Subina Ramos
Acadêmica do 4º Semestre de Relações
Internacionais da Unama
A estrutura formada numa consolidação social tem
consistência nos conceitos de padronização da cultura de um país, face ao
contexto histórico constituinte. O folclore é assim, o resultado da formação de
diversificados valores, que se manifestam em lendas, mitos, provérbios, danças,
superstições, artes conjuntos urbanos, sítios de valor histórico, paisagístico e
costumes. De origem inglesa o folclore é
uma junção das palavras: folk que
significa povo e lore que significa
conhecimento, denotando à conceptualização de sabedoria popular.
Esta é uma representatividade que se naturaliza, pela
força com que é agregada, e pelas repostas que favorecem aos distintos anseios.
Considerado também um instrumento imaterial, apesar dos componentes serem de
uma origem desconhecida, apresenta grande importância à identidade de um povo
ou de uma nação. A sua extraordinária manifestação, vem desde a construção de
misteriosas e sobrenaturais criaturas, até a influência no espírito da
aceitação tanto quanto da negação.
A estima folclórica é a história construída pelas
aspirações de medo e esperanças, caraterístico de um padrão intangível. O ponto
crucial, nada mais seria a extensa riqueza expressiva que sustenta a esteira do
ser social como formador cultural, possibilitando o enquadramento
sócio-econômico.
Portanto, o legado folclórico é uma fonte da filosofia de
viver, por acreditar, preservar e dar vitalidade a uma tradição. Este fato tem uma série de características
próprias, como o anonimato, a aceitação coletiva, que o povo aceita tornando
como seu, modifica-o e transforma-o, dando origem a inúmeras variantes. Assim,
uma história é contada de várias maneiras, acontecimentos são alterados e como o
próprio povo diz: "Quem conta um conto acrescenta um ponto". A mesma
coisa acontece com as danças, os teatros e a técnica em que tudo pode ser
modificado por não ter regulamento.
Ciente da complexidade que envolvia a definição desse
manifesto cultural e a necessidade de sua proteção, a UNESCO tem desempenhado nos
últimos tempos, a formalização e consolidação de meios que proporcionarão o
reconhecimento de que, as obras-primas enraizadas por um povo devem ser
perpetuadas através de celebrações em nome da preservação.
Por esta razão, o Brasil se posicionou nesta causa preservativa,
ao estipular uma data específica para a comemoração dos desígnios formais dos
elementos folclóricos. Desta maneira o dia 22 de Agosto, denota a um Brasil
tradicional com formações populares, originárias da tentativa de dar respostas
aos fatos científicos que não sabiam explicar, ou simplesmente para assustar as
crianças, como o “bicho-papão”, por exemplo.
Tendo em conta a pluralidade na origem do povo
brasileiro, a transmissão de crenças se deu em largas escalas. O “gingado”
produzido pelo batuque do povo africano, manifestou-se em festejo do carnaval,
uma festa graciosa feita de projeções de cores, música, encenações e
criatividade. O Índio transmitiu para os ensinamentos o seu saber ligado à
natureza e o Luso, incrementou desde a época colonial, a celebração da festa
dos reis. Esse é o Brasil, o dono de uma fortuna ímpar que certamente se espalha
para o mundo fora.
A forte preocupação é com a ênfase no desenvolvimento
científico e tecnológico, vivenciado logo o final do século XIX, que
transformou rapidamente os costumes, valores, gostos, comportamentos dos
habitantes de todo o planeta, independente de sua cultura, onde a velocidade
das mudanças tende a ser maior, nada mais seria nos hábitos, ou melhor, na
percepção analítica para a escolha do “fazer” e do “não fazer”. Por conseguinte,
deve se levar em consideração a chamada de atenção para a análise crítica, de
como o sistema articulado na mídia, leva ao consumo complexo em respeito ao
efeito globalizante, um aspecto de cultura global na dinâmica da ideologia
neoliberal.
Folclore e globalização realmente dá um bom
debate. Vamos debater?
Referências:
TONI,
F. (1985). As Cadernetas da Missão de Pesquisas Folclóricas. In: Missão de Pesquisas Folclóricas:
Cadernetas de Campo. São Paulo, CCSP, 2011.
OLIVEIRA,
Lúcia Lippi. Cultura é Patrimônio – Um Guia. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
OLIVEIRA,
Roberto Cardoso de. Identidade, etnia e estrutura social. São Paulo:
Perspectiva, 1976.
OLIVEIRA,
Roberto Cardoso de. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro-Brasília:
Tempo Brasileiro-CNPq, 1988.
SEGATO,
Rita. Folclore e cultura popular – uma discussão conceitual. Seminário folclore
e cultura popular. Série Encontros e Estudos 1, MINC-IBAC, p. 13-21, 1992
BRANDÃO,
Carlos Rodrigues. O que é folclore. São Paulo: Brasiliense, 1982.
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