terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pensamentos Internacionalistas: O Realismo Estrutural de Waltz

Kenneth Waltz (1924 - 2013) foi um teórico neorrealista das relações internacionais, responsável por aperfeiçoar o realismo anterior à década de 1970. Em 1979, Waltz publicou “Theory of International Politics”, no qual ele lançou o realismo estrutural, que busca analisar os padrões de ações dos Estados, através da teoria sistêmica e do dilema do prisioneiro. Waltz defendeu o Sistema Internacional bipolar, por considerar uma ordem mais estável. Dentre os conceitos mais utilizados de Waltz para explicar sua teoria estão a balança de poder e o bandwagon.

 “A Política Internacional é por vezes descrita como o reino do acidental e dos violentos distúrbios, da mudança rápida e imprevisível. Mesmo que os processos de mudança sejam abundantes, as continuidades também são impressionantes, talvez mais ainda [...] Estrutura da política internacional permanece altamente constante, padrões recorrentes e eventos se repetindo indefinidamente.”


WALTZ, Kenneth Neal. Theory of international politics. Boston: McGraw, 1979.

Globalizando: Cimeira do Clima produziu resultados, afirmou Ban Ki-moon

Segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, nunca tantos líderes internacionais haviam se reunido para se comprometer com ações de combate à mudança climática. A proposta do encontro foi a de juntar governos, sociedade civil e o setor privado para a formação de uma grande aliança contra o aquecimento global. Os participantes assumiram um forte compromisso com o acordo universal sobre o clima que deve ser firmado em 2016. 


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Segurança Coletiva: das ameaças de atores não convencionais à capacidade de reação da Sociedade Internacional

Christiane Ramos
Acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA

“Sabe-se que guerras sempre existiram, assim como outros modos de violência nas civilizações, porém hoje a rapidez da comunicação traz a violência para dentro de nossas casas todo o tempo. Temos como questão contemporânea a violência globalizada e também banalizada” (2011, p. 09). ¹

É notável a repercussão que o grupo Estado Islâmico tem tomado no cenário Internacional. Suas práticas, abalizadas pelo fundamentalismo religioso, acometem civis e depositam receios à sociedade internacional. Diante deste fato, a questão que vem à tona é: não seria este o momento de interromper o avanço deste grupo, já que ele representa uma ameaça à ordem internacional, aos direitos humanos, ao direito internacional, e à sobrevivência dos Estados Westfalianos? O presente artigo tem como objetivo discutir este assunto, à luz da ideia de segurança coletiva. 


O conceito de segurança coletiva fundamenta-se no imaginário de que qualquer ameaça à segurança e à paz internacional será combatida coletivamente, formando-se um sistema universal de ação conjunta entre os Estados. Justamente por ser considerada universal e comum, o uso da violência em âmbito internacional, nestes casos, é legitimada.
De acordo com HERZ (2004, p. 83), “o sistema é baseado na ideia da criação de um mecanismo internacional que conjuga compromissos de Estados nacionais para evitar, ou até suprimir a agressão de um Estado contra outro”. Desta forma, se reconhece que o ideal de segurança coletiva está baseado na paz internacional como sinônimo de sobrevivência e não agressão entre Estados legitimados.

Contudo, com o final da Guerra Fria, que pôs fim às amarras da bipolaridade, e mais tarde, quando o mundo testemunhou os ataques ao World Trade Center – agressões estas reivindicadas pelo grupo terrorista Al-Qaeda – o sistema internacional passou a perceber que nem só de Estados se faziam as Relações Internacionais e que atores não estatais possuem tanto poder de influência quanto os Estados. E mais, o empoderamento de não-estados capacitou-os de forma a serem vistos como uma possível ameaça internacional.
É neste contexto que se encaixa o grupo Estado Islâmico. Esta organização utiliza da violência não institucionalizada para guiar suas ações no cenário mundial. Cometem violência sexual contra mulheres, decapitações de prisioneiros como um “espetáculo” para chocar o mundo e fazem uso do fundamentalismo islâmico como um modo de atrair e alienar combatentes para morrerem por sua causa.
Diante destes atos, os Estados Unidos propuseram, em 05 de setembro de 2014, durante a Conferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), realizada no País de Gales, uma coalizão internacional para combater o Estado Islâmico.
Desta iniciativa dos Estados Unidos podem ser feitos comentários importantes. Inicialmente, Monica Herz interessa-se em deixar evidente que “o sistema de segurança coletiva também se baseia no pressuposto de que é possível mudar o cálculo racional dos Estados. Dessa forma, o sistema funciona associado a arranjos para facilitar a resolução de disputas” (HERZ, 2004, p. 83).
A OTAN surgiu no período da Guerra Fria para combater o avanço do Comunismo. Portanto, despontou com o objetivo de combater um inimigo específico. Com a derrocada da URSS, a organização tem traçado outros objetivos para manter suas ações no sistema internacional. Contudo, ainda assim, é uma organização de defesa, e não exatamente de segurança. Nesse contexto, surge a ONU como agente capaz de transformar as preferências dos demais atores internacionais, com ênfase na segurança internacional e manutenção da paz.
Herz também estabelece as diferenças e implicações dos modos de combater as ameaças internacionais. Diferencia, portanto, alianças militares de segurança coletiva. Para a autora, a aliança militar está relacionada às questões materiais e formas palpáveis de defesa, sendo que ela surge para o combate de um inimigo específico. A segurança coletiva, por outro lado, baseia-se na ideia de construção da paz, na qual, este árduo percurso, poderá ser perturbado por algum inimigo que talvez possa surgir. Portanto, não se tem certeza de quando a ameaça surgirá. Não há um inimigo específico.
E mais importante ainda: todos os meios pacíficos devem ser empregados antes que se tome a decisão do uso da força. Assim, entram em cena a arbitragem, a negociação, a cooperação, as sanções, e outros.  Mas, o caso do grupo Estado Islâmico é peculiar. As considerações sobre segurança coletiva relacionam-se basicamente à Estados legítimos.
A imagem do Estado como um ator importante no sistema internacional ainda é expressa pelos atores internacionais, mesmos que estes se encaixem na perspectiva de atores não estatais. O EI é uma amostra expressa desta ideia. O grupo se autointitulou “Estado” e passou a agir no sistema internacional de modo a se fazer legitimar como tal, claro, utilizando os meios específicos para isso.
BACCARINI (2009), considera que “não há uma conceitualização exata do que se pode denominar segurança coletiva acordada entre os diversos teóricos de RI”. Portanto, é um campo ainda a ser explorado pelos analistas e estudiosos de Relações Internacionais. Para HERZ, o fato de o conceito de segurança coletiva estar centrado na sobrevivência dos Estados e neles como ameaça, não limita o poder de ação da sociedade internacional, quando à ameaça diz respeito à atores não estatais. Para ela, “uma ameaça à paz não envolve, necessariamente, o uso da violência armada, nem se limita aos conflitos entre Estados” (2004, p. 105).
O surgimento de grupos e organizações como o Estado Islâmico no sistema internacional é uma fonte que necessita ainda de muitas reflexões. O conceito e abrangência da ideia de segurança coletiva está ainda sendo desenvolvida pelos estudiosos de política internacional. Alguns ainda questionam a capacidade das organizações internacionais de mudar as preferências dos atores internacionais, assim, pondo em risco a segurança coletiva institucionalizada.
Os risco que uma interferência pode causar aos países que estão sofrendo intervenções deve ser vigiado. Inclusive, o caso da Síria é bastante interessante, podendo ser um tema para outro artigo mais adiante.
Os combates ao EI já iniciaram. Cabe agora esperar para observar se os ideais de segurança coletiva e da “responsabilidade de e ao proteger” serão firmados.
Fiquemos atentos ao que acontece no cenário internacional!!

NOTA:
¹KIRILLOS, Fuad Neto; MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; ROSÁRIO, Ângela Buciano do. As faces da violência na contemporaneidade: sociedade e clínica. Barbacena, MG: EdUEMG, 2011. 

REFERÊNCIAS

BACCARINI, Mariana Pimenta Oliveira. Segurança Coletiva e Regimes de Segurança. Relações Internacionais no Mundo Atual, Curitiba, n. 10, p. 107-124, 2009-2.

BERCITO, Diogo. O que é o Estado Islâmico? Disponível em:< http://mundialissimo.blogfolha.uol.com.br/2014/09/03/o-que-e-o-estado-islamico/>. Acesso em: 27/09/2014.

CHECCHIA, V. J. P. CEIRE Newspaper. As alianças contra o Estado Islâmico. < Http://www.jornal.ceiri.com.br/as-aliancas-contra-o-estado-islamico/>. Acesso em: 27/09/2014. Visualizado às: 17:26.

G1. Obama define esta semana plano de ofensiva contra Estado Islâmico: Presidente falará na quarta para 'descrever plano'. Discurso será um dia antes do aniversário dos ataques de 11 de setembro. <Http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/09/obama-define-esta-semana-plano-de-ofensiva-contra-estado-islamico-20140907111004551611.html>. Acesso em: 08.09.14. Visualizado às: 22:24.

GERCHMANN, Léo. Zero Hora. As origens e a brutalidade do grupo Terrorista Estado Islâmico. http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/as-origens-e-a-brutalidade-do-grupo-terrorista-estado-islamico-4587195.html. Acesso em: 08.09.2014. Visualizado às: 21:52.

HERZ, Mônica; HOFFMANN, Andrea Ribeiro. Segurança Coletiva. In: ______. Organizações Internacionais: história e práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 82-131.


KIRILLOS, Fuad Neto; MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; ROSÁRIO, Ângela Buciano do. As faces da violência na contemporaneidade: sociedade e clínica. Barbacena, MG: EdUEMG, 2011.

Globalizando: Dia Marítimo Mundial

A data é utilizada para chamar a atenção para a importância global das indústrias marítimas para o comércio mundial, assim como a promoção da segurança no transporte marítimo e para ajudar a proteger o ambiente marinho. Também uma oportunidade para educar sobre os problemas enfrentados pelo marítimo moderno, no dia a dia, como a pirataria.  


domingo, 28 de setembro de 2014

RESENHA: 11 de setembro: 11 minutos, 9 segundos e 1 imagens (2002)

Brenda de Castro
Internacionalista e Mestranda em Ciência Política (PPGCP/UFPA)


             O filme é formado por 11 curtas de diretores do mundo inteiro, cada um trazendo uma perspectiva sobre o atentado de 11 de setembro. Os diretores são Samira Makhmalbaf do Irã, Claude Lelouch da França, Youssef Chahine do Egito, Ken Loach do Reino Unido, Alejandro Gonzáles Iñárritu do México, Amos Gitai de Israel, Mira Nair da Índia, Seann Penn dos Estados Unidos e Shohei Imamura do Japão. 
       Deste modo, os curtas com a mesma duração de 11 minutos mostra como o 11 de setembro não foi um evento apenas local dos Estados Unidos, mas impactou muitas vidas e muitos países. No primeiro curta, do Irã, é possível vislumbrar em um pequeno vilarejo no coração do Oriente Médio em meio a uma olaria onde trabalham crianças e adultos quando a professora, em uma escola com situações precárias tenta passar para os alunos a importância do dia que viviam.
           

      Para aquelas crianças, sem televisão, sem nem sequer cadeiras para assistir aula, os eventos importantes do dia diziam respeito a alguém que havia caído no poço, pequenos eventos locais. Mas a professora chama atenção para o atentado terrorista do 11 de setembro e tenta explicar a importância do fato para eles e como aquilo poderia afetar suas vidas, ainda que as crianças relutem em entender ou levar a sério. Ela consegue aproximar o fato de suas vidas apenas com a analogia de uma chaminé, ponto mais alto dali, com as torres.
       O curta traz a discussão de alguns efeitos da globalização. Da relação do local com o global e ainda as desigualdades entre as regiões.
      Os demais curtas também fogem do óbvio ao abordar muitas vezes o evento de um ponto de vista pessoal como de um casal surdo e a possibilidade de estar totalmente fora da realidade do que se passava no momento, estando totalmente imerso em seus próprios problemas.


Há ainda abordagens mais políticas como no curta de Ken Loach onde fala de outro 11 de setembro, o do golpe militar no Chile em 1973. O locutor tece crítica à participação dos Estados Unidos como apoiador do golpe, como se estivesse propondo uma visão além do país como vítima, imagem muito consagrada por conta do atentado terrorista às torres gêmeas.
       Suscita a reflexão do emaranhado que são as relações internacionais, sem vítimas, heróis ou vilões, tudo dependendo de um ponto de vista e de um contexto.
        Entre os outros curtas ainda existe o bem humorado que traz adolescentes de Burkina Fasso em busca de Osama bin Laden e sonhando com a recompensa que poderiam ganhar. Merece destaque também o curta do diretor Alejandro González Iñárritu com abordagem minimalista, porém extremamente profunda e inquisidora. Variando entre a ausência de imagens, apenas vozes e flashes de cenas do World Trade Center, o diretor consegue provocar e instigar.
     O filme é uma compilação que vale a pena ser vista e revista, possibilitando sempre uma nova visão e um debate entre diferentes pontos de vistas. Propicia reflexões sobre o evento e seus desdobramentos desde a política mundial até mesmo nas vidas dos indivíduos.

sábado, 27 de setembro de 2014

A Vocação Humanista do Internacionalista



Renato Macedo
Graduando em Relações Internacionais pela Unama

“De um modo geral, o homem tem de andar às apalpadelas; não sabe de onde veio nem para onde vai, conhece pouco do mundo e menos ainda de si mesmo.”
A frase acima é de Johann Wolfgang von Goethe, um dos expoentes da literatura alemã e certamente também um dos grandes escritores da humanidade, que – como um estopim filosófico – nos incita a refletir sobre o papel humanista do internacionalista e os contextos dessa vocação.
Um quadro histórico que é datado como um importante fôlego para o humanismo abrange os séculos XV e XVI, nos quais as ciências naturais e humanísticas se fortaleceram; sendo que nestas o ser humano foi posto como o próprio centro dos esforços de compreensão, a medida para todos os valores e a fonte para onde as descobertas, inovações e criações teriam suas utilidades voltadas¹.
A partir da compreensão sobre o contexto humanista das ciências, me recordo da fala enfática do professor Roberto Alcântara, da matéria de Economia Internacional do curso de Relações Internacionais da UNAMA, sobre a função social dos profissionais que estudam no Centro de Estudos Sociais Aplicados. De acordo com o professor Alcântara, os internacionalistas têm como responsabilidade social a promoção e a consolidação do desenvolvimento a partir da perspectiva da interação entre os povos.
Ortega y Gasset cita em “A rebelião das massas” a experiência de Goethe e outros autores românticos do século XVIII como a principal manifestação de um cosmopolitismo que se nutriu das viagens cheias de curiosidade pelas diferenças entre os povos. E da observação deste passado não deixo de associá-lo a um dos fundamentos cognitivos para a formação do internacionalista, que é essa curiosidade em compreender outros povos e suas problemáticas despido ao máximo de preconceitos, somente manejando os diversos paradigmas, teorias e as habilidades estudadas no decorrer do curso.
Aliás, a tamanha diversidade de disciplinas, reflexões metodológicas e escolas de pensamento no âmbito das ciências humanas que a formação técnica do internacionalista abarca me faz pensar na experiência de Miguel Reale, um renomado jurista brasileiro, no que se refere à Faculdade de Direito do largo de São Francisco nos anos 30 do século passado; Reale, em entrevista ao programa “Roda Viva” em 2000, conta que o curso de Direito antigamente englobava grande parte dos conhecimentos humanísticos, como a literatura, a ciência política e a filosofia, portanto, os bacharéis nesse período do início do século XX – que inclusive foram os principais presidentes civis antes dos períodos autoritários – podem ser comparados em suas formações técnicas com a proposta do internacionalista contemporaneamente de ser um agente a refletir as diversas dinâmicas internacionais com base em um vasto arcabouço teórico.
Do ponto de vista acadêmico, as Relações Internacionais possuem como marco inicial o pós-Primeira Guerra Mundial, quando surgiu a cátedra Woodrow Wilson de Política Internacional em uma universidade no País de Gales². Ou seja, entende-se que desde esse período as pessoas formadas neste ramo do saber já carregavam consigo o dever de compreender a magnitude do esforço que é a guerra e quão necessário é um esforço maior para se evitá-la em prol da paz, como já dizia Ortega y Gasset.
Por fim, Miguel Reale ao refletir sobre a questão da vocação em uma carreira alcança magistralmente uma das percepções que a meu ver deveria povoar a mente de cada pessoa que a cada ano escolhe Relações Internacionais como seu curso universitário e caminho de vida:
Como se vê, há algo de misterioso na escolha de uma profissão, mas o essencial é que, feita opção por uma via, nela devemos concentrar as forças do sentimento, da inteligência e da vontade. Como acontece na realização de todos os valores que se tornam fins existenciais, há que construir o seu caminho com amor e aturado estudo.”³



¹ Variações sobre o Humanismo, de Miguel Reale, disponível em <http://www.miguelreale.com.br/artigos/varhuma.htm>; 2005.
² As Relações Internacionais como Disciplina Acadêmica, de Guilherme Gondin Ozias, disponível em <http://www.faculdadedamas.edu.br/revistas/index.php/relacoesinternacionais/article/download/85/62>
³ Variações sobre Vocação, de Miguel Reale, disponível em <http://www.miguelreale.com.br/artigos/varvoc.htm>; 2003.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Globalizando: Dia do Internacionalista

Hoje é comemorado o dia do profissional de Relações Internacionais. Para homenagear os profissionais da área e comemorar a data, o curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia preparou uma programação especial com uma festa a partir das 19h no Campus BR da universidade. Saiba mais também sobre esse profissional amanhã, no Programa Globalizando. Sintonize na Rádio UNAMA FM 105.5 às 11h e ouça o programa produzido pelo curso de Relações Internacionais. 


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Globalizando: Banco Mundial mobiliza pacote de US$ 230 milhões para combater ebola

O Banco Mundial mobilizou um pacote financeiro equivalente a R$ 550 milhões, para combater o surto de ebola na África Ocidental. As autoridades querem ajudar a conter a propagação das infecções e auxiliar as comunidades locais a lidar com o impacto econômico do ebola. O pacote financeiro vai possibilitar também a compra de suprimentos médicos e remédios, equipamento de proteção contra infecções e treinamento de pessoal especializado.


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Globalizando: OIT alerta que mais de 100 milhões estão desempregados nos países do G20

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, alerta que mais de 100 milhões de pessoas ainda estão desempregadas nos países do G20 e mais de 400 milhões vivendo com menos de cinco reais por dia. Isto estaria afetando as perspectivas de retomada do crescimento econômico. O documento foi produzido pela OIT junto com o Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. A agência afirma que se o crescimento não ganhar impulso, este déficit persistirá até pelo menos 2018. 


Sexagésima Nona sessão da Assembleia Geral da ONU

Bianca Macedo
Acadêmica do 4° semestre de Relações Internacionais da UNAMA


Será realizada nesta quarta-feira, dia 24, a 69º sessão da Assembleia Geral da Organização Nações Unidas (ONU), a qual merece destaque por ser a única ocasião em que todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas estarão presentes para discutir todas as questões que interessam à comunidade internacional.
Primeiramente, faz-se necessário compreender as competências atribuídas à Assembleia Geral, que é considerada um verdadeiro “parlamento da humanidade”, sendo utilizada como um fórum para a negociação multilateral.
Trata-se também do principal órgão deliberativo das Nações Unidas, e ao qual todas as outras agências estão relacionadas, sendo plenário, onde todos os seus Estados-membros têm representação permanente e direito à um voto individual e unitário, o que garante o princípio da igualdade soberana entre os Estados, citada no Art.º 2 da Carta de S. Francisco.
É legítimo que a Assembleia tenha o direito de opinar nos mais variados temas pertinentes às relações internacionais, desde a promoção dos direitos humanos, passando por questões administrativas e orçamentárias, à temas relacionados à paz e segurança. Opinando, por meio de recomendações, estas normalmente de caráter substantivos, e decisões que são relativas a procedimentos, como as decisões quanto ao orçamento da ONU que criam a obrigatoriedade de cumprimento dos Estados.
Para o cumprimento de suas funções, a Assembleia divide sua agenda em seis comissões principais. A I Comissão trata do desarmamento e da não proliferação de armas atômicas – durante a Guerra Fria, em meio a ameaça constante de um confronto nuclear, foi de fundamental importância. A II Comissão lida com temas econômicos e financeiros, abordando também assuntos ambientais, sendo um importante instrumento aos países menos desenvolvidos.
  A III Comissão trata de diretos humanos, questões humanitárias e culturais. A IV é a comissão para política e descolonização, abrangendo outros temas, mas seu foco principal é tratar das missões de paz, descolonização e conflitos no Oriente Médio. A V é responsável pelas questões administrativas, orçamentárias e financeiras da ONU, e a VI e última comissão é o órgão que trata de temas jurídicos.
Assim, todos os projetos a serem aprovados passam primeiramente pelas comissões, depois seguem para serem votados pelo Plenário da Assembleia Geral.
Desde a fundação das Nações Unidas, a cada ano, geralmente em setembro, acontece uma nova sessão da Assembleia, com o intuito de permitir com que os Estados debatam acerca dos temas das relações internacionais contemporâneas que estão contidos na agenda da reunião.
É a ocasião em que os Chefes de Estados ou o corpo diplomático o qual o representa, irá discursar, anunciando as propostas acerca da política internacional para o ano seguinte. Exemplo disto foi a 57ª debate geral da Assembleia quando o presidente George Bush manifestou a intenção de invasão no Iraque, o que veio a acontecer no ano seguinte.
Neste ano ocorrerá a 69º sessão da Assembleia, e o tema a ser discutido será “Uma Agenda pós-2015 Transformadora”. Segundo o novo presidente do órgão, Sam Kahamba Kutesa, é necessário entregar e implementar uma nova agenda de desenvolvimento pós-2015, que traga resultados relacionados à luta contra a fome e a pobreza, e a promoção da melhoria de vida de todas as pessoas através do desenvolvimento econômico sustentável.
A nova agenda a ser discutida também inclui o desemprego persistente, os conflitos armados e violentos, os sistemas de ensino inconstantes, a mudança climática e o aumento do nível do mar. Além de outros assuntos que serão temas de debates como o avanço dos direitos dos povos indígenas, igualdade do gênero, a luta contra o Ebola e o reforço na cooperação entre a ONU e as organizações regionais.
A nova agenda a ser proposta na sessão vem em um momento decisivo. No próximo ano expirará o prazo para o cumprimento dos Objetivos do Milênio, originados da Declaração do Milênio, estipulados na sessão no ano de 2000, assim como coincidirá com a comemoração dos 70 anos da organização.
Próximo ao fim do prazo, os resultados dos objetivos do milênio mostraram-se satisfatórios para a comunidade internacional, apesar de não ter alcançado sua totalidade. A “Agenda pós-2015 Transformadora” mostra-se como a continuação desse trabalho, com o intuito de maximizar os resultados dos oito objetivos do milênio, que tem como proposta fundamental a promoção dos direitos básicos do ser humano e melhor qualidade de vida, evidenciando o papel da Assembleia Geral como berço das principais propostas que promovem o desenvolvimento social mundial.

Referências:
SARDENBERG, Ronaldo Mota. Brasil e as Nações Unidas. Brasília: FUNAG, 2013.
HOFFMANN, Andrea Ribeiro; HERZ, Mônica. Organizações Internacionais. São Paulo: Campus Elsevier, 2004.
ONU BR. ‘Uma agenda pós-2015 transformadora’ é tema central nos debates da 69ª sessão da Assembleia Geral.  Disponível em <http://www.onu.org.br/uma-agenda-pos-2015-transformadora-e-tema-central-nos-debates-da-69a-sessao-da-assembleia-geral/> Acesso em 21 de setembro de 2014.






terça-feira, 23 de setembro de 2014

Programa Globalizando "A Fome no Mundo: Problemas e Soluções"

O programa desta semana é sobre "A Fome no Mundo: Problemas e Soluções". E como entrevistada, temos a internacionalista Mayane Bento. Ela é graduada em Relações Internacionais pela Unama, além de ser mestra por meio do Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) da UFPa. Atualmente é professora da Unama no curso de Relações Internacionais.

Um programa de qualidade produzido pelos acadêmicos de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia! 
Confira!!

Pensamentos Internacionalistas: As forças econômicas e o realismo

Robert Gilpin (1930) é professor emérito de política e negócios internacionais na Escola Woodrow Wilson da Universidade de Priceton. Teórico do realismo que busca integrar o estudo da política internacional às forças econômicas internacionais. Gilpin acredita que todas as hegemonias são transitórias, pois os custos para mantê-las crescem mais rápido do que os recursos disponíveis. 


“Um sistema internacional é estável (isto é, encontra-se em equilíbrio) se nenhum Estado julga proveitoso mudá-lo”.


GILPIN. Robert. War and change in world politics. Cambridge University Press, 1981.

Globalizando: Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças

A data foi criada a partir da promulgação da Lei Palácios exatamente no dia 23 de setembro de 1913, na Argentina. A lei foi criada para punir quem promovesse ou facilitasse a prostituição e a corrupção de menores de idade. Ela inspirou outros países a protegerem sua população, sobretudo mulheres e crianças, contra a exploração sexual e o tráfico de pessoas. Assim, em 1999, os países participantes da Conferência Mundial de Coligação contra o Tráfico de Mulheres escolheram a data como o Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. 


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Dia Internacional da Paz e o papel da Diplomacia Cidadã.

Lizandra Lourenço
Acadêmica do 5º semestre de Relações Internacionais - UNAMA 

No dia 21 de setembro celebra-se o Dia Internacional da Paz, que representa um momento de reflexão sobre a necessidade da construção da paz no mundo e a promoção de atos que tenham como resultado o fim dos conflitos entre povos e a consagração da paz mundial. Este dia comemorativo surgiu em setembro de 1981, quando o ex-secretário Geral da ONU e diplomata de Gana, Kofi Annan, declarou a necessidade de um dia de trégua e cessar-fogo no planeta. De acordo com esta declaração a ONU, em 2002, através de sua Assembleia Geral das Nações Unidas, pronunciou oficialmente o dia 21 de setembro como o Dia Internacional da Paz.

A paz refere-se a um momento de calma e tranquilidade, sendo um estado almejado mundialmente, que é construída socialmente por meio da cooperação de vários atores, e essa paz tão desejada, encontra-se em estado efêmero, sendo percebida apenas em algumas situações dentro do contexto internacional.
As transformações que estão ocorrendo no século XXI, vem proporcionando novos desafios ao Sistema Internacional em determinados assuntos específicos, como por exemplo, as guerras que obtiveram uma nova natureza estrutural, os problemas ambientais, as crises econômicas, a inclusão de outros atores internacionais e as novas formas de violência e conflitos. A proporção que essas atuais questões têm alcançado, consequentemente, tendem a abalar a Paz Mundial das Nações.

A atual ordem mundial configurada como uni multipolar hibrida, constituída por uma única supremacia militar com múltiplos centros do poder econômico e com a inclusão de atores não estatais, encontra-se envolvida por complexos conflitos envolvendo vários atores do cenário internacional. Sujeitando a sociedade a buscar novos caminhos de mediação, visto que, esses novos conflitos surgidos após a guerra fria, apresentam características complexas em sua estrutura, envolvendo desde o tempo de duração que passou a ser longa e descontinua, até as divulgações de manifestações; feitas pelos meios de telecomunicações, como as redes sociais.  Além de suas causas múltiplas, envolvendo desde aspectos políticos, religiosos, étnicos, econômicos, sociais entre outros.

A interferência desses atos de desordem entre os Estados no contexto internacional influenciam a estrutura do Sistema Internacional, e sendo necessária a adoção de novas ações para se conviver nesse sistema dinâmico. Entre essas medidas, encontra-se a diplomacia cidadã, desenvolvida com o intuito de auxiliar e complementar a diplomacia tradicional das Nações, na resolução dos atuais conflitos.

O emprego da diplomacia cidadã no Sistema Internacional estabeleceu uma importante relação desta com o processo da construção da paz, pois, os conflitos reconfigurados a partir deste século, apresentam um alto nível de complexidade em suas ações e objetivos no cenário internacional, e essa situação implicará no desenvolvimento de uma paz sustentável no Sistema Internacional. Sendo assim, é necessária a utilização da diplomacia cidadã como uma ação estratégica para garantir a paz mundial, que atuará a partir da cooperação entre seus atores internos e externos que podem contribuir para a estabilidade da paz mediante aos atuais conflitos.


REFERÊNCIAS

BRIGAGÃO, CLÓVIS E GALVÃO, DENISE. PAZ E DIÁLOGO ENTRE AS CIVILIZAÇÕES. Capítulo 2 da parte 1.

STRECKER, Heidi. Dia da Paz. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/datas-comemorativas/ult1688u65.jhtm>. Acesso em: 16 set. 2014.

CALENDARR. Dia Internacional da Paz. Disponível em: <http://www.calendarr.com/portugal/dia-internacional-da-paz/>. Acesso em: 16 set. 2014.

PENA, Rodolfo Alves. Nova Ordem Mundial. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/nova-ordem-mundial.htm>. Acesso em: 16 set. 2014.