e a dinâmica das Relações Internacionais pós-1945, que ainda abrigava certas ideias de Winston Churchill como a cooperação e resolução de conflitos.
  A postura de um líder e a importância das estratégias a partir do legado hostil que Hitler deixou, e principalmente a convicção de que o ser humano possui plenas capacidades de mudar o curso da história e de quão longe ele pode chegar, como no fim da guerra com as bombas de Hiroshima e Nagasaki, onde vimos uma hegemonia se reafirmar, mas, um medo crescer, um medo da figura humana dotada de poderes.
A Segunda Guerra Mundial marcou não somente por seus líderes, e nem só pelo genocídio provocado, mas porque alcançamos algo sem precedentes: fomos longe demais, ao ponto de dispor de poderes para dizimar toda a humanidade com as “novas tecnologias” – armas nucleares – e então a necessidade de evitar que isto aconteça de fato, através de uma profunda crença na nova dinâmica que ali se fez, e onde mais do que nunca, a cooperação se faria extremamente necessária.
      Desta forma, tem-se o indivíduo (líder) como um agente de extrema importância e influência nas dinâmicas do Sistema Internacional. A ele cabe a missão de incorporar as aspirações das unidades nacionais socialmente construídas, que são os Estados, e trabalhar de forma que permita com que ele seja um formulador dos tipos de relações mantidas na arena internacional. Ao mesmo tempo em que incorpora a vontade nacional, ele influenciará, com sua personalidade – seja ela qual for – a ações do Estado. Isso explica a importância que Churchill e Hitler tiveram na Segunda Guerra Mundial.


Referências:
NYE, Joseph S. Cooperação e conflitos nas relações internacionais. Editora gente. São Paulo, 2009.
ROBERTS, Andrew. Hitler & Churchill- Segredos de liderança. Editora Zahar. São Paulo, 2011.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Memórias da Segunda Guerra Mundial: Winston Churchill. In: As Memórias de Churchill. Caderno de Ideias, O Globo, 2005. Revista Eletrônica Tempo Presente. Disponível em: http://www.tempopresente.org/index.php?option=com_content&view=article&id=4632:memorias-da-segunda-guerra-mundial-winston-churchill&catid=37&Itemid=172. Acesso em 24 de agosto de 2014.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Globalizando: OMS diz que há sinais encorajadores sobre ebola na Guiné e na Nigéria

A Organização Mundial da Saúde afirmou que o surto de ebola na África Ocidental continua evoluindo. A OMS, junto com a Organização Internacional da Aviação Civil, ICAO, e da Organização Mundial do Turismo, OMT, decidiram ativar uma força-tarefa para monitorar a situação e fornecer informações rápidas para passageiros, assim como para o setor de viagens e turismo. O objetivo é apoiar os esforços globais para conter a disseminação da doença e oferecer uma resposta internacional coordenada para o setor.  


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Violência Policial e Racismo nos EUA

Renato Cordeiro
Acadêmico do 4ª semestre de Relações Internacionais - UNAMA

Violência policial pode ser definida como qualquer tentativa, por parte da polícia ou de algum policial de forma individual, de reprimir algum direito de um cidadão através de coerção praticada de maneira ilegal. Caracteriza-se como violência policial não apenas a intimidação física, como muitos podem imaginar, mas também a intimidação psicológica (feita através de ameaças e agressões verbais), a discriminação racial, os abusos sexuais, a extorsão, o abuso de autoridade e até a corrupção.

Uma dessas características, a discriminação racial, é o pano de fundo de um caso de violência policial que vem chamando a atenção do mundo nos últimos dias: a morte do jovem negro Michael Brown, de 18 anos, em Ferguson, Missouri, EUA, resultante de uma fatídica abordagem policial.


Oficialmente, Michael foi parado pela polícia por ser suspeito de ter roubado uma loja e foram apresentados duas versões bem diferentes. Segundo a versão da polícia, Michael teria agredido e tentado roubar a arma de um dos policiais, e os tiros (seis, segundo um laudo da perícia) teriam sido disparados por proteção; já algumas testemunhas dizem que o jovem estava rendido e desarmado ao receber os disparos, o que configuraria um assassinato. Seja lá qual for a verdade, o resultado foram distúrbios que assolaram a cidade e geraram protestos por todo o país.

O racismo é um dos maiores problemas da sociedade americana e, embora a segregação por parte do estado não exista mais, na prática, os negros americanos ainda estão longe de alcançar o mesmo padrão de vida dos brancos: até hoje, os afro-americanos tem uma renda seis vezes menor que os brancos; são os que mais tendem a serem expulsos e suspensos das escolas; constituem 40% da população carcerária do país apesar de serem apenas 12% da população americana, além de receberem penas maiores pelo mesmo crime; e menos da metade possui casa própria.

(Martin Luther King) 
O problema é ainda maior nos estados onde o racismo está enraizado na cultura local, entre eles o próprio Missouri, onde  o preconceito é sentido diariamente. E a polícia teve papel fundamental na manutenção deste tipo de situação.

Historicamente, a polícia se utilizou da violência para obter um maior controle da sociedade, e isso incluia, em muitos casos, repressão política e perseguição de minorias. Nos Estados Unidos, não foi diferente: a polícia sempre tratava negros de forma diferenciada dos demais cidadãos (70% dos afro-americanos acreditam que isso ainda ocorre), além de deixar abusos deste tipo impune. Prova disso é que esta não é a primeira vez que um episódio de violência policial gera distúrbios nos EUA: em 1992, a absolvição de um policial que teria espancado um negro até  o óbito provocou dias de protestos violentos em Los Angeles; antes disso, em 1967, uma abordagem policial violenta em Detroit causou vários conflitos entre a polícia e a comunidade negra da cidade.

Apesar de tudo, a violência policial continua sendo comum, o que levanta a questão: por quê? Alguns dos principais culpados apontados seriam a impunidade, a corrupção, a cultura enraizada de repressão violenta, a militarização das forças de segurança pública e o fato de que muitos dos crimes cometidos pela polícia são julgados por policiais, o que estimula o coleguismo.
E isso não se refere apenas ao Brasil, mas ao mundo como um todo, inclusive nos Estados Unidos, onde todos esses fatores acontecem; inclusive a militarização, pois apesar de não haver polícia militar por lá, muitos policiais americanos são ou foram militares. Portanto, o que resta ao cidadão comum é fiscalizar a polícia e denunciar os abusos, e que outros casos como o de Michael Brown não ocorram novamente.




REFERÊNCIAS:


Diário do centro do mundo.O caso do jovem negro morto em Ferguson reflete o drama da desigualdade racial nos EUA. Disponível em:http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-caso-do-jovem-negro-morto-em-ferguson-reflete-o-drama-da-desigualdade-racial-nos-eua/
Diário do centro do mundo:Cinco números pra entender a desigualdade racial nos EUADisponível em:http://www.http://www.diariodocentrodomundo.com.br/cinco-numeros-para-entender-a-desigualdade-racial-nos-eua/
Zero Hora. O que motiva as manifestações após a morte de jovem negro nos EUA. Disponível em:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/o-que-motiva-as-manifestacoes-apos-a-morte-de-jovem-negro-nos-eua-4577977.html
G1.Policiais se unem a protestos contra o preconceito racial nos EUA. Disponível em:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/policiais-se-unem-protestos-contra-o-preconceito-racial-nos-eua.html
Wikipedia. Violência policial. Disponível em:pt.wikipedia.org/wiki/Violência_policia

Globalizando: Conferência reúne meteorologistas de todo o mundo para discutir clima

 Cerca de mil cientistas e especialistas de todo mundo se reuniram em uma conferência inédita em Montreal, no Canadá, promovida pela Organização Mundial de Meteorologia, OMM. O progresso científico contínuo fará com que informações e previsões de tempo sejam ferramentas cada vez mais poderosas para redução de riscos, além da importância de gerenciar os sistemas de transporte, energia e água.




sábado, 23 de agosto de 2014

O Folclore Nacional

Subina Ramos
Acadêmica do 4º Semestre de Relações Internacionais da Unama


A estrutura formada numa consolidação social tem consistência nos conceitos de padronização da cultura de um país, face ao contexto histórico constituinte. O folclore é assim, o resultado da formação de diversificados valores, que se manifestam em lendas, mitos, provérbios, danças, superstições, artes conjuntos urbanos, sítios de valor histórico, paisagístico e costumes.  De origem inglesa o folclore é uma junção das palavras: folk que significa povo e lore que significa conhecimento, denotando à conceptualização de sabedoria popular.
Esta é uma representatividade que se naturaliza, pela força com que é agregada, e pelas repostas que favorecem aos distintos anseios. Considerado também um instrumento imaterial, apesar dos componentes serem de uma origem desconhecida, apresenta grande importância à identidade de um povo ou de uma nação. A sua extraordinária manifestação, vem desde a construção de misteriosas e sobrenaturais criaturas, até a influência no espírito da aceitação tanto quanto da negação.
A estima folclórica é a história construída pelas aspirações de medo e esperanças, caraterístico de um padrão intangível. O ponto crucial, nada mais seria a extensa riqueza expressiva que sustenta a esteira do ser social como formador cultural, possibilitando o enquadramento sócio-econômico.
Portanto, o legado folclórico é uma fonte da filosofia de viver, por acreditar, preservar e dar vitalidade a uma tradição.  Este fato tem uma série de características próprias, como o anonimato, a aceitação coletiva, que o povo aceita tornando como seu, modifica-o e transforma-o, dando origem a inúmeras variantes. Assim, uma história é contada de várias maneiras, acontecimentos são alterados e como o próprio povo diz: "Quem conta um conto acrescenta um ponto". A mesma coisa acontece com as danças, os teatros e a técnica em que tudo pode ser modificado por não ter regulamento.
Ciente da complexidade que envolvia a definição desse manifesto cultural e a necessidade de sua proteção, a UNESCO tem desempenhado nos últimos tempos, a formalização e consolidação de meios que proporcionarão o reconhecimento de que, as obras-primas enraizadas por um povo devem ser perpetuadas através de celebrações em nome da preservação.
Por esta razão, o Brasil se posicionou nesta causa preservativa, ao estipular uma data específica para a comemoração dos desígnios formais dos elementos folclóricos. Desta maneira o dia 22 de Agosto, denota a um Brasil tradicional com formações populares, originárias da tentativa de dar respostas aos fatos científicos que não sabiam explicar, ou simplesmente para assustar as crianças, como o “bicho-papão”, por exemplo.
Tendo em conta a pluralidade na origem do povo brasileiro, a transmissão de crenças se deu em largas escalas. O “gingado” produzido pelo batuque do povo africano, manifestou-se em festejo do carnaval, uma festa graciosa feita de projeções de cores, música, encenações e criatividade. O Índio transmitiu para os ensinamentos o seu saber ligado à natureza e o Luso, incrementou desde a época colonial, a celebração da festa dos reis. Esse é o Brasil, o dono de uma fortuna ímpar que certamente se espalha para o mundo fora.
A forte preocupação é com a ênfase no desenvolvimento científico e tecnológico, vivenciado logo o final do século XIX, que transformou rapidamente os costumes, valores, gostos, comportamentos dos habitantes de todo o planeta, independente de sua cultura, onde a velocidade das mudanças tende a ser maior, nada mais seria nos hábitos, ou melhor, na percepção analítica para a escolha do “fazer” e do “não fazer”. Por conseguinte, deve se levar em consideração a chamada de atenção para a análise crítica, de como o sistema articulado na mídia, leva ao consumo complexo em respeito ao efeito globalizante, um aspecto de cultura global na dinâmica da ideologia neoliberal.
 Folclore e globalização realmente dá um bom debate. Vamos debater?

Referências:
TONI, F. (1985). As Cadernetas da Missão de Pesquisas Folclóricas. In: Missão                      de Pesquisas Folclóricas: Cadernetas de Campo. São Paulo, CCSP, 2011.
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Cultura é Patrimônio – Um Guia. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Identidade, etnia e estrutura social. São Paulo: Perspectiva, 1976.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro-Brasília: Tempo Brasileiro-CNPq, 1988.
SEGATO, Rita. Folclore e cultura popular – uma discussão conceitual. Seminário folclore e cultura popular. Série Encontros e Estudos 1, MINC-IBAC, p. 13-21, 1992

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Globalizando: OMS: países afetados não têm como lidar sozinhos com surto de ebola

A Organização Mundial da Saúde declarou que o surto de ebola na África Ocidental representa uma emergência de saúde pública global. Segundo a OMS, o mundo precisa estar em alta vigilância para possíveis casos da doença. A agência da ONU explica que isso não significa que todos os países vão registrar infecções, apenas uma pequena parte do continente africano foi afetado pelo surto. O tema será debatido amanhã no Programa Globalizando, sintonize na Rádio UNAMA FM 105.5 às 11h e ouça o programa produzido pelo curso de Relações Internacionais.



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pensamentos Internacionalistas: Clausewitz e o Estudo da Guerra

Carl Phillip Gottlieb Von Clausewitz (1780 – 1831) foi um grande estrategista, teórico da guerra e general do Reino da Prússia. Acreditava que a essência da guerra era a luta (embate físico), e tornou este fenômeno em um objeto de estudo científico, onde ele identificou seus elementos definidores e a relação entre eles.
 Por isso, em sua coleção de textos ele retrata a natureza da guerra, sua teoria, as estratégias, as forças militares, os planos de defesa e ataque. Estes textos estão reunidos no livro “Da Guerra”, uma obra que não foi finalizada e foi lançada postumamente por sua viúva.



 “Finalmente, nem mesmo o resultado final de uma guerra deve ser sempre considerado como sendo definitivo. Muitas vezes o Estado derrotado considera o resultado meramente como um mal temporário, para o qual a solução ainda pode ser encontrada nas circunstâncias políticas, em alguma data posterior. É evidente como isto pode aliviar também as tensões e reduzir o vigor do esforço.”
CLAUSEWITZ. On War.

Globalizando: França, apesar de dificuldades, permanece maior destino turístico do mundo

A França manteve o título de principal destino turístico do mundo em 2013, atraindo cerca de 85 milhões de visitantes, apesar da situação delicada de sua economia, devido ao aumento do interesse chinês e da volta dos turistas norte-americanos. O país manteve sua posição no ranking à frente dos Estados Unidos e da Espanha. O aumento das visitas vindas da América do Norte e de mercados emergentes ajudou a compensar uma pequena queda nos turistas vindos da Espanha, do Brasil e do Japão, um cenário que é explicado como consequência de problemas econômicos nesses países.  



Papo de Acadêmico

No “Papo de Acadêmico”, o aluno fala sobre qualquer assunto relacionado ao curso de Relações Internacionais. A entrevistada de hoje é a acadêmica, do 4º semestre, Christiane Ramos.

Confira o que ela tem para falar sobre R.I!

  

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Disseminação do Ebola e Repercussão no Cenário Internacional

Quezia Pereira
Acadêmica do 6° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

 


A febre hemorrágica causada pelo vírus Ebola, que começou na Guiné-Conacri e se espalhou por Serra Leoa e Libéria já tirou mais de 1.100 vidas desde o início do surto, em 2014. A rápida disseminação da doença alertou a comunidade internacional para a possível epidemia, provocando o grande esforço de entidades e organizações internacionais, bem como o de alguns Estados como Alemanha, Canadá e Estados Unidos, em conter a provável fatalidade de disseminação mundial da doença.
O vírus foi manifestado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Congo, onde morreram 90% dos infectados. Mesmo que a doença tenha sido identificada há mais de trinta anos, ainda não existe um tratamento que seja eficaz no combate ao vírus. Vários surtos já ocorreram desde então. Os últimos casos da epidemia são ainda mais preocupantes devido à rápida propagação e ao grande registro de mortes, sendo considerada a mais grave da história.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) junto a outras organizações humanitárias especializadas na área da saúde, alertam para que os Estados estejam preparados para evitar a expansão da doença, tendo cuidado nas áreas de fronteiras. Aconselham também o isolamento dos pacientes já infectados, dado que muitas pessoas doentes não aceitam a situação e fogem para outros países.
Essas organizações representam um papel muito importante no combate à epidemia. A busca da cura abrange também a política, a diplomacia e cooperação entre os Estados. O principal objetivo da OMS é oferecer o maior nível possível de saúde aos povos do mundo. Para isto, o trabalho da organização vai desde o incentivo a pesquisas biológicas até a implementação de acordos econômicos para financiar seus projetos. A colaboração de entidades filantrópicas como a Médicos Sem Fronteiras (MSF) é, do mesmo modo, necessária à manutenção da saúde.
No caso do Ebola, um possível tratamento, reproduzido por uma empresa americana, está sendo testado. Essa iniciativa é essencial, pois as informações compartilhadas, bem como as experiências, mostram o compromisso da OMS (responsável por liberar o uso dos medicamentos) e outros atores internacionais em buscar uma prevenção. Assim, Canadá e EUA mostraram-se disponíveis a financiar a droga e enviar à África Ocidental o mais breve possível. Portanto, a ajuda correspondente dos Estados, das empresas e das organizações governamentais e não governamentais pode ser o método mais eficaz de combate a esta doença.




REFERÊNCIAS:

El País. Un millón de personas están en cuarentena en África por el ebola. Disponível em: http://sociedad.elpais.com/sociedad/2014/08/15/actualidad/1408123969_202506.html Acesso em: 15 ago. 2014

SiNUS. Organização Mundial de Saúde (OMS). Disponível em http://www.sinus.org.br/2009/oms.html Acesso em: 18 ago. 2014


Tribuna do Norte. África ocidental virou “zona de guerra, diz MSF. Disponível em: http://tribunadonorte.com.br/noticia/africa-ocidental-virou-zona-de-guerra-diz-msf/290708 Acesso em: 18 ago. 2014

 

Globalizando: Banco Mundial destaca o que funciona para empoderar jovens mulheres

O Bando Mundial afirma que educar, empoderar e dar emprego à maior geração de jovens da história é fundamental para acabar com a pobreza e impulsionar a prosperidade para todos. De acordo com o Banco, as mulheres e meninas tendem a ser mais pobres do que os homens. Segundo a instituição, elas também enfrentam desigualdades em casa, na escola e no trabalho. Esta é uma situação que perpetua a pobreza das jovens e de suas famílias. A instituição diz que apesar de avanços recentes em aspectos importantes das vidas das meninas, alguns desafios permanecem, que, muitas vezes, violam direitos básicos e se multiplicam pela pobreza e falta de estudo. 


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Globalizando: Dia Mundial da Ação Humanitária

Hoje são homenageados no mundo os trabalhadores que arriscam suas vidas para prestar ajuda humanitária em áreas de conflito. A data foi instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em dezembro de 2008 fazendo referência às pessoas que ajudam a promover o espírito humanitário por meio de suas ações, sem esquecer aqueles que perderam as suas vidas por esse serviço nobre. A comemoração tem o objetivo de aumentar a conscientização de pessoas ao redor do mundo sobre a importância de praticar atividades de valor humanitário. 


Programa Globalizando "O conflito entre Israelenses e Palestinos na Faixa de Gaza"

Nesta semana o Programa Globalizando tem como tema "O conflito entre Israelenses e Palestinos na Faixa de Gaza". Com a presença  do Prof. Jerônimo da Silva, que é mestre em comunicação, linguagens e cultura pela UNAMA. Além de realizar estudos de doutoramento em antropologia social pela UFPa.
Confira!


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os Conflitos na Faixa de Gaza

Vandré Colares       
Acadêmico do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA    


     Um dos temas mais contemporâneos e recorrentes em discussão quando o assunto é relações internacionais, sem dúvida, diz respeito aos conflitos israelo-palestinos. Aqui, far-se-á uma análise focada na faixa de gaza, abordando de forma breve a historicidade da região e a correlação desta com a teoria construtivista das Relações Internacionais.
              A história que cerca o conflito é demasiada complexa e extensa. Vale destacar alguns pontos recentes que circundam a região em questão. Gaza se tornou foco de conflito entre israelenses e palestinos também pelo fato de a região ter recebido refugiados palestinos após a criação do Estado de Israel em 1948, no pós-Segunda Guerra Mundial.
            Os israelenses creem que a região lhes pertence pelo fato de que a comunidade palestina foi ali estabelecida de forma “artificial”, uma vez que segundo eles, antes da chegada dos refugiados em 1948 não havia tal comunidade. Os palestinos, que por sua vez, reivindicam há muito a criação de um Estado soberano, lembram que no ato da criação de Israel, a faixa de gaza não estava delimitada como parte do Estado judeu.


            O conflito todo tem como pano de fundo a questão religiosa: há por parte das duas religiões (judeus e muçulmanos) a atribuição de enorme importância para aquelas terras, o que dificulta ainda mais a mediação e resolução do conflito. Uma vez que ambos creem veementemente que a terra lhes pertence por ordem divina. Assim, uma solução política é pouco provável.
           Um capítulo à parte é o envolvimento de grupos como o Hamas, o Hezbollah, o Fatah, as Jihads e assim por diante no conflito. Israel e o Ocidente, de uma maneira geral, os consideram como grupos terroristas, uma vez que usam de meios como atentados para combater a causa judia. Por outro lado, o Hamas, por exemplo, tem representação política forte e desempenha até mesmo um papel sócio-ideológico na região.
            Esse e outros contrassensos evidenciam a complexidade do conflito, que possui ainda muitos outros fatores relevantes ao entendimento do que se passa naquele espaço. Por conta do caráter complexo, é salutar analisar a questão israelo-palestina por meio da teoria construtivista das Relações Internacionais. 
          É evidente a relevância dos chamados fatores “não-materiais” no conflito. A religião enquanto peça fundamental para o entendimento dos fatos deixa clara a impossibilidade de uma análise fidedigna por meio das teorias estritamente positivistas, tais como o realismo e o idealismo, mesmo em suas “refinadas” versões “Neo-Neo”.
           Outro pressuposto construtivista que se encaixa aqui é o da mutabilidade constante da realidade, graças a relação de co-construçao entre os agentes e o meio. Por exemplo, até 1948 não existia de fato o Estado de Israel, sua criação foi resultado das forças estruturais da época, uma vez que esta era ditada pelos valores dos Estados ocidentais vencedores da Segunda Guerra. Israel, por sua vez, passa a modificar a estrutura no mesmo momento em que esta o modifica, pois representa também um agente do SI.


            Em suma, não é possível falar em “pré-existência”, ou em algo “estrutural” quando se trata de política internacional e relações sociais. Os palestinos passaram a habitar a região somete após a criação de Israel, que por sua vez inexistia antes de 1948. Ou seja, as condições conjunturais da estrutura e dos agentes, colaboraram para a construção social da realidade como a vemos hoje.
A Construção social também se aplica para denominar a construção de valores adotados por partes do conflito, tanto valores sionistas como antissemitas, como por exemplo, de grupos como o Hamas, que desejam a destruição do Estado de Israel. Esses valores são construídos com base em diversos fatores, inclusive os “não-materiais”, como a religião e a própria cultura pregada ali, de tal forma que o olhar construtivista parece ser o mais apropriado para entender o conflito.