Rafael
Teocharopoulos
Acadêmico
do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA
O presente artigo discorre
sobre a importância do barão do Rio Branco para a política externa brasileira,
onde se busca traçar os pontos mais importantes em relação aos feitos
históricos do ministro na execução das Relações Internacionais, e
principalmente, na sua influência sobre a atual demarcação do território nacional
através do modelo de diplomacia que vigora até hoje.
José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão
do Rio Branco, foi nomeado ministro das relações exteriores em 1902 e
permaneceu no cargo até 1912, ano de seu falecimento. Durante sua carreira, foi
também jornalista e promotor do império, mas foi como chanceler que executou os
feitos que lhe renderam o reconhecimento nacional e internacional.
O Barão do Rio Branco, tendo
forte laço com a diplomacia, solucionou vários conflitos fronteiriços
decorrentes da falta de clareza na demarcação territorial presente no tratado
de Madrid, assinado em1750. Por exemplo, os casos de Palmas com a Argentina, e do
Amapá com a França, que foram resolvidos antes de tornar-se ministro. Além do
principal tratado, o qual lhe rendeu a fama atual, o de Petrópolis, com a
Bolívia, que culminou na anexação do Acre em 1903.
O embate existente em torno
da posse do território já havia bastante tempo. Bem antes de o Barão assumir a
chancelaria. Os seringueiros já haviam travado algumas batalhas armadas contra
soldados de La Paz, e mesmo com o apoio do governo amazonense, liderados por
Plácido de Castro, não obtiveram sucesso em tomar a região.
Diferente das regiões de
Palmas e Amapá, que pertenciam de fato à soberania brasileira, a região do Acre
era pertencente à Bolívia, mas acabou sendo invadida pelos seringueiros em
pleno período de expansão da borracha. Prevalecia a falta de conhecimento em
relação às demarcações dos limites entre os países.
De início o barão tentou
comprar a região, mas não era tão simples assim. O local já havia sido vendido
para uma empresa norte-americana, a Bolyvian
Sindicate de Nova Iorque, uma das chamadas “chartered companies”, empresas que compravam o direito à soberania
de certa área, adquirindo o monopólio na exploração desta.
Depois de um ano de
negociações, se chegou ao acordo de que o Brasil pagaria 100 mil libras
esterlinas à empresa e mais dois milhões de libras à Bolívia, referente ao
látex extraído por ano na região, além da construção da ferrovia Madeira-Marmoré, que criava uma saída boliviana para o
Atlântico.
A maneira de agir do
ministro foi alvo de críticas da opinião pública, que não concordou com as
concessões e achava que o Exército nacional tinha que ter apoiado os
seringueiros. Em resposta, O barão disse que não iria deixar que o Acre se
tornasse um “novo Texas”. Não apoiaria a independência da região para
posteriormente aceitar o pedido de anexação ao território brasileiro, pois isso
feriria as relações que o Brasil sempre manteve com seus vizinhos.
Sua conduta como mediador
desse conflito e de outros ao longo de seus dez anos como chanceler lhe rendeu
o título de patrono da diplomacia brasileira. Além da homenagem com a criação
do Instituto Rio Branco, órgão responsável pela preparação para carreira
diplomática no Brasil.
Referências:
FILHO, Synesio Sampaio Goes. Fronteiras do Brasil.
Brasilia, FUNAG, 2013. Parte 4, cap. 3, p: 108-118.
PEREIRA, Manoel Gomes. Barão do Rio Branco, 100 anos de
memórias. Brasilia, FUNAG, 2012.
GASPARETTO, Antonio. Tratado de Madri, disponível em: http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/tratado-de-madrid.
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